Sentido figurado: causar ou sentir enlevo; arrebatar(-se), deliciar(-se), extasiar(-se).
Capítulo VIII - Inebriar
Laura chegou ao hospital 30 minutos antes do seu expediente. Desceu de seu carro e abriu o porta-malas para verificar se havia alguma blusa que pudesse substituir a camisa jeans que vestia desde o dia anterior, já que era um pouco grossa e ficaria levemente apertado ao sobrepor o jaleco.
Sempre carrega consigo uma pequena bolsa de academia com roupas e alguns objetos pessoais, mas já imaginava que as depositadas ali dentro estavam sujas, pois havia esquecido de retirá-la do carro quando voltou do interior na quinta. Resolveu ficar com a camisa jeans mesmo. A noite estava chegando e o ar condicionado central do hospital traria mais frio ainda para esse fim de outono. Trocou apenas seu mocassim de couro pelo All Star branco para se movimentar com mais agilidade pelo hospital.
Ligou para sua irmã que informou onde estava o sobrinho. Ao chegar no andar indicado, encontrou sua irmã na porta do quarto:
- Olá, Karlinha! – deu um abraço apertado – Como estão as coisas?
- Ai, irmã! Está tudo bem por enquanto. Ele está jantando agora. A partir de amanhã ficará em jejum para a cirurgia. Conseguiram uma vaga para às 11h da manhã.
- Que ótimo! Vou procurar saber quem vai acompanhar todo o processo para lhe deixar a par. O que estiver ao meu alcance, farei. Vou indicar um fisioterapeuta que conheço que é um dos melhores da cidade. Também irei perguntar ao Ricardo sobre as melhores opções para que ele se recupere rápido.
- Muito obrigada, irmã. Eu sei que você fará o que puder, mesmo quando não tiver ao seu alcance.
- Você me conhece tão bem. – disse Laura abraçando a irmã e dando um beijo em sua testa.
- Conheço mesmo e estou precisando conversar um pouco com você.
- Ô, irmã. Vamos fazer o seguinte. Não prometo que venho após a cirurgia do Bernardo, pois amanha à noite terei outro plantão, mas te ligo assim que acordar.
- Tudo bem, mas ligue mesmo!
As irmãs de despediram e Laura desceu para bater seu ponto. Na porta do estar médico encontrou a doutora Isadora, sua amiga desde a residência clínica. Isadora tem 1,65m, magra, de cabelos negros, lisos e longos, usa óculos de grau com armação grossa que fica marcado em seu rosto claro e afilado. Não se viam há dois meses, pois esta trocou o horário de seus plantões para ter mais acesso à namorada, a enfermeira-chefe Ana Paula, após juntarem as escovas de dente. Porem, sempre que se veem, é como se tivessem se encontrado ontem.
- Boa tarde, Doutora Laura.
- Boa tarde, Doutora. Isadora. – disse abraçando a amiga – Que honra dividir o plantão da madrugada mais badalada da semana com você.
- Muito obrigada por lembrar isso, Laura. Faz tempo que não damos esse plantão juntas. – disse Isadora batendo o ponto e rindo.
- Nossa! Tem o quê? Uns 2 meses, não? – disse vestindo o jaleco.
- Acho que por aí. O ultimo foi o feriadão que estendemos. Pegamos na sexta à tarde e no sábado de noite já estávamos na casa de praia dos meus pais. Aquele dia foi ótimo!
- Foi muito bom mesmo! Uma pena você ter mudado seu plantão.
- Ô, amiga! Podemos marcar de fazermos essa loucura novamente, não é? Tenho só que falar com a Ana para encaixarmos os horários.
- Veja e me avise. E como estão as coisas entre vocês? – disse enquanto caminhavam pelos corredores do hospital.
- Estamos ótimas! Esses quatro meses morando juntas posso dizer que a conheci melhor. É diferente quando você vê a pessoa na casa dela e depois vai embora. Cada uma tem uma mania ou jeitinho de fazer as coisas. A gente vai se adaptando.
- Não posso dizer que entendo porque ainda não tive essa experiência. Mas deve ser muito bom mesmo.
- Amiga, você chega lá! Só precisa dar abertura para se relacionar, né, Laura? Fica difícil se você não procurar.
