Fazer ficar ou ficar terno; abrandar(-se), suavizar(-se). Tornar(-se) sentimental.
Capítulo IX - Enternecer
Mariana acordou, mas não abriu os olhos. O barulho da chuva lá fora e o corpo quente de Laura junto ao seu não estavam muito convidativos para voltar à realidade. A sensação de tranquilidade naqueles braços longos e macios era indescritível. Nunca se sentiu tão amada em tão pouco tempo.
Amada. Talvez essa não fosse a palavra, se fosse, estaria sendo muito precipitada. Paixão. Quase que certeza de já estar apaixonada pela doçura da morena, pela química inexplicável quando se olham, pelo fogo que se acende quase de imediato quando a beija. Nossa, e que beijo. As bocas se encaixam perfeitamente, assim como os corpos, assim como os sex*s. Pelo sentimento de saudade quando não estão juntas, não é só pelo corpo da morena. Sente-se feliz em estar com ela, conversar. Gosta de sua sinceridade, da maturidade da conversa.
Infelizmente a morena teria de ir embora em algumas horas e só a veria no outro dia, ou sabe-se lá quando. Não quer precipitar as coisas. Não quer assustá-la.
Com a cabeça ainda no braço de Laura, com sua perna e o braço esquerdo sobre ela, aninhou-se a agarrando ainda mais. Sentiu um leve beijo em sua testa e ao abrir os olhos, encontrou com os olhos castanhos claros ainda semicerrados.
- Bom dia, flor.
- Boa tarde, meu bem.
- Desculpe-me por ter adormecido. Não sabia que estava com tanto sono. – disse dando um leve sorriso.
- Não se desculpe. Você estava agitada, mas quando gozou, seu corpo relaxou. Normal. – disse sorrindo e dando um beijo em seu maxilar, próximo ao pescoço.
- Nossa! E o que foi aquilo que você fez? Fiquei louca com o movimento de suas mãos.
- Não sei. Também nunca havia feito aquilo. – disse rindo – Apenas segui o que achei que você queria.
- Foi delicioso! - disse dando um beijo nos lábios macios da loira – Gostaria de retribuir.
Mariana olhou nos olhos de Laura e mordiscou o lábio. Rapidamente puxou o lençol para o lado, quase jogando-o no chão e subiu no quadril da morena.
- Você pode retribuir... – disse colocando as mãos da morena em sua cintura – mas teremos de goz*r ao mesmo tempo.
A loira começou a cavalgar lentamente, friccionando seu sex* no de Laura que, ao sentir algo diferente, levantou seu vestido.
- Em que momento você tirou a calcinha que não vi?
- Quem disse que vesti? – disse com um sorrisinho lascivo, sem parar o movimento.
- Você é uma safada. – disse sentando-se, entrelaçando as pernas da loira em sua cintura e a suspendendo pela bunda para coloca-la entre suas pernas, encaixando novamente os sex*s.
Laura a beijou vorazmente, entrelaçando os dedos em seus cabelos pela nuca, puxando-a para si. Aos beijos, desceu as mãos pelo seu corpo, juntando o vestido em suas mãos e retirando-o logo em seguida.
Mariana retirou a regata que Laura vestia e sentiu os bicos dos seios da outra durinhos ao encontrar os seus. Jogou seu corpo contra o da outra, sem parar de beijar, fez com que se deitasse. A loira se ajoelhou, posicionando sua perna direita entre as pernas de Laura e apoiou a esquerda na cama, ficando com a perna direita da morena entre as suas.
Abriu seus grandes lábios com uma das mãos, e com a outra abriu os da morena, para descer o quadril e sentar-se encaixando seu sex* molhado da outra. As duas gem*ram baixinho ao mesmo tempo.
Mariana seguiu com a cavalgada de forma lenta, esfregando os sex*s ababalhados, sem separa-los em momento algum. A cada movimento de vem e vai da loira, saíam gemidos, sentiam o molhado entre suas pernas, as texturas macias dos pequenos lábios, os clit*ris rígidos se encontrando. Laura ofereceu suas mãos à loira para se equilibrar, aumentando o ritmo da cavalgada, fazendo com que movessem os quadris cada vez mais rápido.
