• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Uma Pequena Aposta
  • Capítulo 42

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,492
Palavras: 51,967,639
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Legado de Metal e Sangue
    Legado de Metal e Sangue
    Por mtttm
  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Olhos verdes
    Olhos verdes
    Por bgc
  • Antes, durante e pos quarentena
    Antes, durante e pos quarentena
    Por Luciana Araujo

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Uma Pequena Aposta por Rafa

Ver comentários: 15

Ver lista de capítulos

Palavras: 7147
Acessos: 5454   |  Postado em: 13/07/2017

Capítulo 42

-- Cristina, eu estou muito preocupada com Daniel.

 

-- Mamãe, quando saí ontem ele estava com você, trancada no quarto. – amarrou o cabelo que lhe caía pela face. - Achei melhor não incomodá-lo, afinal eu que havia pisado na bola. – disse assumindo toda a culpa e com um tom de dor.

 

-- Ele saiu horas depois, ainda discutiu com seu avô que estava com uma bolsa de gelo na boca... – pensou um pouco - Cristina você...

 

-- Não mamãe... – quase gritou - Eu não fiz nada, mas por respeito a papai. O Júnior quem lhe deu um soco. – sorriu.

 

-- Sendo assim, bem feito! – Ester falou com um ar de vitória e vingança.

 

-- Mamãe! – sorriu com o jeito de Ester – Agora quero saber como papai ficou.

 

-- Conversamos muito, e mesmo assim, ele ficou arrasado.

 

-- Mãe, ele ficou com raiva de mim, mas não quero isso eu...

 

-- Cris, seu pai a ama além do que você possa imaginar.

 

-- Não age assim muitas vezes. – não acreditava muito naquilo.

 

-- Ele age como um pai, para você aprender. Ele nunca lhe dá muitas chances aparentes, mas isso é para fazê-la crescer. – sorriu com tristeza – Ele sempre disse que você vai ser melhor empresária do que ele, por isso nem sempre concorda com suas ações, para que você busque os argumentos, e assim fique mais embasada nos negócios. – pegou nas mãos da morena. - Quando ele colocou Joaquim lá dentro, a pedido do seu avô, viu que seria uma excelente forma de lhe provocar.

 

-- Provocar?

 

-- Joaquim tem um ego imenso, logo ele iria querer passar por cima da sua autoridade, isso exigiria muito mais de você.

 

-- Não brinca que papai pensou nisso tudo?

 

-- Pensou filha, você é o maior orgulho dele.

 

-- Sou mamãe? Acho que eu era. – perguntou e ela mesma respondeu. – Eu magoei, joguei baixo... – olhou para mãe – Estraguei tudo.

 

-- Não estragou não. – passou a mão pelo cabelo negro – Minha filha, isso vai passar, essa dor vai amenizando com o tempo. – viu que Melissa iria falar alguma coisa e colocou um dedo em seus lábios – A dor vai sempre existir Cris, não vou mentir para você – sorriu – nosso acordo de sermos sinceras uma com a outra ainda está dentro da validade. Essa dor só vai amenizar, e quando alguma coisa lembrar Isadora, ela vai aumentar, latejar e seu coração vai sofrer novamente como se acabasse de acontecer tudo isso.

 

-- Mamãe, por que ela me deixou? Chantagem ou não, ela deveria ter conversado comigo. – abraçou-se a mãe chorando – Ela me deixou, isso dói muito... Muito mais do que eu consigo suportar. – Ester nunca tinha visto a filha desta forma, e aquilo cortava seu coração, e pela primeira vez, sentiu um misto de ódio e pena por Isadora.

 

-- Filha aconteceu alguma coisa, fato. Nós não podemos julgá-la por não ter sido forte o suficiente para enfrentar a situação ao seu lado. Em compartilhar com você. – ergueu a cabeça da filha e a olhou nos olhos – Seu pai quer que eu a leve para casa, quando tudo isso passar, você volta a seu ritmo normal de vida.

 

-- Não mãe, eu prefiro...

 

-- Shiii... Não estou convidando ou pedindo, estou cumprindo o desejo do seu pai, ele nos quer juntos neste momento, e ninguém melhor para apoiá-la do que ele, e o contrário.

 

-- Eu tenho os melhores pais do mundo. – permaneceu abraçada a mãe.

 

 

*********************************************

 

-- Isadora? – perguntou o velho Eliezer com as mãos tremendo ao receber o telefonema da neta, quase três semanas após sua partida – Estamos morrendo de preocupação com você.

 

-- Não precisa vô, estou bem, infelizmente. – desabafou.

 

-- Por que infelizmente? Para onde você foi?

 

-- Vô, eu estou morando em Nova Iorque, consegui um bom emprego e no final do mês começa minha pós-graduação.

 

-- Como assim em Nova Iorque? Pós-graduação? Estou falando com a minha neta? Isadora?

 

-- Vovô, não torne as coisas mais difíceis. – lamentou segurando o choro.

 

-- Isadora que consideração você teve comigo? Com Melissa? Sabia que ela está em uma depressão profunda?

 

-- Vovô, por favor, não me julgue. – pediu começando a chorar.

 

-- Como posso não julgá-la quando você jogou tudo para o alto e abandonou sua vida, sua família e sua esposa? – demonstrou irritação na voz, era a primeira vez que ele gritava com a neta.

 

-- Não posso explicar, mas para mim não está sendo fácil vô, principalmente por não ter Melissa ao meu lado, ela deve me odiar. – lamentou novamente.

 

-- Odiar? Ela só faz chorar e pedir que você retorne. – tentou ser mais cauteloso – Isadora, por favor, retorne, eu temo o pior com Melissa.

 

-- Não fala isso vô, eu não posso... – decidiu demonstrar indiferença e forçar uma segurança inexistente, não podia falar a verdade para o avô, ele odiava seu pai e certamente o entregaria em troca da sua felicidade com Melissa. – Estou em um bom emprego, conhecendo gente que pode me ajudar na minha carreira... – segurou o choro – Vô se estivesse com Mel, continuaria a ser sua sombra.

 

-- Sombra? Do que está falando?

 

-- Preciso me fazer vô. Estou com a oportunidade de...

 

-- O amor que você sentia era uma mentira? Apenas a usou para morar em São Paulo e fazer sua faculdade?

 

-- Não faz assim vovô... – começou a chorar novamente.

 

-- Responda apenas isso e não lhe pedirei mais nada.

 

-- Vô...

 

-- Você a ama Isadora, por que minha filha? Por quê?

-- Não posso falar.

 

-- Ligue para Melissa, dê-lhe a opção de seguir ou não com você.

