Flávia

- Eu nunca vi a Sam desse jeito! – falei para Amanda, enquanto observava a minha prima dança de forma quase obscena com a ruiva.

- Eu também não. O que será que ela bebeu? – Amanda olhou para elas.

- Suas amigas são muito divertidas... – Marilia, que dançava ao nosso lado, vibrou.

- É... São... – gargalhei, quando elas tentaram fazer um movimento esquisito e Ana Clara foi ao chão.

Ela levantou, rindo de si mesma e voltando a grudar em Samantha.

- Vocês viram a Mel? – Angélica olhava ao redor.

- Não fazemos ideia! Pergunta pra uma delas... – apontei para as outras que estavam ao redor da mesa.

- Tudo bem... Eu vou lá...

A morena saiu.

- Eu adoro essa música! – Alice gritou, agarrada a Nanda, que apenas ria da morena.

 

Party girls don't get hurt
Can't feel anything, when will I learn
I push it down, push it down

I'm the one "for a good time call"
Phone's blowin' up, they're ringin' my doorbell
I feel the love, feel the love

1, 2, 3 1, 2, 3 drink
1, 2, 3 1, 2, 3 drink
1, 2, 3 1, 2, 3 drink

Throw them back, till I lose count

I'm gonna swing from the chandelier, from the chandelier
I'm gonna live like tomorrow doesn't exist
Like it doesn't exist
I'm gonna fly like a bird through the night
Feel my tears as they dry
I'm gonna swing from the chandelier, from the chandelier

 

Juliane

- Se descobrirem, a gente tá ferrada! – Cássia ria.

- Fizemos uma boa ação. Espero que saibam aproveitar! – Paloma falou, eufórica.

- Não nega que corre o mesmo sangue em nossas veias... – pisquei para ela. Nos aproximamos da mesa. – Amor, vem dançar...

Micaela segurou a minha mão e fomos para a pista de dança.

 

And I'm holding on for dear life
Won't look down, won't open my eyes
Keep my glass full until morning light
'Cause I'm just holding on for tonight
Help me, I'm holding on for dear life
Won't look down won't open my eyes
Keep my glass full until morning light
'Cause I'm just holding on for tonight
On for tonight

Sun is up, I'm a mess
Gotta get out now, gotta run from this
Here comes the shame, here comes the shame

1, 2, 3 1, 2, 3 drink
1, 2, 3 1, 2, 3 drink
1, 2, 3 1, 2, 3 drink

Throw them back till I lose count

I'm gonna swing from the chandelier, from the chandelier
I'm gonna live like tomorrow doesn't exist
Like it doesn't exist
I'm gonna fly like a bird through the night
Feel my tears as they dry
I'm gonna swing from the chandelier, from the chandelier

And I'm holding on for dear life
Won't look down, won't open my eyes
Keep my glass full until morning light
'Cause I'm just holding on for tonight
Help me, I'm holding on for dear life
Won't look down won't open my eyes
Keep my glass full until morning light
'Cause I'm just holding on for tonight
On for tonight
On for tonight
'Cause I'm just holding on for tonight
'I'm just holding on for tonight
On for tonight
On for tonight
'Cause I'm just holding on for tonight
'Cause I'm just holding on for tonight
'I'm just holding on for tonight
On for tonight
On for tonight

 

 

Horas depois...

Sam

A minha cabeça latej*v*, o meu estomago fazia barulhos estranhos. O colchão estava tão duro, que esmagava a minha bochecha. Meu bumbum sentia o peso de alguma coisa, fazendo uma pressão esquisita e que fazia cocegas até. Com muito esforço, abri meus olhos, querendo focar em alguma coisa, mas estava difícil. Os fechei, contando de um até dez e voltando a abri-los.

- Que... Lugar é... Esse? – uma cama, uma televisão e um pequeno frigobar. Paredes douradas, poucos quadros na parede.

Esse não é nenhum dos quartos da casa do tio Henrique. Então, onde eu estava? Será que sai com alguma garota? Mas, por que não lembro de nada?

- Por que minha bunda tá tão... – levantei a cabeça, olhando para trás e arregalei meus olhos.

Shit! Eu estava alucinando ou...

O que aquela garota estava fazendo ali? O que eu estou fazendo aqui?

Levantei, sem nenhuma delicadeza, fazendo a ruiva do diabo bater o rosto contra o carpete. Ela gem*u em dor, ficando sentada, enquanto passava a mão sobre a bochecha, ainda de olhos fechados. Parecia totalmente confusa. Engoli em seco quando me dei conta que a garota estava apenas de calcinha e sutiã.