Laura soltou suas mãos das da Mariana, e apertou seus quadris, puxando para si cada vez mais forte. Ao perceber que iam goz*r, sentou-se na cama apoiando-se com seus braços, que fez a loira colocar suas mãos nos ombros da morena. Testa a testa, olhando nos olhos uma da outra, gem*ndo alto com a respiração ofegante por causa do movimento, Laura a puxou pela nuca para um beijo urgente e molhado, quando goz*ram juntas.
Mariana enfincou suas unhas nos ombros da morena, gem*ndo em sua boca, continuando a esfregar os sex*s encharcados do gozo das duas. Olhando para os olhos da outra levemente cerrados, afastou sua cabeça sorrindo com cara de prazer ao ver o corpo de Laura ter espasmos a cada movimento que fazia.
- Posso continuar? – disse a loira com a respiração ofegante – Vou goz*r de novo.
- Vem cá! Senta aqui. – disse Laura apontando para a sua boca com um leve sorriso.
Mariana levantou-se enquanto Laura rastejava-se para o centro da cama, ficando com sua cabeça entre as pernas da loira. Mariana desceu e ajoelhou-se na boca da morena, que passou sua língua por todo o sex* da loira para ch*par seu clit*ris. Laura olhava em seus olhos verdes, as mãos passeavam por seu quadril, sentindo as entradas suas covinhas, vendo Mariana rebol*r em sua língua quente, com seus cabelos loiros e os seios balançando conforme o ritmo.
Mariana segurou-se na cabeceira da cama e gem*ndo alto, explodiu de prazer, fazendo Laura abrir mais sua boca e passar toda a sua língua, sugando todo o sumo que ali estava.
Mariana desceu seu corpo, deitando sobre a morena e beijou sua boca apaixonadamente, ainda ofegante, dando um estalo ao final. Laura a abraçou e virou, fazendo-as ficarem deitadas de lado, em um abraço apertado, sentindo seus corpos quentes.
- Posso confessar uma coisa? – disse Mariana após se recompor, afastando o rosto para olhar nos olhos da morena.
- Claro, minha linda – disse sorrindo, acariciando seu rosto e colocando uma mecha do cabelo para trás.
- Sei que de acordo com as normas tradicionais deve-se se esperar um tempo para dizer isso, mas como já quebramos regras demais, vou falar: estou completamente apaixonada por você. E não é porque já fui um dia. É totalmente diferente. Gosto da sua presença, nossas conversas fluem naturalmente e sinto uma conexão incrível entre nossos corpos.
- Verdade? – disse sorrindo
- Uhum – assentiu com a cabeça.
- No momento, não me importo se estamos indo mais rápido que as normas tradicionais. A única coisa que sei é que sinto uma paz enorme quando estou com você, gosto de nossas conversas sinceras, da forma carinhosa como você me trata e não vou nem falar do sex*, porque iria descrever com outras palavras. Mas estar perdidamente apaixonada por você, é certeza.
Mariana olhou com ternura para Laura e a beijou num selo demorado.
- Mas vou te confessar uma coisa. – disse Laura interrompendo o beijo.
- Confesse.
- Primeiramente me apaixonei pelos seus olhos, depois pelo seu café e depois por você. – disse rindo, levando a outra a rir.
- E eu me apaixonei pelas suas palhaçadas. – disse rindo e batendo na bunda de Laura .
Laura riu alto, agarrou Mariana e a beijou delicadamente, bem devagar, explorando a boca da outra com sua língua, apertando-a em seus braços, sentindo a respiração mudar e os corpos ficarem quentes novamente. Pararam o beijo e ficaram testa a testa, apenas escutando o palpitar dos corações e a respiração intensa diminuir.
- Você precisa ir trabalhar. – Mariana falou baixinho, quase sussurrando.