 

-- Não posso.

 

-- Minha filha, eu não poderei negar notícias suas para Melissa, o estado dela me dói muito, preciso dizer que você ligou e não mentirei se ela perguntar alguma coisa.

 

-- Não vovô, ela vai querer vir aqui.

 

-- Estou lhe dando a opção que você negou. – fez silêncio – Eu não prometi meu amor eterno a ela, mas me sinto no dever de lhe oferecer uma saída para o que está lhe matando.

 

-- Vovô me desculpe. – soluçou – Sei que não estou sendo a pessoa que o senhor espera, mas faço isso por uma boa causa.

 

-- Boa causa? Espero que Deus lhe dê um sinal de lucidez, sua boa causa está em uma depressão profunda, uma sombra de quem era.

 

-- Desculpe vô!

 

-- Ligue para me dar notícias, ou também deverei sofrer por conta desta “boa causa”?

 

-- Ligarei vovô. – ignorou a ironia. Isadora desligou e saiu sem rumo, pelas ruas da cidade que agora seria sua morada. Estava sozinha, sem apoio, sem esperança, mas o que lhe doía mais era não ter Melissa ao seu lado, e saber que estava lhe causando tanto sofrimento.

 

“Por que eu simplesmente não morro? Até para isso sou covarde!” – pensou sentando-se em um banco, coberto de neve.

 

 

*****************************************

 

Eliezer cumpriu a promessa, e avisou a Melissa sobre o telefonema da loirinha. Ele chegou a pensar que a morena pegaria o primeiro voo para tentar persuadir sua neta a voltar, mas, ao contrário do que todos pensaram, ela se ergueu com a notícia, e no mesmo dia voltou a trabalhar, mesmo com o braço imobilizado. Enrico a levava e a pegava na empresa todos os dias. Era bem mais que um simples motorista, era seu melhor amigo. Ajudava-a até mesmo em decisões complicadas da empresa. A vida da morena, aos poucos, retornou sua rotina, e com ajuda de Júnior que permaneceu morando em seu apartamento, seu tempo era quase todo preenchido, somente à noite, quando se deitava na cama que dividia com Isadora, sentia a dor latejar, como Ester havia lhe explicado. Adormecia abraçada ao travesseiro da loirinha, era inevitável o choro que insistia em lembrara-la do quanto havia sido feliz, e que agora, era apenas uma sombra de si mesma.

 

Em uma dessas noites, em que era atormentada pela dor das lembranças, ouviu uma batida na porta e permitiu a entrada de Júnior.

-- “Tá foda né”? – perguntou sem jeito, encostado à porta. Melissa limpou o rosto e sentou na cama.

 

-- Eu não entendo o motivo, parece que ela tinha tudo premeditado.

 

-- Oh Mel, isso é coisa de cheque. – Melissa até esboçou um sorriso com a confusão do amigo entre “premeditado” e “pré-datado”. – Mas a Isa é superamiga, “tá ligada”? “Ela nunca que ia” deixar a gente assim, sem ter um motivo. Fica experta que nesse “iglu” tem caroço, semente, pedra e tudo mais. – a morena abriu os braços e chamou o jovem loiro até ela. Júnior se aproximou desconfiado, preparado para sair correndo caso ela resolvesse fazer algo.

 

-- Você é um irmão. – abraçou e depois lhe beijou. Ele ficou emocionado, e retornou o abraço.

 

-- E você é uma deusa! – afastaram-se e Melissa sorriu. – Quando menos pensar, isso vai ser que nem “lêndea” de Papai Noel, coisa de “adormecente”, tá ligada?

 

-- Estou sim. – sorriu. Júnior tomou coragem e deu um beijo no rosto da morena que retribuiu com um afago em seu rosto. – Agora vamos dormir. – colocou-o para fora, mas, antes ele parou segurando a porta e a olhou.

 

-- Posso lhe chamar de Mel, né? – estava receoso.

 

-- Pode Júnior. – esboçou um sorriso.

-- Posso chamar de meu potinho de mel, também? – a morena o olhou séria e ergueu uma sobrancelha, permaneceu com a mesma expressão de antes. – E se você deixar queria continuar com os sonhos exóticos e...

 

-- Júnior, melhor você ir dormir. – foi quase uma ordem, e o jovem entendeu, saiu apressado se atrapalhando para fechar a porta. Melissa deitou olhando para o teto e pensou na loirinha. – Sua herança atrapalhada é o que me faz ter momentos rápidos de alegria nos meus dias. – voltou a sentir a lágrimas molharem seu rosto. – Eu não consigo mais sentir alegria permanente.

 

**********************************

 

Isadora era uma pessoa agradável e fácil de conviver, sempre prestativa, cativou o coração de todos os seus novos colegas de trabalho, que admirava a forma doce e ética de conduzir todas as situações que lhe eram apresentadas. O seu editor chefe, um homem muito bonito, simpático e extremamente profissional ficou impressionado com todas as qualidades da loirinha, e logo demonstrou interesse em conhecê-la melhor.

 

-- Estou falando Isadora, tenho certeza que Adam está lhe paquerando.

 

-- Fran, primeiro, eu sou lésbica. Segundo, eu amo loucamente uma mulher, e sempre vou amá-la. Terceiro, meu avô me ensinou que de onde se tira o pão, não se come a carne.

 

-- Que coisa clichê, uai! – balançou a cabeça de forma afetada. - Tudo bem, mas tenha a certeza que ele “tá” caidinho por vossa excelentíssima alteza. – constatou de forma dramática.

 

-- Não Fran, por favor, não aguento ficar longe da minha família e da minha Melissa, agora você vem com mais coisa para minha cabeça?

 

-- Por falar em sua Melissa, você disse que seu avô contou para ela aonde vossa alteza veio morar, pensei que ela apareceria nesta porta no outro dia.

 

-- Sabe que também pensei isso? – respondeu surpresa. – “Estou aliviada ou triste por ela não ter vindo?” – pensou enquanto terminava seu chocolate quente.

 

-- Queria vê-la de perto, imaginei uma cena quente de cinema... – pulou do sofá para encenar - Ela chegando aqui, tomando-lhe nos braços e enchendo-a de beijos. – voltou a falar e fazer gestos teatrais, neste mesmo instante, a campainha tocou e os dois se olharam – Será que é ela?

 

-- Bobo! – Isadora respondeu com um sorriso nervoso – Vai lá abrir.

 

-- Sou o bobo e você quem morre de medo de abrir e vê-la aqui. – disse enquanto caminhava em direção à porta – Juro que viro hétero se ela me der bola. – abriu a porta e deu de cara com Adam.

