-- Quero que peça ao boy para levar esta documentação até o cartório - entregou uma pasta com documentos para a secretária - Aqui estão as explicações necessárias, e a pessoa com quem deverá falar. - quando fez menção em entrar em sua sala, foi interceptada pela secretária.

-- Dona Cristina, desculpe-me, mas sua sala está sendo usada. - explicou com receio dos olhos azuis semicerrados.

-- Como é que é? Quem está utilizando minha sala?

-- E...E...Enrico e... - olhou rapidamente o nome escrito no papel - a senhora Isadora Marcondes - a secretaria estava com medo, e não suportou o olhar severo de Melissa - E... Enrico disse que a senhora Isadora é... é su...sua chefe. - neste momento a carranca se desfez e nasceu um sorriso no rosto da morena.

-- Tudo bem. – Ada percebeu o quanto o rosto de Melissa se iluminava a simples menção do nome Isadora. – “Ela realmente é minha chefe”. – pensou sorrindo. - Sempre que ela precisar pode deixá-la entrar, sem aviso prévio ou restrições. - sorriu mais uma vez e entrou na sala - Atrapalho? - a secretaria ouviu a pergunta, e se o queixo não estivesse preso ao corpo, teria caído.

“Ela é mesmo chefe da minha chefe? Mas como isso?” – Ada se questionava.

-- Não minha linda, por favor, entre. – Isadora respondeu com os lindos olhos verdes brilhando, e um sorriso que fazia franzir o nariz.

-- Hum, quer dizer que a senhora é minha chefe? - sorriu e depois beijou o topo da cabeça loira - Com uma chefe linda assim, eu quero sofrer assédio sexual SEMPRE. - os quatro caíram em gargalhadas. Enrico e Haidê explicaram a Melissa suas descobertas e as informações repassadas por Isadora, o que confirmou que seu avô estava por trás de tudo.

-- Espero que ele não invente mais nada, porque sou uma excelente pessoa, mas se machucarem Isadora. – bateu forte com uma mão fechada sobre a outra aberta - Seja pai, avô, tio, primo eu esquecerei tudo e acabarei com a festa. – concluiu com os olhos cerrados.

-- Amor, eu não quero você brigue com ninguém, principalmente seu avô. – acariciou seu rosto. – Promete que não vai mais atrás disso?

-- Mas Isa...

-- Melissa, por favor, deixe a Débora e tudo isso para trás. – olhou dentro dos olhos azuis. – Por mim... – Melissa sorriu com pesar e concordou.

-- Por você eu sou capaz de tudo Isadora. – confessou ao se abraçar com a loirinha, deixando que algumas lágrimas rolassem por sua face – Você é minha luz, meu caminho... – beijaram-se com ternura, esquecendo-se de Enrico e Haidê que saíram à francesa.

-- Também lhe amo, meu potinho de mel. – declarou sorrindo. Melissa piscou os olhos várias vezes e Isadora sorriu passando a mão pelo seu rosto. – Gente como ela é uma pobre menina inocente. – olhou ao redor e todos haviam saído. – Para onde...

-- Deixe-os. Devem ter saído para não venderem cocada.

-- Vender cocada?

-- Sim, também conhecido como segurar vela, bater penitência, e acolher rapadura. – Isadora estava rindo com as brincadeiras de Melissa. – Hoje vou leva-la a um local bem legal para jantarmos. – sorriu com malícia. – E você será o prato principal. – concluiu falando baixinho.

 

 

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-- Isaaaa? - Melissa gritou ao entrar no apartamento, colocando a bolsa e uma pasta em cima do sofá.

 

-- Oi! - a loirinha apareceu vestindo um conjunto de calcinha e sutiã de renda, Melissa ficou de boca aberta, esqueceu até o que pretendia.

 

-- E... e... eu... i-i-ia cha-mar pa...pa...para.... - estava suando.

 

-- O que foi Mel? Está bem? - perguntou com os olhos estreitos, como uma ave que espera sua presa.

 

-- Q...qu...que...quero cha-chamar pa...pa...para sair. – apontou com o polegar em direção a porta.

