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  • Capítulo 5 - Mentes conturbadas

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Tudo de Nós (Por que demoramos tanto?) por Leticia Petra e lenna11

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Palavras: 4158
Acessos: 5537   |  Postado em: 28/06/2017

Capítulo 5 - Mentes conturbadas

Dois dias depois...

Terça, 12 de julho.

Amanda

Nos últimos dias notei que Flávia estava estranha. Perguntei diversas vezes se havia algo de errado, mas ela sempre dizia que não deveria me preocupar. Pensei que minha mãe pudesse ter dito algo desagradável, porém dona kethelen me disse que não houve desentendimento.

O dia nem havia clareado.

Eu estava sentada, com a costa apoiada na parede, observando Flávia dormir. Os cabelos castanhos bagunçados. A pequena joia brilhante no nariz bem feito. A tatuagem na costela a mostra, graças ao pequeno top que ela usava.

Flávia trouxe para a minha vida uma junção de coisas boas. Sempre pensei que eu casaria, viveria uma vida simples, sem muitas emoções.

Mas, eu estava deliciosamente enganada.

Essa mulher maravilhosa, deitada tão perto com toda a serenidade do mundo. Fazendo meu coração acelerar, reconhecendo a sua dona.

- Vai continuar babando até quando? – despertei, olhando para o colchão ao lado.

Micaela sorriu.

Juliane dormia basicamente fora do colchão. Ela ainda não obteve sucesso em ser perdoada. Mica colocou o cobertor grosso sobre a namorada e lhe beijou a testa, fazendo-lhe carinho nos fios castanhos.

- Não conta isso pra ninguém... – ela voltou a me olhar e eu apenas sorri.

- Pra ninguém... – levantei, cobrindo Flávia, mas ela tirou a coberta.

Ela sempre fazia isso.

- Me acompanha em um café? Não consigo dormir. – chamei Mica.

- Claro... Também não consigo mais pregar os olhos.

Saímos do quarto em silencio, fazendo malabarismo para não pisar em alguém no quarto, pois era tanta mulher em um único espaço. Descemos e os primeiros raios de sol adentravam pelas cortinas nas janelas. Comecei a preparar um café, enquanto Micaela cortava algumas frutas.

- O que te atormenta? – ela me perguntou, me olhando com atenção.

Respirei fundo, segurando a xicara com minhas duas mãos, sentindo o calor em minha pele.

- Flávia tá estranha. Às vezes parece distante, pensativa... – levei a xicara a boca, solvendo um gole do café puro. – Isso é totalmente anormal.

- Perguntou a ela? – confirmei com um balançar de cabeça. – Tente outra vez. Sei que sou a última pessoa a ter de dar conselhos, pois nem ao menos estou falando com a minha namorada...

Ri.

- Mas, vocês já passaram por muita coisa. Tem uma conexão... - respirei fundo.

- Vou tentar novamente, mas admito que tenho receio da resposta. – fui sincera.

- Caíram da cama? – Micaela e eu olhamos para a porta da cozinha. Becca entrou, passando a mão sobre a barriga discreta.

- Do colchão, quis dizer... – brinquei e Becca sorriu. – Come alguma coisa...

- Obrigada... – Becca colocou alguns pedaços de frutas na boca. – Do que falavam?

- Flávia e Juliane... – respondi.

- Quando vai desculpar a coitada? – Becca perguntou para Mica.

- Na verdade, não estou mais brava. Só estou tentando dar uma lição naquela briguenta. – rimos.

- Que malvada você, Micaela. – zombei.

- Ela tá merecendo essa... – a morena sorriu. – Mas, aquela mulher é uma coisa. Acreditam que ela tentou fazer sex* durante a madrugada? – gargalhamos. – Precisavam ver a tromba quando eu disse que não. Flávia e Emi são assim? Digo, essa fome...

- Sou suspeita pra falar, mas Emi é um fogo só... – tentamos não rir, mas foi impossível. De repente, elas me olharam.

- O que? – franzi o cenho

- Ora, não se faz de desentendida. – levei a xicara à boca.

- Não vou fazer propaganda... – elas riram. – Mas, o sex* é ótimo.

Gargalhamos.

- Posso me juntar? – Marcela entrou na cozinha.

- Claro, senta aqui...

