Emily

Todos olharam para a morena que chegava com a Carolina.

- Angélica... - Mel falou se levantando para recebe-la. Ela parecia bastante surpresa com a visita.

- Me desculpem. Acho que cheguei em uma hora inapropriada. - Ela parecia constrangida. - Eu só vim saber como você está, Mel...

- Você chegou na hora certa... – Melissa sorriu para a mulher, que deveria ter mais de vinte e oito anos. 30 seria a minha aposta. - Gente pra quem não conhece, essa é a Angélica, uma amiga que tive o prazer de conhecer ontem.

Todas cumprimentámos a garota que sorriu.

- Fique a vontade Angélica. Amiga da Mel é amiga de todas. - Flávia sempre gentil.

- Olha a cara da Camila. - Becca sussurrou em meu ouvido.

Olhei para a garota, que olhava fixamente para as duas. Se olhar matasse, Mel e a morena estariam mortinhas. O olhar de Camila expressava o puro e velho conhecido, o ciúme.

- Tá na cara que ela tá afim da Mel, só não consegue admitir isso nem pra ela mesma. - olhei para Becca que parecia pensativa. - Que foi? - beijei de leve seus lábios.

- Tava aqui pensando... Tomara que ela não demore muito pra perceber isso, pois sempre quem sofre mais é nós mesmos que não nos assumimos, ainda mais agora com outra na jogada. - olhei para Angélica que agora estava sentada conversando animada com Melissa.

Mel, mesmo sorrindo, sempre desviava seu olhar para Cami, que agora havia expulsado Nicole que estava sentada ao lado de Vinicius.

- A Sam não exagerou quando disse que a morena era de parar o trânsito. Ai! - Becca me deu um beliscão.

Lagrimei.

- É assim, dona Emily? Pois vai lá com a morena de parar o trânsito. - ela falou, se afastando de mim.

- Oh, meu amor, só não é mais linda que você. - falei abraçando e a beijando.

- Mentirosa! Eu vou ficar gorda e você nem vai mais me desejar. - ela fez um bico lindo.

- Como não? É ai que vou te desejar mesmo, nunca ouviu falar que as grávidas ficam mais sexys? -  ela sorriu.

- Nem vai mais conseguir me colocar nos braços. - Rebecca ficava ainda mais linda com aquela carinha.

- Vou sim! Inclusive, já comecei a fazer exercício pra ficar forte e carregar meu amor quando ela tiver uma bolinha. - recebi um tapa no braço. - Vem cá. – a puxei para mais perto de mim. - Eu te amo de qualquer jeito.  Você sempre será a mulher mais linda e eu prometo te lembrar sempre disso... Até você enjoar... - a beijei delicadamente.

- Alguém vai querer ? - Olhamos para Sofia que trazia uma bandeja com uma jarra de suco.

- Eu vou. - Camila respondeu, esticando o braço para pegar.

- Gelado!!!

- Opa! Me desculpe. Deixa que eu limpo...

 Todos olharam para uma Angélica banhada de suco e depois para uma Camila com a maior cara de cínica. Podia jurar que aquilo foi de propósito.

 

Cássia

- O que o ciúme não faz... – Sam sussurrou para Paloma e eu.

- Vocês notaram que há uma marca de anel no dedo da Angélica? – Sam e eu olhamos para a mão da mulher, que sorria, enquanto Cami lhe dava alguns lenços.

- Será que ela é separada? Pode ser, não? – Sam franziu o cenho.

- Vamos almoçar... – minha sogrinha chamou.

Durante o almoço, o clima estava muito estranho. Alguns não percebiam, mas eu podia ver que mesmo não olhando para Melissa, Camila estava muito incomodada com a presença da mulher que conversava com Juliane e Micaela como se já as conhecesse há anos. Cami dava atenção ao namorado sem sal.

Eu o achava sem sal.

- Vai ter uma festa em uma casa noturna. Alex ligou e nos convidou... – Flávia comentou.

- Isabela e eu vamos sair mais tarde... – Nick respondeu.

- O que acha amor? – Emi perguntou a Becca, que era paparicada por Juliana.

Por falar nela... Fazia algum tempo que a mulher não parava em casa. Ela e a ruiva viviam grudadas. Se bem que, foram muitos anos separadas. Havia muito atraso para ser tirado. Me esforcei para não rir do meu próprio pensamento e ficar com cara de retardada na mesa.

