CAPÍTULO 48: O Evento!

 

 

 

 

Rachel arrumava sua mala com a respiração ofegante, de tempo em tempo levava sua mão na cabeça puxando seus cabelos para trás em modo exasperado.

Como pudera ser tão idiota? Maldita hora que abrirá a guarda!

 

Respirou fundo e levou as mãos no seu rosto, se sentia tão quebrada, todas as palavras de seu pai vieram a sua mente, talvez tenha sido um fracasso total mesmo sua existência, sabia que seu pai a considerava inútil, e agora via que realmente era.

Queria ter ao menos herdado os traços de coração frio dele, sem amor, incapaz de amar alguém alem de si próprio, talvez assim não estaria sofrendo agora nessa angustia.

 

Sua garganta estava apertando em uma dor junto de seus olhos ardendo, mas não iria chorar, se recusava.

 

“Queria mesmo ser incapaz de amar alguém como você disse papai”  pensou angustiada e respirando fundo.

Fechou a mala com certa brusquidão e foi em direção ao banheiro jogar água no rosto com o intuito de se acalmar.

 

 

Dias atrás...

 

Elisabeth adentrou na mansão e se deparou com sua filha sentada na sala de estar junto de seu pai, Cecília, Amanda e uma nova figura, esta nunca vista pessoalmente por ela antes.

 

Encarou-a observando cada detalhe e a intimidade palpável da bela ruiva recostada no peito de Olávo.

Seu Olávo.

Era ela, sabia!

 

-- Olá – sua voz saiu cortante como sempre poderosa fazendo com que todos tivessem atenção em si.

 

...

 

Regina sentiu os braços de Olávo enrijece e a respiração suspender por alguns instantes então sua atenção foi guiada até o som de uma bela voz que se fez presente.

 

Elisabeth

 

Sabia bem quem ela era. Como não saber?

Além dela ser uma bela mulher era de uma das famílias mais poderosas e respeitadas do mundo e nada menos do que mãe da única filha de seu esposo.

 

Ameaça.

 

Ecoou na sua cabeça a fazendo se sentir no fundo ameaçada.

Elisabeth era uma mulher linda, qualquer homem iria querer tê-la ao seu lado, Olávo não seria diferente, seria?

Confiava em seu marido, mas o olhar daquela mulher lhe analisando e a reação do corpo de seu esposo a fez tremer por dentro.

 

-- Como vai Elisabeth? – Cecília cumprimentou cordialmente evitando que um clima mais pesado se instaurasse no local.

 

A matriarca dos Lancaster podia muito bem saber que a presença deles naquele lugar não era tão bem vinda naquela casa, e seu sexto sentido apitou lhe dizendo que menos bem vinda ainda era a presença de sua nora, o olhar de Elisabeth dizia isso e sua expressão corporal também.

 

-- Quanto tempo senhora Lancaster – a Imperatriz forçou um sorriso simpático para Cecília fugindo de sua pergunta, não estava nada bem.

-- Muitos anos, e sei que dessa vez já sou uma senhora completa, mas pode me chamar só de Cecília – mostrou-lhe seu sempre simpático sorriso.  

 

Júlia até tentou, mas não pode deixar de gostar da sua avó no começo e agora pensava se existia alguma pessoa na face da terra que não pudesse gostar dessa senhora.

Fungou um riso com o que sua vó disse a sua mãe o que chamou a atenção da loira mais velha para sua filha.

 

Analisou Júlia sentada ao lado de sua avó com uma das mãos dadas a senhora.

Completamente estranho ver uma pequena demonstração de carinho de sua filha por sua outra família, não imaginava que de fato pudessem ter aquela aproximação. Na verdade não queria que sua caçula gostasse da outra família. Pensamento egoísta que não conseguia deixar de ter.

-- Vejo que esta surpresa em nos ver... – Cecília começou e foi interrompida.

-- Realmente, não esperava receber visitas, não fui comunicada Cecília

 

A senhora sorriu tendo seu nome frisado por Elisabeth, sabia que a loira mais velha não gostou nada da visita indesejada, porem não deixaria sua educação de lado.

 

-- Sinto muito por aparecermos assim sem avisar querida – Cecília também alfinetou frisando a outra palavra ironicamente o que fez Júlia rir discretamente – viemos de ultima hora, mas de modo algum deixaríamos de passar o aniversario de minha neta junto dela, já que este será o primeiro de muitos.

 

Terminou sua fala confiante olhando dentro dos olhos de Elisabeth e desviando rapidamente para sua neta lhe sorrindo. Sabia que Júlia se divertia com aquele momento, e era tão bom ver seu sorriso.

