Capítulo 22 - Ciúmes
Ravely
Não consegui conter as lágrimas que insistiam em derramar. Entrei no elevador, apertando freneticamente o botão para fechar a porta. Caminhei algumas quadras sem perceber, estava transtornada. Não queria voltar para casa, não conseguia organizar meus pensamentos, a mistura de raiva e angustia era intensa.
Eu só queria correr, me afastar de lá, me afastar dela e das memórias do que tivemos juntas. Estava com raiva de mim, dela e, principalmente de Júlia que talvez fosse a pessoa que menos tivesse culpa em toda essa maldita história. Mas ainda assim eu não podia deixar de pensar o óbvio! Ela esteve com nós duas todo esse tempo, provavelmente ficava comigo pensando nela.
Respire fundo, respire fundo!
Eu caminhava e dizia a mim mesma, numa tentativa falha de me acalmar, afundando as unhas no centro das minhas mãos.
Seria ciúmes? Não! Eu não era assim, não queria ser assim.
Mas ver aquela cena... Ela se atirando nos braços de Alexandra, sabendo de tudo o que Julia significou... “Não!”
A raiva só crescia me fazendo correr de lá, correr para tirar meus pensamentos daqueles olhos perturbadores. Eu não queria mais vê-la em minha frente, não podia.
Continuo sem destino por algum tempo, não fazia ideia de quanto. Meu telefone tocava incessantemente, eu queria me negar a atender, poderia ser Alex, não queria ouvir sua voz, sabia o quanto ela poderia ser persuasiva.
-Alô! – Tento disfarçar o choro entalado na garganta.
-Oi, amor! Finalmente resolveu me atender.
Amor... Amor... Fiquei algum tempo processando essa palavra e só então me veio a imagem de Augusto. No mesmo instante tive que descobrir uma forma de engolir o choro, o que eu iria dizer para ele? Era só o que me faltava ter que lidar com isso agora.
-Ravely, está tudo bem? Você me mandou uma mensagem de madrugada, eu não entendi. Onde está? Vou te encontrar para o almoço.
-É... E-estou bem sim. Eu mandei uma mensagem? – Minha nossa! Levei a mão à boca. O que será que eu disse?
-Você está em casa? Estou indo para aí.
-Não estou, mas já vou para lá.
Desliguei o telefone sem me despedir dele, e corri para ver que tipo de conteúdo tinha na minha mensagem da noite passada. Certamente não teria algo bom...
“Precisamos conversar!”
No mesmo instante eu recordei: Fila do banheiro, álcool, Alex, celular e uma coragem imensa de terminar aquele relacionamento sem sentido algum.
Alexandra
Empurrei Júlia para o lado, estava furiosa com ela. Quando vi que Ravely assistia a tudo, meu mundo veio ao chão. Em seu rosto era clara a decepção, aqueles olhos que sempre brilhavam ao me ver, agora estavam frios e magoados. Sim, ela estava nitidamente consternada e isso me doeu profundamente. Ela saiu porta afora, tentei dizer para que não fosse, mas foi em vão. Fui atrás dela, o maldito elevador estava no térreo, então desci as escadas, o mais rápido que pude, torcendo para que desse tempo de alcança-la, mas não deu. Não foi o suficiente, quando sai em frente à rua do prédio ela já não estava mais por lá, nem por lugar algum.
-Merda! Merda! – praguejei alto sem me importar com as pessoas que estavam por ali passando.
Voltei desolada para meu apartamento, nem me lembrava que Júlia ainda pudesse estar por lá.
-Você não deveria estar aqui ainda! – Disse com a voz mais áspera que existia em mim.
- O que houve, eu não entendi nada do que esta acontecendo aqui. Por que a sua cunhada saiu correndo?
-Ela não é minha cunhada! – Gritei!
-Como não? – Júlia questionou, sem entender o porquê de eu estar tão nervosa.
-Não te interessa Júlia, vá embora, eu quero ficar sozinha. – Me jogo no sofá aborrecida, destruída, apoiando a cabeça entre os joelhos.
Ela se ajoelha de frente para mim.
-Mas meu amor... Eu senti sua falta, o que esta acontecendo, porque não me ligou mais? Estava tudo bem entre nós desde a última vez que estive aqui.
Levantei o rosto para ficar exatamente de frente para ela. Olhei no fundo dos seus olhos, seus lindos olhos verdes e perdidos.