 

-- Hum... Será que você ficou nervosa? - perguntou se aproximando da morena e passeando com a mão por todo o corpo maior - Que tal retirar um pouco dessa roupa?

 

-- E... a... - engoliu seco e deixou que a loirinha começasse a retirar sua roupa.

 

-- Deixe-me ajuda-la. - retirou o blazer, depois abriu a camisa, botão por botão. À medida que abria, ia beijando a pele bronzeada que estava sendo exposta. Olhou para cima, procurando os olhos azuis. - Ainda sente-se nervosa? - a morena tinha a respiração acelerada, o ritmo cardíaco aumentado, seu desejo aumentava mais e mais, não conseguia pronunciar qualquer coisa, estava hipnotizada pelo verde mar que lhe observava. Melissa tentou se concentrar, aspirou o cheiro que emanava da loirinha e só então conseguiu falar.

 

-- Não estava preparada para ser abordada assim. - disse ofegante. Isadora percebeu os olhos azuis aumentarem seu brilho, e uma expressão maliciosa foi aparecendo, permitindo que a loirinha ficasse mais tranquila, sentindo a entrega da morena.

 

-- Queria sair? - perguntou com uma voz baixa e sexy, olhando dentro dos olhos azuis.

 

-- Queria, passado... - beijou delicadamente os lábios da loirinha - Agora quero outra coisa.

 

-- Pode me dizer o que? - permanecia com o tom de voz baixo e sexy.

 

-- Prefiro mostrar. - envolveu a loirinha em seus braços e lhe beijou. – Vem... – puxou Isadora pela mão até o quarto – Eu lhe amo... – beijou-lhe o rosto – Amo... – beijou-lhe os olhos - Amo muito... – beijou-lhe o queixo até coloca-la em seus braços e levanta-la – Minha vida... – sorriu ao perceber o sorriso lindo em união com o brilho excessivo que emanava dos olhos verdes. Amaram-se com entrega e muita cumplicidade, parecia que cada uma conhecia o corpo da outra, muito mais do que si mesma.

 

 

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-- Gostou? – Isadora estava com os olhos brilhando, observando Melissa enquanto ela analisava o projeto refeito por Jade.

 

-- Há algumas coisas exigidas por Isadora que a princípio pensei que não ficaria muito bom, mas depois de conclui-lo, posso garantir: o resultado final ficou perfeito! – disse a arquiteta. Melissa permanecia em silêncio olhando o desenho de cada cômodo, e com os olhos cheios de água sorriu para Isadora.

 

-- De uns tempos para cá, eu não consegui mais ganhar as nossas apostas.

 

-- Verdade? – franziu o nariz com uma expressão moleca, fitando os olhos azuis.

 

-- Verdade, a mais pura e simples, verdade. – sorriu e puxou a loirinha contra seu corpo, beijando-lhe rapidamente os lábios. – Quando podemos nos mudar? – perguntou sorrindo para a arquiteta.

 

-- Fico feliz que tenham gostado. – sorriu – Quanto a se mudar, que tal quando a casa ficar pronta? – brincou.

-- Estamos esperando o que para isso? – as três mulheres sorriram e, em seguida, planejaram a execução da obra.

 

 

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-- Alô, eu quero falar com a loirinha mais linda, sexy e amada. – pediu com um sorriso.

 

-- Conheço esta felizarda, ela ama uma morena, não é isso?

 

-- Não sei, acho que ela ainda não mencionou nada sobre isto, hoje.

 

-- Que maldade!

 

-- Sempre sou judiada e sofro assim, como uma louca.

 

-- Eu lhe amo... Amo seu cheiro, seu gosto e seus olhos quando me dizem que também me ama. – declarou com uma voz emocionada.

 

-- Também lhe amo, meu anjo... Minha luz... Meu alicerce – foi à vez de Melissa se manifestar com uma voz, também emocionada.

 

-- Agora que colocamos em dia nossos sentimentos... – brincou e sorriu quebrando o clima – o que a senhora deseja?

 

-- Além de você? – sorriu – Alguns amigos da faculdade querem sair, uma prévia da nossa despedida.