- Eu quero ir... Quero dançar e namorar um pouco. – Cami se pronunciou.

- Estejam prontas as dez... Vamos andando, afinal não é tão longe assim. – Flávia decretou.

Depois do almoço, os mais velhos subiram e nós fomos ficar jogando conversa fora na piscina. Mel havia subido para trocar de roupa e Angélica a esperava, enquanto conversava com Amanda e Samantha.

- Amor, deixa que eu passo em você... – Vinicius pegou o protetor da mão de Camila e começou a passa-lo em sua costa.

Paloma e eu nos olhamos, revirando os olhos.

Nesse momento, Melissa apareceu. Seu olhar caiu sobre o casal ao nosso lado, mas logo desviou. Angélica se despediu das meninas e as duas sumiram de nossas vistas. Paloma me cutucou, olhando para Camila.

Ela ficou visivelmente triste.

“Não entendo esse povo que faz tempestade em copo d’água. Melissa tá louquinha pela rabugenta da Cami, mas essa trouxa insiste em não ceder. Ainda bem que os pensamentos não podem ser ouvidos, porque eu estaria mortinha agora se ela me ouvisse...”.

- Vocês duas... Venham aqui! – Samantha nos chamou. Paloma segurou a minha mão e fomos até onde a gringa estava.

- O que?  - perguntei. Ela me entregou seu celular que mais parecia uma televisão de tão grande. Olhei para a tela e fiquei muito surpresa.

- Deixa eu ver... – Paloma pegou o aparelho.

Seus olhos arregalaram.

- Mas, ela é... – as palavras morreram em nossas bocas.

- Isso mesmo... – Sam franziu o cenho.

- Vai contar pra Melissa? – minha namorada perguntou o que eu também queria saber. Sam soltou o ar com força e passou as mãos nos fios loiros, em um claro dilema.

- Vou ter que contar... Ela precisa saber.

- Eu sabia que existia algo nessa mulher que não cheirava bem...

 

Nanda

- Amor? Já acertei com a menina que vai ficar com a Mila está noite.

Entrei no quarto procurando por Aly e nem sinal dela.

 - Onde será que ela está?

Saí pela casa a sua procura. Quando cheguei à varanda paralisei momentaneamente, pois Aly dormia em uma rede. Jamais iria me cansar de olhar para ela dormindo, sua face sempre tão serena, sua boca de lábios perfeitos, entreaberta, e seus cabelos negros bagunçados. Ela parecia mais uma pintura de tão linda que era. Me aproximei e ajoelhei-me perto dela, tocando de leve em seu rosto.

- Estou esperando meu beijo. - ela falou ainda de olhos fechados, me fazendo sorrir.

- Não seja por isso, bela adormecida. - beijei seus lábios.

- Agora sim posso acorda. - ela abriu os olhos e eu me perdi ainda mais naquele azul.

- Desculpe, não queria te acordar. – falei, deitando na rede com ela.

- Eu não estava dormindo, só estava descansando os olhos. - Aly se aconchegou em meus braços.

- Hurum, sei! Roncando daquele jeito? - ela me bateu, adorava ver ela brava.

- Ei, eu não ronco.- Alice fez uma cara indignada, me fazendo gargalha.

- É não meu amor... - comecei a beija-la. - Você não ronca, só ressona.

Ela sorriu.

- Falou com a menina que vai ficar com a Mila? - ela me perguntou.

- Sim, já acertei tudo com ela, me pareceu de confiança. - lembrei da garota que a Poliana tinha me indicado, ela geralmente cuidava das crianças da vizinhança.

- E falando nela, cadê a loirinha? - perguntei, dando pela falta de Camila.

- Foi pra praia com a Alex e a Mari... - não deu nem tempo da Aly concluir.

- Eu vi Alex, ninguém me contou. - olhamos para Marília que entrava feito um furacão.

- Eu já te disse amor, eu não estava olhando para a bunda dela. Eu juro! - Alex vinha atrás acompanhada da Mila.

- Mentira tia Mari, eu vi ela olhando também. - Camila jogou mais lenha na fogueira.

- Tá vendo? Até a criança percebeu. - Marília olhou feio para Alex e em seguida saiu em direção ao quarto.

