Fomos até meu chalé, tomamos um banho gostoso juntas. Meu corpo se acendia a cada toque de suas mãos! Aquele sentimento sem sombra de dúvidas já estava encravado em meu peito.

Próximo do horário de irmos à praia, ela foi a sua casa trocar de roupa e marcamos de nos encontrar no local marcado. Combinamos de aos poucos darmos a entender as pessoas que realmente estávamos juntas.

Estávamos reunidos na praia Giovane, Amália e Mari, havia um clima entre as duas últimas que não consegui definir. Não era o clima de sempre de provocações, alguma coisa nova no ar e Sabrina também percebeu pois olhava insistentemente para Amália que procurava desviar o olhar.

Meu sangue gela, com a voz que vem de trás de mim e Sabrina.

-Ora, ora até que enfim te encontrei Amore mio.

-PIETRA!

-que bom que não me esquecer-te. falei que iria te encontrar!

Olho para Sabrina que tinha a expressão de raiva na face, parecia pronta a pular em Pietra a qualquer minuto. Seguro em sua mão em uma mensagem muda, como falando que iria resolver aquilo.

-o que fazes aqui? Pensei ter deixado bem claro que não te quero mais perto de mim.

-precisamos conversar- olha pra minha mão, que ainda segurava a de Sabrina- arrumastes outras distrações! Agora entendo porque o porquê de sua recusa em falar comigo.

-Escuta aqui, como se chama mesmo- pela primeira vez, vejo o lado sarcástico de Sabrina.

-Pietra eu sou..

-pois é PIETRA-fala com deboche-me chamo Sabrina, e não sou distração de ninguém e nem preciso correr atrás de ninguém pra tê-la.

-Nossa sua língua é afiada, não!

-você ainda não viu nada “querida” - Não só eu, como os outros ficamos admirados pelo jeito que Sabrina se impôs junto a Pietra, que mantinha seu sorrisinho debochado! sua marca registrada.

Giovane se aproxima de Pietra a olhando de cima a baixo.

-Nossa Deusa, vocês Italianas são umas Deusas mesmo, se gostasse da fruta ia me fazer!

-esquece mano que da fruta que elas gostam, você não chega nem perto.

Mari mantinha o olhar de raiva para lado da minha ex, sinceramente não entendi já que essa não podia ver uma mulher bonita que já corria atrás, o que veio a seguir foi que me fez entender um pouco daquela raiva.

-boa noite Amália! Quando vamos dançar juntas novamente – o olhar de Mari se estreita, acho que pudesse voaria em cima de Pietra.

-como assim, dançar juntas novamente? - Giovane olhava de Pietra para Amália que parecia totalmente sem graça. Interferi antes que alguém pulasse em minha ex, não que ela não merecesse! Mais ali, entre tantos hospedes ia pegar mal, já que todos trabalhavam na pousada.

-Pietra o que você veio fazer aqui, já conversamos tudo que tínhamos pra conversar na Itália.

-você precisa me escutar Giu. Nós precisamos conversar!

-ela não precisa conversar com você coisa nenhuma, já não basta o que fez a ela.

Mari e Amália acompanhavam a tudo de olhos arregalados, ninguém nem mesmo eu poderia imaginar uma atitude dessas vinda de Sabrina.

-e quem você pensa que é pra falar assim comigo.

-eu! sou namorada dela! - lembrei da nossa conversa mais cedo, de irmos soltando aos poucos que estávamos juntas, bom não precisávamos mais, já que ali na praia a maioria das pessoas estavam a nos olhar.

-SABRINA! – Giovane a chama rindo do modo como Sabrina, apontava o dedo de um modo enfezado para Pietra- Sabrina não acha que já chega de shows por hoje.

-Não ouse se aproximar dela! - essa parecia não escutar os apelos de Giovane.

-isso Sabrina coloca essa perua no lugar dela- Mari que assistia a tudo espantada e calado, incentivava agora.

-o que foi linda, está com raiva porque peguei sua garota? - o olhar de Mari era assassino, achei melhor interferir antes que alguém fosse parar bolando na areia, e tinha a quase certeza que essa seria minha ex namorada.

-JÁ CHEGA! –Falo incisiva- Pietra vá embora, depois conversamos. Já chega de suas confusões por hoje!

Sem falar mais nada ela se afasta pisando firme na areia, tinha reparado durante a discursão ela estar alterada, sinal de havia bebido antes de me procurar.

-você não vai falar com essa mulher! - li ciúmes no olhar de minha amada, deu vontade de rir de seu jeito dominador, mas preferi me manter séria.

-poxa Deusa logo agora que as coisas estavam esquentando, você cortou o barato da plateia.

Foi ai que Sabrina percebeu a atenção que havia chamado sobre si.

-sinto que vou ter muita dor de cabeça com essa mulher aqui na ilha!

-essa mulher me cheira a encrencas- Mari falava, seu olhar ia de Amália e em direção por onde Pietra havia sumido.