 A conversa foi descontraída, leve. Marcela nos fez rir bastante, contando coisas de sua intimidade com Jaque. O assunto rendeu, até que a cozinha ficou cheia. Depois do café da manhã, chamei Flávia para passearmos um pouco pela praia.  Sentamos em uma mesa de um pequeno quiosque, pedindo água de coco.

- Amor, você tá mesmo bem? – ela me perguntou, tocando meu rosto.

- Sim, sim... – respondi, beijando seu rosto.

- Então tá... Vamos fazer uma... – Flávia parou de falar. Sua face se transformou de repente.

Franzi o cenho e me virei para olhar o que a deixou daquela forma. Foi quando dei de cara com Danilo e Júlio. Um desconforto latente pairou sobre nós. Eles sorriram, parecendo não perceber o clima pesado.

Flávia lançou um olhar mortal para Júlio. As magoas pelo que houve no passado ainda existiam.

- Oi Amanda, olá Flávia. Desculpa a intromissão. – sorri sem jeito.

- Olá... – a voz de Flávia soou vazia. – Vou buscar outro coco. Fiquem a vontade.

Ela levantou, sem me dar tempo de dizer algo.

- Eu não queria incomodar. Só queria mesmo dizer oi. Estamos indo... -  fiquei desconcertada.

- Não, tudo bem. É... Foi bom revê-lo... – Danilo sorriu. Júlio se manteve calado o tempo todo.

- Digo o mesmo, Amanda. Até breve... – eles saíram, e eu olhei para o balcão. Flávia conversava com a dona do lugar.

Passei as mãos pelos cabelos, buscando ficar tranquila. Levantei, indo até ela.

- Vamos voltar? – coloquei a mão sobre seu ombro. Ela me olhou, sorrindo e eu estranhei mais ainda.

- Vamos sim. Tchau dona Frida...

- Tchau menina...

Saímos do quiosque.

- Incrível como você faz amizade fácil. – comentei. Ela segurou a minha mão.

Quem era aquela mulher? Pensei mesmo que ela diria algo sobre Danilo e Júlio.

- Não é de proposito. Quando vejo, já estou lá. – mordi meu lábio.

- Faz parte de você, amor. Não é a toa que temos tantas amigas... – sorri.

- Falar em amigas, Fernanda e Aly disseram que vão voltar antes do fim do mês. Mas, nos convidaram pra comemorar o aniversário da Alex.

- Poxa, por que precisam ir tão cedo? – franzi o cenho.

- Nanda tem que voltar ao trabalho. Ela é advogada... Legal, né? – concordei. – Tô com fome e com vontade de apertar meus irmãos... Ah, a praia ficou poluída de repente...

Não entendi, então olhei na direção em que ela olhava e lhe bati no braço.

- Flávia... É a minha mãe... – franzi o cenho.

- Eu sei, eu sei... Foi mal...

 

Camila

Estava há mais de uma hora tentando me concentrar no livro que tinha em mãos, mas não conseguia prender a minha atenção em nada. Vini voltou para Belém ontem, dizendo que voltaria na outra semana. Ele ligou várias vezes, estava sendo um príncipe e não poderia ser mais perfeito, não é?

Eu não sei.

Era tudo que eu queria, tudo que sonhei... Mas, faltava algo.

Fechei meus olhos, massageando as minhas têmporas.

- Ah... Eu não... – abri meus olhos.

Senti uma vertigem me atingir.

- Não vou fazer barulho... – Melissa deitou no colchão, com o telefone grudado na orelha.

Tentei focar no livro.

- Não, quando eu voltar a gente resolve isso. Você não pode deixar essa garota te tratar assim, Cintia... – minha atenção se voltou para a conversa.

Falta de educação, mas eu não tô nem ai!

- Vou dar uma surra nela... Se bem que, é capaz daquela menina gostar. Ela me assusta... – franzi o cenho. – Não, Cintia... A gente só ficou. A menina é linda e super gente boa...  – Melissa gargalhou baixinho.

Não entendi o motivo daquilo ter me incomodado, mas quando percebi, já estava com a respiração alterada e segurava com uma força desnecessária o livro.

- Uma amiga? Tá querendo me empurrar mulher? Ela é bonita... Cintia.

- Dá pra falar mais baixo? – fechei o livro, olhando para Melissa, que estava sentada no colchão bem a frente da cama em que eu estava.

A morena ergueu as sobrancelhas.

- Não estou falando alto... – cerrei os olhos.

- Tá sim... Se quer falar das suas conquistas, faça isso em outro lugar. – gente, o que deu em mim?