Queria muito recuperar todo o tempo perdido, queria tanto ter convivido com aquela menina desde sua infância.

 

Elisabeth então foi trazida de volta a realidade onde esquecia seu desgosto por ter os Lancasters em sua sala, mais precisamente por ter a nova esposa de Olávo naquela sala, nova e única que se lembre. Olávo nunca teve outro caso conjugal com outra mulher.

 

-- O aniversario – deixou escapar um tanto baixo, mas ainda audível para todos.

-- Sim o de Júlia – Olávo agora se pronunciou com sua voz forte.

Júlia estampou um sorriso, o qual passou anos estampando, não era um sorriso feliz.

Com o tempo começou a sorrir para a própria “desgraça” aprendeu a sorrir das coisas que lhe magoavam. E o que sempre lhe magoou foi a falta de atenção de sua mãe.

Tudo sempre foi mais importante para Elisabeth do que Júlia, e suas preferências pelos outros filhos era notável, isso sempre magoou a pequena loira. O único modo de se defender de tudo que lhe faz mal é sorrir. Paul lhe disse isso uma vez...

 

-- Ela nunca se lembra – Júlia falou ainda sorrindo como se achasse graça.

-- Júlia... – Elisabeth estava pronta para rebater não gostando de ser exposta assim por sua filha.

-- Menti por acaso? Acho que não certo?

-- Como você...—tentava formular alguma frase, mas novamente foi interrompida pela loira mais nova.

-- Não me importo Elisabeth, fique tranqüila, já estou acostumada – sorriu novamente como se visse realmente graça naquilo tudo mesmo sem ter -- E por mim nem teria nada.

-- Ah mas por nós sim! – interrompeu Cecília apertando sua mão – Não é mesmo filho?

-- Claro mamãe – Olávo concordou de prontidão.

 

Elisabeth respirou fundo ainda encarando Júlia e decidiu se retirar.

 

-- Fiquem a vontade, meu dia foi exaustivo, irei para meu quarto, qualquer coisa peçam que me chame.

 

Todos assentiram.

 

Percebeu que sua presença não era necessária.

 

“18 anos... Meu deus onde estivesse esse tempo todo?” pensou já em seu quarto olhando para o nada.

 

 

 

...  ...  ...  ...  ...  ...

 

 

Estava praticamente tudo planejado, agora era só espalhar os convites para uma grande festa planejada em tempo Record, e para isso como estavam em outro país contariam com a ajuda de Caroline já que alem de prima ela era melhor amiga de Júlia, saberia quem chamar.

A morena independente de qualquer coisa tinha um carinho muito grande por sua prima e queria vê-la feliz então se prontificou logo de cara em ajudar.

 

Regina e Olávo ficaram em um hotel matando a saudade, não iriam incomodar na mansão dos San’Germany seria até estranho a presença do casal lá. Enquanto Cecília se hospedou na casa de seu filho mais velho Otávio o que agradou muito o pai de Caroline, amava a mãe e sentia muita saudade, seria bom também para sua filha conviver um pouco com a avó paterna.

 

Amanda quase surtou toda a vez que sua mãe estava por perto e Júlia também, o medo era maior que tudo.

Júlia tentava ser compreensiva, apesar disso magoar um pouco sabia que não podia exigir nada da ruiva, afinal Regina era sua mãe e podia ter uma péssima reação. Apesar de Júlia não ter tido uma família que se importasse com ela alem do que as pessoas diriam, uma família com amor e preocupação com seu bem estar como Amanda tem, ela tentava entender o sentimento que se apossava de sua namorada.

 

Porem paciência é algo que requer muita pratica e anos de exercícios e quase todas tem seu limite que quando se esgotam é algo difícil de lhe dar, por mais compreensão que Júlia tivesse sua paciência estava sendo testada por Amanda, sempre que Anne estava perto.

 

Com todos os preparativos para seu “mega” aniversario como todos diziam, a presença de Ana foi requisitada novamente já que sua tia ainda não tinha melhorado, Júlia tentou conversar com sua mãe, mas se esqueceu de como falar com Elisabeth as vezes era quase impossível.

Sempre que podia verificava se estava tudo bem com a jovem menina, afinal ela era bem jovem e Júlia conhecia os irmãos que tinha.

A garota parecia ser boa para se envolver com pessoas daquele tipo pensava ela. E esse cuidado todo que ela teria com qualquer pessoa que parecesse ser boa pessoa se aproximando de seus irmãos estava incomodando por demais Amanda.

