Percebo já ser tarde. Havia marcado com Giulia de sairmos, ia leva-la a um restaurante que ficava próximo ao trapiche, serviam frutos do mar, queria fazer algo diferente tira-la da mira de sua Ex que parecia estar em todos os lugares onde íamos.

Passo na cozinha pra avisar Berta que ia sair, que não jantaríamos ali na pousada. Ficamos de nos encontrar em sua casa por volta das 19:30 e eu ainda precisava ir em casa tomar banho. Converso um pouco com Berta e sai em direção a meu chalé, estava próxima a entrada quando sinto alguém segurar meu braço com força.

-que história é essa de você estar namorando com aquela Sapatão- Leonardo me fitava com fúria no olhar. 

 Puxo com força meu braço pois ele já estava dolorido no local onde ele apertava.

-está louco, quem te deu o direito de gritar comigo assim! - ele estava irreconhecível, Barba por fazer, olheira nem parecia a mesma pessoa que namorei – e o que deixo de fazer da minha vida é problema meu, não temos mais nada não te devo satisfação!

-foi por isso que terminou comigo? Por causa dela!

Ele parecia não ter escutado nada que falei, estava fora de si.

-a única coisa que me interessa em relação a você é o meu dinheiro, que usou pra pagar sua dívida.

Ele me olha como que só agora ter voltado a si, vejo um certo arrependimento, mais não ia amolecer.

-eu juro que não quis fazer aquilo, como sua promissória ainda ia vencer e a minha já havia passado do prazo, achei que ia conseguir o dinheiro.

-não tinha direito de usar um dinheiro que confiei a você, se não fosse a Giulia estaria em maus lençóis.

Foi só escutar o nome da Italiana pra Leonardo novamente se revoltar.

-é por isso que está trans*ndo com ela? Porque ela te pagou? -Minha revolta foi tanta que desfiro um tapa em seu rosto. Não ia admitir esse tipo de insinuação, principalmente vinda de alguém que não pensou nem um pouco em mim, antes de me prejudicar.

-sua...-novamente segura meu braço, só que com mais força. Senti medo com o que vi no seu olhar.

-o que está acontecendo aqui? - Geovane abre a porta juntamente com Bernardo, seu semblante de raiva quando viu Leonardo, teria sido notado até por um cego-solta ela seu covarde!

Geovane empurra Leonardo, fazendo com que esse caísse no chão.

-quer virar homem agora Geovane! - Léo provoca assim que se recupera- pra quem gosta de homens, você empurra muito bem.

-falasse bem. Gosto de homens não de covardes! E se se aproximar mais uma vez de Sabrina, me verá descer do salto e não vai ser só um empurrãozinho que irá levar-ameaça com dedo a riste apontado pra Leo- Agora cai fora, daqui antes que me arrependa e lhe de a surra que merece.

-isso não vai ficar assim! - Leo faz menção de ir pra cima de meu amigo, mais Bernardo se aproxima intimidando esse.

-se manda seu canalha! -Be com todo aquele tamanho, quando queria era ameaçador. E naquele momento sua expressão não dava duvidas que se fosse preciso, avançaria em meu ex namorado.

-Você está bem? - Geovane se aproxima passando a mão em meu braço, no local onde estava vermelho-Sabrina, tens que tomar cuidado, esse cara está completamente transtornado! se não chegássemos com toda a certeza ia te machucar mais ainda.

-nunca imaginei que ele seria capaz de tal ato! Não quero que fiquem comentando sobre o que aconteceu, apesar de tudo não o quero prejudicar.

Meu amigo revira os olhos, mais concorda. Entramos os três, ainda ia me aprontar pra jantar com Giulia. Esperava que o vermelho de seu braço sumisse logo, não estava querendo falar com o assunto com ela, queria somente curtir sua amada sem pensar nos problemas que com toda a certeza estariam por vir.

As 19:30 em ponto encontro Giulia na entrada da pousada, ela estava linda como sempre. Usava um vestido preto colado em um formato V Na costa, e um salto não tão alto, mais a deixando mais imponente ainda. Eu preferi optar por uma calça social, salto e uma blusa de ceda meia manga cobrindo o vermelho, que ainda teimava em marcar meu braço.

