Capítulo 24
Ver Ilara correndo daquela forma pela rua fez Michelle ficar muito arrependida. Havia feito uma besteira. Era para ela tentar ajudar a sua aluna e não beija-la, mas não conseguiu se controlar. Ver Ilara tão indefesa fez ela sentir tantas coisas. Tinha vontade de prender a garota em seus braços e não solta-la nunca mais.
Dentro de si havia um turbilhão de sentimentos. Sentia vontade de chorar e ao mesmo tempo se sentia feliz. Ilara parecia estar sentindo o mesmo que ela, mas tinha fugido. Isso não era um bom sinal.
Michelle chegou em casa com a cara abatida. Às vezes lhe vinha uma vontade muito grande de chorar e isso a fez se jogar nos braços de Marisa, que não sabia nem o que estava acontecendo.
—Michelle, o que está acontecendo?
—Eu fiz uma loucura.
Michelle afundou o seu rosto na curva do pescoço de sua irmã.
—Venha!
Marisa começou a levar a irmã para o quarto e depois se sentaram na cama.
—O que você fez, Michelle?
—Marisa, eu beijei uma aluna.
Michelle tinha noção do que poderia vir depois daquela resposta. Marisa sempre brincava a respeito disso. Ainda mais depois que soube que Michelle havia dado uma carona para uma aluna dias atrás, mas diferente de que havia pensando a sua irmã ficou em silêncio. Parecia estar pensando. Não era a sua irmã zombeteira que estava ali ao seu lado.
—Cadê? Não vai fazer as suas gracinhas?
Falou com a voz embriagada pelo choro.
—Não, venha aqui —Puxou a sua irmã para mais perto de si, e a fez colocar a cabeça sobre seu ombro —Tenho certeza que isso está mexendo muito com você.
—E como, Marisa.
—Minha irmã, é por isso que você andava tão estranha ultimamente? Você estava gostando de sua aluna?
Michelle levou as suas duas mãos até a sua face.
—Ahhhhh... Marisa, eu não estou entendendo nada do que estou sentindo. Nunca havia acontecido isso comigo.
—De você ficar com uma aluna?
—Isso também, mas me refiro a me sentir assim. Tem uma confusão tão grande dentro do meu peito.
—Está arrependida?
—Sim e não... Pois eu gostei...Eu gostei muito do beijo dela...Senti tantas coisas... Fiquei com muita vontade de tê-la, Marisa, eu não consegui me controlar... Ela despertou algo em mim que eu não conhecia.
—Então por que você se arrependeu?
—Eu me aproveitei dela.
Marisa nesse instante arregalou os seus olhos.
—Como assim se aproveitou dela?
Michelle se afastou da irmã e deitou sobre a cama. Encarando o teto em seguida.
—Havíamos nos encontrado para eu tentar ajuda-la, Marisa, a situação na casa dela está muito complicada, mas em um momento que ela falou que estava com medo eu a beijei. Eu beijei ela e nem dei atenção ao que ela havia me falado. Me aproveitei totalmente da fragilidade dela e ela continua com seus problemas em casa. Ela queria alguém para lhe ajudar e não para lhe beijar naquele momento.
—Entendo, Michelle, mas aconteceu.
—Sim, aconteceu e acho que ela não vai querer ter contato comigo, pois ela fugiu.
—Você acha que ela não gostou nem um pouquinho?
—Não sei... No começo parecia que tudo era muito novo para ela, mas ela acabou me correspondendo. Só que depois quando eu já estava sem conseguir nem raciocinar direito, pois eu passei a sentir vontade de tê-la, ela abriu a porta do carro e fugiu.
—Michelle, acredito que essa garota nunca nem tenha beijado na vida, para ter se comportado assim.
Após a fala de Marisa, Michelle fica pensativa, talvez a sua irmã estivesse com razão. Ilara era muito quieta. Na dela. Nunca havia visto ela com outra pessoa que não fosse Milena, talvez não tivesse ninguém, mas as aparências às vezes é capaz de nos enganar. Era muito próxima de Milena talvez tivessem algo. Michelle enciumou-se ao pensar nessa possibilidade.
—Eu gosto dela, Marisa, gosto de minha aluna... Mas ela vive fugindo de mim. Parece não me querer por perto ... E ter fugido após o nosso beijo só prova que não será fácil de me aproximar dela.
—Você não entende mesmo as mulheres!
—Por que você diz isso?
Michelle ficou confusa.
—Se ela foge é porque está sentindo o mesmo que você, só que não consegue lidar com isso tudo. Ela deve ser novinha, Michelle, deve estar se descobrindo agora.
—Ela já tem 18 anos.
—Pelo menos de maior ela já é.
Marisa sorriu.
—De maior, mas eu não posso me envolver com ela.
—Por conta de sua profissão e tal — Revirou os seus olhos.
—Sim, você sabe disso.
—Você acredita mesmo que a partir de agora você só vai conseguir vê-la só como aluna?
—Não sei, Marisa, mas eu pretendo ajuda-la e não posso me aproveitar disso para saciar os meus desejos.