 

O aniversario de Júlia já tinha sido anunciado aos quatro ventos, seria o grande evento do momento e estava sendo divulgado em todo o meio de comunicação.

 

Todos estavam ficando eufóricos com o grande dia e isso estava deixando a loirinha nervosa, não queria chatear sua avó e sua madrasta que junto de seu pai prepararam tudo com tanto carinho.

 

...  ...  ...  ...  ...

 

 

Naquele dia que seria o dia do grande evento que se tornou a comemoração de aniversario de Júlia o sol brilhava reluzente no céu, mas o clima estava frio, era um contraste perfeito para o dia, talvez...

 

Júlia acordou naquele dia naquela enorme cama sozinha pois desde o dia que Regina tinha chego a mansão junto de Cecília, Amanda fugia dela como se ela fosse o Diabo.

Aquilo incomodava, mas ao mesmo tempo tentava não se importar afinal a ruiva tinha medo de perder o amor da mãe. Ela conseguia se por no lugar da namorada mesmo sem nunca ter estado nessa situação.

Talvez fizesse essa “troca” de lugar com a namorada por no fundo querer ter uma família amorosa e que se importe com ela.

 

Levantou balançando a cabeça de forma que espantasse o sono e se dirigiu direto para o banheiro a fim de tomar um banho.

Queria espantar aquela sensação estranha que estava, era como se hoje fosse um dia errado de acontecer.

 

-- Sem necessidade essa comemoração desse tamanho – resmungou ao entrar no banho deixando a água molhar seus cabelos e fechando os olhos.

 

Sabia que grande parte da divulgação da sua festa foi feita por sua prima que mesmo sem falar direito com ela estava ajudando os Lancaster a preparar todo aquele “circo”.

Pelo menos isso queria dizer que Caroline não estava tão magoada com ela, certo?

 

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Tudo estava terminando de ser arrumado no local onde aconteceria a grande festa, Manuela ajudava Caroline nos detalhes finais para o evento, nesses últimos dias Caroline andou conversando bastante com a garota de cabelos negros nos preparativos que faltavam da festança e acabou por gostar da companhia de Manuela, entendia por que a prima tinha tanto carinho pela garota, era doce e engraçada a companhia dela.

Porem sabia bem que incomodava sua presença por Rachel, podia ver o olhar da garota de cabelos castanhos para si toda vez que estava perto de Manuela, era como se Rachel pudesse matá-la com o olhar... e isso divertia a morena, Caroline adorava provocar as pessoas. Por esse motivo sempre que estava próxima a Manuela sempre tinha passadas de mãos pelo corpo da outra na desculpa de “espere, deixe eu te ajudar, é assim... isso”

Rachel queria morrer com isso e esse dia não era diferente.

Se disponibilizou a ajudar no que podia, pois não queria ficar trancada no quarto o dia todo, sentia dores ainda, mas era algo que dava para suportar, era só não pegar peso ou ficar com a postura errada.

Porem estava sendo insuportável ver aquele “contato” todo de Manuela e Caroline, contato aquele que não era necessário.

 

“Pra que toda essa passassão de mão, meu Deus!” Pensava se irritando.

Foi a gota d’água quando viu Caroline sorrir e se aproximar por trás de Manuela envolvendo a cintura da mesma e falar ao em seu ouvido.

Rachel estava estressada, engoliu em seco e resolveu sair dali antes que surtasse.

Deixou o que estava fazendo e saiu a passos duros deixando as duas ali.

 

-- Acho que sua amiga esta incomodada com algo – Caroline falou disfarçando um sorriso ainda com uma mão na cintura de Manuela.

-- Hã? – perguntou sem entender e olhando sobre os ombros de Caroline.

-- Rachel acabou de sair pisando duro – comentou enfim liberando o sorriso que hipnotizou Manuela.

 

Manu não podia negar que Caroline era linda e muito atraente, ela tinha um jeito próprio que exalava sedução, as sobrancelhas bem delineadas, aqueles olhos azuis, a pele bronzeada... como ela conseguia aquele tom de pele em um local tão frio? E aquela boca... bom o sorriso de Caroline era encantador, brancos como a neve era impossível não contemplar quando a morena sorria.

 

-- Manu? – Caroline chamou trazendo a garota de volta a realidade – ta tudo bem? Você ficou meio aérea.

-- Ta-ta – engoliu em seco ter sido pega “viajando” pela morena – tudo bem, desculpa me distrai.