-Eu não sou seu amor, Júlia. Nós não temos nada, absolutamente nada.
-O que você está dizendo?
-Você não é ela, embora eu tenha tentado te ver de uma forma diferente, você jamais foi ou seria boa para mim como ela é... Ou Foi. – Suspirei decepcionada.
Balançou a cabeça tentando ajeitar toda a enxurrada de informação que eu transbordei sobre ela.
-Você está me deixando? Logo agora que reatamos e estava tudo bem? – Ela diz impassível.
Sorri amarga.
-Nós não reatamos, nós sequer conversamos. Foi apenas sex*, que a propósito, jamais deveria ter acontecido.
-Não! Isso não tá certo.
- Não é você quem eu amo, Júlia, coloca isso de uma vez por todas nessa cabeça. Você me marcou, foi doloroso e eu aprendi a superar sua falta. Acabou. Eu tenho outros problemas para resolver, como você pode ver e, eu não gosto da forma como a minha cabeça está agora, não quero ter que me preocupar com problemas desnecessários.
-Mas... Não está certo, você está me dizendo que tem sentimentos pela namorada do seu irmão? Isso é muito errado, Alexandra.
Ela se coloca de pé em minha frente, encarando com uma expressão confusa, talvez estivesse pensando que eu mentia apenas para me livrar dela. Me levanto, seguro em seu braço e falo o mais categórica possível.
-Você me deixa louca pensando que tudo é sobre você. Agora pode ir, por favor, antes que eu mesma te coloque para fora, você sabe que meu temperamento não é dos melhores, afinal, você me conhece tão bem. – Concluí com um sorriso irônico e apontei em direção à porta.
Ela recolheu sua bolsa e me deu as costas, estava irada. Não a vi deixar o apartamento, apenas notei o bater da porta acompanhada da solidão que aquelas paredes ofereciam. Como era possível? Ravely estivera por pouquíssimo tempo aqui e o ambiente inteiro tinha se tornado outro para mim. Mas assim como chegou, ela também se foi e eu não tenho nada para manter minha mente nos trilhos.
Ando de um lado para o outro, correndo os dedos por entre meus cabelos. Onde será que ela poderia estar? Ligo para seu celular inúmeras vezes, mas nenhuma resposta. A cada segundo passado sem notícia eu me tornava mais desnorteada e insana.
Saio desesperada em direção a sua casa, talvez a encontrasse por lá. Assim que chego subo as escadas o mais rápido possível, que quando me dei conta já estava esmurrando a porta. Frederico abre um pouco assustado.
-Alexandra? O que faz aqui?
-Ravely está aí? Preciso falar com ela agora!
Ele se mantinha com a porta fechada, e eu não conseguia olhar o interior do apartamento.
-Ela está... Ela não está aqui. – Sua expressão se torna ainda mais preocupada.
Alguma coisa estava estranha.
-Fred, eu preciso falar com ela, preciso me desculpar.
-Se desculpar? Está tudo bem, Alex. Depois vocês conversam. – Fred vem para fora e fecha a porta levemente por suas costas. Parecia querer esconder alguma coisa. Decido ignorar o que ele me diz, passo empurrando ele, a porta e tudo o que estivesse em minha frente, mas estava vazio. Esfrego o rosto, atordoada, tentando me concentrar sobre o que poderia estar acontecendo.
-Ela está no quarto?
Fred continuava estranhamente inquieto e eu não tinha paciência para isso. Antes mesmo de dar mais de dois passos em direção ao quarto, vejo meu irmão no corredor, ela estava logo atrás dele.
-Alex? – Ele me olhou com seu sorriso confuso. – O que faz aqui?
Ravely não me encarava, parecia aproximar seu corpo ainda mais do dele. Ela estava... Agarrada a ele?
Pela segunda vez na vida eu faço esse papel. Sinto o corpo todo enrijecer involuntário. Quis voltar imediatamente para trás e exigir sex* de vingança com Júlia. O que eu devo fazer? A verdade é que não tenho a menor ideia. Para frear a angústia que subia por meu esôfago, finjo a frieza de sempre.
-Eu... Eu. – Olhei rapidamente para ela, tinha certeza que seu rosto ficaria corado. – Vim falar com Fred, nos conhecemos de outro lugar. – Olhei para ele, esperando sua confirmação imediata.
– Isso mesmo. – Fred confirmou com a voz instável.
