Maktub por Dayramazotti
Música do cap.
https://www.youtube.com/watch?v=1Zqo3rrDIaQ
Capítulo 10
Tínhamos o restante do dia livre, fazia muito calor naquela tarde de domingo. Já passava das onze quando saímos do quarto, senti um cheiro bom no ar ao passo que fomos chegando mais próximas da cozinha, dona Célia estava com o semblante abatido da noite mal dormida. Ao nos ver chegando, abriu um enorme sorriso.
- Bom dia meninas, pelo visto dormiram bem, estão com carinhas felizes. - disse, colocando café para nós.
- Dormimos como pedras, mãe... Há tempos não tenho uma noite tão boa. - Sorriu e me olhou com cara safada, piscando um olho para mim. Senti um frio na barriga com esse gesto e sorri de volta.
- Que bom minha filha, agora comem alguma coisa, estou fazendo um assado para o almoço. Vocês vão almoçar comigo, né? - perguntou com carinha triste difícil de resistir.
- Se a Ana quiser, sim...
- Lógico que aceito, sabe que é sempre muito boa a sua companhia, além do mais o cozido da dona Célia é sem igual. - respondi ternamente, olhando a com carinho.
Tomamos nosso café calmamente e fomos sentar na varanda. Adorava aquele lugar da casa dela, na frente existia um jardim muito bem cuidado, com diversos tipos de flores e folhagens, sua mãe amava aquelas plantas e cuidava com todo amor do mundo. Estava perdida em meus pensamentos quando a voz dela me despertou.
- Depois do almoço poderíamos fazer uma sessão cinema, o que acha? - Disse fazendo bico.
- Ótima ideia, mas poderia ser lá em casa? Assim podemos ficar no quarto sem ninguém nos incomodar. - Perguntei cheia de segundas intenções.
- Melhor ainda, minha linda. Respondeu com um sorriso lindo.
Parecia um sonho, tê-la ali comigo, tinha a impressão de que a qualquer momento fosse acordar e tudo sumir. Almoçamos em clima descontraído, o cozido estava divino. Ajudamos com a louça descansamos um pouco e partimos para minha casa. Não morávamos longe uma da outra, mas como fazia muito calor fomos de carro, ela ligou o radio e tirou um pen drive. Olhando nos meus olhos colocou uma música.
Sempre que ouvia essa música, pensava em você e no desejo de querer ficar ao seu lado,
Os primeiros acordes ecoaram dentro do carro, observei em silêncio, enquanto ela cantava baixinho olhando sempre para mim.
- Eu não sabia mais sonhar
Eu preferia só ficar, sozinha nessa estrada
Eu esquecia quem sou eu
Eu refletia como o breu, antes da sua chegada.
Você me trouxe o porquê
Me fez sorrir por merecer
Me deu seu horizonte e a ponte pra acessar
O brilho desse sol em mim e a coisa toda de ruim
Se foi.
Acordo antes de você só pra ver o teu sorriso
Quando abre os olhos e me vê.
Pronto, o dia já se iluminou
Razões pra ir em frente eu tenho aos milhões
E no café ao meio dia
Você prepara o que eu queria
Um beijo acompanhado de ontem
Do corpo que eu maltratei de tanto te querer bem.
Inacreditável, eu me sinto confortável ao lado seu
É que eu não sabia que a vida me traria o que jamais me deu.
Minha boca não consegue mais, desgrudar da tua pele
Da sua saliência, dos seus sais
De tudo que emana aqui
Quando o amor a gente faz e nunca é demais
Ah se eu pudesse descobrir de onde vem o seu poder
Onde mora o seu mistério, o seu remédio
Prescrito pra me absorver do mundo que ficou
Pra trás...
Assim que a música acabou, nos entreolhamos absorvendo cada instante juntas. Aquela canção traduzia exatamente o que Laura era para mim, era o sol em minha vida. Peguei sua mão e a beijei com carinho, não precisava de palavras para aquele momento. Aquela música me levava para outra dimensão. Sai do transe quando o seu carro parou em frente a minha casa, abri o portão para que ela guardasse seu veículo em minha garagem. Ela passaria a noite comigo e de manhã iriamos juntas para a faculdade.
Não havia sinal de ter alguém em casa, chamei por meus pais e a resposta foi o silêncio, provavelmente estariam no sítio e só voltariam à noite. Papai amava aquele lugar e sempre que possível, estava lá para espairecer a mente cansada dos dias atribulados que tinha na empresa. Ele havia criado um oásis naquele lugar. Plantou diversos tipos de árvores, algumas davam frutos quase que o ano todo. Montou um pequeno haras particular, além de um pesqueiro. Dentro da casa havia um mini salão de jogos, que era o meu local preferido depois dos cavalos. Era tudo bem feito e organizado, e ele tinha muito orgulho do seu sítio.
Senti os braços de Laura envolvendo meu pescoço, me tirando dessas lembranças. Ela me olhou com cara de sapeca, sorrindo maliciosamente...
Fim do capítulo
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