 

-- Mel você pode ir, não precisa se preocupar.

 

-- Eu quero ir com você.

 

-- Mel, são seus amigos e não sei como me sentirei indo a um bar hétero com você linda e desejável, ficarei louca de ciúme, basta alguém chegar perto.

 

-- Linda, estas pessoas são amigos mais chegados, alguns de infância que você ainda não conhece, e tem Haidê e Mariana, você as conhece. – pensou um pouco em como comunicar a namorada sua decisão, mas ficou receosa – Isa, eu conversei com estes amigos hoje e me declarei apaixonada por uma linda mulher.

 

-- Mel? Amor, seu avô...

 

-- Não quero saber de mais ninguém, além de nós duas. – suspirou – Combinamos em ir a um bar, desses assim... – não sabia como falar e foi interrompida por sua pequena.

 

-- Gay?

 

-- Sim. – ficou envergonhada.

 

-- Melissa, seus amigos são todos da alta sociedade filhos de famílias tradicionais ou apenas ricos... – usava um tom pouco irônico.

 

-- O que tem isso? Quer ir comigo, confirmei minha presença e não tem como deixar de ir, até mesmo pelo fato do local ter sido escolhido para me favorecer. – sorriu novamente, sabia que esta informação mexeria com a loirinha, o ciúme falaria mais alto.

 

“Bar gay, cheio de mulher oferecida? É ruim dona Melissa a senhora ir sozinha!” – pensou -- Nos encontraremos lá ou você vem me pegar?

 

-- Agora é minha vez de falar, eu não deixaria à senhora sair de casa sozinha, assim, produzida e linda em uma noite cheia de “periguetes perereques”- fez careta – a solta.

 

-- Que horror Melissa Cristina! – declarou rindo.

 

-- Depois conversamos cobre este nome.

 

Melissa foi pegar Isadora e ficou admirada com o corpo da loirinha ajustado a um vestido preto e extremamente sexy. O longo e sedoso cabelo loiro solto, com duas finas tranças a cada lado, uma maquiagem simples, e para completar a produção, sapatos alto e um par de brincos que fazia conjunto com o colar, com pequenas pedras verdes, realçando ainda mais os lindos verdes.  

 

-- UAU! – gritou ao sair do carro com o intuito de abrir a porta do passageiro para a loirinha – Deus! De repente perdi a vontade de sair. – disse após beijar a mão de sua noiva e dirigi-la para o interior do automóvel. Isadora ao perceber sua expressão, abriu um lindo sorriso.

 

“Acho que a peguei em mais um ponto fraco dona Melissa.” – pensou ao entrar no carro.

 

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-- Boa noite gente! – cumprimentou ao se aproximar do pequeno grupo de amigos. Todos perceberam as mãos das duas mulheres entrelaçadas, e ficaram admirados com a beleza de Isadora.

 

-- Isa, você veio. – Haidê se levantou e foi cumprimentar a loirinha, que retribuiu com um sorriso.

 

-- Cris, ela é mais linda que você! – disse admirado um dos rapazes. Melissa fez as apresentações deixou que Isadora se entrosasse com o pequeno grupo, composto por dois homens e três mulheres. A loirinha logo fez amizade com todos, arrancando histórias da infância da morena, constatando o que ela havia imaginado: sua noiva foi uma criança de muitas traquinagens, e era normal vê-la com gesso em alguma parte do corpo. Quando todos apresentavam leves sinais de embriaguez e a sinceridade excessiva veio à tona, a diversão apenas começava. Uma música em especial chamou a atenção das duas mulheres.

 

-- Lembra-se desta música? – perguntou com o braço por cima do ombro da loirinha, com suas mãos entrelaçadas, enquanto Isadora envolvia a cintura de Melissa com o outro braço. As duas permaneciam em pé, próximas a mesa, mas, mantendo uma determinada distância que lhes pudessem proporcionar um pouco de privacidade.