- Ah, querida. Preciso te contar o que aconteceu esse final de semana. E nem precisei procurar. – disse piscando o olho e entrando em um dos consultórios.
- Ah, não! Você joga isso na minha cara e sai? – disse Isadora com cara de chateada com a mão na maçaneta da porta.
- Nos vemos em duas horas, Isa! – disse Laura rindo e gesticulando para a amiga sair.
O inicio do plantão foi tranquilo. Como não havia muitas consultas de urgência, conseguiu caminhar pela ala da enfermaria para acompanhar um a um os pacientes atendidos pelo médico plantonista anterior. Quando voltou ao consultório, pegou seu celular e viu uma mensagem de numero desconhecido.
[18h20] – Olá, minha linda. Beijo grande cheio de saudade.
Laura começou a digitar para responder quando a porta se abriu.
- Pode começar, Laura. – disse Isadora fechando a porta atrás de si. - É difícil te encontrar com esse sorrisinho bobo.
- Ai, Isa! Foi tudo tão rápido que às vezes nem me reconheço.
- Ai, meu senhor! – disse puxando a cadeira para ficar mais próxima – Diga o que aconteceu que você está me deixando nervosa.
Laura contou rapidamente sobre esses últimos dois dias. Que quem chamou para sair foi Mariana, que a levou num restaurante lindo e que era de um amigo em comum. Falou sobre ter chorado no ombro dela quando deu as costas ao pai e à irmã no hospital, sobre ter deixado se levar pelo coração, ter trans*do no primeiro encontro, que até agora a pouco estava na casa dela, que conversaram que queriam ver no que ia dar e que não estava nem um pouco arrependida.
Isadora encostou-se na cadeira boquiaberta.
- Enquanto você não fala nada, vou responder à mensagem aqui, tá?
[20h15] Boa noite, linda! Amanhã pela manhã matarei sua saudade. Confesso que meus lábios também estão com saudade dos seus.
[20h17] Boa noite, linda! Estou de saída da casa de minha mãe. Vou comprar umas coisinhas para tomarmos café amanhã de manhã. Quer que eu compre algo específico?
[20h18] Não, gatinha. Esteja à vontade. Tenho certeza que vou adorar o que você fizer. No meu próximo intervalo te ligo. Vai estudar na madrugada?
[20h19] Vou estudar sim. Assim que chegar em casa, aviso. Pode me ligar a hora que quiser. Beijos.
- Amiga... – disse Isadora estalando os dedos próximo ao rosto de Laura – Você foi arrebatada!
- Amiga, eu tô fodida, isso sim! – disse dando um suspiro – Não quero nem pensar no que vai acontecer. Porque se der mer..
- Deixe o tempo dizer, gata! – interrompeu Isadora sabendo dos pensamentos negativos da amiga – Lembre-se que não depende só de você. Se vocês conversaram e ela age da mesma forma que você, não há nada do que se preocupar.
- Vou tentar pensar assim.
- Agora vou dar prioridade a essa casa de praia. Quero conhecer essa mulher que te mudou num piscar de olhos urgentemente. Se bem que agora vão começar as chuvas. Podemos ir para a casa de seu pai na serra. Tempinho frio, tomar um vinho, conversar amenidades.
- E desde quando somos fãs de sol, Isa? – disse rindo – Nunca fomos para curtir sequer a praia. No máximo corríamos pela orla de tardezinha se não estivéssemos de ressaca.
- Ou ainda bêbadas! – disse rindo e levando a amiga à rir.
- A casa na serra é boa para passarmos o final de semana inteiro. Falando em ressaca, vou olhar na agenda de festas na cidade para ver se teremos uma noite agitada.
- Ih, provavelmente sim! Vou pegar um café pra gente e volto já.
Isadora voltou após alguns minutos trazendo dois espressos numa quantidade generosa. Tomaram enquanto Laura dizia que teriam duas festas grandes e combinaram de quem mais atendesse casos etílicos esta noite iria organizar um encontro entre elas o mais rápido possível.
Terminaram de tomar seus cafés e Isadora foi para seu consultório.
Entre um paciente e outro Laura checava seu celular para ver se Mariana havia chegado em casa. Às 21h40 a loira avisou que estava em casa e iria se preparar para começar os estudos.
