15 de julho.

 

Camila

- Amanhã eu estarei ai. Tô louco pra ficar pertinho da minha princesa. – Vini falava todo carinhoso, me deixando boba.

- E eu tô com saudades. Ainda não acredito que isso tá mesmo acontecendo. – brincava com o gramado.

- Eu deveria ter feito antes. Eu te amo Camila e me sinto um tolo quando lembro que passei tanto tempo sem você. Me perdoe por isso... – fechei meus olhos.

- Já passou. O importante é que estamos juntos agora... – sorri. – Eu também te amo.

- Como é bom ouvir isso... – voltei a abrir meus olhos. – Meus pais querem que venha almoçar conosco. Assim que você voltar das férias, eu vou te levar até eles.

- Eu vou adorar. Achei que eles não fossem aprovar... – respirei fundo.

- Minha mãe disse que eu fiz o certo. Ficar em um relacionamento sem amor não me faria feliz e nem a Aline.

- Eu fico feliz... Não seria fácil ver seus pais contra. Vou adorar almoçar com eles...

Vinicius e eu conversamos por mais alguns minutos. Ele prometeu ligar a noite.

Olhei para a varanda e vi que todos estavam se reunindo. Franzi o cenho, querendo saber do que se tratava. Levantei com certa dificuldade. Meu pé ainda não estava 100%, então ainda estava andando na velocidade de uma tartaruga.

Coloquei o celular no bolso e passei a caminhar. Sentei ao lado de Samantha, que brincava com algum joguinho em seu celular.

- Surgiu alguns problemas com as empresas do meu avô. Infelizmente, teremos que voltar antes... Eu sinto muito amor. – Jaqueline falava visivelmente desanimada.

- Não acredito... – Flávia comentou. – Caramba, não vai ser o mesmo sem vocês.

- Não vão poder voltar, meu amor? – tia Carol perguntou. Era visível o quanto minha família gostava dela.

- Acredito que não, dona Carolina. Eu sinto muito. – Jaque olhou para Marcela.

- Precisam mesmo ir agora? – perguntei.

- Sim. Saímos em vinte minutos. – ela olhou para o relógio em seu pulso.

Subimos para ajudar Marcela e Jaque com as malas. Fernando não queria desgrudar de Flávia, repetindo que não queria voltar para casa. Vinte minutos depois, estávamos em frente a casa da tia Carolina.

- Nos vemos em casa... – Nicole falou.

- Não aprontem muito. – Marcela respondeu com um sorriso.

O carro foi ligado e logo passou a se mover. As meninas pareciam um pouco desanimadas. Eu também estava, confesso. Entrei com certa dificuldade, mas ao me deparar com a escada, tive vontade de xingar até o vento.

- Quer ajuda? – olhei para o lado e Mel estava lá.

Ela estava me evitando todos esses dias e agora queria me ajudar. Qual o problema dela? Ok, talvez eu soubesse, mas não queria pensar naquilo.

- Não, eu subo sozinha. – voltei a olhar para a escada e subi o primeiro degrau. – Não preciso de ajuda...

- Tem certeza? – rolei os olhos. – Não vai doer me deixar ajudar.

- Tenho sim... – subi o segundo, mas senti uma pontada.

Fiz cara de paisagem, mas queria mesmo era gritar.

- Então tá. – ela passou a minha frente, subindo os degraus rapidamente. – Você é orgulhosa demais, Camila...

- Não sou nada... – tentei apressar os passos para faze-la ver que eu não precisava de ajuda, mas acabei sentindo meu tornozelo latejar e parei no meio do caminho. – Melissa?

Chamei, mas ela já havia desaparecido. Fechei meus olhos, com força, mas logo voltei a abrir. Quando iria chama-la novamente, olhei para o topo da escada e ela me encarava com as sobrancelhas erguidas.

- Algum problema? – Melissa me perguntou, se escorando na parede. Bufei baixinho.

Já estava sendo humilhante o bastante e ela ainda me olhava com deboche.

- Me ajuda... – pedi, olhando para o chão.

- Acho que não ouvi... – cerrei os olhos a encarando. – Meus ouvidos querem que você repita.

Ela só podia estar querendo me tirar a paciência.

- É orgulhosa demais pra repetir, né?! Tô indo... – ela deu a costa.