— Ahhh... Michelle, você é muito teimosa. A menina também parece gostar de você... Porque não tenta... Duvido você conseguir só ser amiguinha dela.
—Marisa, eu quero chorar.
Michelle colocou as suas mãos sobre sua face.
—Vem cá.
Marisa se deitou na cama também e Michelle se aproximou.
—Estou muito confusa.
—Eu sei, você é minha irmã mais nova...Eu te conheço.
—Falando assim até parece que você sabe fazer papel de irmã mais velha.
As duas riram.
—Fico muito feliz por você ter se esquecido da Catarina.
—Me esqueci dela e olha o que me apareceu. Estou gostando de uma aluna.
—Bom... Alguma coisa de bom essa garota deve ter.
—Sim, Marisa, ela é a garota mais meiga de já conheci.
Michelle disse meio boba.
—Então...Tente... Se aproxime dela. Se você não tentar você vai continuar confusa com tudo isso.
—Talvez eu pense nisso.
Michelle fechou os seus olhos ao sentir a mão de sua irmã acariciando os seus cabelos.
—Você é muito medrosa...Desse jeito você vai acabar perdendo essa garota.
Marisa fala e Michelle se mantém em silêncio. Ela não poderia fazer nada, Ilara era sua aluna, mesmo gostando da garota, uma relação com a mesma seria muito complicado, não tentaria se envolver com a mesma, mas seria a amiga que Michelle sabia que Ilara estava precisando. Se isso daria certo, Michelle não sabia.
As duas irmãs dormiram juntas. Michelle durante a noite toda sonhou com o beijo de que havia dado em Ilara. Quando acordou no domingo, sentiu vontade de sentir novamente todas aquelas sensações, mas ela teria que ser sensata e não voltar a agir por impulso.
Ao se levantar da cama, ela foi direto para o banheiro fazer a sua higiene matinal e depois após passar pelo quarto encarou a sua irmã, que só estava faltando babar na cama.
Michelle riu ao constatar isso e depois ficou um pouco emocionada, mesmo sua irmã mais velha lhe dando trabalho, ela sempre estava ao seu lado quando precisava.
Como o seu estômago começou a roncar, Michelle foi até a cozinha e começou a preparar o café da manhã.
—Acordou cedo.
Marisa apareceu na sala toda sonolenta.
—Bom, já passa das 7:00, então não está tão cedo assim —Com uma xícara de café se sentou no sofá e sentiu algo peludo passando por suas pernas— Romeu?
O gato preto deu um miado e Marisa foi até o mesmo, lhe pegando no colo em seguida.
—Como você está se sentindo?
Marisa perguntou a sua irmã.
—Tirando a grande confusão dentro de mim, eu estou bem.
—Isso já é um bom sinal —Começou a acariciar o gato.
—Quase não ando dando atenção para ele. Não é mesmo?
Falou se referindo ao gato.
—Sim, mas hoje podíamos fazer um programa a três.
Marisa se sentou no sofá.
—Que tipo de programa?— Michelle fica confusa.
—Podemos passar o dia assistindo filmes, séries... Nós duas e Romeu. Ele tá muito lindão.
Ergueu o gato no ar e olhou para o mesmo.
—Você deve ter muitas namoradas, Romeu —Marisa comenta.
—Só você mesmo, Marisa, Romeu nem sai de casa. Como ele pode namorar?
—Você fica com ele 24 horas por dia? Não, então não pode dizer que ele não sai.
Michelle se levanta do sofá, coloca a xícara sobre a pia da cozinha e depois volta para o sofá, pegando o seu gato e dando um abraço forte nele em seguida.
—Não pensa em sair hoje? —Perguntou a Marisa.
—Não!
—E a mulher lá, que você pretende conquistar. Não vai ligar pra ela... Não vai convidar ela para sair?
—Não, hoje vou fazer companhia para você. Amanhã, eu ligo pra ela. A convidando para almoçar. Irei começar a colocar meus planos de conquista em prática amanhã.
—E quais são esses seus planos de conquista?
—Ainda não os tenho — Riu — Você vai me ajudar com eles hoje.
Ao ouvir essas palavras de sua irmã, Michelle começa a rir. Marisa não tinha jeito, sempre dependia dela para tudo. Mas como poderia ajudar a sua irmã se também sempre havia sido um desastre com as mulheres. Só que diferente de sua irmã, ela não pensava em levar as mulheres para a cama no primeiro encontro.
***
Quando o dia amanheceu, Ilara resolveu ficar na cama. Não queria se levantar ainda mais porque sua feição estava abatida e não queria encarar o seu pai, pois sabia que o mesmo iria lhe fazer um monte de perguntas.
—Cadê Ilara? —Augusto perguntou ao notar a ausência de Ilara na mesa.
Helena que estava em silêncio servindo o café, resolveu se pronunciar.
—Ela ontem parecia cansada, acho que resolveu dormir mais um pouco.
—Que estranho... Ontem, ela também não havia jantado.