De meia-noite as medicas se encontraram no estar médico. Tinham uma hora de descanso. Pediram sanduíches e sucos pelo aplicativo de celular. Enquanto esperava, a morena ligou para Mariana.
- Olá, boa noite! – respondeu a loira ao celular
- Oi, boa noite! Como você está?
- Estou bem. Estou aqui lendo algumas coisas. Como está o plantão?
- Ah, por enquanto está tranquilo. Final de semana é bem agitado aqui.
- Hum, então lhe desejo sorte.
- Obrigada, gatinha. Não vá dormir muito tarde, viu? Já sou acostumada a passar noites em claro e de manhã é como se eu tivesse dormido a noite inteira.
- Pode deixar. Estou pensando em mais tarde dar um cochilo e acordar para fazer nosso café. Aí durmo com você depois.
- Hum, tá certo. Devo por aí por volta das 7 horas. Antes vou passar numa feira que tem aqui atrás aos domingos para comprar umas coisas lá pra casa.
- Tá bom. Ficarei no seu aguardo.
- Avisarei quando estiver chegando.
- Certinho! Beijo grande.
- Beijo, ate já!
Laura desligou e tirou um cochilo. Acordou minutos depois com Isadora entrando com os pedidos nas mãos. Comeram contando as novidades que tinham nesses 2 meses sem se verem.
A madrugada foi agitada. Um acidente grave tomou parte do plantão de Laura, fazendo com que algumas consultas emergenciais fossem atendidas por Isadora. Se encontraram quando o plantão terminou.
- Então, Isa? Na minha ou na sua? – disse a morena rindo
- Eu estava desejando tanto essa casa de praia que parece até que foi o destino. – disse rindo.
- Organize direitinho o dia e me diga antecipadamente para poder agendar. Mas não demore dois meses, certo?
- Certo, amiga! Falo com você ainda esta semana. E agora, vai fazer o quê? Ainda fica agitada nas manhãs de domingo?
- Ainda fico. – disse revirando os olhos – Vou na feira aqui de trás comprar umas coisas. Depois vou tomar café na casa de Mariana.
- Já vai voltar pra lá? Sinto um cheirinho de paixão exalando daqui.
- Deixa de pôr caraminholas na minha mente, Isadora.
- Estou apenas comentando o que vejo, Laurinha. Não deixe que pensamentos negativos invadam sua mente. Faça tudo na maior naturalidade, sem pensar nas consequências. O quê que tem em voltar a ser adolescente e fazer loucuras?
- O problema é que tenho mais maturidade sobre o que não fazer.
- Amiga, todas nós já erramos na vida, mas quem disse que não podemos errar novamente? Lembra-se no dia que nos perdemos em São Paulo, naquele congresso que fomos? Se nós não tivéssemos nos perdido do resto do pessoal, não teríamos encontrado aquele bar maravilhoso numa ruazinha nada a ver.
- Isso é verdade. – disse Laura pensativa.
- Não tenha medo de mudar, Laura. Tenha medo de se acomodar e as coisas permanecerem iguais.
Laura ficou com as palavras da amiga em sua mente. Realmente não havia nada o que perder. Não havia arrependimentos, as duvidas poderiam ser resolvidas na base da conversa, as duas eram livres e desimpedidas, então não haveria espaço para um medo desnecessário. Não por enquanto.
Eram 6h30 e o tempo frio deu lugar a um sol forte. A morena deixou seu jaleco no carro estacionado no hospital, pegou seus óculos de sol, abriu a camisa jeans dobrando as mangas nos cotovelos e seguiu a pé em direção à feira livre, a alguns metros. Todo domingo faz o mesmo após o plantão: compra verduras, legumes, frutas e o bom camarão fresco na barraca de seu Zezinho. Dessa vez andou um pouco mais e comprou um vaso com flores de margaridas amarelas e brancas. Voltou ao hospital, colocou as compras no porta-malas e avisou à loira por mensagem que estava indo para seu apartamento.
Ao chegar no prédio de Mariana, o portão se abriu quase que automaticamente.
Laura subiu e tocou a campainha. Quando Mariana abriu a porta, se deparou com a médica ofegante, com os cabelos curtos que tentaram ser presos em vão por uma liga, deixando vários fios soltos bagunçados, óculos escuros na ponta do nariz, a camisa jeans amarrada na cintura, as sacolas de compras em sua mão esquerda e a outra mão em suas costas.