 

[1]You with the sad eyes

Don't be discouraged

Oh I realize

It's hard to take courage

In a world full of people

You can lose sight of it all

And the darkness inside you

Can make you feel so small…

 

Show me a smile then,

Don't be unhappy, can't remember

When I last saw you laughing

If this world makes you crazy

And you've taken all you can bear

You call me up

Because you know I'll be there….

 

-- Poderíamos dizer que é a nossa música. – Isadora constatou com um lindo sorriso.

 

-- Sim, você sempre gostou da Cindy Lauper, e acabou me influenciando. – abaixou a cabeça para morder a orelha da loirinha. – Mas não é esta nossa primeira música? – sussurrou enquanto permanecia entretida com sua orelha.

 

-- Influenciando? Apenas para música? E qual a nossa primeira música? – Isadora tentava segurar sua excitação, Melissa lhe provocava insistentemente.

 

-- A música que dançamos na festa de carnaval.

 

-- Glenn Miller. – suspirou – Adorei lhe encontrar naquele dia, queria tanto lhe beijar.

 

-- Então beija agora e tira o atraso. – beijaram-se - Vamos dançar?

 

-- Mel, você sabe que sou péssima nisso. – estava insegura.

 

-- Péssima para dançar? Esqueceu que me guiou em nossa primeira dança? Fiquei encantada... – beijos – Você dança muito bem amor.

 

-- Foi um encontro casual, nada planejado, não exagera.

 

-- Tudo bem, mas que adorei dançar com meu cavalheiro negro, isso não há dúvidas. – a loirinha sorriu empolgada ao ouvir esta declaração. – O que foi?

 

-- Engraçado porque sonhei diversas vezes com você em uma moto, vestida toda de couro, seguindo o meu carro, e tentava falar alguma coisa. – olhou para os olhos azuis – Você batia com força no vidro do carro, e então, eu ficava com medo, porque não sabia que era você. Quando tentei fugir, você abriu o capacete, e só vi seus olhos. – segurou o rosto da morena – Eles me pediam desculpa, e ao mesmo tempo imploravam para ficar com você. – os olhos verdes umedeceram, deixando cair algumas lágrimas – E era esta música que tocava na rádio. Abri a porta do carro, e você retirou o capacete, seus cabelos caíram, deixando-a com uma aparência selvagem... – fechou os olhos para Melissa enxuga-los – E você me puxou para um abraço, beijando minha boca depois. A impressão que eu tive foi a de que estávamos afastadas por muito tempo.

 

-- Shiii... – colocou o dedo indicador sobre os lábios da loirinha – Nunca, jamais ficaremos separadas ou romperemos, nós nos amamos e isso será para sempre. – abraçou a pequena e beijou-lhe com suavidade, enquanto começava outra música. Melissa cantou baixinho, apertando o abraço entre as duas. – [2]“Quem inventou o amor/me explica, por favor,/ quem inventou o amor/me explica, por favor/ vem e me diz o que aconteceu/ faz de conta que passou.... – Segurou o queixo da loirinha, e fitou os lindos olhos verdes, as preciosas esmeraldas que lhe enfeitiçava. – ...enquanto a vida vai e vem/ você procura achar alguém/ que um dia possa lhe dizer/ quero ficar só com você... – Eu já encontrei este alguém, e ela está aqui na minha frente, sendo amada e me amando cada dia mais.

 

-- Meu potinho de mel, eu lhe amo muito. – beijaram-se novamente

 

-- Melissa, você agora vai prender e soltar um monte de gente né?

 

-- Não sapo Caco, eu ficarei restrita a parte de gestão empresarial.

 

-- Essa moça ai que “tá” grávida deve ser muito bandida né? – Melissa parou de arrumar suas roupas e ficou parada, olhando o amigo, imaginando o que ele poderia ter insinuado com a frase.

 

-- Não entendi Júnior, o que você quis dizer? Quem estar grávida e ainda é bandida?

 

-- Melissa, você disse que ia ficar “resfrita” na tal gestante da empresa, então eu pensei que ela era uma bandida “pra” você ficar com ela, “tá ligada”? – a morena olhou para o rapaz, e depois para porta do quarto e gritou.