- Infelizmente. – disse e deu um beijo em seus lábios, soltando-a em seguida para sentar-se na ponta da cama.
- É, meu bem. – disse sentando-se por trás dela e, abraçando-a, completou – Prometo que não vou fugir de você. Você pode voltar pra cá hoje, amanhã, quando você quiser, mas resolva logo esse plantão. Você se sente mal por tê-lo. Melhor trabalhar feliz do que obrigada.
Laura se espreguiçou e levantou-se rapidamente da cama. De pé, sorrindo com sua mão estendida, chamou Mariana para tomar banho, que segurou em sua mão e foi auxiliada a sair da cama. Entraram no box e iniciaram o banho.
- Você está com muita fome? – disse a morena passando uma esponja ensaboada em seu colo.
- Não muita, por quê?
- Preciso ir na minha casa trocar de roupa, que já estou vendo ela pegando o carro sozinha e indo pra lá.
- E quais são seus planos? – disse a loira rindo e tomando a esponja para passar nas costas de Laura.
- Vamos lá em casa, troco de roupa e saímos para comer em algum lugar. Deixarei aqui as coisas que comprei na feira. Pensei que daria tempo de preparar algo antes de ir, mas não dá.
- Tudo bem. Vamos sim, mas dessa vez eu escolho o restaurante.
- Certo. Combinado.
Terminaram o banho e Laura vestiu o short de tactel de Mariana que usara pela manhã, sua blusa de alça, a camisa jeans aberta e colocou seus tênis. Mariana vestiu uma calça jeans preta justa, uma blusa gola “v” de mangas compridas na cor azul e uma alpargatas preta. Ao passarem pela entrada da cozinha, Laura puxou Mariana pela mão.
- Vamos comer algo. Não estamos sentindo fome agora, mas daqui a pouco vem com tudo e será certeza que iremos exagerar no restaurante.
- Ah, é verdade! Ainda tem umas frutas cortadas do café da manhã. – disse abrindo a geladeira.
- Aceito o iogurte.
Mariana colocou o recipiente com as frutas na mesa e dois iogurtes na mesa.
- Quer uma tigela?
- Não, não. Só uma colher mesmo. Vou comer uma banana – disse e arrancando uma do cacho que estava sobre a ilha. – Aconselho a você também comer uma.
- Por quê? – indagou a loira sorrindo.
- A banana é rica em magnésio que ajuda a dilatar os vasos sanguíneos, aumentando a entrega do oxigênio nas células musculares, dando mais força muscular e resistência, e também é rica em potássio e vitaminas do complexo B, que são super necessárias para a produção dos hormônios sexuais. – disse rindo.
- Não sabia disso. Nem sou tão fã, mas vou comer uma para recuperar meus músculos dos exercícios físicos que fizemos. – disse rindo levando a outra à rir.
Comeram rapidamente e desceram para o carro. Laura saiu em direção ao seu apartamento há 7 quadras dali. O dia estava nublado e parecia que ia chover novamente. Ao parar em frente ao prédio, o portão se abriu e Laura estacionou seu carro no subsolo. Ao sair do carro, lembrou-se de retirar sua bolsa do porta-malas e pegou seu jaleco, jogando-o sobre o ombro.
- Quer ajuda? – disse Mariana estendendo a mão.
- Pega só esta sacola que ficou, por favor.
Mariana assim o fez. Laura fechou o carro e saiu na frente, para segurar o elevador que estava no andar. No meio do caminho seu jaleco caiu no chão, mas não percebeu, pois estava vendo o indicador eletrônico do elevador mostrando que ia subir. Parou quando viu a porta se fechar a 2 metros de distancia, e tornou para Mariana, vendo-a pegar seu jaleco do chão. Virou-se e andou em direção do elevador e apertou o botão chamando-o.
Mariana foi ao encontro de Laura segurando seu jaleco pelas costuras dos ombros, suspendendo-o.
- Ainda não te vi de jaleco.