 

-- Desculpe a hora Francisco. – falou o nome do rapaz de forma engraçada por causa do sotaque. – Posso falar com Isadora?

 

-- Cla...claro – olhou para a amiga, voltou a olhar para o editor a sua frente – Licença, já estava indo dormir. Boa noite.

 

-- Boa noite. – caminhou em direção a loirinha que lhe sorriu e fez um sinal com a cabeça para que se aproximasse. – Isadora, desculpe a hora, mas estava em casa e não conseguia dormir.

 

-- Insônia? Muitas preocupações? – sabia o rumo que aquela conversa tomaria.

 

-- Não... Quer dizer, sim... Na verdade os dois. – olhou os lindos olhos . – Na verdade estava pensando em você.

 

-- Em mim? Fiz alguma coisa de errado no jornal? – perguntou endireitando-se no sofá.

 

-- Não. Não mesmo, você para uma recém-formada e com o emprego conquistado por uma indicação é excelente profissional.

 

-- Desculpe Adam, mas me esforço ao máximo. – sentou-se ereta no sofá - Caso não esteja de acordo por ter conseguido o emprego através do conhecimento ou indicação de terceiros, sinta-se a vontade em me demitir. – estava com medo que isso acontecesse, afinal, como se manteria?

 

-- Não. – ficou confuso com suas próprias palavras – Não queria ser rude, foi indelicado de minha parte falar assim. – baixou a cabeça e levantou, voltando a fitar os olhos verdes – Na verdade, eu vim aqui para o contrário.

 

“Ah não! Penso em uma morena alta de olhos azuis e aparece um moreno alto de olhos azuis. Alarme Isadora, corte este assunto agora”.

 

-- Contrário? Quer me admitir em outro local? – sorriu com a única pergunta que veio em sua mente.

 

-- Infelizmente não tenho como. – sorriu – Isadora, o que me traz aqui é... Vim aqui para... – pausa para efeito e fechou os olhos - Para dizer que não paro de pensar em você.

 

-- Adam... – foi simpática segurando as mãos do homem, e, imediatamente pensou em uma saída para o momento. – “O que faço? Falo que não curto homem? Falo que sou apaixonada por Melissa? Droga! Como vou sair desta?” – neste instante, ouviram a porta do quarto de Francisco abrir e ele sair em socorro da amiga.

 

-- Isadora, ligação para você. – sorriu para o editor – É o amor da vida dela.  – disse sorrindo com simpatia.

 

-- Meu amor? – perguntou atordoada.

 

-- Querida, corra logo, é do Brasil, Cristiano. – a loirinha entendeu e correu para o quarto do rapaz.

-- Ela é muito desligada! – brincou.

 

-- Engraçado, não ouvi o telefone tocar. – disse olhando o aparelho na mesa de canto.

 

-- Outra linha a do meu quarto... – explicou com um falso sorriso.

 

-- Por que outra linha e mesmo assim ele liga para seu quarto?

 

-- Antes era o quarto de Isadora, mas como vim morar aqui, e ela tem mais coisas do que eu fiquei com o menor, mas a linha permaneceu lá. – “Ótima saída, Francisco!” – pensou – “O almoço amanhã é por sua conta Isadora”. – Isadora ouvia a tudo do quarto e agradeceu pelo instinto de presença e agilidade do amigo.

 

“Fran, fico lhe devendo todas!” – pensou sorrindo.

 

-- Este Cris... Cris... – o sotaque o fazia enrolar um pouco a língua.

 

-- Cristiano. – auxiliou.

 

-- Sim, Cristiano é namorado dela?

 

-- Oh não, em absoluto. – “Eu mato Francisco” – pensou a loirinha estreitando os olhos enquanto ouvia escondida atrás da porta do quarto – Ele é o noivo dela.

 

-- Ele a deixou vir morar aqui tão longe, sozinha?

 

-- Ele é empresário, e sempre aparece, mas, infelizmente, por enquanto não pode ficar por muito tempo.

 

-- Não tem ciúme de você aqui, sozinho com ela? – tentava ler as atitudes do jovem jornalista.

 

-- Não. Cris é um cara muito legal, cabeça aberta e seguro de si.

 

-- Francisco você é gay? – perguntou, mas tinha certeza da resposta.

 

“Danou-se! Tento salvar uma e acabo eu mesmo me lascando!”

 

-- Será que sou tão óbvio? – recebeu um sim com a cabeça – Tem algum problema para você?

 

-- Não. – gesticulou com as mãos – Têm outros colegas de trabalho que também são gays lá no jornal. – sorriu – Não se preocupe. Eu só fico meio estranho quando são lésbicas.

 

-- Lésbicas? – demonstrou surpresa.

 

-- Sim, sei que soa preconceituoso, mas não consigo imaginar duas mulheres juntas.

 

-- Rapaz, certamente é um pouco de preconceito com um tico de machismo. – “abrasileirou” a frase para expressar o que realmente sentia, e foi à vez de Isadora sair e encerrar aquela conversa.

-- Voltei! Onde estávamos Adam? – olhou o amigo – Fran, que tal um chocolate quente?

 

-- Não precisa Isadora. – Adam dispensou. – Amanhã conversamos melhor.

 

-- Tudo bem com você? – fingiu não ter entendido – Nem conversamos.

 

-- Tudo bem, amanhã nós conversamos melhor. – olhou Francisco – Boa noite. – saiu. Assim que fechou a porta, a loirinha olhou o amigo e agradeceu.

 

-- Fran, eu fico devendo a você. – Isadora concluiu se abraçando ao amigo.

 

-- Ah, certamente, e vamos começar agora: massagem e depois cafuné.

 

-- Não explora! – sorriu.

 

-- Isa... – fez uma expressão séria - você ouviu o lance de ser lésbica?

 

-- Acha que saí por quê?

 

-- Ouviu todo o sinal de alerta amiga? – estava realmente preocupado - Ouviu toda a conversa?

 

-- Ouvi e agora sou noiva de Cristiano. – afirmou pensativa - Meu amigo de onde você tirou isso? – sorriu.

 

-- Queria ser noiva de Melisso? – sorriu, despertando gargalhadas na amiga que se deixou cair no sofá com a mão sobre o abdômen.

 

-- Figura! – jogou uma almofada no jovem e permaneceu sorrindo.

 

-- E se fosse ela que tivesse aparecido? – Isadora parou de rir e avaliou a questão por alguns segundos e fechou os olhos.

 

-- Eu me sentiria a pessoa mais feliz do mundo. – os olhos se encheram d´água - Ela nunca mais vai me procurar.

