Despedida por Lily Porto
Capítulo 57 - Bárbara
Dois anos, né? Lembro de cada segundo do meu casamento como se tivesse sido ontem, eu e o amor da minha vida, a Clarice, protagonizando um dos dias mais felizes da minha vida.
Muitas coisas aconteceram nesse tempo. A minha filha noivou, e já está pensando em casamento, meu filho está namorando e o meu filho caçula já está um rapaz.
Hoje estamos comemorando dois anos juntas com os nossos filhos, e no final de semana vamos para um resort.
O jantar foi bem agradável, fiquei sabendo que por pouco não colocaram fogo na cozinha. O Ju e o Lourenço dispensaram a ajuda da Anna e resolveram cozinhar sozinhos para nós. O macarrão estava até gostoso, meio "unidos venceremos", rsrs. Mas eles quiseram pedir pizza depois que terminamos de jantar. Segundo os nossos cozinheiros as pizzas serviriam como sobremesa, já que não tinha dado tempo para fazer nenhuma.
Como dizem por aqui de vez em quando " tudo acabou em pizza" rsrs. A noite foi maravilhosa na companhia deles, quando perguntei porque o Beto e a Dona não estavam presentes no jantar, me disseram que preferiram comemorar a data só nós 5 mesmo. Achei estranho, mas preferi não insistir.
Ah, de presente da minha esposa eu ganhei um dog. Nossa...eu fiquei muito feliz com o presente. Estou passando por uma fase meio delicada, e ter alguém pra me " suportar" e tirar um pouco o peso da minha Cléo será bom.
O presente que dei a ela nem se compara com o que ela me deu. O que dei a ela? Um par de brincos e um colar de pérolas que mandei entregar no escritório pela manhã juntamente com um buquê de rosas vermelhas, as rosas do amor.
Vocês precisavam ver a carinha dela quando fiz uma chamada de vídeo para parabenizá-la por me aguentar por dois anos.
– Amor... – vi que ela limpava os olhos. – Ei, não chora, por favor.
– Você me apronta essa, e me diz pra não chorar – ela balançou o cartão.
– Ah dengo, se soubesse que ele lhe faria chorar não tinha mandado. Olha pra mim, fala comigo. Eu vou para ai. Não aguento te ver assim.
– Nada disso – ela disse de forma incisiva.
– Nossa. Que agrestia.
– Você está cheia de reuniões hoje, não se atreva. Temos um jantar mais tarde, lembra que nossos filhos vão cozinhar pra nós? – limpava os olhos enquanto falava. – Você não pode se atrasar.
– Tudo bem dona Clarice. Mas a noite a senhora não me escapa.
– Eu te amo meu amor.
– Eu sou loucamente apaixonada por ti amor meu. Eu preciso ir minha linda, minha reunião já vai começar. Mas eu não consigo ir sabendo que te deixarei assim, com esses olhinhos tristes.
– Amor vai.
– Não quero. – fiz cara de choro.
– Vai Minha Pequena, pra não se atrasar. Não quero lhe atrapalhar.
– Você não me atrapalha nunca meu amor.
– Então vai, nos vemos mais tarde em casa.
– Tá bom amor – respirei fundo. – Você venceu. Tchau, beijoooos.
– Tchau, beijo.
Encerrei a chamada com o coração partido. E agora ali sentada ao lado dela, enquanto ela brincava com nossos filhos fiquei imaginando o quão imatura e egoísta eu estava sendo. Ela deve ter dito a vocês que estamos tentando engravidar, e que logo no início sofremos um aborto espontâneo no primeiro mês de gestação.
Depois disso eu meio que fiquei bem desanimada, e temerosa pelo processo. Estava me sentindo frustrada, sei que não era culpa nossa e que tudo tem o seu tempo. Mas mesmo assim, por mim não tentaríamos tão cedo novamente.