-ok a confusão já acabou, agora me falem...- Giovane olha pra irmã e para Mari- que negócio é esse dela ter pego você Amália? E outra desde quando ela é sua garota Mari?

...

P/AMALIA

Minha vida tinha virado uma montanha russa, desde que a Italiana surgiu em minha vida na boate, passei aquele dia praticamente fugindo da gringa. Bastou ela se instalar pra ligar na recepção, pedindo que eu fosse a seu quarto com a desculpa de não estar conseguindo ligar o ar, como estava muito quente acabei acreditando! Procurei Ivan para que esse fosse resolver essa questão, mas esse parecia ter sumido.

Quando cheguei ao quarto qual não é minha surpresa ao sentir o clima frio no local, foi então que percebi que esta havia mentido.

-pelo visto conseguiu ligar o ar! Vou voltar ao meu local de trabalho.

Ela tinha aquele sorriso safado nos lábios.

-espera! -se aproxima da porta onde eu estava parada-vamos terminar o que começamos na boate-ela estava muito próxima a mim, conseguia sentir sua respiração junto a meu rosto- sua namoradinha desta vez não estará aqui pra nos interromper.

-ela não é minha namoradinha!

Falo com raiva a simples menção a pessoa de Mari.

-melhor ainda, então podemos continuar sem arrependimentos.

-só que tem um detalhe. Não quero continuar!

-tem certeza? – ela me prende entre ela e a porta. Vejo aproximar seus lábios dos meus e rapidamente me abaixo saindo de seus braços.

-tenho. E por favor só me chame se realmente precisar, não posso está saindo do meu local de trabalho pra vim satisfazer suas vontades.

Abro a porta e saio, mas antes ainda escuto sua gargalhada.

Na hora do almoço encontro Mari na cozinha conversando com minha mãe e Aline. O clima entre nos estava diferente, aquele sarcasmo habitual quando a via perto, foi trocado pra algo mais intenso. Minha vontade era senti-la como senti na noite de sábado, enquanto ela achava que eu estava dormindo. Me controlei ao máximo pra não ceder a vontade de me fazer desperta, enquanto ela achava que eu estava dormindo totalmente bêbada. Mas muitas coisas ainda eram um vácuo em minha mente, a última coisa que lembro e seus dedos percorrendo suavemente meu corpo em uma suave caricia, depois disso, apaguei! não sabia se aquelas cenas eram reais ou uma imensa vontade de tê-la em mim.

Pela manhã ao acordo a olho dormindo...linda! Minha vontade era de me aconchegar novamente em seus braços e beija-la matando aquela vontade que tinha dela.

Voltei para o presente com minha mãe perguntando alguma coisa sobre a Sabrina.

-Não entendi mãe!

-está com a cabeça aonde? - Mari também me olhava, mais seu olhar era dirigido a minha boca. Automaticamente passo a língua sobre meus lábios fazendo ela intensificar mais seu olhar- perguntei se você sabe o que os três foram fazer na Capital?

-Eles não falaram nada! Mas a dias percebo que alguma coisa está errada, Sabrina está Mais preocupada que o normal. Fora que Leonardo também sumiu, apesar dos dois não estarem mais juntos.

-ainda bem que minha filha encontrou alguém que parece ser melhor que ele.

-QUEM? -perguntamos juntas Mari e eu.

-a Giulia, não me digam que vocês que são tão descoladas como gostam de falar, não perceberam?

Olho pra Mari com os olhos arregalados. Foi ali que percebi, que certas coisas eram impossíveis de se esconder!

Voltei pra recepção com esse pensamento, minha mãe parecia tão compreensiva a respeito daquela questão, até mais que eu, que não conseguia assumir que também sentia atração por mulheres. Apesar de nunca ter feito amor com uma, eu sentia que no dia que isso acontecesse seria como me encontrar.

A noite estávamos todos reunidos na praia, observava Mari conversando com algumas Garotas que estavam hospedadas na pousada, via o modo como elas só faltavam se derreter com as conversas da Guia, como sempre aquilo fez meu ciúme se fazer presente.

-você não consegue ver um rabo de saia mesmo não é? - provoco assim que a guia se reuni conosco.

- elas até que são bonitas! - provoca.

-pra quem gosta de piralhas como você, é um prato cheio!

-Está com ciúmes Mari? - fala pra que somente eu escutasse.

-Ciúmes! De você? Faça-me rir, só tenho pena dessas coitadas que se iludem contigo- falava calma, mais por dentro fervia de raiva.

- eu não preciso iludir ninguém! Sempre deixei bem claro o quero delas.

-é somente isso que queres de todas, não é Mari? - pergunto com sarcasmo pra disfarçar minha raiva.

Antes dela responder escuto a voz de Pietra, vi minha amiga quase voar em cima da Italiana. Não era mais novidade pra mim que Giulia e Sabrina mantinha um romance, que elas julgavam escondido. Mais presenciar minha amiga defender Giulia da forma que defendeu, me deixou surpresa, ainda mais na presença de alguns hospedes de se encontravam ali. Nunca a tinha visto assim com Leonardo, o ciúme estava estampado em seu semblante.