- Que bom, não acha? Significa que você está com ótima saúde. – disse rindo e pegou o jaleco da mão da loira, colocou a bolsa no chão e o vestiu.
- Estou tentando imaginar você de calças. – disse rindo – Mas é difícil.
- Parece um roupão com esse short. – disse rindo.
- Deve ficar ainda mais linda toda de branco.
- Linda é você, meu bem. – disse Laura puxando-a para um beijo.
Quando os lábios se encostaram o elevador chegou, fazendo Laura dar apenas um selo. Pegou sua bolsa do chão e entraram no elevador. Ao chegar ao andar, seguiram para a porta do apartamento.
- Olhe, não repare a bagunça, tá? – disse destrancando a porta – É que eu passei uns dias fora e não deu tempo de arrumar.
Mariana riu e Laura abriu a porta, entrou acendendo as luzes do hall e da sala, e segurou a porta dando espaço para a loira entrar.
- Seja bem vinda. – disse à loira fechando a porta e em seguida acendeu a luz da cozinha – Ponha a sacola em cima da bancada, por favor.
Do lado direito do apartamento ficava uma cozinha americana aberta para a sala. As paredes e os armários brancos contrastavam com a bancada em granito preto e os pendentes na cor de bronze. Do lado da sala ficavam quatro banquetas altas de madeira, próximas ao sofá de couro marrom voltado para uma tv.
Laura entrou numa porta do lado esquerdo, de frente para uma mesa de madeira.
- Você aceita uma água, um café? – disse ao voltar.
- Não, obrigada. Quero que você vá trocar de roupa.
- Venha. – Laura puxou a loira em direção ao corredor à frente, passando por um escritório do lado esquerdo e uma porta fechada do lado direito e acendendo ao final a luz de seu quarto.
Laura sentou Mariana em sua cama baixa de madeira e abriu o guarda-roupa. O quarto era espaçoso. De frente à cama havia uma longa bancada branca com gavetas, uma tv na parede e prateleiras de metal da cor preta com alguns livros. Ao lado direito da cama, uma grande janela com cortinas brancas um pouco transparente que deixava a luminosidade cinzenta do dia entrar, uma luminária de piso em metal na cor preta e uma mesinha com um notebook.
Mariana viu a morena despir-se calada, apenas observando seus movimentos, apoiada na cama com seus braços. Laura vestiu uma calça jeans branca justa, um sutiã de renda branco e uma blusa cinza em gola canoa com mangas nos cotovelos e sentou-se ao lado da loira para calçar sapatilhas na cor caramelo.
- Amei seu apartamento. Quero o contato da sua decoradora o mais rápido possível.
- Ué, mas você já tem. – disse rindo – Fui eu mesma que pensei em tudo, nos mínimos detalhes.
- Sério? Você tem um excelente gosto.
- Obrigada. E eu não disse nada, mas amei aquele seu baú na sala. O rustico com o moderno me encanta.
- Aquele baú é herança dos meus avós. Meu avô era militar e viajavam muito, então transportavam tudo em baús de madeira.
- Nossa! E é tão antigo assim?
- Deve ter uns 50 anos no mínimo.
- Muito bem cuidado, então. Parecia que você havia projetado exatamente para seu apartamento.
- É feito de madeira de lei nunca vai se estragar se cuidar direitinho. A primeira coisa que coloquei no apartamento foi ele. Decorei tudo ao redor dele. – disse rindo e levantando-se – Vamos! Trocamos dicas de decoração depois. Não quero que você se atrase.
Laura revirou os olhos e levantou-se. Pegou um jaleco no guarda-roupa, sua bolsa e saíram do quarto. Ao sair do corredor Mariana foi em direção a um aparador na cor preta, ao lado da mesa de madeira, onde acima dele, pendurados na parede, haviam quadros com imagens em preto e branco.