Essa parte do não tentar eu não tinha contado pra Cléo. Eu só passei a fugir do assunto quando ela falava. Mas chega de fuga, não vou desistir do primeiro dos nos sonhos juntas. Pensávamos em ser mães de um filho gestado antes mesmo de casarmos. Estávamos no quarto, ela lendo na cama, enquanto eu voltava do banheiro e resolvi mais uma vez puxar conversa sobre o assunto "temeroso". Sentei ao seu lado e fiquei olhando pra ela.
– Algum problema Amor? Você está bem? – ela tirou os óculos e ficou me olhando, como se me lesse.
– Suspirei enquanto olhava pra ela e sorri – Eu te amo.
– Eu também te amo meu Dengo, vem cá – me puxou para seus braços.
– Epa, nada de me seduzir. Precisamos conversar, e quando encosto em seu corpo fica meio difícil de fazer isso.
– Ela gargalhou, cruzou as pernas e levantou as mãos me soltando – Tudo bem dona Bárbara, a senhora venceu. Fale, estou prestando total a-t-e-n-ç-ã-o – ela disse as últimas palavras com os olhos carregados de luxúria e desejo olhando o meu corpo.
Eu estava vestindo um dos camisetões que ela me deu, que por sinal virou um dos meus favoritos. Ele era roxo e tinha apenas os olhos e os dentes do minion na sua versão malvada. Ela vivia implicando com ele, não podia usa-lo por dois dias que ela já reclamava e recolhia pra lavar. Ah eu estava sem calcinha, mas não dava pra ver, afinal o camisetão era longo.
– Ei – segurei seu queixo – olha pra mim.
– Tô olhando amor – passou a língua nos lábios e a mão na minha coxa, subindo pra minha cintura.
– Clarice – segurei sua mão e tirei da minha coxa – por favor, presta atenção.
– Nossa, como uma mulher tão pequena pode ser tão brava?! Você fica linda de bico Meu Amor. – beijou meus lábios.
Seria impossível não corresponder ao beijo da minha esposa. Nossa. Vivia me perdendo naqueles lábios, em seu corpo. A mão dela já traçava rotas por meu corpo. Quando lembrei que ainda não tínhamos conversando. Interrompi o beijo tentando conter o fôlego.
– Para amor – escondi o rosto no vão do seu pescoço. – É sério, precisamos conversar.
Ela respirou fundo, arqueou a sobrancelha e me puxou pro seu colo.
– Se vamos conversar vai ser assim, com você grudada em mim. E por favor comece. Porque se não percebeu temos um assunto inadiável aqui para resolver depois dessa conversa.
– Amor, lembra que eu estava meio desanimada quanto ao lance da inseminação. – ela balançou a cabeça em sinal afirmativo. – Então, hoje eu me dei conta que grande parte disso se deu a minha frustração em não ter conseguido da primeira vez gestar o nosso filho. Mas percebi que esse desânimo foi um grande egoísmo da minha parte. Afinal de contas decidimos fazer isso juntas. E eu, – fechei os olhos envergonhada – sozinha estava querendo desistir do processo.
– Ei Pequena, se você quiser adiar ou até mesmo não fazer mais o processo a gente desiste tá. Não quero que se sinta obrigada e nem desconfortável pra fazer nada.
– Eu sei amor, mas estou aqui agora. – segurei novamente sua mão que deslizava em minha perna – Você sabe que tenho sensibilidade a toque nas pernas, se controle. Voltando ao assunto, estou aqui para dizer que não vou desistir de ser mãe de um filho nosso. Vamos tentar quantas vezes forem necessárias, até termos o nosso filho nos braços.
Ela me envolveu naquele abraço “casa” e quando me soltou vi que seus olhos estavam cheios d'água.
– Passei a mão em seu rosto e beijei seus lábios – Não chora, nós vamos ter o nosso bebê, está tudo bem. E falando em bebê, como vai se chamar o nosso primeiro filho, que você me fez deixar lá em baixo nesse frio?
– Dengo, já conversamos sobre isso, nada de deixar ele na cama. Você é alérgica, não vamos encher a cama de pelo de cachorro sem precisão.
– Ah amor, a minha rinite não ataca assim não – fiz manha pra ver se ela se rendia.