Os seios médios estavam cobertos pelo tecido preto, em uma sintonia perfeita com a pele branca e as poucas sardas pelo colo bonito, feminino, delicado e com algumas marcas roxas  grandes. Parecia até ch*pões.  A barriga lisa, mostrava uma tatuagem de lua ao redor do umbigo, a cintura fina e a...

Chega Samantha, não é hora para isso!

- O que houve? – ela finalmente me encarou. – Por que você... Uau...

Eu fiquei arrepiada com a falta de vergonha que aquela ruiva possuía. Que porr*, eu não deveria reagir àquela descarada. A diaba me olhou de uma forma tão maliciosa, que me fez até prender o folego.

Pensamentos nada inocentes me perturbaram.

- Nossa... Como seu corpo é... Hum... Gostoso. – ela sorriu cinicamente.

Eu franzi o cenho, olhei para o meu próprio corpo.

Puta que pariu! Puta que pariu! Shit! Shit!

Why?

- Ei, volta aqui! – ouvi Ana Clara gritar, mas eu não parei. Entrei no banheiro e me mirei no grande espelho que estava ali.

- Oh, my God! – passei a mão na cabeça. – O que aconteceu? Por que estou só de lingerie? Alguma sangue suga me fez de refeição?

O meu corpo estava todo marcado. Meu cabelo mais lembrava um ninho de passarinho e o meu lábio superior estava com um pequeno corte, que ardia. Coloquei as mãos na cabeça, querendo bater ela contra a parede para tentar recordar de como eu vim parar aqui. Eu não poderia ter trans*do com ela. Não que eu fosse alguma virgem ou santa, mas fazer algo e simplesmente não lembrar de nenhum segundo? Eu não bebi tanto assim para estar naquele estado. Na verdade, até onde me lembro, eu somente bebi um pouco de campari.

Onde estariam as outras? Por que me deixaram vir com essa garota? Ela é gostosa... E nossa, que corpo é aquele? Eu queria... Aaaah, que porr* eu estou pensando?

 

Ana Clara

- I do not believe! What did I do? Shit! Cum! Fuck… - ergui as sobrancelhas.

Samantha esbravejava dentro do banheiro. Levantei, pegando uma blusa que chegava até metade das coxas e a coloquei. Minha cabeça doía bastante e eu não lembrava de como havia chegado ao meu quarto. Sentei na cama, esperando a maluca parar de gritar no banheiro.

- Oi... – olhei para a porta e Lívia entrava com um sorriso enorme, em sua mão um notebook. Ela fechou a porta e franziu o cenho, olhando para a porta do banheiro. – O que aconteceu?

- É melhor nem saber. Como eu vim parar aqui? – minha irmã sorria.

Por que ela sorria?

- Então, é sobre isso que gostaria de falar... – franzi o cenho. – Deixa a loira sair do banheiro...

Lívia sentou ao meu lado, ligando o seu notebook.

Quase vinte minutos depois, Samantha saiu do banheiro. Os cabelos estavam molhados caiam sobre a toalha branca.

Caramba... A menina é uma... Uau!

De repente o quarto ficou mais quente.

- Ah, oi Sam... – Lívia olhou para a garota. – Engole e enxuga  a baba...

Lívia me cutucou, me fazendo rolar os olhos.

- Oi Lívia... Escuta, como eu vim parar aqui? – minha irmã já estava me irritando com aquele mistério todo.

- É sobre isso que eu vim falar, ou melhor, mostrar... Senta aqui... – a menina, toda desconfiada, sentou do outro lado.

Ela não me olhava e eu tinha a sensação que se isso acontecesse, raios sairiam de seus olhos.

- Estão preparadas? Olha, se tentarem alguma gracinha, eu envio isso pra todas as garotas... – ergui as sobrancelhas.

- Que historia é essa, Lívia? – a filha da mãe sorriu.

- Olhem para a tela...

Olhei para o notebook.

- Nós somos boas companheiras, nós somos boas companheiras... – fala sério.

- Eu quero pular de paraquedas... – coloquei a mão sobre a minha boca, me controlando para não rir. Samantha estava deitada sobre minhas coxas. A maquiagem borrada e a camiseta toda rasgada.

- Eu quero fazer sex* selvagem! – Oh, Deus! Aquela fui eu.

Escutei uma risadinha.

- Olha, eu tô vendo um duende... – franzi o cenho.

Era muita humilhação.

- Meninas, vamos embora... Eu quero dormir. São quatro da manhã... – Lívia, mesmo dizendo aquilo, ria de nós duas.

- Loirinha da língua enrolada, você quer dormir comigo? – eu segurei o rosto da menina a fazendo me olhar.

Que mico.

- Só se for de conchinha e bem apertadinha... – começamos a ri de absolutamente nada.

Espera, estávamos jogadas na calçada?