Enquanto Laura bebia água, Mariana observou as imagens. Eram fotos da torre Eiffel, do Big Bang, uma praia, um jardim cheio de tulipas e fotos de dois bebês. Em cima do aparador, alguns livros de receitas empilhados do lado esquerdo e do direito a escultura de um elefante indiano. Laura foi ao seu encontro e disse que todas as fotos foram tiradas por ela em viagens e que os dois bebês são o sobrinho e a afilhada.
- Meu Deus. Tem mais algum talento que eu precise saber para não ter outra surpresa? – disse rindo.
- Bem, você não experimentou da minha comida ainda. Pode ser que te surpreenda, ou não. – disse rindo – Falando nisso, onde iremos almoçar?
- Pelos seus livros de culinária acredito que irei me surpreender sim. – disse apertando o queixo da outra – Bem, pensei em irmos ao shopping que é mais próximo. Tem um restaurante self-service ótimo e não precisamos esperar muito tempo.
Laura concordou e saíram do apartamento em direção ao shopping. Mariana indicou a direção do restaurante e comeram conversando.
- Quais são seus planos para hoje? – perguntou a morena
- Ficarei em casa mesmo. Vou dar uma organizada e estudar um pouco.
- Uhum. – disse tomando um gole de suco de laranja – Você tem um tempo reservado para seus estudos ou o faz quando tem tempo?
- Sempre estudo das 19h30 às 22h30 todos os dias, exceto finais de semana que às vezes prolongo pela madrugada.
- Muito bem. Ter um horário determinado é ótimo para o aprendizado. Está estudando para algum concurso específico?
- Terá um concurso para juiz em 3 meses, mas também me interesso por cargos de procurador.
- Hum. – disse sorrindo – Então tem que estudar pra valer. Estudo para a especialização das 20h às 22h, mas na sexta passo o dia inteiro porque na quinta-feira chego muito cansada. No sábado acordo cedo e estudo umas 4 horas.
- Então devemos conciliar o horário de nossos estudos no fim de semana também.
- Bem, acredito que não. Por exemplo, você, no sábado, toma café na casa de sua mãe e fica até depois do almoço?
- Às vezes, no sábado me encontro com o Pedro e alguns amigos para almoçarmos em seu restaurante, mas não é nada fixo. Duas vezes ao mês no máximo e nada impede de você ir comigo.
- Bem, eu estudo apenas pela manhã. Dá certo de almoçarmos juntas. Fale com o Pedro para me incluir quando houver um próximo almoço. – disse rindo e segurou na mão da loira, completando – E próximo sábado o almoço será lá em casa, se você não tiver algum compromisso.
- Então já está marcado! – disse sorrindo e retribuindo o carinho que a morena estava em sua mão.
Assim, que terminaram de almoçar o celular de Laura tocou. Era sua irmã que avisou que a cirurgia de Bernardo foi ótima e que já estavam no quarto do hospital. Andando peço shopping, Laura marcou de visita-la depois do plantão, enquanto Mariana olhava as vitrines, um pouco afastada.
Ao chegarem ao lado do carro estacionado no shopping, Laura olhou para Mariana e a puxou para um abraço.
- Por que me abraça assim? – disse Mariana dentro do abraço.
- Para ficar com o cheiro do seu perfume em mim, pois sinto que só poderei vê-la na quarta quando for para o interior.
- Não diga isso, meu bem. – disse afastando a cabeça para olhar nos olhos da morena – Nos falaremos por mensagem. Quando tivermos tempo livre, mesmo que seja uma horinha, nos vemos.
- Tudo bem. – disse a morena entre um sorriso, dando um beijo estalado em sua bochecha em seguida.
Laura pegou em sua mão, direcionando-a para o lado do passageiro do carro e abriu a porta para a loira entrar.
-Antes de irmos, deixe-me te ver vestida com o jaleco.
- É algum tipo de fetiche? – disse Laura rindo, abrindo a porta de trás do carro para pegar a vestimenta.
- Não sei. Vamos descobrir agora. – disse aos risos e fechando a porta
Laura riu vestindo o jaleco, a loira se aproximou, fechou os botões e se afastou olhando de cima abaixo.
