-a Giulia está namorando sério aquela garota?

-o nome dela é Sabrina! E estar sim elas estão apaixonadas.

-eu não acredito nisso, a Giulia era completamente apaixonada por mim não é possível que de uma hora pra outra tenha me esquecido.

-você se acha não é?

-eu não me acho eu sou! E você bem que estava querendo ficar comigo naquela boate, só não ficou porque aquela garota interrompeu- era ali que a beleza da Italiana acabava, se achava a última gota de agua da terra.

-eu estava bebida naquele dia!

 Vejo se aproximar parando bem próxima de mim, o bastante pra sentir seu perfume em minha narina.

-mas hoje você não está!

-será possível que toda vez que vejo vocês duas sozinhas, essa ai está querendo te pegar!

A voz de Mary se faz presente próxima a nos. Meu susto foi maior ao notar o semblante de raiva da guia.

-porque a raiva? se você não pega, eu pego!

Se eu não interferisse Mary com certeza voaria no pescoço da Italiana, que mantinha um sorriso sarcástico nos lábios.

-pode parar as duas, ninguém está me pegando aqui!- falo olhando pra Mary que me encarava séria- e você porre ou sóbria você não irá me ter, estamos entendidas.

Sai de perto das duas praticamente correndo, meu coração estava disparado, não pela situação vivida a pouco e sim por ver Mary depois da noite anterior.

...

P/MARIANA

Na noite anterior assim que Amália corre de meus braços, retornei pra praia, não ia conseguir dormir com o turbilhão que estava minha cabeça. As garotas de mais cedo, as mesma que a recepcionista jogou piadinhas pra mim, estavam reunidas com um grupo que tocavam e aparentavam ter a mesma idade.

Fiquei de longe observando, não queria companhia! precisava pensar no que tinha acontecido a alguns minuto atrás, fixo em um ponto na escuridão, refletindo. Por tanto tempo quis senti-la, tê-la em meus braços, que agora parecia que eu estava sonhando. Cubro meu rosto com as mãos, e o cheiro de Amália em meus dedos me fez crer, que realmente tudo fora real. fecho os olhos lembrando dos gemidos dela em meu ouvido, sinto uma dor aguda em minha entranhas, puro deleito!

-está pensando em alguém?

Me assusto com a voz bem próxima a mim, era a garota de mais cedo, acho que Isabel seu nome!

-oi.  Não, estava apenas pensando- a garota não parecia ter mais de 20 anos.

-hum em alguém em especial! - falava com charme, eu não queria dar nenhum tipo de esperanças a ela, não depois do que vivi a pouco.

-sim, em alguém que a anos toma meus pensamentos!

-ela deve ser especial mesmo, pra não tê-la esquecido até hoje! – a menina era super bonita, em outra época não desperdiçaria a chance de conquista-la. Numa hora dessas já estava aos beijos com ela sem dúvida alguma.

-ela é sim especial, e só hoje descobri o quanto mexo com ela também!

-é uma pena, queria muito ter a oportunidade de te conhecer melhor! - a garota da os ombros, levanta-se, e segue em direção ao grupo que cantava e dançava próximo ao fogueira, que chegava a seu final.

Fui pra casa com uma única certeza, que não ia desistir de ter Amália novamente em meus braços, ia fazer ela enxergar que eu era mais que uma menina que se achava. Como ela se referia a mim.

Pela manhã, fui direto pra praia. Geralmente ia primeiro a pousada fazer minha refeição matinal, antes de começar o trabalho. Mas naquele dia alguma coisa me puxava em direção aquele mar. No meio do caminho, ainda um pouco distante vejo a Italiana e Amália bastante próxima uma da outra, meu coração disparou e meu sangue ferveu ao perceber o que viria a acontecer, se eu não me aproximasse.

Quem aquela Italiana pensava que era, minha vontade de dar-lhes uma boa surra, era grande. Depois que Amália se foi, me aproximo dela a olhando com raiva no olhar.