Gustavinho que estava presenciando aquela conversa, fica pensativo. Alguma coisa estava acontecendo com sua irmã.
"Será que o namorado terminou com ela?" —Pensou.
—Ela anda estudando muito, Augusto, com certeza está cansada por conta disso— Helena teve que inventar algo.
—Bom, talvez seja isso — Augusto se levantou da mesa de repente.
—Papai, o senhor vai para onde? —Gustavinho indagou.
—Tenho algumas coisas do hospital para resolver.
Helena se sentou à mesa — Coisas do hospital para resolver, Augusto, hoje é domingo.
Ao ouvir aquilo, Augusto fica um tanto incomodado.
—Você acha que sou como você, que fica o dia inteiro dentro de casa e não faz nada, Helena? Alguém aqui precisa trazer o sustento para casa e como te falei antes, aquela minha prima não sabe fazer nada direito. Tenho que ver alguns medicamentos para o hospital em uma outra cidade.
Helena após a resposta se seu marido abaixa sua cabeça. Ela não sabia do que andava acontecendo no hospital, então acreditava em tudo que seu marido falava.
Gustavinho diferente de sua mãe já estava achando aquilo tudo muito estranho.
—Bom, já estou indo — Augusto falou mais calmo e saiu da cozinha.
Sua esposa nesse momento passa a ficar pensativa. Não tinha muito valor em sua casa. Tinha desistido de seus sonhos por conta de seus filhos e da casa, mas naquele momento sentiu-se arrependida por não ter tentando entrar na faculdade, para poder se tornar professora como sempre tinha sonhado.
—Mamãe, não ligue para o que o papai falou, ele não mede suas palavras —Gustavo colocou a mão sobre o ombro de sua mãe.
—Mamãe não ligou para isso, filho —Helena tentou mostrar para o filho que estava tudo bem, mas Gustavo sabia que não estava.
***
Ao se passar das 9:00 da manhã, Ilara se sentou na cama e ficou pensativa.
Naquele momento muitas coisas lhe vieram a mente. Encostou a sua cabeça na parede e fechou os seus olhos por alguns segundos. Todas as sensações que o beijo de Michelle havia lhe proporcionado, ela estava voltando a sentir.
Enquanto ela se mantinha presa naqueles pensamentos, a porta de seu quarto foi aberta lhe chamando a atenção.
Sua mãe surgiu parecendo estar um pouco abatida. Carregava em suas mãos uma bandeja. Onde estava o seu café da manhã.
—Bom dia, filha — Helena se aproximou da cama de sua filha e colocou a bandeja sobre a mesma, se sentado em seguida.
—Bom dia, mamãe —Estava um pouco tímida por conta de tudo que havia ocorrido na noite anterior.
—Trouxe seu café... Achei que estivesse com fome.
—Muito obrigada — Ilara começou comer o seu desjejum.
—Como você está se sentindo?
Helena estava reparando em cada movimento de sua filha.
—Confusa, mamãe e com medo.
—De mim, filha?
—É que não sei o que pensar... A senhora agiu de uma forma diferente do que havia imaginado.
Helena riu.
—Filha, eu entendo você...Pode ter certeza que entendo.
Ilara ouviu tudo aquilo atentamente. A cada conversa que tinha com sua mãe, ela ficava mais confusa.
—Mãe, por que você entende tanto o que tô sentindo... A senhora nunca gostou de uma mulher... Pelo que havia me dito papai foi seu primeiro namorado.
A mãe da garota passa a se sentir desconfortável.
—Digo que entendo, pois você deve ter me imaginado como seu pai.
—Isso é verdade...
—Então... Poderia me falar sobre essa mulher?
Helena não queria que a filha lhe fizesse perguntas a seu respeito.
—Quer que eu fale sobre ela?
Ilara estava se sentindo estranha. Nunca havia se imaginado tendo aquela conversa com sua mãe.
—Sim... Se você gosta dela, quero saber como ela é...
Ilara fica pensando por alguns instantes e depois resolve contar tudo a sua mãe, mas sempre omitindo alguns fatos. Pois não poderia dizer a sua mãe que havia beijado sua professora de matemática.
Fim do capítulo
Oie^^
Momento envergonhada^^
Dessa vez demorei muito né?
Desculpa, minha vida andava muito complicada. Não estava tendo tempo pra nada... Entrei em um curso que junto com a faculdade só me deu dor de cabeça kkkkkk Estava vivendo só para trabalhar e estudar. Quando tinha um tempo de folga só queria dormir e quando não queria dormir, eu estava estressada kkk Quando tô estressada, eu n escrevo.
Esse último mês foi muito complicado. Não estava lendo histórias, nem escrevendo e pouco estava falando com as pessoas. Fiquei bem no meu canto mesmo. Mais isolada.
Como o curso acabou e vou ficar umas duas semanas sem ter que trabalhar, nessa semana vou ver se dou uma adiantada em minhas histórias. Até meu blog eu abandonei... Estava mesmo sem tempo e sem cabeça para nada.
Bom.... Espero que tenham gostado do capítulo.
Beijinhos
Van^^
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