- Acho que é um fetiche sim. – disse Mariana se aproximando novamente e, abrindo os botões, e a abraçando por dentro do jaleco completou – Ainda dá para ver suas curvas... – disse descendo suas mãos pelas costas da morena – ... e a imagem que vem à minha cabeça agora é você com ele e esse seu sutiã de renda branca que está por debaixo dessa blusa. – disse subindo pela lateral do corpo, passando os polegares na linha abaixo do seios da morena.
- Eita! – disse puxando-a para si, ficando com os corpos e testas colados – O outro fetiche é provocar em público, é?
- Eu gosto. – disse roçando os lábios levemente no da outra e se afastando dando um passo para trás – Já até transei num estacionamento de um supermercado quase vazio.
- Mentira?! – exclamou rindo – Não tenho essa coragem.
- Ah, mas isso foi há muito tempo. – disse rindo. – Acho que hoje não faria novamente.
Laura a colou em seus braços novamente e deu um selo demorado seguido de vários beijinhos. Soltou a loira, retirou o jaleco e abriu novamente a porta do carro para ela entrar.
Sairam do shopping e a morena deixou Mariana na frente de seu apartamento.
Despediram-se e Laura seguiu para o hospital publico.
No caminho pensou no que Mariana disse. Realmente não estava feliz em trabalhar nesse horário. Seria uma mudança de vida um reajuste em todos os seus horários, mas era necessário.
Chegou mais cedo ao hospital, procurou a coordenação e pediu sua saída do quadro de médicos. Essa seria sua última noite naquele hospital que tanto a ensinou na prática tudo o aprendeu na teoria, última vez a usar o elevador onde recebeu a cantada da professora que a fez se apaixonar.
Refletiu que aquilo não era uma paixão correspondida, que foi usada apenas para o prazer da outra e que foi por causa dela que havia se fechado para outros relacionamentos. Por conta de outra pessoa, feriu seu próprio coração por passar tanto tempo acreditando que a outra também era apaixonada, mesmo nunca tendo ouvido essa palavra sair de sua boca.
Mariana não só abriu seu coração, mas também sua mente. O sentimento de mágoa que tinha pelo hospital era maior que as lembranças da residência clínica.
As 4 horas de trabalho se passaram rápido e ao sair sentiu que um peso havia saído de suas costas.
Encaminhou-se para o hospital particular e conversou com a enfermeira para saber o estado dele. Depois foi para o quarto onde estava o sobrinho, bateu de leve na porta e a abriu encontrando a irmã dormindo no sofá enquanto Bernardo assistia desenho deitado na cama. Deu um sorriso para o sobrinho e se dirigiu para o seu lado.
- Oi, meu amor. – disse depositando um beijo em sua cabeça. – O medico disse para você não falar nada, não é? – disse vendo Bernardo assentir com a cabeça – Muito bem. Deixe o efeito da anestesia passar, senão vai ficar cheio de gases e faze-lo ficar com dor.
Laura acordou sua irmã fazendo carinho em sua cabeça. Ela abriu os olhos e sorriu levantando-se, a convidando para tomar um café. Sentadas na cafeteria do hospital, pediram dois cappuccinos e tomaram conversando.
Karla falou sobre a cirurgia, que o medico disse que havia sido ótima, que uma vez por semana ele terá de ir trocar o curativo e que em 3 semanas já poderá começar a fisioterapia. Laura perguntou por seu pai e ela disse que ele passou a tarde com eles, durante o horário de visita e que depois foi para um baile da terceira idade dançar.
- Não acredito, irmã. – Laura exclamou baixo.
- Ele foi sim. Pedi um Uber para ele. E ainda disse que ia usar o acidente de Bernardo para cantar as senhoras. O menino começou a rir e teve que tomar remédio porque ficou com gases.
- Ah, por isso estava bem caladinho quando falei com ele. – disse rindo levando a outra a rir.