-oi amor, você está linda! - me aproximo depositando um beijo em seu rosto.

-você não está linda! você é linda! - aquela mulher fazia com que esquecesse meus problemas, ela conseguia me transmitir uma paz fora do normal!

Fez bem eu sugerir que saíssemos para jantar, a muito tempo não me sentia tão bem na companhia de alguém. Conversamos muito, até esqueci o ocorrido de mais cedo. Estávamos em seu quarto ela com a costa apoiada nos espelho da cama, e eu encostada em seu peito. Conversávamos sobre a consulta que iria ter no dia seguinte, quando ela sobe a manga de minha blusa.

-o que isso Sabrina? Quem fez isso em você?

Por instinto baixo a manga de minha blusa, cobrindo o local ainda vermelho.

-Não foi nada, me machuquei!

-isso está parecendo uma mão Sabrina! – ela agora estava sentada a minha frente olhando em meus olhos- foi aquele cafajeste que te fez isso, Não foi?

-ele estava nervoso pois descobriu que estamos juntas.

-ele é um Canalha, um covarde...

-Geovane e Bernardo me defenderam, colocaram ele pra correr.

-não quero nem imaginar, o que ele teria feito contigo se os meninos não estivessem por perto. Sabrina esse canalha não vai desistir, não quero que você fique andando sozinha por ai, com ele rondando a pousada.

-eu não posso me privar de andar por ai porque o Sr. Leonardo está com o orgulho ferido!

-só me promete que vai se cuidar, por favor!

Confirmo com a cabeça, ela me abraça apertado, como não querendo mais me soltar daquela segurança que era seus braços.

...

P/ AMALIA

Não vi Mari praticamente o dia todo, desde que saiu com o grupo das meninas que babavam nela na noite passada. não conseguia pensar em mais nada a não ser nela com as garota “Será que ela vai ficar com a tal Isabel?” minha mente não parava de se fazer essa pergunta, o ciúme dominava meu interior só de imagina-la tocando, beijando a outra como fizera comigo.

Outra que sumiu foi a Italiana, mais essa eu dava Graças de não estar tentando me seduzir. Já tinha percebido que Pietra, apesar de querer Giulia de volta ,não perdia tempo quando o assunto era mulher. Devia aprontar todas quando era casada com a Italiana de Sabrina.

-Acabei de ver Pedrita com uma hospede indo lá pros lados da Gruta dos prazeres, essa parece que quer disputar com a devastadora!

Sinto um calafrio na simples menção a pessoa de Mari, era assim todas as vezes que imaginava a guia pelos cantos da Ilha com alguma hospede.

Geovani me olhava com desconfiança, sabia que aquela conversa mais cedo ou mais tarde ia acontecer, meu irmão me conhecia muito bem.

- você é lesbica? - Ele pergunta me olhando nos olhos, apesar de ser Gay e termos amigas lesbicas, não sabia sua opinião em relação a mim.

- você tem alguma coisa contra! - baixo minha vista, estava nervosa.

- claro que não!  Quero mais e que você se multiplique e deixe todos os bofes lindos pra mim- apesar de nervosa, não aguento o jeito afetado de meu irmão.

- mas saiba que acho uns rapazes bem gatinho. E ainda não desisti deles!

- isso é porque nunca provou uma bucet*, pois no dia que provar, tenho a certeza que nem vai mais querer olhar pra nenhum bofe!

-quem te escuta falar, vai achar que até gosta de uma.

- cruz credo, falo isso porque tenho uma bela amostra disso, Sabrina! Provou e não largou mais...tenho até urticária só de me imaginar tocando em uma -ele me fita agora mais sério- pelo menos já ficou com alguma mulher?

-só de beijo- já não fazia mais sentido querer fugir, ele já tinha dado o primeiro passo restava a mim, concluir a conversa.

-o que está rolando entre você e a desvas...- olho séria pra ele-quer dizer Mari!

-não está rolando nada, ela que não pode ver uma perna feminina de fora, que já sai que nem um cachorrinho.