- Bom dia, flor do dia! – disse a morena retirando seu braço detrás das costas e entregando o vaso com as flores.
- Bom dia, meu anjo! Que margaridas lindas! – disse recebendo o vaso e abrindo os braços para um abraço
- Calma! – disse fazendo sinal com a mão direita e completou – Estou suja, suada e você está maravilhosa neste vestidinho.
- Humm... - Mariana cerrou os olhos com um certo descontentamento e abriu mais a porta para que Laura entrasse – Entre e vá direto para a cozinha.
Laura assim o fez, sendo seguida pela loira. Colocou as sacolas em cima da pia, lavou sua mãos e subiu os óculos escuros para a cabeça encostando-se na pia, ficando de frente para Mariana.
- Olha, eu tenho sérios problemas com as manhãs de domingo.
- Como assim, Laura? – disse pegando um copo e indo em direção à geladeira.
- Não sei se odeio ou se amo. Fico agitada, me dá vontade de fazer mil coisas ao mesmo tempo. Por exemplo, subi até aqui pela escada de emergência.
- Você subiu 10 andares pela escada? – disse apoiando o copo e a garrafa de água na mesa, olhando para Laura perplexa.
- Sim.
- Com todas essas sacolas pesadas nas mãos?
- Uhum. Sim. – disse com um leve sorriso. – O domingo sempre foi um dia agitado para mim. Antes de ir para as aulas, fazia caminhadas de manhã cedinho. Algumas vezes, quando estava na residência clínica, passava na praia, dava um mergulho e ia para minha casa. Minhas amigas e eu já fizemos até festa depois dos plantões. Tinha mais tempo antes da especialização. Não sei se amo ou odeio.
- Nossa! Mas por que você não sabe se ama ou odeia?
- Eu amo fazer qualquer coisa. Acho que o problema está no plantão do domingo à noite. Não posso mais me dar ao luxo de fazer todas aquelas coisas. Mas acredito também que fui acostumada por minha mãe. Ela sempre inventava algo no domingo logo cedo.
- Compreendo. No momento, você quer fazer algumas atividades, mas não pode pois está cansada do plantão da noite anterior. - disse oferecendo o copo d'agua.
- Obrigada. – disse e, após beber alguns goles, retirou a camisa jeans da cintura, jogando sobre o ombro e continuou, indo em direção à loira. – No momento, não estou cansada, mas sei que no instante que eu parar e relaxar, o sono virá, e meu desejo de hoje era dedicar toda minha atenção a você.
- Eu adoraria, mas quem vai receber atenção hoje é você. – disse segurando sua mão e puxando-a para o quarto – Lá no banheiro separei roupas limpas para você vestir. Tome um banho gostoso e venha para a cozinha quando terminar. Estou preparando um café da manhã delicioso para tomarmos.
Enquanto a outra tomava banho, Mariana abriu as sacolas que estavam em cima da pia, guardou as compras na geladeira e colocou na ilha da cozinha um cacho de banana que Laura trouxe. Acrescentou a louça, dispôs torradas integrais, mel, iogurte, uvas, kiwi, melão, mamão, suco de laranja, queijo magro e requeijão. Ainda fez ovos poché, e colocou o pó de café no coador de pano, ajustando o suporte na altura da garrafa térmica sobre a pia. Faltava apenas à água borbulhar e Laura ficar pronta.
A loira emprestou uma regata cinza, um short de tactel na cor preta e calcinha na mesma cor. A morena vestiu-os e seguiu pelo apartamento calada, encostando-se na entrada da cozinha. Ficou observando a dedicação da loira em jogar a água da chaleira em fio sobre o pó de café, com seus cabelos soltos, de costas para ela, com o vestidinho leve de alças, rodado e curto, no tom azul escuro, estampado com flores de cerejeira, marcando sua cintura. O aroma de café passado se alastrou, inebriando o ambiente, fazendo Laura inspirar profundamente.
- Nem pense em me dar um susto, Laura. – disse a loira ainda de costas – Estou lhe vendo pelo reflexo do vidro da janela.
- Isso nem passou pela minha cabeça. – disse aproximando-se da loira – Estava apenas observando você preparar o café.
- Faz um tempo que não faço café coado. Espero que tenha acertado. - disse rosqueando a tampa da garrafa térmica.