- Amor ela só está brincando. - Alex foi atrás dela.

- Ei, mocinha? Venha aqui. - chamei Camila.

- Oi tia Nanda... - ela se aproximou de onde estávamos.

- O que foi isso? – perguntei, colocando-a em meu colo.

- A tia Mari com ciúme da tia Alex. A tia Mari acha que ela estava olhando pra bunda da mulher lá na praia. - Mila falou sorrindo.

- E ela estava? - perguntei curiosa.

- Claro que não! - ela fez uma carinha engraçada.

- E por que você disse que também viu ela olhando? - fiquei sem entender.

- Porque é muito engraçado vê a tia Mari brava. - ela gargalhou. – E tia Alex tentando se explicar...

- Que pestinha. - olhei para Aly que também gargalhava.

 

20:00 da noite.

Isabela

Me aproximei da porta de vidro que dava acesso a visão maravilhosa da praia. A noite estava linda, o vento batia contra minha face e bagunçava os meus cabelos. Fechei meus olhos, aspirando o ar um tanto gélido.

Foi quando senti um corpo quente e macio se moldar ao meu e mãos habilidosas viajar por meu abdômen, seios e sex*. Ela estava nua, pois eu sentia os mamilos duros contra a minha costa.

Aquele corpo maravilhoso estava nu...

Mordi meu lábio inferior, sentindo minha intimidade ser explorada com tanta lentidão, que me fez ofegar e a outra brincava despreocupadamente com o meu mamilo que estava sensível, querendo ser devorado pela boca que estava grudada em meu ouvido.

- Me perdoe...

- Pelo... Quê? – meu short foi desabotoado e em segundos estava em meus pés.

- Por não conseguir ficar longe do seu corpo... – aquela voz sussurrada estava acabando com meu juízo.

Me virei, capturando aqueles lábios tão maravilhosos. Minhas mãos se perderam nos fios, enquanto sugava com necessidade a língua quente, macia. O corpo nu de Nicole roçava no meu, me deixando cada vez mais louca. Tirei as minhas roupas, sem barreiras agora para o acesso das mãos de Nick.

Entre tropeços, voltamos para o quarto, mas permanecemos de pé. Nick me pressionou contra a porta de vidro. Nossas bocas se separaram em busca de ar. Colamos nossas testas, eu cobri seus seios fartos com a minhas mãos, iniciando uma massagem preguiçosa.

- Ah, Isa...

- Eu adoro eles... – raspei com a unha os mamilos.

- Aaaah... Adoro quando me toca... – ela ch*pou o meu lábio inferior.  Senti seus dedos brincarem em meu abdômen e descerem até o meu sex*. – Molhada... Isa...

- Você me deixa assim... Nick... Ah...

- Assim eu perco a cabeça... – ela tirou a mão e se afastou poucos centímetros. Nossos olhares se encontraram e não me envergonho de dizer que ela encontrou muita luxuria nos meus. – Vem... Quero fazer amor com você naquele tapete...

Nick me conduziu até o lugar e somente naquele momento notei que havia velas em algumas partes do quarto. Ela deitou-se, me olhando com um sorriso repleto de malicia. Respirei fundo, sentando sobre seu quadril.

- Ah... – o som veio de ambas as bocas, quando nossos sex*s molhados se tocaram.

Comecei a me mover lentamente, vendo a minha amada lutar para não fechar os olhos. Suas mãos repousaram em meu quadril, o apertando com força. Joguei meu cabelo para o lado, colocando uma mão a cada lado de seu rosto e me projetei sobre ela, a beijando no ritmo que nossos quadris se moviam.

Mas, a calmaria logo se dissipou e a dança se tornou mais voraz, sendo possível ouvir o som de nossos sex*s em uma fricção enlouquecedora. O beijo foi cessado e o aperto em meu quadril ficou mais forte. Eu sentia aquela onda de prazer se aproximar.

- Aaaah... Eu...

- Eu... Vou com... Você...

E em segundos, o gozo veio forte e longo... Meu peito subia e descia rapidamente.

Só estávamos começando...

 

Sam

- Já contou a ela? – Paloma me cutucou.

- Ainda não... – olhei para Melissa, que parecia em outro mundo.