 

-- Isadoraaaaa!!!! – a loirinha veio correndo assustada, envolvida em uma toalha.

 

-- O que aconteceu Melissa?

 

-- Vou matar este energúmeno, e não adianta pedir por ele. – esticou as mãos em direção ao pescoço do rapaz, que se encolheu todo.

 

-- Melissa Cristina, pare com isso! Ele é traumatizado por vida e ainda quer piorar a situação? – ordenou com autoridade – Termine de juntar seu material, Ester está lhe esperando.

 

-- Argh! Eu não aguento mais... Não aguento... – saiu resmungando, quando pegou na maçaneta da porta, ouviu Isadora mandando voltar.

 

-- Não esqueceu nada Melissa? Venha já aqui. – a morena foi até a loirinha, ainda resmungando, beijou-lhe e saiu batendo em seguida a porta da frente – Júnior mantenha-se em silêncio até segunda ordem.

 

-- Sim Isa. – entrou no quarto de cabeça baixa, parecendo uma criança pega em uma briga, pelos pais – Só quero dizer que “num” entendi nada. – gritou de dentro do quarto.

 

-- Silêncio Júnior.

 

 

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-- Minha filha é a mais linda da turma. – Daniel falou com orgulho ao ver a filha entre os formandos, vestida em uma beca preta com cordões vermelhos e um chapéu preto e quadrado.

 

-- Minha neta é magnífica! Ela lembra muito minha esposa. – constatou um sorridente avô. Ester ignorou o comentário e confidenciou algo ao marido, mas, falou alto o suficiente, deixando o velho homem ouvir.

 

-- Isadora já deveria ter chegado, percebi a impaciência de Cristina, ela não tira os olhos da plateia.

 

-- Acho que vocês deveriam interferir nesta amizade descabida, ao invés de incentivar. – Daniel sentiu um discreto empurrão da esposa, e entendeu que aquele era o sinal para defender a relação da filha.

 

-- Papai, o melhor que temos a fazer é aceitar “esta amizade”. – enfatizou – Nossa menina é feliz, e isso é o que me importa.

 

-- Daniel sabe muito bem o teor desta amizade, isto é inadmissível e... – parou de falar ao perceber um lindo sorriso surgir no rosto da neta. Os três olharam para trás, procurando o motivo do sorriso, e viram Isadora chegar acompanhada de Júnior, Bruna e Enrico. Foi à vez de Daniel sorrir.

 

-- Viu papai? Não adianta interferir, ela é maior de idade, dona da sua vida, e para mim, o importante é a sua felicidade, e se ela vem acompanhada de uma mulher ou homem, para mim não faz diferença, eu quero que minha filha seja feliz, assim como eu sou. – olhou para Ester e recebeu um beijo no rosto. José de Alcântara viu que seria inútil argumentar com o filho.

 

Isadora sentou no outro lado, com os amigos, preferia manter distância do terrível avô da noiva. As duas mulheres sincronizaram seus olhares, e pareceu, por alguns segundos, que estavam sozinhas no auditório. O transe foi quebrado quando o nome de Melissa foi anunciado para senta-se junto aos outros formandos.

 

A cerimônia demorou mais do que o esperado, e quando chegou ao fim, os pais da morena e o avô, vieram parabeniza-la e posar para várias fotos. A loirinha e seus amigos preferiram permanecer sentados, aquele seria o momento da família. Aguardavam a oportunidade de cumprimenta-la, mas este momento não demorou muito, Melissa apareceu sorrindo e esticou a mão, aguardando que Isadora acolhesse entre as suas. A cena que seguiu era de pura felicidade entre as duas mulheres, e os olhos azuis demonstravam um brilho de orgulho e felicidade. Isadora a puxou para um abraço, mas Melissa lhe deu um rápido selinho. Isso foi o suficiente para o velho José explodir.

 

-- Melissa Cristina, que pouca vergonha! Respeite o lugar e a minha presença.