- Ai, Laurinha, eu fiquei com tanto medo. Ainda bem que você conseguiu fazer tudo bem rápido.
- Eu também fiquei, irmã. Saí correndo de onde eu estava para saber do estado dele. Ele poderia ficar com sequelas gravíssimas, mas graças a Deus não houve nada mais grave.
- Verdade. Mas me diga quem era aquela moça que veio com você?
- É uma amiga do colégio. O nome dela é Mariana e estávamos jantando no restaurante do Pedro, aquele meu amigo do colégio que você namorou o irmão dele.
- Nossa! Desenterrou mesmo esse ser! – disse rindo levando a irmã a rir. – Não sabia que você ainda tinha contato com ele.
- Então, o revi depois de anos. Mariana é amiga dele e fez uma surpresa me levando lá.
- Que legal! Hum... – disse pausando para tomar o ultimo gole de cappuccino – Tem certeza que é só uma amiga? – disse com leve sorriso.
- Por que a pergunta?
- Ah, nós duas temos uma certa intimidade, né, Laura? Falamos de varias coisas abertamente e sei que você só apresenta alguém à gente quando o negocio está serio. – disse rindo – E também não foi o que vi quando fui ao carro pegar uma documentação que pediram.
- É, temos intimidade suficiente. – disse rindo – Mas eu não apresentei por querer. Estávamos jantando e eu não poderia simplesmente deixa-la lá. Chegando aqui ela ficou no estar médico, mas se ofereceu para ir comigo dar a noticia a vocês.
- O papai ficou comentando o quanto ela era bonita e se questionando se seria sua namorada, e o porquê de não tê-la apresentado antes.
- Ai, meu deus. Vocês dois juntos são um terror. – disse rindo – Não, ela não é minha namorada e eu não apresentei antes porque foi a primeira vez que saímos juntas. Mas me fale, o que você viu lá no estacionamento?
- Vi vocês abraçadas, mas não disse nada a ele. Vai que eu estava tirando conclusões precipitadas, não é? Só fiz concordar com o que ele falava. – disse rindo.
- Então continue assim, Estamos nos conhecendo ainda e não quero forçar nada. É um passo muito grande apresentar à família. Se bem que ele vai ficar com essa duvida e vai vir me perguntar na primeira oportunidade. Eu não digo nada a vocês porque se em pouco tempo acabar, vocês vão ficar perguntando sobre ela.
- Ah, irmã. Deixa disso. – disse batendo em sua mão - A gente sempre respeitou sua intimidade e nunca perguntamos nada sobre suas ex. A não ser sobre Julia, que praticamente virou da família. Mas sempre pergunto sobre como você está quando vejo algo diferente, não me importa a outra. Só vai me importar o que ela sente se for reciproco.
- Obrigada, irmã. Deixe o tempo amadurecer isso tudo que conversamos novamente, certo?
- Tudo bem. Você vai subir comigo ou já vai embora?
- Já são meia-noite. Amanha logo cedo estarei aqui novamente e almoçamos juntas.
As irmãs levantaram-se e, se abraçaram forte e demoradamente. Karla voltou para o quarto de hospital e Laura foi para seu apartamento.
Ao chegar em casa sentou-se em seu sofá e enviou uma mensagem para a Mariana sem esperar resposta, pois já estava tarde e provavelmente ela já estaria dormindo.
0h30 – “Boa noite, minha flor. Tenha bons sonhos. Nos falamos amanhã. Beijos.”
A noite estava fria devido à chuva que caía de leve lá fora. Laura ferveu água, preparou um chá branco com gengibre e menta, e foi para seu quarto tomar um banho quente. Ao sair do banho, tomou o chá e foi dormir.
Fim do capítulo
Amadxs leitorxs,
Infelizmente não estou conseguindo cumprir os prazos de postagem que havia estabelecido, então os mudei para a cada quinze dias NO MÁXIMO, pois me matriculei em turma de férias na faculdade.
Beijos a todxs e espero que tenham uma ótima leitura!
_Jessica Sanches_
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