- Me ajuda... – dessa vez falei mais alto. – Por favor...

Melissa se virou, me olhando com um sorriso idiota. Ela desceu os degraus, se colocando ao meu lado e laçando minha cintura. Um calor nada bem-vindo aqueceu o meu corpo e eu quis mesmo empurra-la, mas uma outra parte que estava fora de meu controle não me deixou fazer aquilo.

- Não precisa ficar zangada. Eu iria ajudar de qualquer forma.  Só estava brincando... – olhei para o lado e minha respiração se alterou quando vi que estávamos a centímetros de distancia. Imediatamente meus olhos caíram sobre os lábios avermelhados, grossos.

Senti a minha cintura ser apertada com mais força. Involuntariamente, minha mão se ergueu e segurou a lateral da blusa de Melissa. Não sei em que momento, mas só percebi que nos movemos quando a minha costa encontrou a parede.

“O que eu tô fazendo? O que? Eu não consigo nem me mover”.

Nossos olhares se encontraram e assim como aconteceu no quarto, Melissa passou a contornar meus lábios com o dedo.

- É linda... – apertei com força o tecido de sua roupa.

Sua boca encostou tão levemente na minha, que eu só sabia que havia tocado porque meus olhos estavam abertos. Sua respiração batia contra a minha. Fiquei imóvel e duelando comigo mesma.

- Melissa... Larga ela! – a menina se afastou tão rápido que eu quase perdi o equilíbrio. Olhei para o inicio da escada e Sofia nos olhava com uma cara nada amigável.

- Eu só... Só iria ajudar ela a subir...  – Melissa encarou a mãe.

- Eu faço isso. Depois me encontre no quarto... – nos encaramos, mas ela logo desviou e subiu os degraus. Somente naquele momento percebi o quanto o meu coração parecia querer sair correndo de meu peito.

Sofia me ajudou a subir.

- Obrigada... – eu não sabia como agir.

Sim, eu estava com vergonha.

- Tá tudo bem. Cuida desse pé. – ela sorriu, me deixando em frente a porta do quarto.

Encostei na madeira, querendo me chutar.

- Que porr* foi aquilo? O que tá acontecendo comigo?  Meu pai...

 

Melissa

Esperava a minha mãe, enquanto não parava de pensar em Camila. Olhei para a imensidão a minha frente e me senti nostálgica. Aquilo já estava virando rotina. Vivia me perguntando o mal que havia feito para sempre me ferrar quando o assunto era o idiota do meu coração.

Ouvi a porta se abri e aguardei pelo bendito interrogatório.

- Melissa, o que foi aquilo? – baixei a cabeça. – Olha pra mim enquanto eu falar com você...

- Não foi nada, mãe... – lhe dei a costa e me aproximei da janela.

- Como assim nada? Você ia beijar a Camila. Tem noção disso? O que deu em você? – respirei fundo.

- Não aconteceu... Nem vai. – pressionei meus dedos contra a testa.

- Eu não admito que veja a Camila dessa forma, Melissa... Me ouviu?

- Mãe... Por favor...

- Eu não admito, Mel... Você me ouviu? – minha mãe segurou em meu braço e me virou para si.

Eu não queria que ela visse o que viu.

- Por que tá chorando? – me desvencilhei de seu contato e sequei as lágrimas imbecis que molhavam meu rosto.

- Eu quero respirar um pouco... Outra hora, mãe. Hoje não, por favor... – sai do quarto sem esperar por resposta.

Entrei no quarto afoita e as meninas me olharam assustadas. Abri a mochila e tirei de lá a minha carteira. Peguei o óculos escuro e coloquei. Uma forma de ninguém ver os meus olhos que certamente estavam vermelhos.

- Ei? – Sam segurou a minha mão e me fez olha-la. Camila, Cássia e Paloma me olhavam visivelmente curiosas. – O que aconteceu?

- Eu só preciso sair um pouco. Tô como vontade encher a cara... – enfiei a mão no bolso. – Apenas isso.

- Mas, Mel... Você fica porre com um copo de cerveja. O que te deu? – eu não queria conversar. – Anda... Sou sua amiga, poxa...

- Só quero esquecer que o mundo existe... Apenas isso, Sam. Eu te adoro...  – sai do quarto. Fui a procura de Flávia pela casa.