 

-- Não estou faltando com respeito a ninguém, acho que aturei até demais olhar para minha loirinha e não toca-la... – sorriu e piscou para Isadora - Mas posso lhe garantir que respeito só é digno, quando a pessoa respeita os outros a sua volta. – apertou a mão a menor, envolvida a sua e puxou discretamente – Mamãe, eu vou posar para algumas fotos com Isa e meus amigos, depois gostaria de ir direto ao salão do coquetel. – Daniel não gostou da resposta da filha dirigida ao seu pai, mas achou melhor não repreendê-la na frente dos amigos.

 

-- Está vendo o que falei? Daniel, você a cada dia que passa fica mais banana, sua filha é muito mais firme e decidida do que você. – disse em tom acusador.

 

-- Papai este não é o momento e nem o local para falarmos sobre isso, quanto a Cristina, estou apoiando-a de todas as formas pela felicidade dela, isso não tem discussão. – ele respondeu e saiu acompanhado de Ester.

 

-- Mas que velho mais careta! – uma linda senhora, alta, morena de olhos azuis interveio em favor de Melissa e Isadora, José Alcântara pensou em respondê-la, mas, ao olhá-la, ficou encantado e resolveu se aproximar, a tempo de ouvir uma jovem que muita lembrava o jeito de sua neta.

 

-- Vovó! – Haidê a recriminou.

 

-- Este homem foi um grosso com a própria neta, e quer que fique calada? – aproximou-se da neta e falou baixinho – Tenho que lutar contra a homofobia, em um futuro não muito longe, você entenderá. – a morena revirou os olhos e antes de falar qualquer coisa, foi interrompida pelo velho, avô de Melissa.

 

-- Senhora, aceita acompanhar-me nesta dança? – o velho homem veio pedi-la para dançar, mas Helena não foi muito receptiva.

 

-- Obrigada, mas meu genro já havia me pedido para acompanha-lo. – olhou para o grego. – Petros, venha dançar. – o homem veio desanimado.

 

-- Helena... – a velha não deu tempo para o genro reclamar, puxou e saiu dançando.

 

-- Quem gosta de velho é reumatismo. – Petros tentou se segurar para não rir, mesmo assim brincou.

 

-- Ele continua lhe olhando.

 

-- Eu não sou novela para ele me acompanhar, mostrar o olho grego para afastar essa assombração. – Petros riu.

 

-- Acho que meu avô gostou da dona Helena. – Melissa confidenciou para Haidê que a olhou e riu.

 

-- Desculpe Cris, mas agora ele vai penar. – declarou com falso pesar.

 

-- Merece. Quem sabe uma verdadeira bruxa não dá um jeito neste velho?

 

-- Melissa Cristina! – Isadora a recriminou.

 

-- Vai defender meu avô? – Isadora era observada por dois pares de olhos azuis. Olhou para Melissa e depois para Haidê, e só então concluiu.

 

-- Estou defendendo a avó de Haidê. Chama-la de bruxa? – as duas morenas riram.

 

-- Não se preocupe Isadora, ela realmente é uma bruxa. – a loirinha não entendeu, e quando fez menção em perguntar, foi interrompida por um homem alto, de pele clara, e olhos verdes. O cabelo era bem preto, e sobrancelhas grossas. Ele envolveu Haidê pela cintura e beijou seu rosto, depois olhou para as duas mulheres e sorriu.

 

-- Olá Cristina, ou posso lhe chamar de doutora? – Melissa sorriu e respondeu de forma divertida.

 

-- Depois de estudar feito uma louca, e aguentar os estágios, eu mereço ser chamada de doutora. – os três riram.

 

-- Haidê lhe contou? – Melissa olhou para a amiga.

 

-- Ainda não, queria esperar para contar com você. – ela olhou para Mariana e lhe fez um sinal, quando a outra amiga se aproximou o casal deu a noticia.

 

-- Meninas, eu e Haidê temos uma notícia para vocês. – as atenções de Isadora, Melissa e Mariana estavam todas voltadas para Haidê e Roberto.

 

-- Estou grávida! – Isadora sorriu, enquanto as três amigas se abraçavam e pulavam, em comemoração.

 

 

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[1] Cindy Lauper - True colors

[2] Legião Urbana - Quem inventou o amor.

Fim do capítulo