-- Com meu sorriso? – perguntou a outra sorrindo novamente.

-- Meu Deus – disse corando e ficando sem jeito – eu.. eu...

-- Eu to brincando Manu – gargalhou com vontade achando fofo aquele jeito atrapalhado da menina.

 

Manuela ficou sem saber o que falar e levou as mãos até o cabelo os segurando de forma que passasse seu desembaraço, mas isso tudo estava apenas fazendo Caroline adorar mais seu jeito bobo.

 

Um dos empregados contratados para ajudar na arrumação do espaço entrou fazendo as duas perder o contato e Manuela agradeceu mentalmente por essa interrupção antes que seu sangue todo subisse para seu rosto de tão vermelho que devia esta nessa hora.

 

-- Eu vou ver se a Júlia já acordou – deu a desculpa para Caroline que apenas assentiu, e saiu dali o mais rápido possível.

 

“Que vergonha meu Deus!”

 

Caroline ria com gosto, como era possível alguém conseguir ser fofo com vergonha daquele jeito? Era adorável.

 

 

 

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Júlia terminava de se vestir quando ouviu batidas na porta, pediu que entrassem e logo avistou Manuela.

 

-- Oi bela adormecida – Manu cumprimentou adentrando e se aproximando da loira.

-- Oi – lhe sorriu e beijou seu rosto.

-- Preparada para a grande festa?

-- Tenho outra opção? – rebateu fazendo Manu rir e a abraçar.

-- Deixa de ser emburrada vai, talvez seja legal.

-- Legal não combina com todos os San’Germanys juntos em um mesmo local.

-- Será que realmente todos estarão aqui hoje?

-- Manu, se algum deles faltar minha mãe ou meus avós matarão meus irmãos... a mídia é muito importante para o nome deles, nem que seja escândalo o nome deles tem que esta em alta. Minha mãe já avisou que todos devem estar presentes “como uma família feliz”.

-- Mas vai ficar tudo bem loirinha, você vai ver.

-- Deus te ouça – disse se separando do abraço da amiga e lhe dando um tapa na bunda.

-- Ai! Ta doida?

-- Não – sorriu achando engraçada a cara da outra – só estou vendo sua aproximação com a minha prima viu senhorita – sorriu lhe estreitando os olhos e apontando dois dedos para seus olhos e para a amiga como quem diz “estou de olho”.

-- Deixa de besteira.

-- Besteira nada, eu ando observando vocês duas.

-- Hmm ciúmes Júlinha? – sorriu de lábios erguendo a sobrancelha – agora falta saber de quem, da priminha ou da gostosa aqui.

-- Gostosa e convencida – gargalhou.

-- Realista meu bem, realista.

-- Eu sei bem – riu junto da outra – vamos descer?

-- Vim te buscar pra isso.

-- Então vamos.

 

 

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Amanda tinha saído cedo com sua mãe, combinaram de ir ela Regina e Cecília comprar o que iriam vestir na ocasião.

As duas mais velhas queriam levar Júlia a todo custo, e agradeceu mentalmente pela recusa incansável da loira. Júlia as tranqüilizou que iria com Manuela então as duas mais velhas se convenceram a deixar para uma próxima a compra entre mulheres.

 

-- Seria legal se Júlia tivesse vindo – Cecília comentou e Regina concordou.

-- Realmente, mas ela deve ter planejado com a amiga, aquela Manuela é adorável não é mesmo?

-- Um doce de menina – Cecília disse sorrindo o que fez Amanda revirar os olhos.

-- E você Amanda, aconteceu alguma coisa? – Regina perguntou a filha a analisando.

-- O que?

-- Pergunto se aconteceu alguma coisa, quando você e Júlia saíram para viajar pareciam estarem se dando tão bem, e esses dias tenho notado que você parece querer fugir, como se quisesse distancia da menina.

-- Não eu-eu... – gaguejou temerosa encarando sua mãe com os olhos arregalados.

 

Regina analisava a filha ficar mais branca que papel, conhecia bem a filha que tinha para saber que tinha algo de errado.

 

-- Não estou entendendo Amanda, você e seu pai estão tão esquisitos! – se referiu a Olávo – é como se vocês estivessem temerosos, eu não entendo...

-- Deve ser coisa de adolescente querida – Cecília interferiu ajudando a neta – e meu filho as vezes pode ser tão infantil quanto as meninas, sabe bem disso.

-- Sim, mas vocês brigaram por acaso filha?

-- Não mamãe – Amanda disse engolindo em seco.

-- Então vê Cecília? Eu não entendo...