 

-- Como pode ter certeza disso?

 

-- Esqueceu que éramos melhores amigas antes de ficarmos juntas?

 

-- Ainda descubro o que lhe fez deixa-la, e acredite: neste dia eu mesmo resolvo essa história.

 

***************************************************

 

-- Cristina, eu trouxe estes contratos para discuti-los com você. – falou ao entrar na sala da morena.

 

-- Discutir comigo? – estava surpresa – Desde quando você discute comigo suas decisões, papai?

-- Desde o dia em que os contratos se referem à compra de alguns cavalos para um haras que está abandonado.

 

-- Papai...

 

-- Não Cristina. Eu acho que terras sem utilidade só gera prejuízo, sendo terrenos, lotes, tudo bem, mas terras assim... – sentou-se na cadeira em frente à mesa da filha – Adiei esta conversa porque você não podia montar, mas agora que retirou aquela coisa... – fez careta ao lembrar o gesso – Podemos levar Imperador para lá e mais umas duas éguas. Quero montar com você e conhecer melhor aquela propriedade, decidiremos juntos sobre as raças que vamos criar. – sorriu – Então? Aceita a proposta de um velho pai?

 

-- Daniel, você sabia que é o melhor pai do mundo? – perguntou ao se levantar da cadeira e sentar no colo do homem mais velho.

 

-- Preferia que dissesse: “Pai você é um gatão, podemos sair juntos e eu lhe apresentar como meu irmão mais velho?”. - brincou.

 

-- Poderia, – respondeu com os olhos estreitos e com um sorriso de lado – mas dona Ester me mataria e depois lhe mataria, ou seja, estou fora! – brincou.

 

-- Esqueci-me deste pequeno detalhe. – respondeu fingindo esquecimento.

 

-- Pois trate de se lembrar, além do “pequeno” detalhe com ela – referia-se a altura da mãe – existe um “grande” detalhe comigo, e não deixo mulher nenhuma chegar perto do meu pai gatão.

 

-- Filhas, blargh! – fingiu contrariedade e os dois sorriram.

 

 

*****************************************

 

 

-- O que você acha Ester? – perguntou espionando pelo canto da porta a filha deitada no sofá da sala lendo uma revista sobre cavalos.

 

-- Acredito que ela está bem melhor, graças a Deus! – levantou as mãos ao céu e olhou para cima em agradecimento – A fase ruim parece que está indo embora.

 

-- Dois meses e ela não toca no assunto, desde o dia que o senhor Eliezer avisou sobre o telefonema.

 

-- Eu fico me perguntando: será que realmente aquela menina foi chantageada ou ela se aproveitou da situação para cair fora? – olhou para o marido - Ela amava nossa filha, não há dúvidas sobre isso, mas o que motivou essa fuga?

 

-- Não sei Ester, ela amava, mas abandonou. – sentou-se em uma poltrona com um copo de uísque na mão – Elas eram melhores amigas, depois se descobriram apaixonadas, tiveram um tempo difícil para assumirem isso, depois que assumiram, viveram intensamente. Para quem via de fora, elas pareciam duas em uma, e de repente Isadora faz uma dessas, não sei. Onde ficou a confiança em Cristina? No poder de resolução dela nos problemas que surgiam? Simplista a garota. – desviou o olhar da esposa e olhou em um ponto qualquer da biblioteca – Cristina estava disposta a romper comigo por causa dela. – voltou a fitar a mulher nos olhos – Isadora não reconheceu isso?

 

-- Querido, entendo todas as suas colocações, mas não nos cabe julgar ou adivinhar as atitudes de Isadora, vamos apenas aguardar.

 

 -- Acha que elas ainda voltam? – perguntou surpreso.

 

-- Não sei. – ficou pensativa – Não vejo ninguém feliz ou tudo resolvido.

 

-- O que quer dizer?

 

-- Que faço minhas as palavras de Fernando Sabino: “No fim tudo dá certo, e se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim”. – respondeu pensativa.

 

-- Pedi a Enrico que a leve para sair.

 

-- Daniel, você pensou na possibilidade de nossa filha namorar só com mulheres agora?

 

-- Hum... – refletiu sobre a questão bebendo um pouco do conteúdo do copo – Querida, isso lhe incomoda?

-- Não. – olhou o marido e voltou a espionar a filha pela porta entreaberta – Quero a felicidade dela, acima de tudo, esteja com quem estiver.

 

-- Joaquim tem sido presença constante na sala dela. – sorriu – Parece mosca no pão doce.

 

-- Não gosto deste rapaz.

 

-- Ele fez algo que eu não saiba? – ergueu uma das sobrancelhas, e Ester achou que a filha era uma cópia do pai, e se fossem da mesma idade, poderiam passar por irmãos gêmeos.

 

-- Desde o dia que ouvi falar com seu... – pensou que iria tocar em assunto proibido – enfim, desde aquele dia não consegui mais suportar a presença dele. Eu nunca senti boas energias por parte dele.

 

-- Cristina é mais esperta do que imaginamos Ester, ela tem uma visão ampla e prática das coisas.

 

-- Esperta, prática, objetiva, mas não deixa de ser uma mulher fragilizada, com seu coração partido e orgulho ferido.

 

-- Ela não é uma mulherzinha que chora com qualquer coisa, aliás, estive pensando sobre isso quando tudo aconteceu. – voltou a olhar em algum ponto – Não me lembro de ter visto Melissa Cristina chorar, mesmo bebê ela era quieta, essa foi à primeira vez.

 

-- Desta vez chorou mais que um bebê, por isso eu tenho medo que essas moscas varejeiras pousem no meu pão doce. – constatou olhando o marido nos olhos.

 

-- Ficarei de olho nessa história, não quero ninguém se aproveitando da minha menina.

 

*********************************

 

-- Essa ideia do meu pai em lhe fazer sair comigo foi péssima! – reclamou dentro do carro – Vamos encontrar uma boa saída. – olhou o amigo e sorriu. - Você me deixa no apartamento e vai sozinho para noitada atrás de gatinhos, e eu vou dormir na minha caminha.

 

-- Cris, não adianta. – olhou rapidamente para ela - Hoje você não vai ficar chorando abraçada ao travesseiro.

 

-- Como sabe que faço isso? – perguntou surpresa após pular no banco do carro.

 

-- Não sabia, mas depois desta, tenho certeza. – sorriu – Vamos lá, reclame menos e beije mais, ouça meu lema.

 

-- Blargh! – virou-se irritada olhando para rua.

 

-- Combinei com Haidê, Ulisses e Roberto. Sabia que sua amiga tem uma novidade para lhe contar?