A avistei na piscina com Amanda.

- Flávia, me empresta o seu carro? – ela sorriu.

- Claro... As chaves estão na mesinha na sala... – sorri de volta.

- Obrigada... – acenei com a mão e voltei para a casa.

Peguei as chaves e segui para a parte da frente da casa. Entrei no veiculo e liguei o motor.

- Eu sei que não devo fazer besteira, mas só por hoje eu quero enfiar o pé na jaca. – eu estava louca, falando com meu reflexo no retrovisor.

Dei partida e em segundos já estava fora da casa. O relógio em meu pulso marcava três da tarde. Não fazia a menor ideia de onde iria, mas procuraria até achar. Rodei um pouco até encontrar um bar que estava lotado. Estacionei no outro lado da rua, sai do carro e atravessei.

Uma banda de música local tocava em um pequeno palco. Cheguei ao bar e um cara alto com várias tatuagens me atendeu. Pedi duas doses de tequila e logo o pedido estava a minha frente.

Tomei os dois em sequencia e senti o liquido descer rasgando.

- Mais duas... – bati na mesa.

“Você vai sumir da minha cabeça, Camila. Inacreditável, eu nunca estive tão ferrada por alguém. Como era possível querer tanto uma pessoa? Eu ainda sinto o meu corpo ardendo desde que fiquei tão perto dela. Aquela boca... A voz... Ah, Camila... “.

Bebi as duas novas doses.

- Será que posso ficar aqui com você?

Olhei para a pessoa que pousou a mão sobre meu ombro e fiquei vislumbrada.

- Prazer, Angélica...

Engoli em seco.

A mulher sorria abertamente, mostrando os dentes brancos e alinhados. A boca era de lábios poucos mais finos que os meus. O nariz afinado, mas o que mais chamava atenção eram os olhos azuis e brilhantes.

- Melissa... Fica a vontade. – sorri.

- Por que tá sozinha? – ela apoiou a cabeça em seu braço e ficou a me olhar.

- Queria esquecer do mundo... Ao menos hoje. – ela molhou o lábio inferior com a ponta da língua.

Aquilo me fez suar frio e meu ventre se contrair.

- Podemos esquecer do mundo juntas. O que acha?

Pensei por alguns instantes.

Camila me assombrou.

- Acho ótimo... – toquei seu braço que estava escorado no balcão.

A mulher sorriu e eu senti que era despida por seus olhos.

- Podemos começar assim... – ela me puxou delicadamente.

Eu a segui sem pestanejar.

Entramos no banheiro e Angélica fechou a porta. A mulher ficou encostada na mesma, me olhando de forma indecente. Engoli em seco, respirando fundo. Duas Melissas duelavam em minha mente.

Mandei as duas para o inferno e fui até a mulher que me devorava com os olhos. Tomei os lábios de forma feroz e fui recebida da mesma forma. Levantei o seu vestido até a cintura e senti meus seios serem pressionados por cima do tecido. Coloquei minha coxa entre as pernas de Angélica e ouvi a morena gem*r.

Ela começou a se movimentar sobre ela.

- Isso... Melissa.

Coloquei minhas mãos dentro do vestido e cobri seus seios, brincando com os mamilos durinhos, enquanto ela gemia contra a minha boca. Angélica passou a rebol*r freneticamente em minha coxa, que estava molhada por causa do liquido de escorria do sex* quente e ainda coberto pela calcinha.

- Aaah... Isso... – ela gem*u quando minha boca sugou o seu seio. – Mel...

Quase perdi o ritmo, quando a imagem de Camila me veio a mente. Forcei a mim mesma a continuar e não ceder ao meu coração burro. Tirei minha coxa e em um movimento rápido, penetrei Angélica, que segurou  firme os meus cabelos.

A mulher se desmanchou em poucos segundos e me abraçou, respirando forte.

Fechei meus olhos com força.

 

  Ana Clara

- Vamos apenas tomar alguma coisa. Tem um barzinho aqui perto com música ao vivo... Se anima... – Lívia me empurrou o ombro.

- Ok... Já me convenceu. – olhei o relógio e o mesmo marcava seis da noite. – Vou tomar banho e me arrumar...

- Isso! – ela comemorou.