Melissa se colocou de joelho.

- O quarto não é seu... – trinquei os dentes. Levantei, ficando também de joelhos sobre a cama, próximo a beirada.

- Mas, eu cheguei aqui primeiro... – não desviei meu olhar do dela. Não daria aquele gostinho a ela.

- Os incomodados que se mudem... – ela sorriu, como se tivesse ganhado a guerra.

Mas, eu não iria deixar assim.

- Olha aqui... AAAh!

- Camila, você se machucou?

Fiquei algum tempo, de olhos fechados e me recusando a acreditar que eu realmente estava sobre Melissa, que segurava a minha cintura com as duas mãos. Respirei fundo, querendo ignorar algumas sensações estranhas.

- Camila... – abri meus olhos e fui acertada em cheio pelos olhos castanhos e o rosto extremamente próximo ao meu. A sensação que eu tinha era a de que meu coração estava querendo escapar pelos ouvidos.

Melissa desceu seus olhos e parou em minha boca, fazendo eu entre abri-la involuntariamente...

Eu me sentia em brasa pura e em desespero absurdo.

- Tudo bem? Machucou? – fitei os seus olhos, mas eles  estavam fixos em meus lábios. Foi quando sua mão ergueu-se e o dedo indicador contornou lentamente a minha boca, me deixando paralisada... Hipnotizada...

Não me pergunte o motivo de não ter levantado e me retirado do quarto, porque eu não saberia responde-lo.

Aproximei-me um pouco mais da boca abaixo de mim.

- Que porr* é essa? – como se houvesse levado um choque, levantei rapidamente, batendo a costa na estrutura da cama.

- Ai... Doeu. – me contorci.

- Cami, deixa eu...

- Não... – coloquei a mão a minha frente, criando uma barreira para Melissa não me tocar. Eu estava atordoada. – Tudo bem...

Levantei, não olhando para ela e menos ainda para Sam, que continuava parada na porta com cara de retardada. Sai do quarto, sem saber ao certo para onde iria. Desci as escadas com tanta pressa, que quando me dei conta, estava no chão gem*ndo de dor.

Não era o meu dia.

...

- Foi só uma luxação. Em alguns dias ficará novinha em folha... – tio Henrique me confortou. – Descansa Cami...

- Obrigada Tio... – ele sorriu e saiu do quarto e o meu pai entrou em seguida. Olhou para o meu pé sobre uma almofada e com uma bolsa de gelo sobre.

- Quer me matar de susto, Camila? – ele sentou ao meu lado.

- Ora, seu Renato. O senhor fala como se eu tivesse me jogado da escada de proposito. – franzi o cenho.

- Como isso aconteceu? – ele segurou a minha mão. Estava realmente preocupado.

- Não sei... Quando dei por mim, já estava no chão. – ele respirou fundo.

- Toma mais cuidado, minha filha. Você é tudo pra mim... Entendeu? – balancei a cabeça em positivo, sorrindo. – Vou deixar você descansar... Não sai daqui...

- Ok, papai... – ele me beijou a testa e saiu do quarto.

Não se passou nem um segundo e o quarto foi invadido por todas as meninas. Ergui a sobrancelha e elas começaram a falar ao mesmo tempo. Olhei para Melissa, que tinha algo em sua mão. A morena me encarava e a lembrança do que poderia ter ocorrido há minutos atrás me fez, pela primeira vez na vida, ficar com a face queimando. Desviei meus olhos dela, tentando entender o que as outras me perguntavam.

Elas estavam sendo muito legais e se eu permitisse, até me levariam no colo para o banheiro. Ri daquela atenção toda, mas no fundo eu gostei de saber que elas se preocupavam comigo.

Depois de quase uma hora, elas foram saindo, dizendo que me deixariam descansar.

Mas, Melissa ficou e aquela trocar de olhar esquisita voltou a acontecer. Ela se aproximou, parecendo receosa. Comecei a brincar com o tecido da colcha de cama.

- Eu só queria te dar isso... – franzi o cenho. Melissa esticou o braço e me mostrou um pacote médio de jujubas coloridas. – Sam disse que você gosta...

Engoli em seco, brigando com uma voz na minha cabeça que se derretia pelo gesto.

- Obrigada Mel... – peguei o pacote. – São meus preferidos...

Ela sorriu e isso me desconcertou mais ainda.