- Pelo cheiro, - disse abraçando-a por trás e encostando a cabeça em seu ombro - acertou em cheio.
Mariana virou seu rosto, deu um beijo estalado na bochecha da morena e pediu que sentasse. Colocou a garrafa térmica na mesa, os ovos poché e sentou-se ao seu lado.
- Bem, você me deu liberdade para fazer o que quisesse, então preparei coisa que gosto.
- Meu bem, não se preocupe, está tudo maravilhoso! – disse colocando um torrada em seu prato - Mas para dizer que está perfeito preciso fazer uma coisa.
Mariana ficou sem entender e seguiu com os olhos os movimentos da morena. Laura pegou um ovo poché, colocou sobre a torrada e com um garfo pressionou sobre a parte da gema, que estourou derramando sobre a torrada.
- Está perfeito! – disse rindo levando a loira à rir também - Nunca consegui fazer com que a gema ficasse desse jeito.
- Ah, então é porque não teve a professora certa.
- Com certeza! – disse dando uma mordida na torrada e revirando os olhos de prazer.
- Que bom que gostou. – disse colocando café na xicara de Laura – Coloquei pouco açúcar, se quiser mais me disse.
- Hum, está perfeito! – disse após tomar um gole de café – E está forte, do jeito que gosto. Pelo visto ainda lembra de como se faz.
- Vez ou outra faço coado, mas só pra mim. A gente se acostuma com a máquina e acaba ficando com preguiça de fazer da forma normal.
- Verdade! Por isso comprei a máquina. Dá preguiça de fazer quando sei que é só para mim.
- Uhum. – disse tomando um gole de café – Mas me diga, como está seu sobrinho?
- Está bem. Falei com minha irmã e ela disse que mudaram o horário da cirurgia. Ele fará hoje às 11h.
- Ai, que bom. Mais tarde você irá vê-lo?
- Então, tem esse plantão de hoje à noite e provavelmente não dará tempo de ir lá, mas ligarei para minha irmã depois que acordar.
- Ah, sim! Voltando ao assunto, por que não muda o horário desse plantão já que não gosta?
- Eu já tentei, mas nenhum outro médico quer trocar comigo. A única solução é sair dele e ir para outro hospital, porém precisarei reajustar todos os outros horários e abdicar do tempo livre que tenho de quinta ao sábado.
- Compreendo.
- Estou pensando sobre esse plantão faz um tempo. Esse eu atendo como clínica geral. É mais um extra.
- Veja. Assim vai ter o tempo que tanto quer. – disse enchendo um copo com suco de laranja.
- Uhum. – disse colocando iogurte em uma tigela de sobremesa e acrescentando kiwi e uvas. – Os domingos sempre lembram minha mãe. No verão, ela acordava minha irmã e eu, bem cedo, para irmos à praia, no inverno íamos para a casa da minha família no interior e sempre saíamos para tirar leite da vaca ainda de madrugada. Outras vezes, era apenas para tomarmos café da manhã em família. Tenho saudades disso.
- Sempre quis que meus pais fizessem isso, mas fomos criados muito independentes. Cada um acordava e tomava café à hora que queria. No máximo almoçávamos juntos no domingo. Meu pai sempre trabalhou como autônomo, então nem sempre estava em casa nos finais de semana. Só de uns 7 anos pra cá, quando comprou o posto, que teve mais tempo, mas infelizmente já estávamos bem crescidas e nem sempre dava para tomar um café da manhã em família. Agora que minha mãe está fazendo isso, depois que minha irmã se separou e está morando com ela. Quer dar esse exemplo às crianças.
- Compreendo. E se eu fosse você participaria. É bom para o crescimento dos seus sobrinhos terem a tia por perto.
- Pois é. Por enquanto os vejo todo dia, mas quando passar em um concurso, só terei o final de semana.
- Justamente. Aproveite enquanto tem tempo.
As duas terminaram de tomar o café, guardaram os alimentos restantes e deixaram a louça na pia. Mariana não deixou que a morena lavasse para que ela pudesse dormir por mais tempo.
Escovaram os dentes e foram para a cama da loira.
- Muito obrigada pelo delicioso café da manhã e por essa cama maravilhosa. – disse dando um selo.