Entrei no banheiro e me coloquei debaixo da ducha. Fazia dias que Tati e eu terminamos e ao contrario do que pensei, não estava doendo tanto assim. Ver a foto que Lívia me mostrou acabou com o fio de esperança. Ela ficou com uma garota em alguma balada qualquer e não quis ao menos esconder.

Eu fui burra e aquilo não voltaria à acontecer.

Samantha...

- A garota ficou furiosa... – ri sozinha. Não deveria ter feito aquilo, mas não pensei direito na hora. – Um dia me desculpo...

Sai do banheiro poucos minutos depois. Lívia já estava arrumada e apenas penteava os cabelos. Coloquei um vestido soltinho e sequei meu cabelo para não ficar pingando.

- Vão sair? – minha mãe não escondia o sorriso. Juliana estava lhe fazendo bem.

- Vamos em um barzinho aqui perto. Nossa, como você tá gata mãe...

- Ah, filha... Não exagera. – ela sorriu.

- Juliana que se cuide, não é dona Marisa? – pisquei para ela.

- Obrigada por me apoiarem  e estarem aqui comigo. – ela segurou nossas mãos. Lívia e eu nos olhamos.

- Mãe, é o mínimo que podemos fazer... – Lívia acariciou a face branca e assim como a nossa, com várias sardas espalhadas.

- Não se preocupe e apenas curta a sua namorada. – beijei sua face. – Ela é muito linda. Aliás, mãe... Aquela casa parece um harém com tanta mulher bonita.

Ela gargalhou.

- Ana tem toda razão. Victoria secrets que morra de inveja. – gargalhamos.

- Bobas... Se arrumem e vão se divertir um pouco.  – dona Marisa nos beijou a testa e saiu do quarto.

Fiz uma maquiagem básica, coloquei uma sandália. Minha irmã e eu decidimos ir andando, pois a noite estava maravilhosa. Chegamos a um bar que uma banda de música sertaneja tocava. Escolhemos uma mesa na calçada e pedimos duas caipirinhas.

- Aquele carro parece com o da Flávia... – minha irmã apontou para o carro a poucos metros de nós. – E aquela parece ser a... Esqueci o nome...

Forcei a minha vista, tentando ver de quem se tratava. O bar do outro lado estava lotado.

- Melissa... Acho que é esse o nome. – falei.

Vi quando uma morena alta, usando um vestido longo e cabelos longos, sentou-se no colo da garota e a beijou quase que obscenamente. Olhei ao redor para encontrar mais alguma das garotas, mas sem sucesso.

- Ela parece estar bêbada... – comentei.

- Deveríamos ir até lá? – Lívia me encarou.

Franzi o cenho, pensando se seria uma boa ideia.

- Vamos ficar de olho... Se ela fizer alguma bobagem, vamos até lá e você liga pra sua professora gata. – voltei a mirar a menina.

- Tudo bem. – Lívia respondeu sorrindo. – Ela voltou a ligar?

- Sim, mas eu não atendi. Quero distancia... Juro. – suspirei.

A banda que tocava sertanejo se despediu e outra banda tomou o lugar. Um garoto sentou com seu violão sobre a coxa.

- Boa tarde pessoal... É um prazer estar de volta. – algumas pessoas aplaudiram. – Essa vai para os corações quebrados...

Franzi o cenho.

Devia ser zoação da vida.

 

I'm Not The Only One

 

 

You and me we made a vow

For better or for worse

I can't believe you let me down

But the proof is in the way it hurts

 

For months on end I've had my doubts

Denying every tear

I wish this would be over now

But I know that I still need you here

 

You say I'm crazy

Cause you don't think I know what you've done

But when you call me baby

I know I'm not the only one

 

You've been so unavailable

Now sadly I know why

Your heart is unobtainable

Even though Lord knows you have mine

 

You say I'm crazy

Cause you don't think I know what you've done

But when you call me baby

I know I'm not the only one

 

I have loved you for many years

Maybe I am just not enough

You've made me realise my deepest fear

By lying and tearing us up

 

You say I'm crazy

Cause you don't think I know what you've done

But when you call me baby

I know I'm not the only one

 

You say I'm crazy

Cause you don't think I know what you've done

But when you call me baby

I know I'm not the only one

I know I'm not the only one

I know I'm not the only one

And I know

I know I'm not the only one

 

 