Alguns segundos de loucura me fizeram ficar em silêncio apenas observando a cena, meu coração estava disparado, mas eu não conseguiria vê-los assim, tão próximos por tanto tempo sem imaginar a cara do meu irmão toda amassada. Mas a quem quero enganar? Eu não tenho nenhum direito aqui. Solto a respiração e consigo finalmente me movimentar.
-Eu já estou de saída, obrigada pelo favor, Fred. – Minha voz soou mais embargada do que eu realmente gostaria.
Saí o mais rápido possível de lá, deixando Augusto sem entender nada. Eu estava com raiva. Não, com raiva não, eu estava irada! Como ela foi capaz de nem sequer esperar para conversarmos e me entender. Eu poderia explicar que não tinha nada com Júlia, e que foi tudo um grande engano. Poderia dizer que quem eu queria era ela.
Eu assistia de novo a tudo aquilo. Os beijos, os toques. Será que eu estava deixando o ciúme inventar tudo isso? Não era possível. A expressão de leveza no olhar dela era a mesma que tinha quando estava comigo. Mas eu não posso aceitar, eu não quero aceitar, não consigo evitar a vontade que tenho de voltar lá, esperar que ele saísse e ela finalmente ficasse livre para mim. O que eu estou fazendo? Eu não acho que saiba.
Subo na moto, e saio o mais rápido possível, cantando pneus. Maldita hora que fui me deixar levar por ela. Logo eu, Alexandra Muller, que não me apaixono fácil. Merda, Ravely! Eu só queria odiar cada parte sua em mim.
Talvez eu tivesse perdido a oportunidade. Talvez devesse contar tudo o que já tinha acontecido entre nós, ali mesmo, na frente de Augusto. Acabar com o que eles tinham de uma vez por todas. Era o que eu faria em outras situações, mas porque com ela é tão difícil? Eu não queria me importar com seus sentimentos, não queria pensar naqueles olhos nunca mais.
Eu tinha que me decidir, acabar com tudo isso de uma vez por todas. Era claro que eles jamais terminariam, que a sua história jamais acabaria, e mesmo que isso não acontecesse, como eu ficaria com Ravely? Como teríamos paz? Ninguém iria aceitar.
É isso! Não tem jeito, tem que acabar aqui.
Eu me sentia forte o suficiente para isso, até chegar a casa. Meu quarto ainda estava desarrumado, o lençol do mesmo jeito que ela havia deixado. Tocá-los era como imaginar que Ravely estivesse ali, prestes a aparecer sorrindo na porta do banheiro, com os cabelos molhados... O cheiro, o seu perfume, era tudo tão vivo e pela primeira vez eu não me contive. Senti meu rosto pingar. Envolvo-me nos lençóis, encarando o teto. Eu realmente desejava muito não tê-la conhecido. Era tudo apenas uma lembrança, seu cabelo sobre minha pele, o corpo quente colado ao meu, aquela fala mansa, me mata saber que não posso ter nada além da distância. Eu queria negar que sentiria falta, mas aquele perfume preso no ar do meu quarto ardia a cada vez que eu tentava inspirar.
Fico algumas horas ali, até que finalmente caio em sono profundo, sem sonhos, sem pesadelos. Acordo no outro dia, como se tivesse levado uma surra. Olhos inchados, rosto amassado e o cabelo, melhor nem comentar.
Mariana chega em casa e me apanha ainda com a roupa do dia anterior e o cigarro na sacada, tento espantar a fumaça antes que ela possa sentir, apago o cigarro e guardo na palma da mão, permaneço quieta, esperando que ela não me note em nenhum local do apartamento, o que provavelmente seria impossível.
–Que cheiro de cigarro desgraçado é esse?
Permaneci em silêncio, a filha da mãe tinha um olfato muito apurado.
–O que você está fazendo aqui?
–Bom... Considerando que esta é a minha casa, acho que estou apenas apreciando a vista.
–O que aconteceu? Por que você está fumando? Você só se dispõe a isso quando está preocupada.
– Será que dá para parar com a avaliação da minha personalidade?
Ela sorriu e passou o dedo nos lábios, como se fosse um zíper.
–Problemas com a loirinha, com certeza.
–Essa aí já é passado.
–Hmm... Se falas assim, só posso concordar contigo. Passado, presente e futuro. – Ela diz sugestivamente, tentando conter um sorriso.
Apenas a fitei com muita raiva no olhar, foi o suficiente para entender o recado.