-não chegue perto mais de Amália, ela não é pro seu bico. Esta me entendendo?

- Ela gosta quando chego perto! -falava com deboche- enquanto não afastar Giulia daquela fazendeira...-respiro fundo ao escutar aquilo- quem sabe não consiga distração com outras coisas!

Minha vontade de dar-lhe uns bons tapas, mais não ia me rebaixar a tal ponto, até porque todos ali me conheciam, não queria expor Amália a qualquer falatório.

-se afaste de Amália, senão vai se ver comigo!

Enquanto me afasto, ainda escuto a risada de deboche da Italiana! ia ficar de olhos bem aberto pra essa tal Pietra, não só em relação a Amália, mas também a Sabrina, não ia deixar aquela mulher estragar a felicidade de minhas amigas.

Me afastei o máximo que pude, precisava esfriar a cabeça antes de encontrar a recepcionista novamente. Ainda mais que corria o risco, de ver a Italiana outra vez.

Precisava comer algo antes de começar meu de trabalho, o grupo de Isabel queria conhecer uma praia que era distante e de difícil acesso, eu teria que acompanha-los. Chegando na pousada vejo Amália distraída com alguma coisa no balcão de atendimento, e não percebe quando passo direto para o restaurante, melhor assim! ainda me perguntava o que ela fazia àquela hora na praia, com aquela zinha.

Tomo meu café com calma. Havia marcado de encontrar o grupo que eu acompanharia, em frente a pousada as 9:00 e com certeza as os integrantes do grupo, já deveriam estar à minha espera.

-Até que enfim chegou, já estava com saudades-Isabel quando me ver, me abraça pelo pescoço. Eu só faltei ter uma sincope, pois Amália observava toda a cena com raiva no olhar.

Gentilmente me sai do abraço que sabia não ter segundas intenções, mais para a recepcionista com certeza tinha até quinta intensão.

-já estão todos prontos? -pergunto para o grupo reunido- É uma boa caminhada! Quero que vocês se cuidem, levem agua e com calçado adequado, pois o caminho e de difícil acesso.

Antes de me juntar aos demais me aproximo da recepcionista.

-você não muda mesmo! Não pode ver um rabo de saia que se joga pra cima.

-corrigindo foi ela que me abraçou, e eu não dei em cima de ninguém. ela é apenas uma garota!

-até parece que esse fato te inibe de algo! - seu olhar era de puro ciúmes. Não podia nem reclamar, já que eu nunca escondi, que ficava com algumas mulheres que se insinuavam pra mim.

-pelo menos eu tenho fama e faço! E você com aquela Italiana! que eu não via a hora de se agarrarem na praia e em plena luz do dia.

-está com ciúmes Mari! - provoca

-fica longe daquela mulher, ela está somente querendo te usar pra atingir a Giulia.

-eu fico com quem eu quiser, ou você acha que não tenho capacidade pra me envolver com uma gata daquelas.

Meu sangue ferveu ao escutar aquilo. Seguro forte em seu braço.

-só estou te avisando, Não se aproxime dela! - largo seu braço e me afasto sem falar mais nada.

...

Havíamos acabado de nos vestir, estava abraçada a Sabrina que sentara-se a meu colo sua cabeça descansava em meu peito. Alisava sua barriga com carinho. Havia tomado um susto quando me falou da possibilidade de uma gravides indesejada, mas procurei me manter firme. Não queria que ela de alguma forma, achasse que talvez fosse renega-la. Minha maior preocupação não era pela gravides, não menti quando afirmei que amaria essa criança como a amava, afinal fazia parte dela. E sim com Leonardo, que faria de tudo pra se aproximar e sendo o pai tinha todo direito.

-que horas será sua consulta amanhã? - queria realmente acompanha-la, se acaso se confirmasse ela teria em mim, apoio total.