 

-- Mariana e Stefany já me falaram.

 

-- E você não se anima com isso? Por favor, quando ela falar da gravidez, demonstre mais empolgação e felicidade, sabe o quanto ela sofreu quando abortou naquela época.

 

-- Claro que ficarei empolgada, só penso que Roberto não é um cara para ela. Haidê é uma pessoa tão boa que merecia coisa melhor. Aquele cara é mulherengo, um cafajeste.

 

-- Deixe-a descobrir sozinha, não adianta falarmos nada.

 

-- Enrico...

 

-- Eu...

 

-- José Alcântara me procurou hoje. – confessou falando baixinho.

 

-- Na empresa? E não viu seu pai?

 

-- Não. Estávamos fora, ele me levou para escolher as éguas, e depois fomos para casa. – deu de ombros – Dona Ada que me informou quando liguei.

 

-- O que irá fazer se ele voltar a procura-la?

 

-- Chamar o Júnior e terminar de quebrar o queixo dele. – respondeu encerrando o assunto. Enrico sabia que estava magoada com o avô, mas o respeitava e amava, mesmo assim.

 

 

********************************************

 

 

-- Boate gay? O que faço aqui? – perguntou irritada

 

-- Tudo o que não fará comigo. – respondeu sorrindo e percebeu a irritação da morena – Cris, qual é? Esqueceu que você é lésbica? Precisa mesmo que lhe compre um manual de como ser lésbica?

 

-- Não sou lésbica. – constatou fazendo um bico.

 

-- Ahãm? Não ouvi bem. – colocou a mão no ouvido e se aproximou da morena.

 

-- Ouviu sim.

 

-- Namorou por mais de dois anos uma mulher, ressaltando que foi o relacionamento mais longo da sua vida, e mesmo assim não é lésbica?

 

-- Eu namorei Isadora, nunca... – não sabia como falar – Nunca me imaginei com outra mulher, é uma coisa íntima demais, entendeu?

 

-- Entendi e concordo que sex* oral é íntimo, mas você só vai conseguir intimidade se tentar. Olha envolta, veja quantas mulheres já lhe olharam das cabeças aos pés desde que entramos.

 

-- Mas não rola química. – jogou os braços de forma vencida sobre o balcão do bar e pediu uma cerveja.

 

-- Primeiro passo: tire esta aliança. – apontou o dedo esquerdo da amiga.

 

-- Para que? Ela é tão bonitinha. – respondeu com pesar admirando a joia.

 

-- Para demonstrar que você está solta na pista e, porque você não tem motivos para usar algo que não significa mais nada.

 

-- Por que você não me joga logo na água com um fio energizado?

 

-- Vamos lá Cris, isso não é terapia de choque, apenas a ressocialização de uma linda mulher.

 

-- Depois do magnífico jantar aturando Roberto e seus sonhos de grandeza, Ulisses e sua trilha de filme policial, nós poderíamos ter voltado para casa.

 

-- Não reclame, passou metade do tempo rindo com Haidê.

 

-- Claro. – sorriu - Quem aguenta as histórias da avó dela?

-- Por falar nisso, tem uma morena lhe olhando. – Melissa olhou em direção a mulher, mas foi outra, que estava sentada em uma mesa atrás dela que lhe chamou atenção. Era uma loira sorridente, que lhe olhava insistentemente, mas, sem aquele desejo que a outra morena demonstrava.

 

-- Acho que prefiro conversar com a loira. – pensou alto e pediu duas canecas de Chopp. – Fica bem sem mim? – perguntou ao amigo.

 

-- Viemos aqui para caça, cada um para seu lado e depois nos reunimos. – sorriu e lhe piscou. Melissa foi em direção à loira.

 

*****************************************

 

-- Isadora, bebê, vamos cair na noitada hoje? – Francisco perguntou de forma afetada.

 

-- Não estou com vontade. – respondeu com uma voz triste, deitada na cama, fingindo ler um livro.

 

-- Não adianta ficar aí fingindo ler um livro, quando na verdade, fica com a foto de Melissa escondida. Vai furar de tanto olhar.

 

-- Como sabe que estou fazendo isso? – estava surpresa por ser pega em seu pequeno segredo.

 

-- Não sabia, mas desconfiava. – sentou na cama alisando a perna da amiga – Desde que viemos para cá, você vem para este quarto após o jantar, abre esse livro e fica perdida, com o olhar distante, e não progride nunca na leitura. – apontou para o dedo marcando as páginas.

 

-- Sou uma idiota! – desabafou jogando a cabeça para o lado e revirando os olhos

 

-- Idiota? Essa palavra é muito forte, mas acredito, melhor, peço a Deus que algum dia você possa desabafar com alguém e aliviar essa dor daí de dentro. – apontou o coração da amiga.

 

-- Obrigado pela compreensão.

 

-- Estou sempre aqui, basta chamar. – beijou a cabeça loira ao se levantar – Mas não desisti, agora vá vestir sua melhor roupa lésbica e vamos à caça em algum bom bar, próprio para nossa espécie.

 

-- Nossa espécie? – franziu a testa – Não sou ET.

 

-- Somos seres “purpurinados”, divinos e lindos. – saiu cantando I Will Survive. – Isadora sorriu com o jeito do amigo e achou melhor seguir seu conselho. Ela olhou sua aliança, e a beijou – “Eu te amo Mel, mas preciso sair para não enlouquecer.” – pensou com os olhos úmidos – “Não posso pensar em vê-la fazendo a mesma coisa, sinto vontade de morrer”.

 

***************************************

 

-- Oi – disse ao se aproximar, estava um pouco alta com as cervejas que havia consumido.

 

-- Oi – respondeu a loirinha sorrindo simpaticamente.

 

-- Quer dançar? – sem apresentações, a loira aceitou o convite, e mal começaram Melissa a envolveu entre os longos braços, beijando-a ferozmente, puxando-a contra seu corpo.

 

-- Você dança bem. – a loirinha constatou após um beijo que quase a fez perder o fôlego.

 

-- Shiii... Não quer dançar? – os corpos estavam tão colados que pareciam se fundir. Melissa acariciava o corpo menor, e lhe beijava com fome.