A discursão das duas estava acirrada, até Mari se meter. Vi raiva no olhar da guia quando a italiana menciona o ocorrido na boate, meu irmão olhava curioso, não só ele pois percebo que Giulia também estava curiosa, com que Pietra mencionou sobre de dançarmos juntas. Depois que a Italiana se fora todos os olhares se direcionaram pra mim e Mari.

-que história é essa, vão me explicar ou vou ter que chamar a Pedrita de volta- apesar do olhar indignado de Giovane, quando essa chama a Italiana de Pedrita não consigo me segurar e começo a rir com vontade.

-Pietra, Giovane- Giulia fala.

-pois é isso que falei Pedrita! - não adiantava ele ia continuar a chamar, a outra assim! –e não fujam da pergunta não!

-Essa mulher é louca, a conheci na boate que fui com Bernardo...

-como assim com Bernardo? - meu irmão olhava desconfiado.

-Sábado eles foram em uma boate, que conscientemente também fui com Felipe e a namorada- Mari agora tentava explicar- e lá conhecemos a Tal Pietra, que deu em cima de Amália. E eu me passei por sua namorada, pra que ela parasse de se insinuar pra tua irmã.

Bom, não fiz nem questão de mudar aquela versão da história. Giovane ainda olhava desconfiado mais deixou o assunto se encerrar ali. Eu sentia que muita coisa ainda estava por vim.

...

Não pude acreditar quando soube quem se tratar aquela mulher bem a minha frente, quando Giulia me falou que sua ex namorada estava no Brasil, não imaginei que teria a cara de pau de aparecer ali e ainda querer que minha italiana a escutasse.

Fiquei ainda mais abismada quando Pietra insinuou ter tido algo com Amália!  e ver minha amiga sem jeito era sinal de que alguma coisa realmente havia acontecido, Mais esse era um assunto que preferia conversar a sós com ela. Minha cabeça estava a mil, nunca imaginei que a Italiana, por quem Giulia um dia fora apaixonada fosse tão bonita, uma insegurança se abate em mim quando as coisas finalmente se acalmam. Nunca gostei de comparações até porque apesar de não ser linda, sempre fui uma mulher interessante. Mas um desespero se apossou de meu coração, ao imaginar que Giulia pudesse cair de novo nas garras daquela mulher.

-o que foi amore mio? - ela senta-se a meu lado, segurando discretamente minha mão. Como falar pra mulher que você ama, pois tinha certeza agora que a amava. Que esta insegura, que tem medo de perde-la. Depois de tudo que havíamos conversado, eu tinha medo dela achar que não confiava nela.

-Não foi nada- continuo a olhar o mar. Me sentia tão segura com ela a meu lado. Mais e quando não estivesse por perto? como ia ser! Será que iria conversar com a ex?  Será que se deixaria envolver? Ela aperta minha mão parecendo adivinhar meus pensamentos.

-jamais deixarei que Pietra se coloque entre nós, meu coração só tem espaço pra ti! - fico a sua frente olhando em seus olhos, conseguia enxergar através dele toda uma ternura, um carinho que me tocava a alma. Por nada nesse mundo ia perder aquela mulher! se preciso ia brigar com quem fosse, para tê-la sempre a meu lado.

-assim como o meu só tem espaço pra ti, minha Italiana! Vamos dar uma volta- ela confirma com a cabeça e seguimos o mesmo caminho em que nos beijamos pela primeira vez.

O caminho todo nossas mãos não se desgrudaram, em minha cabeça vinham imagem de quando namorava Leonardo. Nunca me senti tão segura com alguém por tão pouco, sentimento que a Italiana despertava em mim.

Sentamos em uma pedra, me aninho em seu corpo olhando aquela imensidão de mar.

-você ficou abalada com a chegada de Pietra?

Como mentir pra alguém que parecia conhecer sua alma.

-me senti insegura. Ela é tão linda! –ela me abraça mais forte, parecendo me fazer entender que aquilo não importava.

-você é linda, não tem que ficar assim. Te amo por seu caráter, coisa que o de Pietra é duvidoso-Beija meu ombro- já sofri por não saber julgara-la, quando todos me avisavam contrário. Te amo, e o que sinto é forte demais pra se abalar com sua chegada.

Ficamos caladas por algum tempo, eu refletindo o que acabara de escutar. Saber que era amada, e escutar aquilo com todas as letras, fortaleceu meu sentimento ainda mais por ela.

-Amore mio- viro meu rosto olhando-a sem sair de seus braços- alguma vez, já pensou em procurar sua mãe?

-sinceramente com tudo que sei a seu respeito, não quero nem vê-la! 

Senti seu corpo enrijecer, só não soube explicar o porquê!

Fim do capítulo