–Alex...
–Eu não quero mais falar sobre isso. Assunto encerrado.
–Tudo bem, Alex... Só saiba que quem te faz feliz pode nem sempre ser quem você espera, mas se você sabe que é feliz com ela, tenha certeza de que irá mantê-la por perto.
Mariana apenas suspira fundo e segue contrariada para o quarto.
***
Na parte da tarde precisei ir até o rancho, já tinha alguns dias que eu não voltava lá. Temia encontrar com meu irmão, a situação havia chegado a um nível que eu não conseguiria mais olhar diretamente para ele. Não depois daquela noite em que passei com minha cunhada. Isso, continue dizendo que ela é sua cunhada e talvez assim você entenda de uma vez por todas! Mesmo assim eu ainda continuava olhando o celular desesperadamente, sentindo um leve palpitar a cada bip, na esperança de que fosse Ravely. Merda! Aumento o som do carro como se pudesse abafar o barulho dos meus pensamentos.
Por sorte não havia uma alma viva naquela casa, faço tudo o que preciso o mais rápido possível e resolvo aproveitar o ar daquele lugar que não tinha aquele perfume. Quem diria, EU fugindo da minha própria casa por conta de algo tão banal. É por isso que nunca levei ninguém para lá, era para ser meu santuário e agora estava completamente comprometido. Pego uma bebida e vou para a varanda, eu realmente precisava de uma fórmula secreta para esquecer tudo. Tinha que ter um jeito de fugir disso.
Ravely
Eu não sabia como essa situação poderia ficar ainda pior. Estava perdida no meio dessa confusão. Raiva, tristeza, ciúmes, paixão. Eu não sabia mais o que me dominava. Não foi preciso explicar nada para Fred, ele assistiu a tudo de camarote, disse baixinho que tentou evitar.
Talvez fosse decepção... É eu estava completamente decepcionada, não com ela, mas comigo mesma. A tristeza naqueles lindos olhos azuis mostrou o quanto doeu nela. Foi a primeira vez que vi toda aquela afronta ir por água abaixo e isso também me machucou.
Meia hora depois e eu ainda me sentia enjoada com aquele dia péssimo. Eu queria mesmo era estar com ela, mandar uma mensagem, resolver essa situação. Não podia mais negar e fugir, não era o que eu queria. E embora Augusto fosse uma boa pessoa, eu não sentia o mesmo por ele, não passava de um conforto, enquanto ela era temporal.
A casa estava vazia por mais inacreditável que possa parecer. Alex está encostada na pequena cerca que divide a varanda do gramado, bebendo uísque, pelo menos eu acho que seja isso. Olhava para o potro que corria a alguns metros a sua frente. Acho que seu pensamento deve estar bem longe daqui. Ela veste uma camiseta preta maior que seu número e um short jeans curto que me possibilita ver suas pernas longas. Sinto o coração palpitar descompassado, só por observa-la. Fico alguns segundos parada, paralisada para dizer a verdade. Ela se vira como se sentisse o peso do meu olhar em suas costas. Lança-me um olhar, acredito que surpreso, talvez até um pouco nervoso, mesmo que fosse muito difícil destacar essas emoções nela. Esboça um sorriso triste que me deixa sem ar. Quero muito abraça-la, sentir seu calor e seu cheiro... Seus olhos parecem querer dizer alguma coisa, brilham de um jeito incompreensível e lá esta... A descarga elétrica que atinge meu corpo em cheio. Tento desviar, mas vejo-a se aproximar. Tenho que me manter calma. Neste instante eu já não sabia mais o que estava fazendo nesse lugar, nada tinha sentido, além da vontade que eu sentia de estar com Alex.
-Pensei que eu estivesse sozinha em casa, você é a última pessoa que eu esperava encontrar por aqui.
-Eu precisei... – Gesticulo atrapalhada, sem saber o que dizer. Eu também não sabia o que estava fazendo, acho que no fundo eu realmente esperava encontrá-la por aqui.
Os olhos dela brilhavam para mim, pareciam expressar um desafio intrínseco que apenas Alexandra possuía. Os lábios rosados me pediam para não demorar muito e tomar uma atitude digna, mas eu não sabia exatamente como fazer isso. Eu nunca fui boa em “atacar” alguém. O silêncio é ensurdecedor, minha boca seca e a tensão é perceptível. Eu tinha tanta coisa para dizer na cara dela, mas não conseguia pronunciar nada.