 

“… say baby (baby), baby (baby) /wooooooh (wooooooh) baby (baby) / I need your love (I need your love) / I need your love (I need your love) /I need your love now (I need your love)/ I need your love (I need your love). / Come on, bring it on back (bring it on back), bring it on home (bring it on home) / Bring it on back now (bring it on back), bring it on back (bring it on back) / Oh bring back that lovin' feeling /Whoa, that lovin' feeling / I need that lovin' feeling / Girl it's gone...gone...gone and I / can't go on, woooooah / Woooooah…”

 

 

O beijo foi cada vez mais se aprofundando, até o momento em que a loirinha forçou a separação dos lábios, olhou bem a mulher a sua frente e acariciou seu rosto. Melissa estava de olhos fechados, e ao abri-lo viu a imagem de Isadora, duas lágrimas saíram dos lindos olhos azuis e ela voltou a se aproximar da mulher mais baixa e falou – Por que Isadora? Eu te amo tanto, por que você me deixou? Por quê? – perguntava entre lágrimas e apertando mais o abraço, colando os dois corpos.

 

-- Espera! – gritou empurrando-a – Meu nome é Aline, não sou essa daí. – falou com sarcasmo – Mas com certeza, eu nunca lhe deixaria. – disse em um tom de malícia. – Essa tal Isadora é uma burra.

 

Melissa a olhou nos olhos, e retirou os braços que a envolviam e saiu em direção à porta, chorando, sentindo-se a pior pessoa do mundo. – “A quem quero enganar? Isadora está cada vez mais impregnada em mim”. – pensou ao sair, mas, logo sentiu uma mão lhe puxando, quando se virou viu Enrico e se abraçou ao amigo.

 

-- Eu não posso... Desculpa... Mas não posso. – falou entre soluços.

 

-- Vamos para sua casa, eu me esforço em dormir com uma mulher uma vez na vida. – disse abraçando-a.

 

**********************************************

 

-- Isadora, minha mona asteca, tem uma rainha do Nilo lhe observando há... – olhou o relógio e voltou a olhar para a amiga – cinco minutos – a loirinha começou a rir e olhou em volta procurando a tal “rainha”. Era uma mulher alta, morena, cabelos negros, mas as semelhanças com sua Melissa ficavam por ai. Ela tinha olhos castanhos e não tinha o corpo tão perfeito quanto ao da sua amada. Viu a mulher lhe sorrir e se aproximar, engoliu seco quando ouviu a saudação.

 

-- Hi!

 

-- Hi! – estava com os olhos ágeis, procurando uma porta de saída.

 

-- Jennie Fergunson. – estendeu a mão.

 

-- Isadora Marcondes. – recebeu a mão da morena.

 

-- Isa... – tentava compreender a pronúncia do nome.

 

-- Isadora. – pronunciou pausadamente.

 

-- Você é de onde? – perguntou com um lindo sorriso, mas que não afetou em nada a loirinha.

 

-- Brasil.

 

-- Brasil... Sim Amazônia. – afirmou sorrindo. – Samba.

 

-- Não. Brasil é Brasil. – respondeu com ironia. – “Quero saber por que ainda existem pessoas tão insipientes que teimam em achar que Brasil se resume a Amazônia ou samba.” – disse a si mesma.

 

-- Amazônia fica lá? – esforçava-se em ser simpática e buscar algo para conversar, e achou que a loirinha iria explicar a diferença entre Brasil e Amazônia.

 

-- Fica na lua, ali, bem próximo a Netuno. – respondeu em português. Francisco quase engasgou com seu coquetel ao ouvir a resposta, olhou para a amiga, e ela estava com uma expressão irritada, e com os olhos verdes estreitos, sinal de que a qualquer momento estouraria.

 

-- Amazônia fica no Brasil. – Francisco respondeu se intrometendo.

 

-- Fran, chá de burrice definitivamente não cura dor de cotovelo. – desabafou. Ele olhou para a morena, e depois para a loirinha.

 

-- Ela quase não fala inglês... – viu a expressão de Isadora suavizar e mudar para uma de moleca – Ela pediu para lhe dizer que aprecia muito seu País, ainda mais por causa das belas mulheres. – a morena sorriu para a loirinha.

 

-- Francisco pode me livrar deste encosto? – pediu a gentiliza ao amigo - Depois falam que nós loiras somos as burras.

 

-- Ela até é engraçadinha.

 

-- Fica com ela. – conversavam em português e a morena olhava de um para outro, e a cada vez que o homem gargalhava com as colocações da amiga, ela também o acompanhava, achando que era algo engraçado.

 

-- Minha querida Isadora, você sabe que só me torno hetero quando aquela deusa entrar no nosso “apertamento”. – percebeu a bobagem que havia falado, tentou se consertar – Isa, por que não dá uns beijinhos? Não diz nada, ela pensa que você não fala inglês, vai lá dançar um pouco, relaxa, faz isso por mim.

 

-- Só por você, porque essa coisa grande ai não me atraiu em nada, pelo contrário, despertou minha curiosidade.

 

-- Curiosidade? Qual? – perguntou surpreso.

 

-- Como o ser humano pode andar sem cérebro? Nem o Jú era assim. – lamentou.

 

-- Como é seu nome mesmo?

 

-- Jennie Fergunson. – respondeu sorrindo com uma olhar guloso para cima de Isadora.

 

-- Jennie, Isadora quer dançar, você aceita? – recebeu um sim acompanhado com um imenso sorriso.

 

-- Fran, diz para ela tirar esse sorrisinho... – pediu estreitando os olhos.

 

-- Bobagem! Beijo na boca é bom, experimenta um desses internacionais, pode ser melhor do que você pensa.

 

-- Francisco, eu não estou preparada.

 

-- Bobagem! – empurrou a amiga para pista – Dança com ela Jennie. – a morena foi com um sorriso, colocando uma mão na cintura da loirinha.

 

As duas começaram a dançar uma música lenta, a morena a acolheu entre seus braços. Isadora se sentiu em outra época, na presença de Melissa, e por um instante fechou os olhos, havia resolvido se deixar levar pelo momento.

 

 

****************************************

 

-- Não adianta Cristina, isso só vai acontecer quando você se deixar envolver... – sentou no sofá com um copo de uísque na mão – Porr* Cris! Tente se deixar levar e se entregue ao momento ou nunca vai esquecer Isadora.

 

-- Eu não sei se quero me entregar a alguém agora.

 

-- Então não vai esquecer Isadora. – concluiu.

 

-- Eu não sei se consigo esquecer Isadora... – constatou se levantando do sofá e caminhando até a sacada. – E nem sei se quero. – confessou baixinho.

 

-- Consegue sim. Só deixar. – afirmou com veemência - Agora isso não vai acontecer se continuar chamando as meninas com quem sai de Isadora. – Melissa ficou em silêncio por alguns instantes.

-- Rico, agradeço pelo carinho e companhia, mas preciso ficar sozinha.

 

-- Sozinha nada, eu vou dormir com você.