Eu não sou o único

 

Você e eu fizemos um voto

Para o bem ou para o mal

Eu não posso acreditar que você me decepcionou

Mas a prova está no jeito como isso dói

Durante meses a fio eu tive minhas dúvidas

Negando cada lágrima

Eu queria que isso estivesse acabado agora

Mas eu sei que ainda preciso de você aqui

Você diz que eu sou louco

Pois você não sabe que eu sei o que você fez

Mas quando você me chama de 'amor'

Eu sei que não sou o único

Você tem estado tão indisponível

Agora, infelizmente, eu sei porquê

Seu coração é inalcançável

Mesmo assim, o Senhor sabe que você possui o meu

Você diz que eu sou louco

Pois você não sabe que eu sei o que você fez

Mas quando você me chama de 'amor'

Eu sei que não sou o único

Eu tenho te amado por muitos anos

Talvez eu não seja suficiente

Você me fez perceber o meu maior medo

Mentindo e nos destruindo

Você diz que eu sou louco

Pois você não sabe que eu sei o que você fez

Mas quando você me chama de 'amor'

Eu sei que não sou o único

Você diz que eu sou louco

Pois você não sabe que eu sei o que você fez

Mas quando você me chama de 'amor'

Eu sei que não sou o único

Eu sei que não sou o único

Eu sei que não sou o único

E eu sei

Eu sei que não sou o único

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---

 

 

 

 

 

Samantha

- Já ligaram pra ela? – tia Juliane perguntou.

- Umas quinhentas vezes... Ai meu Deus. Melissa jamais fez algo parecido. – Sofia levou a mão a cabeça, enquanto Renato a abraçava. – Ela saiu chateada do quarto...

- Calma... Ela pediu o meu carro mais cedo. Pai, me empresta o seu carro?

- Claro filha...

 Minha prima pegou o molho de chave.

- Vamos procura-la também... – Nick e Isa levantaram.

- Vamos com a Nick. – Paloma e a namorada saíram com elas. – Se tiverem uma notícia antes, por favor nos avise...

- Vamos procurar pela praia. Vem amor. – Juliane saiu com a Micaela.

- Vamos logo, Flávia. – chamei.

- Vou com vocês... – Camila disse.

- Não... Você ainda tá com o tornozelo machucado. – falei para ela.

- Camila, fica... – Renato mandou.

- Sam e pai, vocês sabem que não vou ouvi-los. – ela se apoiou em Flávia. – Eu vou sim...  Vamos...

Entramos no carro do tio Henrique. Amanda ia na frente com a Flávia, enquanto Camila e eu estávamos no banco de trás. Tentei ligar novamente para a cabeça oca da Mel, mas caia direto na caixa postal.

Um celular começou a tocar.

- Oi Lívia... Sim... Ah, eu sei sim. Obrigada Lívia... – Flávia desligou.

- O que foi amor? – foquei minha atenção em Flávia.

- A Lívia disse que a Mel tá em um bar próximo onde ela está. – respirei aliviada.

- Ela tá...

- Bêbada... – ergui as sobrancelhas.

- O que deu nela? – Camila perguntou furiosa.

- Vou avisar a Sofia e as outras... – Amanda pegou o celular da mão da namorada.

Olhei para a minha prima e ela não estava com uma cara nada boa. Aquilo seria um bom sinal?

Em poucos minutos chegamos ao lugar                que Lívia falou. Saímos do carro e eu tive que me beliscar inúmeras vezes para acreditar mesmo no que estava vendo. Camila, que se apoiava em meu braço o apertou tão forte que eu tinha a certeza que ficaria marcas no local.

- A gente preocupada e ela se esfregando com uma puta qualquer... – Camila bufou.

Mel estava com uma morena super linda no colo. Elas estavam quase se engolindo, dando beijos violentos. Flávia, Amanda e eu nos olhamos. Minha prima se aproximou de Melissa, que interrompeu a sessão de amasso.

Foi quando a ruiva abusada surgiu em meu campo de visão.

- Eu te ajudo... – fingi que não vi a tal Ana Clara e me aproximei da mesa que Mel estava. – Vamos Melissa... Sua mãe tá preocupada.

- Eu tô... Ocupada... – ela soltou uma risada. A mulher levantou e eu quase tombei.

Gente, a mulher é uma deusa.