- Eu vou deixar você descansar... – eu não sabia o que dizer. – Cuidado com esse tornozelo... É... Tchau.

Melissa saiu do quarto, me deixando com uma estanha sensação. Respirei fundo, olhando para o pacote de jujubas.

- Tchau...

Soltei o ar com força.

 Olhei as horas em meu celular e já se passava das onze da manhã.

- O que foi aquilo?

 

Melissa

Sai do quarto totalmente atordoada. Minha mente estava querendo entrar em crise a qualquer momento. Respirei fundo um monte de vezes, tentando inutilmente acalmar meu coração.

Coloquei a mão sobre o peito.

Decidi sair dali, mas quando passei em frente ao quarto que Jaque e Marcela dividiam, fui puxada com força para dentro. olhei assustada ao redor até me deparar com a Samantha me olhando.

A loira colocou as mãos na cintura.

- Senta... – apontou para a cama. Ela estava tão séria, que nem ousei questionar, então sentei. – Primeiro, perdão por ter interrompido... Sério. Aquilo era pra ser um pensamento, mas escapou pela boca. Sorry, baby...

Franzi o cenho e quando iria abri a boca para dizer algo, ela levantou a mão me pedindo silencio. Mais uma vez obedeci.

- Segundo, quero saber os detalhes... Tudo sem deixar nadinha de fora... – rolei os olhos, rindo em seguida.

- Conto... Senta aí.

Ela fez imediatamente o que pedi. Passei a contar e fui interrompida incontáveis vezes por comentários que somente Samantha conseguia fazer. Tive que ameaça-la para me deixar terminar.  Por fim, ela estava com um sorriso enorme.

- Por que tá sorrindo? – franzi o cenho.

- Cara, não vê que a Camila iria te beijar? Se eu não tivesse abrido a boca, você teria se dado bem... Sabe lá mais o que...

- Samantha, não viaja e nem fica me iludindo... – me joguei na cama.

- Você não viu o que eu vi... – ela se colocou em frente ao meu campo de visão.

- Você viu coisa que não existe... – baguncei os fios loiros. – Vamos surfar um pouco? Preciso me distrair...

- Vamos... Eu pego a prancha da Paloma. Ela nem usa mesmo... – levantei, saindo do quarto junto de Sam.

Por mais que eu me esforçasse, não podia para de pensar naquela bendita cena. Da respiração batendo contra o meu rosto. Os lábios perfeitos entre abertos. O corpo quente grudado no meu.

- Desse jeito eu vou enlouquecer... – mordi meu lábio. Voltei a realidade, quando ouvi a risada da Samantha. Fechei a cara. – O que?

- Você tava com a maior cara de retardada... – rolei os olhos.

- Idiota... Vamos logo.

...

O mar estava agitado, mas sem ondas grandes, mas ainda sim, dava para arriscar. Samantha caiu tantas vezes, que eu já estava me perguntando se foi uma boa ideia. Depois de quase meia hora, nos jogamos na areia, exaustas.

- Já terminaram? – Paloma que chegava acompanhada de Cássia, se aproximou.

- Já... Vão arriscar? – perguntei, tirando o excesso de água do cabelo.

- Vamos... Quero ensinar a Cássia... – ela pegou a prancha. Olhei para a garota e ela não parecia tão afim assim de aprender.

Elas foram para a água.

- Samantha, há quanto tempo não faz exercícios? – ela puxava com força o ar. Parecendo até que iria ter um “piripaque”.

- Sei lá... Nunca.  – gargalhei.

- Faz sentido... – comentei.

- Não sou chegada a fazer força... A não ser...

- Por favor, não termina essa frase... – Sam gargalhou.

Passamos a observar Paloma ensinar pacientemente a namorada. Como dizem os surfistas:

Cássia tomou vários caldos.

 - Desisto... Meus olhos estão ardendo. – trinta minutos depois ela se jogou ao nosso lado. Paloma deixou a prancha na areia.

- Amor, você estava indo bem...

Não estava, não...

- Meninas? Vamos comer! – olhamos para trás e minha mãe fazia alguns gestos com as mãos.

O almoço foi movimentado como sempre.

Camila, que pediu para almoçar conosco e com a ajuda do pai, estava sentada a minha frente, para a minha sorte ou azar, ainda não sabia dizer. Ela evitava me olhar, olhando para todos os lados.

Eu já sabia que seria assim...

Suspirei sem vontade.