-- Melhor nem tentar – a mais velha lhe disse sorrindo.

-- Realmente, Amanda e Olávo as vezes são tão estranhos que se fossem pai e filha mesmo não se pareceriam tanto.

 

Cecília riu, pois era verdade e adentrou mais uma loja onde terminariam de fazer suas compras.

 

 

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Júlia chegou até a sala acompanhada de Manuela e encontrou Caroline lá mexendo em seu celular distraída, mas logo percebendo a presença das duas.

Os olhos azuis e verdes se encararam por algum tempo se estudando até o silencio ser quebrado.

 

-- Oi – Júlia falou em um sorriso tímido.

 

Caroline apenas assentiu com um balançar de cabeça e seus olhos voltaram para seu celular.

 

-- Está quase na hora Júlia – Manuela comentou chamando a atenção da loira – temos ainda que ir comprar o que você vai vestir, você precisa ta perfeita.

-- Que? – a loira perguntou sorrindo achando a fala da outra engraçado.

-- É serio, tem até tapete vermelho lá fora.

-- Ta brincando com a minha cara não ta? – perguntou diminuindo o sorriso analisando a amiga para ver se existia verdade no que era dito.

-- Ela esta falando serio – Caroline se intrometeu já prevendo a indisposição da prima com o tapete – achei que seria legal ter um tapete vermelho para as fotos, afinal estamos preparando um evento tão importante quanto os dos famosos em Hollywood.

 

Júlia respirou fundo e encarou a prima.

Não iria brigar, nem podia, Caroline parecia junto dos Lancasters tão empenhada para que tudo saísse perfeito, seria totalmente rude se impor com o esforço de Carol. Porem ainda achava desnecessário aquilo tudo, ela nem queria festa quem dirá um show daqueles.

 

-- É uma boa idéia – disse concordando e causando estranhamento de Caroline que ergueu as sobrancelhas.

-- Como disse?

-- Se você decidiu então é uma boa idéia, eu acho – lhe sorriu como sempre fazia quando estavam sempre grudadas – você sempre teve ótimas idéias para fazer festas, e já que vão fazer essa nada melhor que você para decidir as coisas Carol.

 

Caroline sentiu vontade de sorrir e concordou com a cabeça.

 

-- Acho que vocês precisam se apressar – Caroline disse estralando um de seus dedos – vai ter alguns shows então você não pode perder nada tigri... Júlia – se corrigiu antes que a chamasse pelo apelido, ainda estava magoada e queria uma certa distancia.

-- Carol por favor – se aproximou ficando a centímetros – vamos com a gente por favor, vocês estão fazendo desse dia um dia bastante importante, e não vai ter mais nada importante do que ter as pessoas que eu amo do meu lado em cada detalhe, e eu te amo muito meu bem... por favor.

 

Caroline respirou fundo com a vontade de chorar

“Inferno!” pensou se irritando consigo mesma, não conseguia negar nada a sua prima.

Venceu a distancia abraçando a loira apertado.

 

-- Senti falta disso meu amor – Júlia falou baixinho dentro do abraço apertado – eu te amo demais Carol, desculpa se te magôo, posso não alcançar suas expectativas e nem te amar como você deseja, mas eu amo tanto você que isso nem cabe em mim.

-- Eu sei – soltou um soluço abafado pelos ombros da loira.

-- Ei não chore por favor – Júlia pediu alisando suas costas de forma acolhedora.

 

Manuela olhava aquela cena sorrindo, era lindo, sabia que existia um amor forte entre as primas, por mais que não fosse do jeito que cada uma queria, pois existiam desejos diferentes ali, mas ainda assim tinha um amor muito forte.

 

Caroline se desculpou sorrindo e saindo do abraço secando suas lagrimas e derretendo um pouco mais o coração das outras duas que estavam ali naquela sala.

Os olhos incrivelmente azuis de Caroline ficavam em uma tonalidade tão chamativa quando molhados pelas lagrimas, a ponta do nariz avermelhada lhe deixavam com um ar tão encantador que era impossível não achar a morena mais linda do que já era.

 

-- Vem com a gente Carol, por favor – Júlia pediu sorrindo para a prima e passando uma mão no rosto da morena limpando o caminho que as lagrimas fizeram.

-- Eu não sei... – dizia receosa quando foi interrompida por Manuela.

-- Vai ser legal, vamos vai? Eu não vou agüentar o mau humor da sua prima sozinha não! – exclamou arrancando risadas gostosas das duas.

-- Ta eu vou – por fim concordou ainda rindo – vou te salvar dessa rabugice toda.