 

-- Tudo bem Rico, mas eu prefiro ficar um pouco sozinha. – fez um olhar de súplica que deixou o amigo triste – Por favor?

 

-- Certo, eu saio, mas qualquer coisa você telefona?

 

-- Prometo.

 

-- Confio em você. – beijaram-se e ele saiu

 

 

*******************************************

 

A dança prosseguia, Jennie envolveu o corpo de Isadora em seus braços, apertando-a mais. A loirinha permaneceu com os olhos fechados, lembrando-se da última vez que havia dançado com Melissa. Estava completamente entregue as suas lembranças e só percebeu Jennie avançar o sinal quando forçou um beijo. Isadora a empurrou e saiu correndo, sem dar tempo de Francisco lhe alcançar.

 

Ela pegou um táxi e desceu bem antes de casa, queria caminhar um pouco para espairecer e deixar a sua adrenalina baixar. Sua mente estava focada em suas lembranças com Melissa, e assim que passou por um telefone público, parou, respirou fundo, na tentativa de adquirir a coragem que lhe faltava.

*******************************************

 

Melissa estava deitada na cama, segurando em uma mão a foto dela e de Isadora no dia que ficaram noivas, e na outra, uma garrafa de vinho que bebia sem a menor cerimônia, na garrafa mesmo. Estava, novamente, perdida em seus pensamentos quando o telefone tocou.

 

-- Alô – silêncio total. – Alô! – permanecia o silêncio – Olha você ligou uma hora dessas só para ouvir minha voz? – perguntou irritada e com a voz enrolada, estava bêbada. Pensou em desligar, mas uma luz ascendeu em sua cabeça. – Isadora? – silêncio. – Isadora, por favor, se for você deixe ao menos ouvir um “oi”, um simples e mísero “oi” para que eu consiga voltar viver... – começou a chorar e ouviu um choro do outro lado – Um “oi” apenas Isa, por favor, eu não consigo mais viver sem você... Minha vida virou um faz de conta... Todo dia chego aqui e faz de conta que vou encontrar você me esperando... Faz de conta que seu lindo sorriso me acorda no meio da noite me procurando... – soluçava sem conseguir pronunciar bem as palavras - Fala comigo, por favor, amor... – no outro lado, a pessoa também chorava.

 

-- Oi – disse com um fio de voz.

 

-- P... p...por q... que? – não conseguia mais falar.

 

-- Você bebeu? – perguntou, estranhando a fragilidade da mulher que sempre havia sido forte e confiante.

 

-- Vo... volta... – pediu entre soluços.

 

-- N.. não – tentou engolir o choro e ser forte.

 

-- Esquece tudo e lembra só que lhe amo.... – disse entre soluços.

 

-- Mel...

 

-- Volta pra mim... – ouviu o telefone ser desligado.

 

Isadora havia desligado o telefone antes de ouvir outra súplica de Melissa pedindo que ela retornasse, e perdesse suas forças. Queria retornar para os braços da mulher que amava e esquecer tudo e todos.

 

Melissa permaneceu chorando por algum tempo, até perder a paciência e jogar o aparelho de telefone contra a parede, espatifando-o em pedacinhos, tamanho a força empregada. Ela abriu a porta do closet e as poucas roupas que restavam de Isadora foram jogadas no chão, assim como suas coisas de uso pessoal. Saiu pela casa, e tudo que pertencia à loirinha, como livros e fotos foram atirados ao chão. Após destruir quase todo apartamento, viu um porta retrato de vidro, todo espatifado, e por trás do vidro quebrado, uma foto de Isadora com os braços envolvidos em sua cintura. Ambas estavam sorrindo para câmera, felizes com o momento. Melissa pegou a foto, cortando não só a mão, como, também, a ponta de um dos dedos. Sacudiu a mão, espalhando sangue pela casa e neste momento fez um juramento.

 

“Eu não vou mais sofrer por você Isadora... Você fez sua escolha, nossas vidas a partir de hoje estão separadas em definitivo”.

********************************

 

Isadora não suportou a dor em ouvir o estado em que Melissa estava. Uma mulher triste, humilhando-se por um simples “oi”.

 

“Estraguei tudo Mel, fui uma covarde, mas agora é tarde, eu não posso mais voltar atrás.” – pensou enquanto voltava para casa, e sentia as lágrimas caírem. – “Tenho certeza que você não vai me perdoar, não depois de hoje”.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Boa noite meninas! Tentarei responder aos comentários hoje e amanhã, novamente sem tempo. E o que estão achando das mudanças? Isadora merece ou não o perdão? Deixo penar ou arrumo outro amor para Mel? Comentários já! KKKKKKKK.... Olha que tô afim de mudar umas coisinhas.... hehehehehe. Beijos


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 42 - Capítulo 42:
Anamel
Anamel

Em: 28/05/2018

Aff pra que ela foi ligar isso é tortura 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Anamel
Anamel

Em: 28/05/2018

Aff pra que ela foi ligar isso é tortura 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Suzi
Suzi

Em: 20/07/2017

Rafa!!

 

Não diz uma coisa dessas, fiquei sem comentar desde o capitulo 38 porquê não conseguia tinha como fiquei sem palavras, vendo o sofrimento de Isa, sei que foi fraca deveria ter confiado em Mel, mas tem a falta de maturidade não dá pra esquecer que elas são jovens e tem muito para aprender.

Tudo o que Mel está passando é horrível, ela não merece nada assim. Tô morrendo de dó!!!

Mel ama demais Isa para não perdoa-la, nem que faça Isa sofrer um pouquinho mais por não ter confiado e conversado com ela.

Por favor!!! Se queres mesmo mudar algumas coisinhas :) :) :) please!!! Não faça Mel casar com aquele imbecil do Joaquim, ela não merece isso.

Morrendo de vontade que tudo volte ao normal.

 

bjss


Resposta do autor:

Mas comente, mesmo triste, passe por aqui e deixe uma ideia.  Ela não casou. E as duas ainda sofrerão um tantão. Vai ter muita coisa ainda, e estou modificando um monte de coisas. Beijos e boa semana

Responder

[Faça o login para poder comentar]

lay colombo
lay colombo

Em: 18/07/2017

Pqp eu odeio ver  elas separadas e sofrendo desse jeito.


Resposta do autor:

Mas faz parte, vai ver como valerá a pena. Beijos

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Alexia
Alexia

Em: 17/07/2017

Olá! Rafa

Deixa a Isa amadurecer um pouco mais não arrumar outro amor pra ela não pois sei que ainda as duas vão ficar juntas e ser felizes! Bjs! 