Alex dá alguns passos em minha direção, eu não entendo o que ela pretende fazer, mas permaneço no mesmo local, imóvel.
-O que você está fazendo?
Eu pisco os olhos e umedeço os lábios, meu coração dispara ainda mais. Ela está muito perto, me encarando com seu olhar implacável.
-Eu? Eu não estou fazendo nada, estou?
Eu tento com todas as forças não precisar respirar, porque eu sabia que sentiria seu perfume e aí tudo estaria perdido novamente, se é que ainda há alguma coisa para se perder. Alex inclina-se, coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, me sinto presa, não consigo me mover, apenas observo hipnotizada com o jeito que ela me olha.
-Você não devia estar fazendo isso na sua namorada? – O ciúmes ganha voz e eu consigo expressar um pouco da raiva que senti ao vê-las juntas. Pensei que isso a faria se afastar, mas pelo contrário, ela sorri e eu me apaixono ainda mais.
-Você não devia ter saído daquela forma, eu podia ter explicado. – Diz com a voz suave e calma perto do meu ouvido. Suas intenções não eram nada boas, na verdade acho que nunca foram.
-Eu precisava... Precisava respirar, pensar, me livrar.
-Se livrar do que?
-De você, desse seu jeito, do que eu senti ao ver Júlia te beijando desesperadamente.
Ela tenta aproximar seu lábio do meu e eu desvio. Admiravelmente eu consegui recusar seu beijo. Mas isso não a afeta, pelo contrário, parece tornar tudo ainda mais interessante. Cacete!
-Então eu devia desistir? – Beija meu queixo levemente. Merda, minhas pernas estão fraquejando. Sinto seus lábios esboçarem um leve sorriso e inevitavelmente dirijo meu olhar para ela. – Por que insiste em não querer?
Junto toda a força que tenho e saio de perto dela.
-Você não tem esse direito, Alex! O que pensa que eu sou? Acha que pode ficar comigo em um dia e no mesmo minuto ficar se amassando com a sua ex por aí? – Eu estava falando mais alto do que queria, mas era mais forte que eu, toda aquela raiva do dia anterior veio a tona. – Você não precisa de mim, você não quer nada além de se divertir ou.., Talvez quem sabe provocar ciúmes em Júlia. Chega! – Digo com o dedo hasteado em sua direção, ela pareceu surpresa.
Dei um passo para trás e fiquei olhando para ela por um tempo, até que o silêncio evidenciasse o quão magoada eu estava.
-Engraçado, você me falar isso agora, porque quando eu fui até a sua casa, minutos depois para me desculpar, explicar toda a situação, você estava lá, nos braços do Augusto. Sequer me deu a chance de dizer que a Júlia é louca e pulou em mim, eu não esperava que ela fosse surgir do além.
-E por que ela tinha sua chave? Me diz! Como ela entrou na sua casa sem ao menos bater a porta?
-Ela morava lá, Ravely, ela sempre teve a chave, eu não mudei a fechadura, deve ter sido assim...
Eu não aceitava, continuava andando de um lado para o outro, inconformada.
-Eu também não tive escolha, ele simplesmente apareceu lá e eu não esperava que você fosse. Eu realmente não queria te ver.
Ela me encarava com raiva, sobrancelhas semicerradas, finalmente consegui ver por detrás da muralha. Ela estava com ciúmes.
-Eu acho que já vou... Já disse o que precisava e isso não vai levar a lugar algum.
-É assim? Simplesmente esquece tudo e vai embora? Você acha o que? Acha que não vamos mais nos ver? Não mesmo!
Ela se adianta e me prende forte em seus braços, fecho os olhos, não tenho nem ideia de como, mas só sinto seus lábios contra a minha boca.
***
Fim do capítulo
Aeeeeeee o//// Voltei!
Calma, gente! Sem ameças kkkkkk
Muita água passou debaixo dessa ponte, mas agora finalmente está tudo calmo. Eu poderia contar tudo o que ocorreu, mas aí teria que criar uma outra história...
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KateC
Em: 30/06/2017
Tammy, eu sinto muito por sua cachorrinha. Eles acabam se tornando membros da família pra gente, eu sei como é </3
Leve o tempo que precisar, imagino que não deve estar nada fácil sua vida. Força, querida autora! Tudo vai dar certo. Estaremos mandando boas energias daqui :) Beijos!
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