-- Ei! – Júlia exclamou dando-lhe um tapa na bunda – eu não sou rabugenta ta?!

-- Você que pensa – Manuela falou fazendo o riso de Caroline se soltar mais e gostou do que viu – bom meninas eu preciso ir falar com outra rabugenta que deve está no quarto para ver se vai com a gente.

 

As outras duas garotas sabiam de quem ela se referia e reviraram os olhos juntas fazendo Manuela rir, parecia até que as duas tinha ensaiado.

-- Credo gente, a Rachel é legal – tentou defender e ouviu um resmungo nasal de Júlia e completou – quando quer.

-- Bem sei – a loira disse em ironia.

-- Ai vai logo lá antes que eu me arrependa de ter aceitado ir com vocês – Caroline disse ainda revirando os olhos ao saber que Rachel as acompanharia, não gostava da menina desde que soube o que ela fez com sua prima na escola, ela não era boa pessoa, não merecia chance nenhuma.

-- To indo! – Manuela se apressou em dizer e deu as costas para subir as escadas.

 

As primas observaram o andar de Manuela e os olhos das duas param no corpo de Manu, mais precisamente na bunda dela enquanto a mesma subia os degraus.

Júlia observou que a prima também olhou para sua amiga e resolveu tirar sarro com a prima.

 

-- Sua tarada! – disse em meio a um riso e arrancou um sorriso malicioso de Carol.

-- Você esta falando o que? Também estava olhando, e eu não tenho culpa nenhuma dela ser gostosa.

-- Realmente, Manuela é um pedaço de mau caminho – concordou rindo.

-- Um pedaço? Meu amor sua amiga é o caminho inteiro do mau caminho, imagina essa delicia gem*ndo?

-- Ai Caroline! – chamou a atenção fazendo careta – eu não quero imaginar isso, ela é minha amiga respeita!

-- Ah para, até parece né... até eu que sou sua prima você adorava meus gemidos e agora fica se fazendo de santa e...

-- Carol cala essa boca – riu da safadeza da prima e a empurrou com o ombro – quer descobrir os gemidos da Manu então vá em frente, mas eu não to a fim de saber sua pervertida!

-- Eu bem vou descobrir mesmo – sorriu de jeito safado e fez a loira rir da situação.

 

 

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Manuela entrou no quarto que estava silencioso e viu Rachel recostada na cama de olhos fechados, fechou a porta com cuidado para não fazer nenhum barulho que acordasse a outra e se aproximou.

 

-- Rachel? – chamou baixo para não assustar a garota de cabelos castanhos.

-- Fala – respondeu em tom seco assustando Manuela.

-- Ai Rachel que susto!

-- O que você quer Manuela?

-- Nossa o que aconteceu, precisa ser grossa? – perguntou estranhando o tom da outra.

-- O que você quer?

-- Eu vim apenas saber se você vai com a gente comprar o que vestir essa noite.

-- A gente quem? – perguntou fechando os olhos.

-- Júlia, Carol e eu.

-- Carol? – perguntou erguendo as sobrancelhas, não gostava nem um pouco da intimidade de Manuela com a prima de Júlia.

 -- Sim, ela decidiu ir junto.

-- Legal – respondeu seco fazendo Manuela estranhar mais ainda.

-- O que você tem, esta sentindo alguma dor?

-- Estou bem.

-- Certeza? Você estava ajudando lá embaixo e do nada deixou tudo e veio pra cá, pensei que estivesse sentindo alguma coisa.

-- Estou ótima como pode ver, e eu não irei com vocês então pode ir para não se atrasar.

-- Rachel você vai ficar sozinha aqui? Esta com dor, por que se estiver eu fico com você e...

-- Manuela eu não sinto dor esta bem?! – usou um tom mais grosseiro e cortou a outra – eu simplesmente não quero ir com vocês, se agüentar a Júlia já é ruim quem dirá outra da família, detesto essa gente.

-- Rachel olha o que você esta falando, que implicância mais idiota...

-- Por que eu sou assim esta bem?! Eu sou idiota, já devia ter se acostumado com isso, então vai logo se divertir com as suas amiguinhas e me deixa sozinha como eu estava desde que vim pra cá!

-- Muda o tom pra falar comigo Lennis! Eu não estou sendo grossa com você.

-- Dane-se! – a encarou perdendo a paciência, Manuela sempre defenderia Júlia, parecia uma paixão doentia e agora sua defesa se arrastava até a prima de Júlia também, isso era demais para sua paciência.