-sempre soube que isso era ciúme, puro tesão enrustido! - meu irmão proclama como se tivesse encontrado a cura de alguma doença- se quer saber se é bom mesmo, porque não dá logo pra Mari, ela parece ter pegada- meu irmão não tinha jeito mesmo, olha o conselho que me dá!  

- o que estão conversando?

-Bernardo leva meu irmão daqui, antes que ele me dê mais algum conselho.

-o que você está aprontando Geovane?

-só falei pra ela que se ela quer mesmo ter certeza ser Lesbica, que desse logo pra Mari.

-esse conselho já cansei de dar, mais ela não me escuta!

-vão embora daqui antes que eu perca a paciência!

Os dois saíram rindo, não conseguia acreditar que meu irmão havia me dado um conselhos daquele. Por volta das 16:00 vejo o grupo que saiu com a Guia, retornando. Mari vinha logo atrás conversando com a Tal Isabel que era só sorrisos para seu lado.

-adorei o passeio Mari, os Lugares que nos mostrou realmente são lindos!

-precisando é só me procurarem, a Taina me falou que ficarão por mais uma semana na ilha!

-Verdade! Vamos acampar por uns dois dias no camping próximo a cachoeira, quando chegávamos Na Capital falaram-nos que é magnifica a paisagem.

-realmente vocês iram gostar, já percebi que gostam de uma aventura! Qualquer coisa é só me chamarem.

Aquela conversa ou melhor melação estava me enjoando, Mari me olhava eu fingia que não estava prestando atenção em nada, mas por dentro estava furiosa. A guia se despede do grupo aproximando de onde estava.

-boa tarde Amália! É verdade que o Bernardo está aqui na pousada?

-as notícias correm rápidas, passaste o dia com essas pirralhas e ainda teve tempo de saber das novidades- falava com deboche, não conseguia me segurar quando se tratava dela.

-Pelo visto voltou ao que era antes, mesmo depois do que aconteceu ontem- me olha intensamente, no rosto carregava um sorriso safado- pro seu governo acabei de encontrar a Diana antes de entrar, foi ela que falou a novidade!

A simples menção do ocorrido na noite passada fez meu coração palpitar mais rápido, ela mexia comigo de uma forma absurda. Lembro do que meu irmão falou sobre só saber o que realmente queria, quando ficasse realmente com um a mulher.

-vi tua Italiana mais cedo e estava muito bem acompanhada! - fala sarcástica.

Isso só confirmava minha teoria sobre Pietra. Com toda a certeza aquela ali, somente queria se divertir, acho que só queria Giulia mesmo por ter sido rejeitada...puro orgulho ferido!

-Ela não é MINHA ITALIANA! –Falo com ênfase- aliás acho que ela não é de ninguém!

....

P/MARI

Percebo os olhares de Amália enquanto conversava com Isabel e sua amiga. Durante a manhã não tive muito tempo de pensar no que havia acontecido, o grupo que me acompanhava eram de 6 pessoas e pareciam com ganas em conhecer os locais de mais difícil acesso, daquela trilha que nos levaria a algumas das praias mais distante da Ilha.

Isabel sempre muito atenciosa comigo tentava se aproximar cada vez mais. Eu não queria confusão com Sabrina que já havia me chamado atenção, muito menos com Amália, que parecia enciumada com a presença da garota. Me sai das investidas da menina a todo custo, ficava sempre ao lado de Sofia e Pedro integrantes do grupo. Somente na hora de pararmos pra almoçar em um restaurante localizada na praia das rochas, é que minha mente vagou sobre a noite anterior. Fiquei em uma mesa afastada do grupo, pois queria refletir sobre o que ocorrera em minha vida durante aqueles anos, desde minha separação com minha primeira namorada. Amália mexia comigo de uma forma mais intensa que Leticia, essa vontade de tê-la pra mim desde que a beijei a primeira vez, era novidade pra mim. 

-Você gosta mesmo dessa pessoa, não é?

Estava tão concentrada pensando em Mari, que não noto Isabel se aproximar sentando-se a meu lado.

-gosto sim, pensei já ter esquecido mais não consegui!

Já que era pra afastar qualquer possibilidade de conquista da garota, teria que ser sincera, pelo menos com parte da história.

-tentei ficar com outras pessoas na intensão de tira-la de minha vida, mais foi tudo em vão!