-As 16:00 consegui marcar com minha ginecologista!

-vamos amor, estou com fome! As horas passaram que nem notamos.

-humm minha fome é pelo exercício que pratiquei- fala de maneira dengosa, me fazendo rir.

Saímos da gruta abraçadas, não nos importando se alguém poderia nos ver. Sabrina depois da chegada de Pietra, parecia não se importar mais com que iam pensar sobre nós. Enquanto caminhávamos pela praia em direção a pousada ela segura minha mão, me fazendo mais feliz do que já me sentia, em tê-la a meu lado. 

-onde vocês estavam que sumiram a manha toda? - Geovane pergunta assim que pisamos na pousada-tenho uma surpresa pra você Sabrina...

-oi sereia vim passar uns dias com vocês, estou precisando descansar! -Bernardo surge logo atrás de Geovane, a caminho do restaurante.

-Be! Que bom veio nos visitar- Sabrina larga minha mão e abraça seu amigo.

-hum pelo que estou vendo, muita coisa mudou por aqui! - me olha sorrindo- é sério que a senhorita está de namorado novo, ou melhor dizendo namorada!

Sabrina fica parecendo um tomate de tão vermelha, mais não se deixou intimidar. Se solta do amigo se juntando a mim novamente, tomando minha mão.

-é verdade Be, Giulia e eu estamos juntas-Geovane bate palma.

-não te falei Be, agora só falta eu me arranjar- Bernardo revira os olhos. Desde o dia em que fomos a seu bar, havia percebido certo interesse da parte dele para com o amigo.

-  Vamos almoçar amor, você não pode está comendo fora de hora- falo sem querer, despertado a curiosidade dos amigos.

- como assim! - Bernardo questiona.

-pelo visto contou pra ela sobre suas suspeitas- Sabrina afirma com a cabeça, deixando Bernardo mais curioso ainda.

-já estou me coçando de curiosidade!

-venham almoçar conosco. Vou te contar Bernardo, antes que fique todo empolado.

Sentamos juntos com Amália que parecia distraída, pensativa. Quando viu Bernardo se jogou nos braços do amigo.

-nossa que recepção, isso é porque faz pouco tempo que não nos vemos!

Sabrina não tocou mais no assunto da “possível gravides” a conversa entre os amigos ficou por conta de Bernardo e Geovane. Eu estava de frente pra entrada do restaurante juntamente com minha amada a meu lado, quando Pietra entra olhando ao redor, procurando uma mesa vazia.

-não vejo a hora dessa mulher ir embora daqui da ilha- Sabrina percebe sua entrada, Be se vira juntamente com Amália querendo saber de que Sabrina Falava.

-Não é aquela garota da Boate que você...aiii- ele falava olhando pra Amália, que mantinha a expressão séria.

-o que foi Be? - Geovane pergunta assustado com o grito que o amigo deu.

-acho que alguma coisa me picou- fiquei desconfiada com aquela desculpa, simplesmente porque havia visto a mão de Amália em seu braço.

-é ela sim Bernardo, está hospedada aqui na pousada. Na verdade ela é ex namorada da Giulia!

-nossa como esse mundo é pequeno! Da Itália ao Brasil todos se encontram, isso está até parecendo novela do Manoel Carlos- Bernardo era uma figura, tanto quanto Geovane.

Pietra percebe nossa presença e se aproxima de nossa mesa, Sabrina segura minha mão por cima da mesa, assim que ela chega perto a encarando firme.

-Giu amore, quando iremos conversar?

-quantas vezes vou ter que falar que não temos mais nada a conversar! - sua insistência já estava me cansando. Conhecia Pietra muito bem, ela não era uma pessoa má, só não tinha discernimento pra entender quando um relacionamento acabava, pelo menos não quando, não era ela que terminava.

-enquanto não conversamos sobre o que aconteceu não vou desistir.