-- Rachel! – Manuela falou se estressando com o jeito babaca que a outra estava falando.

-- Manuela sai daqui, e cuidado para não se tornar o cardápio das primas caso inventem de jantar em algum lugar – insinuou tirando a paciência que a outra já não tinha.

-- O que quer dizer com isso...

-- O que você ouviu – a cortou – vai que alguma das duas, ou melhor as duas te confundem com o cardápio.

-- Você é ridícula Rachel, ridícula – falou irritada se afastando e indo em direção da porta – e não te diz respeito se eu amanhecer na cama de uma das duas!

-- Júlia namora a Amanda, Manuela! Não seja vadia! – cerrou o maxilar e se pôs sentada na cama com os pés para fora encarando a garota na porta.

 

Manuela foi em direção de Rachel com vontade de lhe bater e viu a outra se levantar da cama se pondo de pé.

As duas se encararam irritadas uma com a outra, se o olhar pudesse matar talvez as duas já estivessem caídas no chão.

 

-- Eu respeito a minha amiga, mas nada me impede de dormir com a prima dela, já que ela é gostosa e pelo que já percebi tem pegada! – desferiu olhando nos olhos de Rachel.

 

Sentiu seu pulso ser apertado pela mão da outra e afastou com um gesto brusco deixando Rachel para trás.

 

 

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Chegou na sala irritada com tudo que se passou no quarto que Rachel ocupava e nem foi preciso dizer nada para as outras duas saberem que algo não estava bem.

A tonalidade vermelha do rosto de Manuela revelava o quão desconcertada ela estava.

 

-- Bom, eu nem vou perguntar o que aconteceu – Júlia disse quando ela se aproximou das duas.

-- Não pergunte – ela concordou tentando controlar seu nervosismo – Vamos antes que fique tarde.

-- Mas e a... – Caroline ia dizendo e foi interrompida por Manuela que nem queria ouvir falar no nome de Rachel.

-- Vamos só nos, vamos! – pegou na mão de Caroline sem perceber e a puxou para irem.

 

Estava nervosa nem percebia que estava tão brava assim e puxou a morena que ergueu as sobrancelhas e se deixou acompanhar, mas encarou a prima como quem pergunta o que estava acontecendo, e viu Júlia apenas dar de ombros.

A loira apenas movimentou os lábios para a prima dizendo “aproveita” e as acompanhou.

 

 

Já comprando as roupas as duas garotas faziam de tudo para Júlia escolher um vestido e a mesma se negou a todo instante.

 

-- Júlia para, essa festa vai ter tanta gente, você tem que esta deslumbrante tigrinha! – Carol tentava a todo custo convencer a prima.

-- Júlia escuta sua prima – Manuela também tentava.

-- Gente eu não vou de vestido, desistam!

-- Mas Júlia... – Caroline tentou mais uma vez.

-- Olha ou eu vou do jeito que eu quero ou eu vou sumir e vocês nem vão me ver naquela festa.

 

Caroline bufou contrariada e se irritando, já Manuela nem tentou insistir outra vez, era melhor deixa a loira ir como queria.

 

-- E como você pretende ir? – Caroline perguntou seria.

-- Uma calça jeans uma camisa jaqueta e tênis, ta ótimo.

-- Você vai aparecer no grande evento que fizemos do seu aniversario vestida como se veste todos os dias? – a morena rebateu semicerrando os olhos azuis para a prima.

-- Ou é assim, ou eu não vou.

-- Deixa ela Carol – Manu intercedeu antes que as duas começassem a discutir – a gente pode pelo menos te ajudar a escolher as peças?

-- Claro – Júlia sorriu e saiu andando deixando as duas garotas para trás.

-- Eu não acredito que ela vai fazer isso – Caroline dizia inconformada.

-- Bom você conhece a sua prima não é? Sei que ela não vai mudar de idéia nem sob tortura.

-- É eu sei, por isso que eu me estresso, mas que seja, vamos antes que essa doida compre as roupas sozinha, vamos pelo menos escolher algumas coisas decentes – puxou a mão de Manuela na sua e saiu com a garota atrás de Júlia.

 

 

 

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Faltava poucos minutos para a festa dar inicio, vários fotógrafos estavam espalhados pelo espaço inteiro, até mesmo dentro da mansão tinha vários deles.

Após as compras as meninas foram se arrumar, em um salão Caroline deixou um horário marcado para as três, depois de banho e vestidas cada uma se direcionou ao salão em uma parte diferentes, tempos depois estavam as três prontas porem Caroline não as viu.

