O final de semana chegou e com ela nossa ida ao resort. Claro que a minha esposa judiou o quanto pode de mim na piscina. Mas depois nos amamos intensamente na nossa suíte, reservada por ela.

Sabe, a mania dela de controle com relação a essas coisas não mudou depois que casamos. Vocês têm que ver como é quando vamos viajar em família. Quando viajamos nas férias de julho ela já começa a programar as férias de final de ano, e quando viajamos no final de ano ela programa as de julho.

A minha esposa é uma graça gente. Finjo me chatear com essas coisas, mas me divirto muito quando vejo ela planejando as nossas viagens. Claro que sempre que podemos fugimos pra algum lugar com ou sem os nossos filhos.

Meu escritório expandiu. Nem contei né, mas o Paulo foi embora e vendeu a parte dele do escritório pra minha amiga, a Juh, lembram dela?! Então, depois que iniciamos a sociedade abrimos um outro escritório em uma cidade vizinha, e volta e meia eu ou ela vamos lá dar uma checada no funcionamento. Contratamos a mão de obra toda da cidade vizinha, mas as empresas que servem os escritórios são as mesmas.

Não tenho do que reclamar da vida gente, casei com a mulher que amo. Meus filhos não me dão trabalho algum, graças a Deus o Lourenço está bem novamente. A Carla passou em um concurso e tá lecionando em uma Universidade em Lisboa e definitivamente me deixou em paz.

Depois da noite maravilhosa que tive com a minha linda esposa acordamos com o celular tocando. Era o Ju preocupado com o Billy, ele tinha comido um projeto do Lourenço e parecia não estar bem.

Nossa fuga do final de semana acabava ali, afinal estávamos com três filhos com problemas. O Billy por ter comido o projeto, o Lourenço que deveria estar quase arrancando os cabelos por isso, ele tinha passado a semana inteira fazendo ele. E o Ju que estava preocupado com o Billy.

Chegamos em casa um pouco depois das dez, e nos dividimos para resolver os problemas dos 3. A Cléo ligou pro veterinário que pra nossa sorte estava disponível naquele momento, e seguiu ao encontro dele com o pug e o Ju.

E eu fiquei com o Lourenço ajudando a refazer o projeto. Depois precisaríamos conversar com eles sobre esse pequeno acidente. Agora que tínhamos um cachorro em casa, certas coisas não podiam ficar espalhadas.

O Billy comeu apenas uma parte da planta baixa que Lourenço estava fazendo. Terminamos ela um pouco depois das três da tarde, horário que o almoço estava sendo servido.

A minha filha que estava na praia tadinha, chegou meio dia e nos encontrou em meio a muitos papeis. E resolveu nos presentear com uma bela macarronada, e enquanto terminava o projeto com o Lourenço aguardávamos a volta da minha esposa, que chegou um pouquinho antes de finalizarmos o projeto.

O veterinário preferiu observar o Billy, ele estava com a barriguinha inchada e quando tocava no local chorava. Por isso o veterinário fez uma lavagem e o deixou em observação por algumas horas.

Almoçamos num clima descontraído, os domingos costumavam ser assim. A gente sempre almoçava junto. Uma vez ou outra o Beto ou a Dona estavam presentes, mas na maioria das vezes éramos apenas nós.

Como o Billy estava bem melhor, no final da tarde a minha Cléo nos convidou para ir ao cinema assistir "Mulher Maravilha". Queria muito assistir o filme, mas na hora de sair meu bebê ficou com a carinha tão triste. Nossa, me partiu o coração. Sai quase arrastada de casa pela Cléo e nossos filhos, que estavam preocupados com o horário da sessão.

Não sabia em que momento todos tinham ficado insensíveis daquele jeito. Fui o caminho inteiro de cara feia. Estava preocupada com meu Billy sozinho, tadinho.

Chegamos ao shopping e nossos filhos foram comprar os ingressos enquanto olhávamos umas vitrines.

– Amor, você vai mesmo ficar emburrada assim? – Cléo me perguntava enquanto caminhávamos de mãos dadas entre uma loja e outra.

– Vou. – respondi sem olhar pra ela.

– Dengo ele tá bem. O veterinário falou que ele estava ótimo quando saímos de lá. Ele foi pra casa fazendo a maior farra com o Ju no carro. Ele tava de manha, você sabe que ele fica assim quando você vai sair.