- Oh, God! I don’t believe... – Samantha resmungou baixinho.

- Esperem... Agora vem a melhor parte. – minha irmã ralhou.

- Sabe, eu tô louca pra te beijar... – eu não acredito que disse mesmo aquilo.

- Então beija... De um jeito beeeem gostoso, ruiva flamejante...

E no momento seguinte começamos a nos beijar de uma forma nada pacifica. Samantha me colocou sobre si e passou a apertar a minha bunda e por Deus, eu estava gem*ndo. Ouvíamos algumas risadas ao fundo e o vídeo acabou.

- Tem a parte dois, mas essa eu deixo pra uma próxima reunião. – Lívia levantou, colocando o notebook embaixo do braço. – Ah, e não se preocupem... Vocês não fizeram sex* selvagem... – ela gargalhou. – Tenho que ir...

Ela saiu do quarto.

Samantha e eu nos olhamos.

- Isso é culpa sua!

Dissemos ao mesmo tempo.

 

 Camila

Não consegui pregar os olhos naquela noite. A toda hora as lembranças dos momentos vividos com Melissa, no banheiro, me vinham à cabeça. O sabor de sua boca ainda estava na minha, seu cheiro estava impregnado em mim, meu corpo reagia só em pensar nela tocando meus seios. Jamais desejei tanto fazer amor com alguém, e eu teria feito se não tivessem destrancado aquela porta.

 Esse pensamento me atingiu em cheio.

Levei a mão á cabeça.

- Senhor o que esta acontecendo comigo? Eu não posso fazer isso com o Vini.  E como vou olhar pra Mel agora?

- Acho melhor... Sairmos daqui... – foi a única coisa que me veio a mente. Eu nem ao menos conseguia olhar para Melissa.

- Eu... Você tem razão... – ouvi sua respiração forte.

O meu coração estava tão acelerado, que eu me arriscava a dizer que o coitado iria sair correndo a qualquer momento.

- Cami... Me perdoe. – ela disse, quando eu me virei para ir embora. Segurei a maçaneta com força.

- Não há o que perdoar, Mel... – ela estava arrependida? E eu?

A resposta me assustou totalmente.

- Vamos sair daqui... – abri a porta e sai sem olhar para trás.

 

- Droga! Droga! DROOOOGA!

Tratei de afastar aqueles pensamentos e decidi levantar, pois tinha uma missão, a de descobrir quem foram as responsáveis por nos trancaram ali. Já sabia até por onde começar. Tomei um banho e desci a procura dos meus alvos.

- Vocês viram a tia Ju , Cássia e a Paloma? - perguntei para Flávia e Amanda que estavam sentadas no sofá da sala.

Já se passava das nove da manhã.

- Elas estão na piscina. - Amanda respondeu.

- O que foi? Está com cara de que vai cometer um homicídio. - Flávia perguntou- me e sorriu.

- Um não, mas sim três. - saí sendo seguida por elas.

- Essa eu não perco por nada. - Flávia falou dando pulinhos.

Elas estavam todas dentro da piscina, inclusive Becca, Emi e Mica.

Me aproximei da beirada e as três descaradas me olharam desconfiadas.

- Podem ir falando! Qual das três engraçadinhas trancou Mel e eu no banheiro da casa de show ontem a noite? – perguntei, cruzando os braços.

- Do que você esta falando? - tia Juliane falou, descaradamente.

Meu olho tremeu e a vontade de entrar na piscina e afoga-la foi sufocante.

- Não se façam de desentendidas, pois sei muito bem que foi uma de vocês ou as três juntas que fizeram isso. - ergui as sobrancelhas.

- Não sabemos de nada, não é amor? - Cássia se escondeu atrás de Paloma.

- Ai é? - olhei para o lado e avistei os celulares delas em cima da mesa.

 Agora elas me falam.

Ah, se falam...

Peguei- os.

 - Ou vocês me falam a verdade ou eles vão aprender a nadar. - ameacei de joga-los na piscina. E estava disposta a fazer sim!

- Não faça isso Camila! - tia Ju arregalou os olhos. Vi desespero na cara delas. - A ideia foi dela. - ela apontou para Cássia que balançava a cabeça negativamente.

- Eu não tive nada haver com isso, Cami, eu juro, foi coisa delas duas. - Paloma as acusou. O que não se faz pelo celular? Até dedurar a própria namorada.

- Que decepção. - Cássia olhava para Paloma com o cenho franzido.

- Amor, é as minhas músicas, minhas fotos. Nossas fotos!  - as outras meninas só faziam rir.

- Até parece que você não gostou de ficar presa no banheiro com a morena. - Cássia falou me encarando. - Confessa que tá doidinha por ela.