Assim que terminou de se arrumar a morena enviou uma mensagem para Júlia dizendo que a encontrava na festa.

 

 

Já na festa as pessoas começavam a chegar embaladas pela musica que era tocada.

No tapete vermelho varias fotos eram tiradas, tinha artistas, cantores, muitas pessoas naquele dia, estava parecendo dia da premiação do Oscar.

 

Nenhum San’Germany ainda tinha sido visto, e todos esperavam por eles.

 

-- Adoro essas festas deles – disse uma convidada observando cada detalhe.

 

Estava tudo grandioso e impecável a começar pelo convite elegantíssimo que foi destinado a cada convidado.

E aos poucos o espaço ia lotando apenas por presenças importantes e chamativas, cada um com mais classe que o outro, as roupas então parecia um desfile, muitas diferentes e poucas com o azar de esta com o mesmo modelito de outra pessoa.

Os fotógrafos não perdiam nada, isso era um prato cheio para eles.

Aquela noite ia render.

 

O que não faltava naquela festa era bebida, a maioria dos convidados com uma taça ou copo de algum tipo de bebida na mão, era realmente um grande evento.

 

Uma limousine preta parou na frente do evento e todos prestaram atenção para ver quem sairia daquele carro luxuoso.

Todos em expectativa, até mesmo os fotógrafos que estavam dando clicks nos casais que estavam posando no tapete vermelho se prepararam para ver quem sairia da limousine.

 

A porta foi aberta pelo chofer e todos os olhares estavam voltados para aquele momento e de lá de dentro começou a sair os San’Germany’s

 

O primeiro a sair usando uma roupa tênue de soirée. Smoking slim fit com a camisa de dentro na cor de azul marinho, foi Luciano e toda a sua arrogância típica de um San’Germany.

Flashes foram direcionados sem parar para o primeiro San’Germany que saiu daquele carro e os comentários dos outros convidados foi inevitável.

O outro a sair de dentro da limousine foi Daniel trajando seu Black-tie impecável.

Logo em seguida os gêmeos Breno e Bryan saíram juntos causando alvoroço e diversos clicks, os dois não podiam mentir, adoravam causar aquele espanto se mostrando iguais perante a mídia. Todos já estavam cansados de saber que eram idênticos, mas sempre que apareciam juntos era o mesmo efeito.

Breno em seu smoking slim fit e a camisa social preta do mesmo jeito Bryan mudando apenas a cor da camisa para um cinza chumbo.

Em seguida saiu Lorena em um vestido longo na cor dourada com alguns detalhes em renda por ele todo.

 

Então se fez muito barulho de comentários de todos que estavam presentes quando Rebecca saiu da Limousine.

Estava sendo ajudada por alguma pessoa, um empregado talvez, alguém sem nenhuma importância para todos que estavam ali, a amparando cm o braços dados ao dela como se ajudasse a ficar de pé.

 

Seu vestido na cor grafite exibindo toda sua elegância de um San’Germany.

Em seguida de Rebecca, Elisabeth saiu esbanjando toda sua classe e brilho em um vestido prata perolado.

Por ultimo a sair daquela limousine e não menos importantes, muito pelo contrario, estava La o Senhor e Senhora San’Germany.

 

Albert e Cristinne esbanjando toda a elegância que um casal de senhores poderiam ter. Seus traços alemães nítidos para quem quer que olhasse. Os olhos gélidos e incrivelmente azuis de Albert demonstravam muito sua personalidade fria assim como o olhar.

Já os de Cristinne então nem se fala, sua postura evidenciava tudo, era como se viesse de uma pura realeza e que todos os outros fossem meros mortais.

 

O burburinho foi enorme naquele local com a presença dos dois que não era esperada, afinal fora de seu país de origem eles nunca tinham comparecido a nenhum evento.

Pareceu que surgiu mais fotógrafos do que os que já estavam ali, uma chuva de flashes pode se ver junto com os comentários que começaram a ecoar de imediato.

 

 

Sem duvidas os San’Germanys estavam brilhando aquela noite.

 

Todos foram para o tapete vermelho e cada um foi fotografado sozinho e depois todos juntos, faltava apenas a aniversariante.

 

 

-- Onde está Júlia? – Elisabeth perguntou discretamente para algum de seus filhos ainda sorrindo para as câmeras que lhes fotografavam.

 

Nenhum deles souberam responde-la, deram apenas de ombros e continuaram a posar para os flashes.

 

Alguém gritou avisando que outro carro luxuoso estava chegando.

Fim do capítulo