- De nada, meu bem. – disse agarrando a morena por debaixo do lençol – Essa cama ficou mais gostosa com você sobre ela. Como está seu sono?
- Está leve. Ainda vou demorar um pouco a dormir.
Mariana então deu um beijo leve em sua boca, fazendo com que Laura ficasse de lado para continuar com um beijo apaixonado. Acariciando as costas da loira com sua mão direita, a puxou para mais perto, entrelaçando as pernas e aumentando o ritmo do encontro das línguas em suas bocas. Ch*pavam os lábios uma da outra como se fossem uma fruta madura, passavam as mãos pelo corpos como se procurassem algo. A loira colocou sua mão por debaixo da blusa da morena, encontrando seu seio esquerdo e massageou com uma leve pressão, fazendo-a gem*r baixinho.
A loira jogou seu corpo sobre Laura, fazendo com que ficasse deitada sobre ela. Deu beijos em seu pescoço e desceu por sua barriga, alternando entre beijos e mordidas. Ao chegar ao quadril, retirou o short e a calcinha em conjunto, passando suas unhas por toda a extensão.
Mariana afastou as pernas da morena e deu um beijo suave em seu clit*ris, que se contorceu dando um gemido.
- Acho que aquele mar que estava nesta cama não era meu. – disse ao ver o sex* de Laura muito molhado.
Mariana então sugou suavemente o clit*ris de Laura, passando a língua devagar sobre ele. Lambeu calmamente de baixo para cima, sentindo o quadril da morena tremer com o movimento. Continuou descendo e subindo devagar, espalhando a excitação de Laura e sua saliva por todo o sex*.
Laura levou suas mãos ao sex* molhado, abrindo-o para Mariana, que instintivamente abocanhou o clit*ris, sugando e lambendo ao mesmo tempo. A loira tomou o lugar da outra, e com as mãos espalmadas, abria seus grandes lábios e massageava ao redor com suas mãos, enquanto continuava a sugar e a lamber. Laura se contorcia, mexendo seus quadris, fazendo com que os polegares da loira tocassem sua entrada.
- Ai, Mari, continua assim... – disse com a voz falha e rouca.
Mariana acatou seu pedido e continuou o movimento, deixando seus polegares na entrada da outra, massageando apenas por cima. Laura intensificou o movimento do seu quadril, fazendo a loira sugar mais forte, lamber mais rápido e gem*r baixinho. Laura gemia alto, e quando a loira percebeu que ela estava prestes a goz*r, apenas introduziu seu polegar sem fazer movimentos. A morena gozou puxando a cabeça da loira para si com suas mãos. Sentiu o clit*ris enrijecido pulsar em sua língua e continuou a acaricia-lo devagar, enquanto retirava seu dedo encharcado.
Mariana olhou para Laura, que estava olhando para ela por todo esse tempo, lambeu o sex* apanhando todo o gozo com sua língua, engolindo-o, e em seguida ch*pou seu polegar.
- Que delícia! – disse levantando sua cabeça e limpando o queixo molhado pelo mar de Laura.
Laura a chamou para deitar-se ao seu lado, oferecendo seu braço para a loira e deu um beijo em sua boca. Ficaram agarradinhas, com as pernas entrelaçadas, Laura com sua cabeça apoiada na cabeça de Mariana e esta em descansada em seu peito, sem conversarem, apenas escutando a respiração uma da outra. Depois de algum tempo, Mariana perguntou novamente como estava o sono da morena e esta não respondeu.
Mariana percebeu que Laura havia adormecido, deu um sorriso e a acompanhou.
Fim do capítulo
Olá, pessoas maravilhosas!
Desculpem-me pelo atraso. A indisposição de minha gripe e a chegada do final do semestre fizeram com que não tivesse tempo para dar a continuação. Fiquei com o coração na mão :/
Prometo que estas férias serão mais produtivas! rsrs
Beijos e bom São João a todxs!
_Jessica Sanches_
(caso haja algum erro, avisem-me, por favor)
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May Poetisa
Em: 25/06/2017
Jessy, obrigada por dividir conosco esta ótima história e como já te falei sou fã!
Você acertou, pois os assuntos abordaram mesmo meus interesses kkk
Aproveite muito as férias e por favor, escreva muito para nos alegrar.
Feliz semana e até breve! Já estou aguardado o 9. Beijos, May.
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