 Fiquei sem saber o que falar.

Elas sabiam que havíamos nos beijado? Acho que não, pois teriam jogado isso na minha cara também.

- Não gostei e não gosto! Por mim, Melissa poderia ir morar com o pai dela, a avó e não voltar nunca mais!

Falei o que veio em minha cabeça, mas nada daquilo era verdade. De repente todas olharam para trás de mim. Olhei na mesma direção que ela e me arrependi na mesma hora do que falei. Mel olhava para mim com uma mistura de tristeza e decepção.

Levei a mão ao peito.

Aquilo doeu em minha alma.      

 

Melissa

Meus olhos sem querer lacrimejaram, não queria acreditar no que tinha ouvido. Como eu pude ser tão burra de imaginar que ela queria algo comigo? Eu não choraria na frente dela.

Saí de lá sem olhar para trás, entrei em casa tão apressada que quase esbarro em Samantha, que finalmente apareceu. Ela ainda usava as mesmas roupas de ontem, quando saiu feito louca abraçada a Ana Clara.

- O que aconteceu? - ela perguntou, segurando meu braço.

- Me deixa Sam, eu preciso ficar sozinha. - me desfiz do contato e subi as escadas apressadamente.

Deitei na cama e as lágrimas já banhavam meu rosto. Em meus pensamentos uma guerra foi travada entre o beijo da noite anterior e as palavras de agora a pouco. Por algum momento, me permiti iludir, mas foi um erro.

Um bem grande.

- Não vou te deixar sozinha nesse estado...

Sam entrou no quarto e se sentou ao meu lado alisando meus cabelos.

 - Me conta o que aconteceu? - deitei em seu colo e passei a narrar os acontecimentos das últimas horas. Ela escutava tudo sem pronunciar uma única palavra. Eu contei o que Camila havia dito agora há pouco. – Mas, que filha da p...

Ela ficou indignada.

- Vou dizer umas verdades na cara da Cami. – ela tentou levantar, mas eu não deixei.

- Deixa isso pra lá Sam, eu juro que vou arrancar sua prima de dentro de mim, nem que seja a força.

Ela me abraçou.

- É assim que se fala. Olhei para ela e para as suas roupas amarrotadas.

- E você dormiu aonde, que esta com a mesma roupa? -perguntei curiosa.

- Nem queira saber. - ela revirou os olhos.

- Ontem a Angélica e eu fomos te procurar para irmos embora, mas a Lívia disse que você estava dançando com a Ana Clara, foi com ela que passou a noite?

Ela se levantou.

- Esquece isso... – ela deu dois tapas na própria testa. – Depois eu te conto o que aconteceu,  porque quero te contar uma coisa que descobri sobre a Angélica...

A porta se abriu e nós duas olhamos.

- Posso falar contigo? - olhei para Camila e meu maldito coração bateu tão acelerado que pensei que ele fosse sair pela minha boca.

- Eu não tenho nada para falar com você. - levantei e já iria sair do quarto, mas ela me impediu.

- Mas, eu tenho... - ela se pôs na minha frente. – Peço que me escute, por favor...

- Já estou de saída. - Sam falou passando por nós. – Por favor, tenham juízo...

Ela disse.

- O que você quer Camila? Já entendi seu recado, não se preocupe que eu vou ficar o mais longe possível de você.  O que ainda quer de mim? Esqueceu de dizer mais alguma coisa que me faça sentir ainda mais lixo?

Dei a costa para ela.

- Eu não queria dizer aquilo... A Cássia começou a fazer perguntas que nem eu mesma sabia o que responder e acabei falando besteiras. - senti ela se aproximando de mim. – Entenda que é difícil pra mim, Mel... – ela disse em um tom baixo. – A minha cabeça, ela tá uma confusão...

Fechei meus olhos, tentando acalmar as reações do meu corpo.

- Me perdoa pelo o que eu disse, Mel... Aquelas palavras foram mentirosas... – eu jamais vi Camila daquela forma. Os meus ouvidos estavam me pregando uma peça? - Eu não quero que vá embora.

Senti sua mão em meu ombro, o apertando levemente.

- E o que você quer Camila? - me virei, segurando ela pelos braços.

Os nossos olhos se encontraram, não querendo desviar. Ela se desfez do meu contato, mas em seguida entrelaçou os nossos dedos de ambas as mãos. A atitude me pegou desprevenida, mas foi tão maravilhosa.

Ela estava tremendo? Era isso?

- Eu quero v...

- Eu estou atrapalhando alguma coisa? – em um impulso, nos afastamos. Olhamos para a porta e Vinícius nos encarava.

Camila me olhou rapidamente e eu vi temor nas íris castanhas.

 

 

 

Fim do capítulo