Resposta do autor:

Ela tá amadurecendo, e ainda vai sofrer para aprender mais. Beijos

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Deeh23
Deeh23

Em: 15/07/2017

É a primeira vez que comento,  Rafa és uma ótima escritora a estória é muito boa, porém estais me matando, já chorei muito com essa separação, estou muito penalizada com Mel, e Isa não merece ser julgada, até pq ela fez isso também por Mel e está sofrendo também.

Não consigo imaginar Mel casada com outra pessoa e principalmente ser for Joaquim, mas acredito que seja com ele que ela irá se casar(ainda bem que existe divórcio).

Estou ansiosa com o próximo capítulo, por favor não faça a gente sofrer muito e publique o próximo capítulo. Beijos Rafa!


Resposta do autor:

Seja bem vida Deeh! Obrigada, fico feliz que esteja gostando das confusões de Mel e Isa. Desculpe! Estava tão cansada que fiquei longe do computador, ainda mais que estes próximos capítulos são inéditos. Mas vou tentar ser mais assídua. Beijos

Responder

[Faça o login para poder comentar]

naybs
naybs

Em: 14/07/2017

Mulheeeeeeeeeeeeeer você quer matar a gente do coração? Não aguento mais isso! kkkkkkkk


 


Pera aí, eu lembro de ter lido em um capítulo anterior que a Isadora estava olhando uma foto de uma capa de revista, a qual Mel estava casada com um homem no futuro.


 


E a Isadora estava namorando com uma italiana eu acho. Eu estou louca gente?


Não quero a Mel casada nem com um homem, nem com ninguém além da Isa e vice-versa!


 


Eu estava pensando aqui com meus botões que o Francisco vai resolver esse impasse quando Isadora tiver coragem de contar para ele essa história e também acho que seria legal o Francisco e o Enrico ficarem juntos no futuro! Super combinam! ;)


 


E pelo amor, a Mel casar com o Joaquim defitivamente não! Seria muito ruim, concordo com as colegas.


 


Não acho também que, considerando o teor das ameaças do homem que ameçou Isa (acho que é o Joaquim), a Isa é a mau dessa história. Ela está sofrendo muito também!  


 


Só queria que a Isa tomasse coragem logo e fosse atrás da Mel.  


 


Só mais uma coisa: que horas saí o capítulo de amanhã? hahahaha 


Resposta do autor:

Claro que quero todas vocês bem vivas... kkkkkkk..... De hoje já saiu, amanhã, caso consiga escrever durante o dia, no início da tarde. Esses proximos capítulos serão inéditos como o de hoje. Quanto aos romances, calma, logo elas voltam. beijos

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Mille
Mille

Em: 14/07/2017

Kkkk comecei a escrever o comentário no início da manhã e agora que vou terminar.

Ambas forçadas pelos amigos a tentar superar se divertindo com outras e encontrando nas outras a falta da outra, uma aparência do que que faltando na vida de ambas.

E esse telefonema para a Melissa será uma transformação e espero para melhor se aparecer um novo amor que possa curar as feridas deixada pela Isa e quem sabe ela possa fazer a Mel adurecer. 

Só não quero ela com o Joaquim acho que é um desejo de todas. 

Bjus e até o próximo capítulo, um ótimo final de semana


Resposta do autor:

Então vamos lá... 

Acho que sua hipótese é provável. Elas terão que aprender a conviver separadas, por enquanto. Muitas surpresas ainda, e para quem já leu: novidades, capítulos inéditos. Beijos

Responder

[Faça o login para poder comentar]

ik felix
ik felix

Em: 14/07/2017

Cara a Isa pisou feio na bola, mas acredito que ela não fez nada imperdoável. E acredito que não tem como ambas arrumar um novo amor no máximo elas se envolvem com alguém mais sem importância. Mas não aceito o fato de a Mel ter casado, logo com esse Joaquim (é esse o nome dele, né? Rsrsrs)! Cara por quê?

Até o próximo, beijos!

 


Resposta do autor:

Será que Melissa pensa como você? Mas arrumar "um certo alguém", isso pode. Elas precisarão de beijos e cositas mais. Mais respostas, só lendo. Beijos

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Sam Sampaio
Sam Sampaio

Em: 14/07/2017

Como assim... Nada de seperações permanentes!!! kkkkkkk

Vou adorar vê-las juntas no final. 

Tenho uma dúvida. A Isa, nessa última parte da estória, está com os cabelos curtos? Pergunto isso pois adorei quando a personagem, gabriela, cortou o cabelo na série Xena. E como tem a foto de ambas juntas no poster da estória, fiquei me perguntando. 


Resposta do autor:

Não! Ai perde a graça...kkkkkk.... Não, ainda compridos, na segunda fase ela aparecerá com eles curtos. E sim, ela vai ficar mais "arretada". Será que troco a foto quando chegar na segunda fase? Beijos

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Monique
Monique

Em: 14/07/2017

Tadinha da Mel.....Isa pisando na bola áff....Poxa autora da essa moral e mata o Joaquim logo assim n corremos  o risco dele ficar com a Melissa.


Resposta do autor:

KKKKKKKKKKKKKK....... Assim não tem história. Só amor fica sem graça... kkkk Beijos

Responder

[Faça o login para poder comentar]

bfz
bfz

Em: 14/07/2017

Meu Deus.... quando sai o proximo? Estou nervosa aqui...

 


Resposta do autor:

Saiu agora.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

AureaAA
AureaAA

Em: 14/07/2017

Não custa nada sonhar autora...rsrsrsrs


Resposta do autor:

Capítulo postado hoje é inédito, pode ter novidades.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

VNXPP
VNXPP

Em: 13/07/2017

No Review

Responder

[Faça o login para poder comentar]

juno2018
juno2018

Em: 13/07/2017

Quando esse tormento acaba? Kkkkkk 

Isadora com certeza pisou na bola. Mas o amor delas é capaz de superar tudo.  Tadinha da Mel????


Resposta do autor:

Falta pouco. São 56 capítulos na original, como estamos com 42... Pouquissimos! kkkk Meu potinho de mel.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

AureaAA
AureaAA

Em: 13/07/2017

Boa noite autora!

Por favor não arranje outro amor para a Mel...rsrsrsrs uma coisa que eu mudaria na história era a gravidez da Mel,mas como sou só mais uma leitora encantada com essa maravilha de história me contentarei a passar por esse martírio novamente que sofrimento dessas duas meu pai!


Resposta do autor:

KKKKKKKKKKK......... Aos poucos estou modificando algumas coisas, e não sei como farei quanto a isso, deixa chegar lá, porque estou relendo com vocês, também. Beijos

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web