Despedida por Lily Porto
Capítulo 58 - Clarice
Acordei com latidos e com um peso habitual sobre o meu corpo. Era o Ju com o pug da Bah no colo. Pensei em dar bronca nele por estar com o cachorro na cama, mas o pequeno estava tão feliz que não consegui, rs... sou mole, ué, fazer o que?
– Mamãe, acorde! Eu estava aqui pensando, será que a mãe Bah se incomodaria se eu colocasse um nome nele? É que eu sonhei com ele sabe, e no sonho eu chamava ele de um nome e eu queria colocar esse nome nele. Será que eu posso? Diz mãe! Acorda! – ouvi meu filho dizer quase sem respirar.
Levei um certo tempo entre de fato acordar e processar aquela história toda de nome, mas assim que consegui me virei ganhando beijos e lambidas ao mesmo tempo, ah... era uma delícia acordar cheia de carinho.
– Filho, rs... pera... deixa a mãe falar com você. Assim, a mãe Bah, – eu adorava ouvir ele chamando a Bárbara de mãe, era tão sincero – ainda não deu um nome pro nosso novo integrante e vocês dois têm uma sintonia tão bacana que acho meio difícil ela não deixar que você o batize com o nome do seu sonho. Mas, eu posso saber qual é?
Juninho saiu de cima de mim rolando para o outro lado da cama, deixou o cachorro entre nós e começou a fazer carinho nele. Por um segundo eu me desliguei de tudo e viajei na nossa história, na nossa trajetória até ali, no tamanho da nossa nova família e na quantidade de amor que estávamos compartilhando. Ah... como a gente tinha sorte.
– Mãe, prefiro falar com a mãe Bah primeiro. Vai que você goste e ela não, ou ao contrário, sei lá. Hoje é dia do festival de judô e ela quem vai me trazer, na volta eu converso com ela e se tudo der certo a noite meu irmão dog já terá um nome! – ele disse com os olhos brilhando.
Meu filho tinha se adaptado melhor do que eu a nova vida. Incrível como a convivência com a Bah e com os filhos dela fez com que ele evoluísse das mais variadas maneiras. Ele teve alta na terapia e agora além do judô realizava diversas atividades extracurriculares. Antes era difícil ouvi-lo falar, agora estava difícil fazê-lo parar. Ficava pensando se ele ia gostar de ter um irmãozinho ou irmãzinha. Sabe como é, né? Ele ia deixar de ser o caçula, o amor seria o mesmo, mas teria que aprender a lidar com o fato de ter que dividir a atenção.
Aliás, esse assunto de ter um novo filho estava me tirando o sono. Eu queria muito, sabe? Com todas as minhas forças, mas ver a carinha da Bah depois que sofreu o aborto, foi tipo uma facada no meu coração. A médica tinha nos alertado dos riscos e tudo mais, mas mesmo assim, foi um golpe muito grande.
Eu ia entender se ela não quisesse mais tentar, entretanto eu tinha o meu plano B, caso esse foi o caminho que ela quisesse tomar. A chegada do cachorro fez ela se animar de novo com o lance da inseminação, e isso me encheu de felicidade. Mas como já estava com meu plano B encaminhado decidi levá-lo adiante sem ninguém saber. Tá certo que ia dar um trabalhão, mas era incerto sabe? Então achei melhor manter segredo, afinal se não desse certo a decepção seria só minha e não de todo mundo.
O dia correu normal no trabalho. Eu estava cheia de reuniões com uma nova parceria da empresa e iria me enrolar toda para chegar ao tal festival de judô. Avisei a Bah, que prontamente me acalmou e disse para eu me concentrar nas minhas coisas que ela já estava na companhia do nosso filho.
Antes de sair da empresa consegui marcar uma consulta no veterinário. Me certifiquei que o pug da Bah havia tomado todas as vacinas quando o adotei, mas mesmo assim queria conhecer um veterinário de confiança que pudesse nos orientar quanto a ração, hábitos desse tipo de raça e tudo mais. Foi indicação de um funcionário lá da empresa, tomara que seja mesmo um veterinário bacana.
Ufa corri um bocado, mas consegui chegar a tempo das lutas finais do festival. Ah... e pra variar, quem havia chegado nas finais? A minha esposa e meu filho. Eu ficava impressionada com o quanto aqueles dois eram dedicados, focados e competitivos. Confesso que não gostava muito de vê-los lutando, apesar de no judô não ter soco nem nada dessas coisas, eu sempre me assustava com as quedas. Acho que nunca ia me acostumar.
A primeira luta foi a do Junior. Ele havia chegado a luta final com uma menina. Era um japonesinha um pouco mais alta que ele. Eu não entendo muito bem de faixas, mas ela parecia ser mais graduada que ele. Eu estava procurando um bom lugar entre os demais convidados do evento e a Bah estava colada no tatame, tipo técnica em final de campeonato, sabe?
Quando finalmente achei um lugar, a luta já estava pela metade. Nossa, isso tudo é muito rápido e eu definitivamente não entendo nada. Eu achei que o Juninho estava ganhando, daí de repente a menina conseguiu derrubá-lo com as costas no chão e ganhou a luta.
Ah... aquilo me cortou o coração. Já estava até imaginando a cara de decepção do meu filho. Eu estava até evitando ver... mas quando olhei pra Bárbara ela estava sorrindo e ao olhar para o Juninho, ele também estava. Eu definitivamente fiquei sem entender. Aqueles dois teriam que me explicar o porquê de perder e sair sorrindo. Coisa mais estranha, viu?