- Mel, sua avó me ligou ontem... – tirei a minha atenção do prato e encarei minha mãe. – Ela perguntou quando será a sua viagem...

Quase dei um tapa em mim mesma. Havia esquecido totalmente que havia prometido ir morar com ela em BH. O objetivo era ficar ao menos um ano com eles. Estava tão empolgada com a viagem e depois que minha mãe passou a namorar o Renato e trouxe esse povo todo para a nossa vida, havia até esquecido.

Se o comentário da minha mãe serviu para algo, com certeza foi para Camila finalmente me encarar.

- Você vai embora Mel? – Flávia perguntou. Olhei rapidamente para todas.

Aquela viagem poderia ser um escape? Seria maduro fugir? Meu Deus, que confusão.

Mas, mesmo sendo difícil, eu não queria ficar longe dela... Camila.

- Ainda não sei... Estava planejando, mas agora não tenho tanta certeza... – respondi, olhando de Flávia para a minha mãe.

Samantha pareceu ficar triste.

- Havia esquecido... – confessei.

- Não vai, Melissa... – arregalei meus olhos. Meu coração foi a boca.

Ela disse mesmo isso? Por um momento esqueci de onde estava e pousei meus olhos na garota a minha frente. Ela queria me enlouquecer? Era isso? Queria tanto saber o que se passava na cabeça dessa mulher.

- Cami tem razão... Gostamos tanto de você. Fica... – Samantha completou. – Por favor...

- Escuta suas amigas, filha... Também não te quero longe. Você prometeu ficar comigo até eu ficar velha, lembra?

Foi impossível não rir.

- Tudo bem... Eu ligo mais tarde e digo que não vou mais... – sorri.

- Minha menininha... – somente ela para estragar o momento.

- Mãe... – o povo na mesa gargalhou.

- O que? Você é minha menininha... Aceite isso. – eu queria me enterrar. Senti minha face arder.

- Menininha da mamãe... – Juliane, que estava sentada ao meu lado, apertou a minha bochecha.

- Viu... – minha mãe piscou.

Ela estava de um humor incrivelmente leve. Fazia muito tempo que não a via daquela forma.

Sorri, olhando rapidamente para Camila e voltei a focar em minha comida. Se antes eu estava confusa, agora eu deveria ganhar um prêmio. Sabe quando uma voz grita, implora para você não fazer bobagem, mas uma mão invisível te puxa para aquilo que tanto te faz temer?

Eu estava dessa forma.

 

Samantha

Saber que Mel iria embora me deixou triste por um momento. Ela não havia comentado sobre, então foi mesmo uma surpresa, mas a resposta definitiva me alegrou. Adoro Melissa e não queria ela longe.

Outra coisa que ficou em minha cabeça foi o que vi no quarto. Camila iria beijar Mel se eu não houvesse interrompido. Jamais imaginei que veria algo assim. Minha prima era louca pelo cara da vida dela, mas o jeito que ela olhava para Melissa, me fez duvidar e muito daquele sentimento.

Eu iria ficar de olho... Mel merecia ser amada. Ela é uma garota incrível.

Eram quatro da tarde e o sol estava a poucas horas de desaparecer. Emi havia comentado há pouco que a namorada de infância da sua mãe chegaria em breve, mas ficaria em um hotel. Elas estavam do outro lado da piscina, conversando animadas. Tia Juliane não tirava o olho de Micaela que estava dentro da piscina, conversando com Jaque, Nando e Marcela.

Ao meu redor, Flávia deitada no colo de Melissa e o violão próximo, pois Amanda estava conversando com os pais. Camila, com o pé machucado sobre um travesseiro. Nicole abraçada á Isabela, que dormia em seus braços. Cássia e Paloma jogavam xadrez.

- Então você estava espiando... – Flávia cutucou Cássia. Ela olhou de rabo de olho para a Nick.

- Do que tão falando? – perguntei, boiando.

- Da aventura do casal certinho na piscina... – tia Juliane falou. Nicole a olhou como se fosse pular em seu pescoço. – Que?

- Tia... Cala essa boca... – ela rosnou. – Cássia, você ainda não me disse o porquê de tá olhando o que não devia... Cadê a privacidade?

- Privacidade? Vocês fizeram sex... – Flávia fechou a boca antes de terminar a frase. Ela conhecia a irmã que tem.

Sorriu amarelo.