Ela olhava para o casal que caminhava à nossa frente. Cássia, Paloma, Mel e eu caminhávamos bem atrás de Amanda, Flávia, Emi, Becca, Camila e o namorado. Tia Juliane e Micaela disseram que viriam depois.

- E quando planeja contar? – Cássia sussurrou.

- Eu não sei... – dei um tapa nela, para fazê-la parar de dar bandeira.

Melissa voltou algumas horas depois que saiu com Angélica. Ela parecia um pouco distraída desde então. Esperaria uma oportunidade para conversar com ela sobre o que eu descobri hoje a tarde. Ela merecia saber no que estava se metendo.

A rua estava bem movimentada e logo já podíamos avistar a casa noturna. Alex, Marilia, Fernanda e Alice estavam em frente e se aproximaram quando nos viram. Um monte de mulher em uma boate e com o histórico que tínhamos, isso não iria acabar bem.

- Parabéns Marilia... – Flávia foi a primeira a cumprimentar a loira.

- Obrigada... – um pequeno alvoroço se iniciou. Depois de muitos ‘parabéns’, decidimos entrar e o lugar estava cheio. Os jogos de luzes eram de doer a vista, mas a música era maravilhosa. Tia Juliane e Micaela entram logo atrás, cumprimentando as meninas.

- Vamos beber uma rodada só pra nos soltarmos! – Marilia praticamente gritou.

- Como se você precisasse de bebida pra se soltar... – Alex parecia chateada.

- Vou fazer o pedido. Tequila pra todo mundo! – tia Juliane foi até o bar.

- O que houve com vocês? – Camila apontou para Alex e Marilia.

- Ela me acusou de olhar pra outra mulher, mas eu já disse que não fiz nada. – a morena rolou os olhos, nos fazendo ri.

- Gente, vocês estão mesmo com essas caras de idiotas por causa disso? – Nanda perguntou rindo.

- Diz isso pra ela... – Alex apontou para a namorada.

- Aqui... Peguem! – Juliane colocou uma bandeja com várias doses de tequila. – Menos a Becca...

- Salud! – gritamos juntas e bebemos o liquido que desceu rasgando.

- Eu quero dançar essa... – Melissa me puxou. – Me acompanha Sam...

Ela segurou a minha cintura, enquanto uma música da Sia tocava. Mel começou a rebol*r, me fazendo mexer junto com ela. Gargalhei, a vendo dançar igual uma criança. Olhei para a mesa aonde estávamos e vi a minha prima com um pequeno sorriso, olhando para Melissa.

“Quando essa tonta vai deixar de ser idiota e correr atrás da mulher que ama ela?”. Pensei.

Depois de algumas músicas, Mel disse que iria ao banheiro e eu continuei na pista. Minhas primas dançavam, espalhadas pela boate. Uma música da Rihanna começou, me fazendo enlouquecer.

- Será que eu posso ficar aqui? – senti uma mão envolver a minha cintura por trás. Imediatamente me virei e dei de cara com uma diaba ruiva. – Oi...

- O que você quer? – perguntei me afastando e a desgraçada sorriu.

Aquele sorriso me fez tremer da cabeça aos pés.

 

Ana Clara

Não sei e também não procurava entender, mas eu adorava provocar a loira com o sotaque engraçado. Vê-la ficar irritada só aumentava a minha vontade de lhe tirar ainda mais a paciência. Me aproximei novamente, segurando a sua jaqueta marrom.

- Você é muito abusada, garota... – ela me segurou pela nuca, me fazendo estranhar sua atitude.

Eu pensei que ela iria me dar um “chega pra lá”.

- Sabe o que eu faço com garotas como você? – ela se aproximou, ficando a centímetros de distancia. Encarei a sua boca, que logo esboçou um sorriso sacana.

- O que você faz, senhorita irritadinha? – senti um formigamento. Ela grudou a boca em meu ouvido e em um gesto de pura ousadia, colocou a mão sobre meu seio e deu um aperto forte.

Eu engoli o som que quis escapar. Me arrepie inteira.

- Nada!

Ela me empurrou e simplesmente me deu a costa. Fiquei parada no meio da pista, vendo a garota sentar ao lado das outras garotas que a acompanhava. Olhei para a mesa que Lívia estava e ela parecia estar rindo as minhas custas. Passei a mão em meu cabelo e decidi voltar para perto dela.