- Eu ajudo vocês. Me chamo Angélica. – ela abriu um sorriso molha calcinha.

- Eu sou a Flávia, essa é a Sam... – Flávia me cutucou.

- Somos amigas dela. Vamos leva-la pra casa. – falei, mas parecia abobalhada.

- Melissa, meu anjo. Vem... – a morena segurou Mel pela cintura, que não mostrou resistência.

Acomodamos Melissa no banco detrás. Ela desabou no estofado e apagou segundos depois.

- Obrigada por cuidar dela... – Flávia segurou a mão de Angélica em um cumprimento rápido.

- Não foi nada. Digam a ela que ligarei amanhã... Foi um prazer. – a morena sorriu e saiu rebol*ndo. Entrou em uma Land Rover preta.

- Sam, você leva o carro do meu pai. Amor, vem comigo?

- Claro amor...

- Meninas, obrigada por avisarem. – Flávia sorriu para as ruivas. Olhei para Ana Clara e a garota me lançou um sorriso cínico.

- Não precisa agradecer, Flávia. – Lívia sorriu.

- Querem carona? Vamos em casa... – Flávia chamou.

- O que acha, mana? – a abusada sorriu.

- Claro... Vamos com a Samantha... – trinquei o maxilar.

- Ótimo! Encontramos vocês lá. – Amanda e Flávia se afastaram e entraram na Hilux vermelha.

- Camila, você... Você vai atrás com a Melissa. – Cami torceu o beiço.

- Eu vou na frente com você... – a ruiva abusada se meteu.

Essa garota queria me tirar a paciência.

Entramos no carro e Ana Clara sentou ao meu lado. Olhei para trás e vi Camila acomodar Mel em seu colo. Quis fazer alguma brincadeira, mas não arrisquei. Minha prima era assustadora quando queria.

O trajeto até a casa do tio Henrique foi até agradável. Lívia é uma menina super alto astral, diferente da outra, que apenas me olhava com deboche. Chegamos alguns minutos depois e Sofia nos esperava em frente ao portão. Entramos e eu não queria estar na pele da Melissa.

- Eu ajudo a leva-la... – Renato, pai da Cami, pegou Mel que estavam em outro mundo. Ajudei a minha prima a descer do carro.

- Meninas, vamos entrando... – tia Carolina chamou as ruivas.

Entrei, subindo para o quarto, pois queria ajudar Sofia com a Mel.

- Posso ajudar?

- Sim... Eu vou dar um banho nela. – entramos no banheiro. – Sam, vou pegar os shampoos da Mel... Vai tirando a roupa dela.

- Tudo bem Sofia... – ela saiu e eu olhei para Melissa, que estava sentada na tampa do vaso sanitário.

- Cami... Cami... Eu te amo... – a doida começou a ri.

- Shhhh... Vamos tirar essa roupa, Mel. Você tomou banho de cerveja? – comecei a despir a bêbada, a deixando apenas de lingerie.

Coloquei Mel embaixo do chuveiro e a morena reclamou horrores.

- Deixa comigo... – Sofia voltou.

Depois de algum tempo, vestimos a Melissa, que parecia um pouco mais sóbria. Levamos para o quarto. Sofia ficou com ela, que dormiu instantaneamente. Desci a procura das outras meninas, mas acabei encontrando Ana Clara na sala. Iria dar meia volta, mas...

- Tá fugindo por quê? – respirei fundo.

Ela tinha mesmo de ter uma voz tão sexy?

- Não tô... – estava sim.

- Ah, não? Você é uma péssima mentirosa. – me virei.

- O que você quer? – franzi o cenho.

- Eu? Nada... Absolutamente... – respirei fundo. Ela estava agindo como se não tivesse me agarrado e me usado.

Ela sorriu e eu quis me chutar por achar ele tão maravilhoso.

- Boa noite... – resolvi sair dali.

- Olha... Que falta de educação dar as costas pra uma visita...

Me virei novamente e me aproximei dela, que estava sentada no sofá. A puxei pela blusa, fazendo a garota ficar de pé.

- Quando vai me pedir desculpa? – falei entre dentes.

A filha da mãe soltou uma risadinha.

- Pelo quê? – meu olho tremeu.

- Tudo bem por aqui?

 

 

Fim do capítulo