- A gente ia usar a piscina, mas vocês chegaram primeiro... – Paloma falou com toda a calma do mundo. – Tiveram a mesma ideia que a gente. Né, amor?!

Nicole arregalou os olhos.

Vish...

Isabela e Nicole são sempre tão certinhas e saber que andaram fazendo safadezas na piscina era realmente de surpreender.

- Como é? – Melissa, Cami e eu nos olhamos. Nicole estava com o olho esquerdo tremendo.

Aquilo já virou marca registrada da minha prima.

- O que? Você fez o que quis e eu não posso? – Paloma estava visivelmente provocando a irmã.

A garota não tinha medo de Nick.

- Gente... Sem estresse. Todo mundo faz sex*, ora... – tia Ju falou como se fosse a razão em pessoa. – Deixa a garota descobrir as coisas boas da vida...

Ela olhou para Micaela mais uma vez e soltou um suspiro.

Mas, se bem que... Ela tinha razão. Nick tinha um ciúme da irmã caçula que chegava a ser engraçado.

- Não tá ajudando... – Cássia cantarolou.

- Sua... – Nicole não aumentava o tom de voz, pois Isa ainda dormia.

- Vamos cantar e deixem esse papo pra depois... – Flávia pegou o violão. – Ouvi essa música é ela não sai da minha cabeça. Preciso cantar para vocês... Só não chorem.

- Canta... – bati palminhas.

- Pra você, tia... – Flávia piscou para a tia Ju e ela apenas rolou os olhos.

Ela posicionou o violão sobre a coxa e começou a tocar as cordas.

 

Ela deixou um bilhete

Dizendo que ia sair fora

Levou meu coração, alguns cd’s e o meu livro mais da hora

Mas, eu não sei qual a razão

Não entendi porquê ela foi embora

E eu fiquei pensando

Em como foi e qual vai ser agora

 

Meu quarto pede sua arrumação, minha camisa seu cheiro

Metade de mim foi

Já não me sinto inteiro

Me deixou um bilhete escrito eu nunca vou te esquecer

E tu aquilo que foi dito

E ela foi assim, sem dó de mim

Deixou no meu toca disco um dvd do Chaplin, mesmo sabendo que eu prefiro Chaves

E as guloseimas finas ela deixou só três

 

 

Foi quando vi três mulheres de cabelos ruivos chegarem acompanhadas pela mãe da Emi. A mais velha estava abraçada de lado com Juliana, que apresentava Emily e Rebecca. Meus olhos pousaram na garota alta, vestida com um short jeans e uma blusa de mangas dobradas. Usava um tênis branco. Os cabelos estavam presos, com poucos fios soltos.

Um nó se formou em minha garganta...

Senti até o coração bater mais forte.

A mulher era linda demais.

Ela olhou em nossa direção e a garota ao seu lado também. Minha prima continuava cantando.

 

Eu tenho que rir pra não chorar

Tentando te esquecer, mas eu só consigo lembrar

Não sei se outra preta vai tomar o seu lugar

Mas, com tantas opções eu acho que vale tentar

 

Até porque, você já tá em outro lugar, né?

Comigo se nem deve mais se importar, né?

Então faz favor, vê se esquece de mim

E o fim da nossa história foi assim

 

Dizendo que ia sair fora

Levou meu coração, alguns cd’s e o meu livro mais da hora

Mas, eu não sei qual a razão

Não entendi porquê ela foi embora

E eu fiquei pensando

Em como foi e qual vai ser agora...

 

 

 

Morri e fui para o céu? De onde saiu aquela mulher?

Emily se aproximou acompanhada por elas. Juliana, a mãe de Emily, tinha na face um sorriso enorme, que era correspondido pela ruiva mais velha e igualmente bela.

Então pude vê-la melhor e confesso, quase babei. Os olhos das mulheres a minha frente eram de um verde tão vivido, quase que irreal. Tão bonitos quanto os de Isabela.

Limpei a garganta.

Emily passou a nos apresentar e então finalmente iria saber o nome daquela mulher.

- Meninas, essas são Marisa... – a mulher mais velha sorriu.

- É um prazer... – ela sorriu gentil.

- Essa é a Lívia e a Ana Clara...

Ana Clara... Era esse o nome da deusa a minha frente.

Ela sorriu, pegando em nossas mãos em um cumprimento.

- Sejam bem-vindas... -  Flávia falou.

 

Eu estava muda... Mudinha da Silva...

Fim do capítulo


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