- Uau... Parece que encontrou alguém a sua altura, senhorita sedução. – bufei, tomando a caipirinha que estava sobre a pequena mesa. – Quando eu pensei que a garota iria ceder... Baaam... Um baita fora... – Lívia lagrimava de tanto de ria.

- Não vai ficar assim... Você vai ver. – entornei todo o liquido do copo. – Vamos dançar... Aquele carinha ali não para de te olhar...

Minha irmã olhou para o homem que ergueu seu copo com um liquido vermelho.

- Vamos... – Lívia saiu me puxando e eu apenas gargalhei. Ela era fiel demais ao namorado e qualquer tentativa de aproximação era sempre bloqueada por ela.

- As ruivas... – Flávia gritou, nos abraçando. – Quero ver se mandam bem...

- A Ana é a rainha da pista... – minha irmã me cutucou.

- Essa eu quero ver. – a loira, namorada de Flávia, piscou.

Começamos a dançar e automaticamente procurei a loira do sotaque engraçado. Ela dançava a poucos metros de onde estávamos. Seu olhar cruzou com o meu e dessa vez quem soltou um sorriso debochado foi ela.

- Você tá precisando de uma bebida... – olhei para trás e uma menina de cabelos curtos e roupas um tanto masculinas me oferecia uma bebida azul. Sua face me lembrava uma boneca. – Minha amiga ficou afim da sua...

Ela apontou para Samantha, que olhou em minha direção. Uma loira lhe oferecia uma bebida também e depois lhe cochichou algo no ouvido, fazendo ela sorri. Franzi o cenho, pegando a bebida da mão da garota e tomando tudo de uma vez...

- Me chamo Eliza... – ela falou próximo ao meu ouvido.

- Ana Clara... Sabe dançar, Eliza? – ela segurou em minha cintura.

- Quer que eu te mostre? – ela se afastou e sorriu. Olhei novamente para Samantha e ela dançava colada a outra loira.

- Com certeza!

 

Camila

Na mesa, estava apenas Emi, Becca, tia Juliane, Micaela e eu. as outras meninas haviam se espalhado pela boate.

- Olha só a Mel se dando bem... – tia Juliane apontou para a pista de dança. Olhei para o lugar e senti uma pressão no peito.

Aquela mulher que esteve mais cedo na casa da tia Carol, que sumiu com a Melissa depois do almoço, lhe beijava como se fosse sua dona. Segurei a barra do meu vestido com força e desviei o olhar para Vini, que voltava do bar com a caipirinha que eu havia pedido.

- O seu amor... – ele sentou ao meu lado, me beijando levemente os lábios.

- Obrigada... – sorri, tentando tirar a minha cabeça do que acontecia a metros daqui.

- Oh, meninas... – Cássia chegou gritando, chamando nossa atenção.

- O que foi, Cássia? – Paloma e Lívia estavam ao seu lado.

- É a gringa... Acho que ela tá um pouco...

- Hei! Vocês não vem? – Samantha chegou a mesa, abraçada a Ana Clara, que não parava de rir.

- Vamos meninas... Isso aqui tá demais... – elas saíram, sumindo entre as outras pessoas ali.

Nos olhamos, de olhos arregalados.

- Vou atrás da minha irmã... Eu nunca vi a Ana assim...  – Lívia saiu, tirando o celular do bolso.

- Que porr* aconteceu aqui? – perguntei abismada.

- A Sam estava... Estranha. – Becca franziu o cenho.

- Eu vou no banheiro... – levantei. – Já volto amor...

O caminho até o banheiro estava tranquilo. Entrei e duas garotas saiam no mesmo momento. Fiquei de frente para o espelho, pensando no que vi há poucos momentos. Não deveria me incomodar, mas incomodava.

- Talvez seja melhor essa mulher ter aparecido. Talvez... Aaah, quem eu quero enganar? Eu tô com... Ciúmes. – abaixei a cabeça. – Não acredito nisso...

- Ah, eu pensei que... – levantei a cabeça, olhando para o espelho e vendo o reflexo de Melissa, que me olhava fixamente.

- Eu não mordo... Diferente da sua gostosona... – quis me chutar no momento seguinte que deixei aquelas palavras saírem da minha boca.