– Nem me olha com esses olhos do gato do sherek, não tem acordo, ele vai dormir na casinha dele na garagem. Não está frio na casinha não.
– Respirei fundo – Você é uma mãe muito má – mostrei a língua pra ela. – Tá bom, temos que colocar um nome nele.
– Que tal pachequinho?
– Hum, gostei, mas é muito longo dengo, precisamos de um nome pequeno, com no máximo três sílabas pra que ele consiga entender, ah e não pode ser um nome que rime com nenhum que temos aqui em casa, pra que não deixe ele confuso também.
– Você fez a lição de casa direitinho, né amor?! – beijou meus lábios – Minha Nerd linda.
Cai na gargalhada, ela tinha mania de me chamar assim. Só porque eu sempre fui meio viciada em equipamentos tecnológicos, e volta e meia eu me desconectava do mundo, quando estava com eles ao meu redor.
– Claro que fiz a minha lição. Eu já estava pensando em comprar um dog para nós. Daí fiz algumas pesquisas. Agora me diz uma coisa, como adivinhou a raça que eu queria? Nunca falei pra você.
– Eu tenho super poderes Meu Amor – sorriu. – Tô brincando, escolhi ele porque é pequeno, do seu tamanho quase amor. Claro que ele é maior né?! – dei uma mordida em seu braço – Ai Dengo, isso dói, você sabe, né.
– Claro que sei, por isso mordi. Dizendo que sou menor que o cachorro amor. Que feio.
– Que foi minha Moleca, vem cá vem – e tentou me puxar. – levantei da cama correndo.
Ela veio atrás de mim e me pegou no colo, me levando de volta pra cama.
– Eu te amo Meu Amor, foi só uma brincadeirinha – ela falava e distribuía beijos por meu pescoço.
– Você sabe que desse jeito... filha da...
Sem pedir licença enquanto eu falava ela colocou dois dedos dentro de mim e tirou, lambendo-os em seguida e mordendo os lábios.
– Você disse alguma coisa amor?
– Vadia...
– Gostosa. – voltou a beijar meu pescoço. – Deixa eu terminar o que comecei, deixa – falou sensualmente em meu ouvido.
– Você me leva a loucura assim.
– Levo? – sorriu maliciosamente. – Então rebol* bem gostoso pra mim, rebol*!
Ela voltou a me penetrar, agora com três de seus dedos e começou um ritmo gostoso de entra em sai em minha bucet*, a essa altura já muito molhada e quente. A cada estocada da Cléo eu sentia mais prazer, falava coisas desconexas e gemia.
– Amor, eu... huuum.
– Goz* pra mim Dengo, goz*.
Ela não precisou pedir uma terceira vez, g*zei gostosamente em seus dedos. Era incrível como a minha esposa me proporcionava prazer com tanta facilidade, sem falar no fôlego que ela tinha pra fazer amor comigo. Como ela estava com o quadril apoiado em minhas pernas, senti que sua calcinha estava úmida. Não ia deixar ela dormir assim.
Fiz ela deitar, tirei sua camisola e calcinha. Ah e me livrei do meu camisetão que ela não tirou, ela tinha essa mania de me fazer goz*r vestida.
Agora com ambas sem roupas deitei sobre ela, encaixando nossos sex*s, e comecei a rebol*r sobre seu corpo, enquanto lambia, sugava e dava leves mordidas em seus seios. A minha mulher é uma delícia. Não me contive em só "dançar" sobre seu corpo. Deslizei até seu sex* e passei a ch*pa-la de forma lenta e delicada, ela estava bem excitada e muito sensível, comecei a passar a língua bem devagar em seu clit*ris, enquanto olhava em seus olhos queimando de prazer. Sabia que não ia demorar muito pra ela goz*r, e assim aconteceu. Alguns minutos depois a Cléo gozou em minha boca, suguei todo o seu gozo e subi para os seus lábios. Ficamos deitadas nos beijando, até ela me aninhar em seus braços e adormecemos assim.