Em seguida veio a luta da Bah, o Juninho me viu na arquibancada montada para o evento e veio ao meu encontro. Vocês precisavam ver como ele gritava “vai Mãe!”, ecoava pelo lugar, era de arrepiar. E eu? Não sabia se chorava, se gritava, se entrava lá e descia a mão naquele brutamontes que estava tentando imobilizar a minha esposa. Nossa! Eu sempre falava que era a última vez que iria assistir aquela loucura, mas sempre voltava por conta da chantagem emocional daqueles dois.
Não, eu não consegui assistir os segundos finais, mas sim a Bah venceu e no final ainda cumprimentou aquele brutamontes com um sorriso. Vê se pode? Eu jamais vou entender lutas, jamais.
O Juninho correu para abraçar a minha esposa e depois foi falar com a japonesinha que o havia derrotado. Vocês precisavam ver como ele olhava pra ela, acho que agora estava começando a entender o porquê dele não ter ligado de ter perdido a luta.
– Mãe, o pai da Melissa vai levar todo mundo pra comer pizza. Posso ir? Ele falou que depois me deixa em casa. Deixa eu ir mãe, por favor, é muito importante e vai todo mundo. Deixa mãe? – ele pedia insistente.
– Tá, só me responde uma coisa, Melissa, é aquela japonesinha que acabou de ganhar de você? – respondi sorridente.
– É sim! Ela não é linda, mãe? Quer dizer, é.... – ele se perdeu nas palavras – ah... mãe deixa, eles já estão indo olha...
Não tinha como não deixar, meu filho estava radiante diante da sua primeira paixão e eu com cara de mãe coruja, me sentindo uma velha por ver meu filho criar asas e sair por ai voando pelo mundo. Caramba como o tempo passa depressa.
– Oi Amor, cadê o Juninho? Preciso confirmar com ele se ele deixou mesmo aquela japonesinha ganhar dele. Sabe, ele jamais tomaria aquele golpe. Ele deixou ela fazer a pegada e praticamente se jogou quando ela fez a entrada. – ela me disse.
Puxei minha esposa pela faixa do kimono e a beijei apaixonadamente. Ela não sabia, mas ficava muito sexy com aquele cabelo bagunçado, toda suada e agitada depois da luta.
– Pronto, agora sim, oi Amor. Seu filho Dom Juan, foi comer pizza com a Melissa, a japonesinha que o fez perder e sorrir. – eu disse ironicamente.
– Tem vez que a gente precisa perder pra ganhar, né amor? – ela disse me abraçando.
– Acho que essa lição nosso filho está aprendendo bem antes de nós. – eu disse sentindo seu nariz no meu pescoço e me arrepiando inteira.
Aquela mulher mexia demais comigo. Saímos dali no carro dela, eu havia deixado o meu na empresa e ido ao encontro deles de carona. A ideia era passar mais tempo com a minha esposa. Assim iria de carona com ela pra casa e mais uma vez de carona com ela na manhã seguinte.
A adrenalina da Bah estava a mil, era impressionante como ela ficava agitada depois de lutar.
– Amor, nosso filho já tem um nome. Aliás, nosso outro filho que deu o nome. Um lance de sonho, ele deve ter te contado. Eu não sei nem se você vai gostar do nome, mas não dava pra dizer não pro Ju. Ele estava tão empolgado falando do sonho e parecia tão real. Enfim, eu amoleci... – ela me confessou enquanto arrumava o vidro retrovisor do carro.
– Ele falou do sonho sim, Dengo. Com essa mesma empolgação e eu sei o quanto é difícil não ceder pra ele. Mas me diz, qual é o nome do cachorro, Amor? Eu estou curiosa desde a manhã. – disse mostrando muita ansiedade na voz.
– Billy, amor. Assim é o nome do nosso pequeno. O que você acha? – ela me disse cheia de doçura.
– Eu gostei Amor, é pequeno, simples, gostoso de dizer, rs... Então, o Billy tem consulta na sexta de manhã. Lá a gente vai tirar todas as dúvidas sobre as necessidades da raça dele e de todos os cuidados que temos que tomar. Ok?
– A senhora que manda Dona Cléo, – ela disse batendo continência. – borá, aprender a criar o nosso dog do jeitinho que ele merece.
Fim do capítulo
Olá meninas!!!
Uma semana de paz a todas.
Bjs.
Comentar este capítulo:
julia28
Em: 27/06/2017
Gracinha gente,familia linda essa viu..Gostei do nome Billy também..rsrs
Resposta do autor:
Então, fiz uma pequena confusão, a resposta desse comentário tá no próximo. kkkkkkkkk, daí vou responder o de lá aqui (ficou confuso até pra mim agora) kkkkk.
Tá vendo ai, tudo está acontecendo... vc ficu feliz com a decisão do Lourenço até. Acho que não sou mais chata, né, rs'.
Bjs, e desculpa a confusão que fiz nas respostas dos dois comentários, a autora que vos fala não está nos melhores dias de juízo...kkkkkkkk
[Faça o login para poder comentar]
patty-321
Em: 20/06/2017
Que família fofa essas duas construíram, um sonho. Essa raça de cachorro é tão fofinha, mas é cara. Gostei do nome. Qual sera o plano b da Cléo? Ela engravidar ou adotar uma criança. Hum... Bjs
Resposta do autor:
O Billy é mesmo uma graça Patty. Quanto ao plano b da Cléo, tenho minhas dúvidas também viu, a mulher adora surpreender a esposa.
Se cuida querida, bjs.
[Faça o login para poder comentar]
Bia08
Em: 20/06/2017
Ola LiLy
Seria tão lindo a Bah grávida.
E agora eu fiquei curiosa com o plano B da Cléo, embora já imagine oq seja.... Mas... terei que esperar pra saber haha
Bjs ótima semana p vc tbm
Resposta do autor:
Então Bia, esse plano B ai foi milimetricamente calculado viu, a Cléo e as "façanhas" dela, rs'.
Obrigada querida. Bjs
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]