Uma semana antes da Bah estar pronta pra tentar o processo de inseminação mais uma vez, eu também estava pronta para fazer a minha tentativa. É isso mesmo, eu iria tentar engravidar também.

Sim, isso ai, tudo em sigilo. A única pessoa que sabia era a Dona Margarida, minha mãe, que ficou toda feliz e empolgada com a ideia. Estava alucinada com a ideia de ser avó.

Ela seguia firme e forte na reabilitação. Cada vez mais envolvida com seus novos projetos pessoais e sociais. Acho até que está namorando escondido de mim e do Ju, vê se pode? É cada uma!

Voltando a minha inseminação. Deixe me voltar um pouquinho no tempo. Eu congelei meus óvulos a 5 anos atrás. Ninguém sabia disso. Um dia me veio a ideia na cabeça, fui lá e congelei.

Depois do término com a Andressa eu desisti totalmente da ideia de ter filhos e até acho que minha mente me fez esquecer que tinha meus óvulos congelados numa clínica de fertilidade. Entretanto, depois das decepções da Bah nos procedimentos, eu decidi que ajudaria ela a realizar o sonho de ter um filho nosso.

Mesmo que a barriguda da história fosse a outra mãe. Eu tinha que tentar, era mais uma semente da nossa família, a realização do nosso sonho.

Dona Margarida estava lá comigo quando realizei o procedimento. Achei que fosse estar mais tranquila, mas estava ansiosa, agitada, foi mesmo bom ter minha mãe do lado pra me distrair e segurar a minha mão.

Lógico que preferia a mão da Bah, mas ela já estava com dificuldades de enfrentar a própria decepção pelo insucesso de suas tentativas. Imagina então se as minhas também não funcionassem bem.

Ufa. Procedimentos realizados, tanto em mim, como na Bah, na semana seguinte. Agora era só esperar e acompanhar pra ver se uma das sementinhas que plantamos brotaria. Seria realmente a realização de um sonho se as duas brotassem ao mesmo tempo.

Já imaginou? Seria uma loucura, eu sei, uma loucura e uma felicidade sem tamanho também.

Como a Bah contou a vocês, na semana seguinte fomos viajar em família. Algo rápido, fomos até a Argentina, dar uma relaxada.

Não foi uma daquelas viagens super programadas por mim não. Eu quis só "fazer um carinho" nos gêmeos. Eles ficaram bem sentidos com o final dos seus respectivos relacionamentos. O que era super compreensível.

Anna veio de um relacionamento longo, que foi se desgastando com o tempo. E Beto foi com certeza um divisor de águas na vida dela. Ela era uma menina sonhadora quando começou o namoro, e agora continua sonhando, mas é uma mulher batalhadora e determinada. E sendo assim não se sujeitou a ter nada menos do que a sua felicidade.

O Beto veio aqui algumas vezes depois do término, ele e Anna tinham bastante dificuldade pra conversar. Me lembrou meu término com Andressa, engraçado como "do nada" a gente perde anos de intimidade e cumplicidade, como a gente fica sem saber o que falar e como agir.

Eu e a Bah conversamos muito com ele. A gente queria que ele ficasse bem. Contamos a ele nossas experiências nos nossos relacionamentos anteriores e explicamos o quanto foi importante dar um fim no momento correto e conseguir seguir. Embora não sem dor.

Com Lourenço não foi muito diferente. Donatella o abraçou no momento mais conturbado da vida dele e ao lado dela ele se transformou de um moleque mimado que não media as consequências dos seus atos em um homem de princípios e dedicado aos seus objetivos.

Interessante que ambos os gêmeos propuseram um fim nos seus relacionamentos e isso fez com que os dois se aproximassem mais um do outro e de nós, o restante da família também. Ah como era bom ter os dois mais perto de nós nessa fase tão importante da nossa vida e do nosso relacionamento.

Ah, esqueci de dizer, depois do término com o Lourenço, Donatella foi embora. Parece que havia passado no vestibular na cidade vizinha e simplesmente foi.

Achei Anna bem sentida com essa mudança da "amiga". Acho que ela tinha esperança de se reaproximar da amiga agora que ambas estavam solteiras. Detalhe, Dona não se despediu de ninguém e mudou o número do telefone, ou seja, estávamos sem contato algum com a morena da cor de chocolate.

Acho que deu pra justificar a viagem, né? Os gêmeos mereciam relaxar num ambiente bem longe dali.

Desembarcamos na Argentina, todos nós e minha mãe. Quase que minha esposa fica por conta do Billy. Nossa, como ela mimava aquele cachorro comedor de chinelos e sandálias.

O pequeno dog ficou com o irmão dela. Mas deu o show particular dele quando percebeu que entramos no carro e ele ficou. A Barbara até chorou. Da pra acreditar?

Curtimos muito os nossos 5 dias de viagem. Comemos muito bem, não bebemos devido aos procedimentos. Mas passeamos, ouvimos música boa e demos muitas risadas. Ah, família reunida é a melhor receita pra felicidade garantida.

Fim do capítulo