Melissa se colocou ao meu lado, se olhando no espelho. Liguei a torneira, molhando minhas mãos e as levando até a nuca. De repente ficou um pouco mais quente. Respirei fundo, expulsando qualquer raiva ou agregados.

- Tá sendo como você imaginou? – franzi o cenho, mas não a olhei.

- Do que tá falando? – o que ela queria?

- Você e o grande amor da sua vida... – reconheci deboche em seus dizeres.

- É melhor do que sonhei... – respondi calma, mas só era aparência.

- Espero que sim... – olhei para ela, que não me encarava.

Respirei fundo, me distanciando dela para sair do banheiro. Rolei a maçaneta, mas a porta não abriu. Forcei mais um pouco, mas de nada adiantou. Coloquei as mãos na nuca, pedindo paciência. Não era possível que eu iria mesmo ficar trancada com Melissa.

- A porta tá trancada... – ela virou e me olhou, de cenho franzindo.

- O que?

 

Melissa

- A culpa é sua... – ela apontou o dedo em minha cara.

Eu fiquei irritada.

- Minha culpa? Tá louca? – me aproximei dela.

- Você foi a última a entrar... E agora, assim, no passe de magica, a porta tá trancada. – meu olho esquerdo tremeu.

- Eu não tranquei a porta... – falei cada palavra devagar. – Por que eu faria isso?

- Eu sei lá, me diz você... – ela aumentou o tom de voz.

- Claro, porque eu queria mesmo ficar trancada com a garota que vive me fudendo a cabeça... – ela abriu a boca e eu me arrependi de ter falado demais.

- Talvez preferisse a que te fode outra coisa... – ela me empurrou.

- E qual é o problema? Ela ao menos me quer... Me deseja. – bufei.

- Então, arrombe a porta e vai lá com a sua namoradinha... – Cami me olhou com raiva. – Come ela em algum canto da boate...

- Talvez eu faça isso... Qual o problema? Você não faz o mesmo com o seu grande amor? – ela me tirou do sério.

Aquela discussão não fazia sentido algum.

- Não é da sua conta! – ela avançou, me empurrando contra a parede do banheiro.

- Assim como não é da sua... – empurrei Camila contra a porta do banheiro, produzindo um barulho alto quando sua costa se chocou contra a madeira.

Ela respirava rápido, parecendo um touro raivoso. Seus olhos queimavam de raiva... E...

Não consegui concluir meu pensamento. Eliminei a distancia que existia entre nós, a segurei firme pela cintura e colei minha testa na dela. A minha respiração estava tão forte, que chegava a ser ruidosa.

E sem esperar mais, cobri os lábios de Camila com os meus, de forma afobada, quase beirando a selvageria e para a minha surpresa, ela enlaçou os braços em meu pescoço, respondendo ao beijo com a mesma fome que eu sentia.

O sabor era indescritível e a forma que o meu corpo correspondeu, me deixou quase que em pânico. Eu queria me fundir a ela, então a apertei contra mim e gemi enlouquecida quando a minha língua foi ch*pada com, eu diria, desespero. Meu corpo inteiro estava quente a minha calcinha totalmente molhada. Não era qualquer pessoa ali... Era ela.

E sem querer pensar muito, invadi o seu vestido e minhas mãos encontraram os seios firmes, médios e tão convidativos e ouvi o gemido abafado que terminou em minha boca. O ar pediu para entrar e nossas bocas se desgrudaram, mas nossos olhos se conectaram, em um duelo.

Passei a brincar com os mamilos, enquanto encarava Camila, que não desviava o olhar do meu. Senti minha boca secar e o meu sex* doer quando ela mordeu o lábio inferior.

- Eu sou...Louca. – sentia as minhas mãos queimarem. – Louca por você, garota...

- Ah... – ela gem*u, quando eu apertei com mais força os seus seios.

Eu queria fazer amor com ela, naquele momento e naquela posição.

Camila segurou a minha nuca e quando sua boca se aproximou da minha, ouvimos o barulho da fechadura sendo destrancada e passos rápidos, parecendo que alguém fugia dali. Nos afastamos em uma distancia considerável, ainda sem quebrar o contato dos nossos olhos...

Não acredito... Eu realmente beijei a mulher que me tira o juízo.

 

Caramba...

Fim do capítulo