– Mesmo assim, ele teve um dia difícil. Não deveria ficar sozinho. – soltei a mão dela e passei a caminhar de braços cruzados.

– Amor, serio que vamos brigar por conta do Billy? Eu já disse pra você que ele tá bem. Foi só manha pra você não sair. Vem cá – me abraçou e me deu um selinho. – Eu amo você minha birrenta linda. Agora vamos, o Ju mandou mensagem dizendo que já estão na fila da lanchonete, e que a sessão começa daqui a pouco.

Seguimos pro cinema. Nossos filhos pareciam que iam pra uma guerra e estavam guardando comida para toda ela. Era muita besteira que tinha nas mãos deles. Nossa.

O filme foi espetacular, superou as minhas expectativas. Saímos do cinema e nossos filhos queriam jantar. Me perguntei naquele momento pra onde ia tanta comida.

Sentamos em um restaurante escolhido por eles, nessa noite nem pagantes nós éramos, estávamos ali como convidadas deles, não nos deixaram pagar nada, e fizeram questão de nos dar presentes antes de irmos embora.

Eles disseram que era o presente de aniversário de casamento que eles não tinham nos dado ainda. Muito fofos os nossos filhos. Chegamos em casa quase as onze da noite.

Quando a minha esposa abriu a garagem encontrou o pé de uma sandália dela largado e seguiu até onde ficava a casinha do Billy, chegando lá encontrou o outro pé todo mordido. A Cléo ficou uma fera, o Billy de pirraça ainda pegou o pé que tava inteiro e saiu arrastando pela garagem. Desci do carro perguntando:

– O que aconteceu aqui?

– O seu filho Bárbara, olha o que ele fez. – ela balançava a sandália que ele tinha destruído.

– Amor calma.

– Calma Bárbara, calma? Serio que está me achando nervosa? Ele destruiu a sandália que você me deu, sandália essa que estava longe do alcance dele. E pra completar de pirraça quando eu reclamei ele saiu esticando pela garagem o pé que deixou inteiro.

– Dengo não grita com ele, ele é pequenininho. Olha como ele tá. – o Billy tava todo encolhido no meu colo. – Te compro outra sandália amanhã.

– Ele tá assim por sua causa, ele sabe que você passa a mão na cabeça dele. Por isso tá assim.

– Ei amor, também não é assim. Eu reclamo com ele sim.

– Sei a sua forma de reclamar dona Bárbara. Eu vou tomar um banho. E não precisa comprar outra sandália pra mim, pode deixar que eu compro.

Ela saiu e eu fiquei mais um tempo com o Billy no colo, chamei a atenção dele por conta do ocorrido com o projeto do Lourenço e com a sandália da Cléo e fui para o quarto.

Encontrei minha esposa saindo do quarto do Ju, e segui com ela pro nosso quarto.

– Ei, toma banho comigo? – disse isso enquanto me livrava das minhas roupas.

– Acabou a sua birra já foi? Que... – só agora ela tinha se dado conta, que eu estava praticamente nua falando com ela.

– Vem amor, tá frio. – estiquei a mão pra que ela pegasse. – Vem dengo.

Ela pegou minha mão e seguimos para o banheiro. Nos amamos e depois de saciarmos a vontade dos nossos corpos fomos dormir.

O mês passou de forma tranquila pra nós, mas com ele chegando ao final fui ficando meio nervosa, no início do próximo mês ia fazer uma nova tentativa de inseminação, a Cléo aparentava uma calma e um controle tão grande que eu ficava mal de pensar que aquela tentativa pudesse não dar certo.

Preferi não ficar pensando naquilo. Esqueci de falar pra vocês também que no passar do mês meus filhos contaram para nós no mesmo dia que tinham terminado seus respectivos relacionamentos, é uma coisa atrás de outra.

Mas apesar dos problemas eu estou amando ter uma família grande e muito unida. Apesar dos problemas de vez em quando nos amamos muito e nos respeitamos. Agora a Cléo está planejando uma viajem para o meio do mês que vem, duas semanas após o procedimento de inseminação.

Ela quer nos levar para o campo. Estamos todos muito empolgados com a ideia. Agora basta esperar a inseminação e o dia da viajem.

Fim do capítulo