Acordei e desci para preparar o café. Hoje era dia da Anna dar carona aos irmãos. Passei pela sala e ela estava lá sentada, com o celular na mão e cara de choro.
– Ei, pequena. O que foi? – dei um beijo em seu rosto – Bom dia. O que faz aqui? Tá cedo ainda.
– Respirou fundo – Ah mãe... – e começou a chorar.
Sentei ao seu lado e a trouxe para os meus braços, abraçando-a carinhosamente.
– O que foi minha pequena, o que tá acontecendo? Conversa comigo.
– Mãe é o Beto – falava entre soluços.
– O que tem ele meu amor? Se acalma, eu tô aqui com você. Calma. Deixa eu te ajudar.
– Ele quer casar mãe. E eu... – deixou o corpo pesar sobre o meu.
– Ei - segurei seu rosto e olhei em seus olhos. – Eu estou aqui, e vou apoiar você em qualquer decisão que venha tomar. Você não quer casar com ele, não é?
– Não mãe, eu não quero.
– E qual o problema? É só dizer pra ele. Diz que você não está preparada. Pede pra ele esperar um pouco mais. Tenho certeza que ele vai entender isso.
– Ai que está o problema. Já conversamos sobre isso, e ele aceitou esperarmos um pouco mais. Só que... – respirou fundo – eu amo outra pessoa mãe.
– Ouvi bem, você disse que ama outra pessoa?
– Sim.
Desfiz nosso abraço, segurando suas mãos e olhando em seus olhos:
– Minha filha, eu lhe perguntaria quem é, mas não é preciso, a forma como olha pra ela diz tudo. Não faça como eu fiz, não fuja do seu sentimento. Mas tenha cuidado com ele também. Afinal ele envolve mais três pessoas. Se você tem certeza do que sente por ela, o primeiro passo a dar é conversar com seu namorado. Não o engane, você não gostaria que ele fizesse algo desse tipo com você. Depois que fizer isso, pensamos no que fazer com as outras pessoas. Tá bom?
– A senhora está certa mãe. Eu preciso enfrentar essa situação de frente. Não dá mais pra continuar meu namoro com o Beto – passou a mão nos olhos. – Ele não merece ser enganado. Obrigada mãe, eu te amo. Vou tomar banho. Posso pedir um favor a senhora?
– Pode sim.
– Avisa ao Lourenço que precisei sair mais cedo, e que não vou poder dar carona a eles na volta pra casa também. Pra ele ir de carro pra faculdade, e lembrar que o Ju tem natação hoje as 14h e tem um evento de judô mais tarde.
– Aviso sim meu amor. Mas você sabe que não vai conseguir fugir do seu irmão o tempo todo, né?
– Sei sim mãe, eu só preciso digerir melhor a ideia de estar apaixonada pela namorada dele.
– Eu entendo filha, mas vocês são irmãos e precisam conversar sobre isso mais cedo ou mais tarde.
– É mãe. – respirou fundo.
– Eu te amo, e se precisar de ajuda pra conversar com ele ou até mesmo com o Beto é só me chamar.
– Obrigada. Até mais tarde.
– Até meu amor.
Me deu um beijo e um abraço e saiu da sala. Minha filha está passando por uma situação bem delicada. Como terminar um namoro de quase três anos e ainda dizer ao irmão que está apaixonada pela namorada dele. Sei que ela poderia omitir esse fato pra ele, mas acho que até ele já percebeu que a irmã sente algo pela Dona Nutella, isso se não percebeu também que a moça pode corresponder a esse sentimento.
Fim do capítulo
Olá, um ótimo fds meninas.
Bjs.
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patty-321
Em: 16/06/2017
Eita complicação. Não queria tá na pele da Ana. Dois anos de casadas e elas tao felizes. Que lindo. Bom fds.
Resposta do autor:
É Patty, a Anna tem umas decisões meio complicadas pra tomar. Pois é, dois anos de muito amor e carinho entre elas e a família. Obrigada querida.
Se cuida, bjs.
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