-essa garota deve ser uma idiota em não estar contigo-olho pra ela pensativa. Eu também fui idiota, ficando com outras pessoas para provoca-la, agora tudo parecia fazer sentido, fazia questão de passar na “cara de Amália” as mulheres com quem ficava, como que pra provar a ela que outras me queriam. Foi sempre isso puro orgulho ferido. Se desde início tivesse agido diferente, entendido o lado dela, afinal ela nunca havia se envolvido com uma mulher, talvez as coisas fossem diferentes.

-tive minha parcela de culpa também!

Ficamos algum tempo caladas até Sofia chamar por Isabel, voltei minha atenção para algum ponto no mar.

-se quiser conversar sabe onde me encontrar- lhe dou um sorriso antes dessa se retirar.

Penso em meu amigo Felipe e nas vezes que ele me aconselhou conversar com Amália. Eu sempre achava um erro, já que ela se dizia Hetero convicta. Talvez se tivesse prestado mais atenção nas coisas e não somente nas pernas e seios das hospedes, como ela dizia! Tivesse feito tudo diferente.

Sinto meu celular vibrar, ao olhar o visor mal acredito!

-oi meu amigo! - Felipe tinha o dom de saber quando eu não estava bem comigo mesma, era sempre assim, nas horas que mais precisava conversar ele ligava- você como sempre adivinhando meu estado de espirito!

-aconteceu alguma coisa? Deixa adivinhar, Amália! - solto uma gargalhada, não era bem adivinhação pois todas as vezes que me ligava, estava com meu pensamento envolto na recepcionista.

- Nem te falo Felipe...-começo a narrar o que havia acontecido na noite anterior, sem os detalhes íntimos, inclusive a chegada de Pietra na ilha.

-sempre te falei que era exatamente isso que ela precisava, quer dizer que vocês precisavam. Agora só falta se pegarem realmente, estou falando no sentido de “foda” da palavra- começo a rir novamente, meu amigo não existia- estou falando sério, não quero nem estar na ilha, quando resolverem saciar esse tesão vocês tem uma pela outra... “essa ilha vai sacudir”.

-falando sério Felipe, vou sim ter Amália pra mim. Como sempre me disse. Se não conseguir esquece-la até agora, vou inverter essa situação e tentar conquista-la.

-essa é minha menina!

Volto para o presente, ainda olhava Amália que parecia incomodada com minha análise.

-acho que precisamos conversar sobre o que aconteceu ontem, não é? –ela me olha sem fazer nenhum comentário- se te convidasse pra jantar amanhã em minha casa, você aceita? - fiquei com medo de receber uma negativa, ou pior dela usar de sarcasmo para recusar o convite.

-que horas? - fiquei tão surpresa que demorei pra assimilar sua aceitação.

-as 20:00 hr está bom pra você? - ela confirma, me despeço sorrindo com esperança de ter feito, pelo menos dessa vez, a coisa certa.

....

Estava possessa com aquela situação, minha vontade era descarregar minha raiva naquele idiota, mas procurei me controlar. Como teve a audácia de machucar Sabrina, ainda teria uma conversa com aquele canalha!

No dia seguinte a nossa saída, apesar de não demonstrar estava ansiosa com a sua consulta ao médico. Naquele dia teríamos a confirmação ou a negação de sua gravidez. Se realmente estivesse gravida, teria que se desdobrar para manter Leonardo a distância, apesar de ser o pai do possível filho de Sabrina não o deixaria chegar perto, principalmente agora de ter se mostrado uma pessoa descontrolada.

Estávamos a caminho da Clínica onde seria consultada, ela também estava nervosa, apesar de não falar, conseguia sentir em seus traços.

-calma amor vai dar tudo certo, estarei sempre com você- ela me sorrir como se agradecendo.

-Eu te amo Giulia, com você ao meu lado sei que tudo dará certo!

Estávamos no consultório com a Doutora Carmem esperando pelo resultado do exame, eu já estava nervosa mas não queria demonstrar. A secretaria da medica entra no consultório entregando-lhe o resultado, meu coração foi a mil quando a medica olha sorrindo para Sabrina.

Fim do capítulo