-nossa como você é insistente Pedrita! – Geovane insistia em chama-la assim.

-meu nome é Pietra!

-Porque não procura uma mesa vazia pra almoçar? - Amália fala. Parecia não muito à vontade, com a presença de minha ex namorada.

-ainda quero terminar o que começamos pela manhã na praia- a recepcionista arregala os olhos- mas dessa vez sozinhas, sem aquela garota pra nos atrapalhar- dá um sorriso debochado e se retira, sentando-se em outra mesa.

-que assunto é esse Amália? E que negócio é esse seu Bernardo, de levar minha irmã pra boate LGBT?

...

Aquela garota era insuportável, a olhava e não entendia como Giulia passou anos a seu lado. Não gostava nem de imaginar minha Italiana amando outra mulher.

Observei seu jeito com Amália, tinha alguma coisa que minha amiga estava me escondendo! ainda mais depois da indireta que dera a pouco. Vou ter uma conversa ela ou com Mari, que parecia estar envolvida até o pescoço naquela situação.

-Não era uma boate LGBT! Era uma boate normal.

-sei! só que deveria ter mais lesbica e gays, mais que o normal não é Sr. Bernardo.

-Geovane não fica colocando chifre em cabeça de cavalo, Mari e Felipe com sua namorada estavam lá, não aconteceu nada demais, quer dizer só o fato de ter conhecido Pietra- Amália toma a frente pra explicar.

Não acreditei nas palavras de Amália, muito menos seu irmão, que olhava desconfiado de Bernardo pra ela, ainda bem que esqueceram o assunto de mais cedo! não estava querendo expor aquela situação, por mais que considerasse os amigos como irmãos. Bastava Geovane saber.

Bernardo preferiu ficar hospedado em minha casa, era de praxe sempre que frequentava a praia dos sonhos. Depois do almoço levo meu amigo a minha casa e volto pra resolver algumas coisas que estavam pendente, já que havia me ausentado pela manhã.

Estava em meu escritório, quando recebo uma ligação de Rodrigo meu advogado.

-Boa tarde Sabrina! Preciso falar-lhe.

-Boa tarde Rodrigo, aconteceu algo?

-vou precisar me ausentar por alguns dias. Tenho uma amiga que será minha sócia aqui no escritório e a estou designando pra acompanhar você, em tudo que precisares em minha ausência.

-eu a conheço?

-Não! O nome dela de Dayse chegou a pouco tempo, estava passando por alguns problemas e resolveu voltar às origens. Não se preocupe somos amigos a muito tempo- faz uma pausa parecia pensar em algo- inclusive indiquei sua pousada a ela, pois quer descansar antes de começar o trabalho, é bom que você a conhece.

-que bom Rodrigo, sabe o quanto estou precisando de hospedes. Depois que Leonardo aprontou, vou precisar me desdobrar pra pagar o empréstimo da Giulia.

Ficamos conversando, ele me passando os detalhes a respeito de sua amiga, que ia chegar em dois dias.

-Amália reserve um quarto de frente para o mar em nome de Dayse Coimbra.

-hum quem é?

-Amiga e sócia do Rodrigo, vem passar uns dias conosco!

Percebo já ser tarde. Havia marcado com Giulia de sairmos, ia leva-la a um restaurante que ficava próximo ao trapiche, serviam frutos do mar. queria fazer algo diferente, tira-la da mira de sua Ex que parecia estar em todos os lugares onde íamos.

Passo na cozinha pra avisar Berta que ia sair, que não jantaríamos ali na pousada. Ficamos de nos encontrar em sua casa, por volta das 19:30 e eu ainda precisava ir em casa tomar banho. Converso um pouco com Berta e sai em direção a meu chalé, estava próxima a entrada quando sinto alguém segurar meu braço com força.

-que história é essa de você estar namorando com aquela Sapatão! - Leonardo me fitava com fúria no olhar.  

Fim do capítulo