Despedida por Lily Porto
Hoje a Dona vai contar um pouquinho da vida dela...
Capítulo 54 - Donatella
Sim. Eu sou Donattela, mas odeio ser chamada por esse nome. Prefiro Dona. O motivo? Minha mãe não gosta. E porque ela não gosta? Porque é o nome da amante do meu pai.
Exato. Meu pai deu o nome da própria amante para a filha da esposa. Assim começa a minha história, já desajustada desde o meu registro de nascimento.
Tudo o que contei para os gêmeos sobre mim é verdade. No entanto, contei menos do que vou contar pra vocês. Não queria assustá-los.
Minha mãe enlouqueceu depois que soube da traição do meu pai e o matou a facadas enquanto ele dormia. Eu ouvi tudo, estava no quarto ao lado. Tinha 15 anos na época. Foi um trauma e tanto.
Ela foi internada num hospital psiquiátrico o qual sou proibida de visitar. Ela não pode nem ouvir falar o meu nome. Tá aí o motivo de eu não gostar dele. É ouvi-lo e lembrar de todo o peso que ele traz.
Dos 15 aos 18 anos morei com minha avó materna, e foi o período onde conheci meu namorado. Na verdade, conheci de tudo o que vocês possam imaginar nesse período. Tenho sorte de estar viva, não ter nenhuma doença, não estar presa e nem possuir nenhuma cicatriz de tiro ou facada. Acho que nessa época eu fui descontando na vida todas as frustações que a vida me trouxe.
Mas de fato o lance de servir de mula do meu namorado foi o fundo do poço, quase fui presa, tive uma arma apontada pra minha cabeça, sofri um aborto espontâneo num acidente de moto. Parece um belo filme de ação, né? Mas na vida real essa adrenalina toda não é nada prazerosa. Depois do aborto eu decidi sumir dali fazer morrer a Donattela e dar vida a Dona.
A moça de 1,77cm, negra, curvas definidas e 9 tatuagens espalhadas pelo corpo, duas delas que eu mesma tatuei. Já o peso eu nunca sei mas sempre varia entre 62 kg e 67 kg, depende se é um período que estou treinando menos ou mais. O cabelo natural, crespo, isso mesmo e volta e meia tingido de alguma cor chamativa. Atualmente está vermelho-fogo.
A moça que aprendeu a cozinhar com a mãe e a avó desde novinha, e vive disso. Apaixonada por desenho e que tatua sempre que pode, que cuida do corpo e da mente com atividades físicas que vão da escalada até a yoga, passando pela corrida companheira inseparável.
Sobre as coisas do coração? Que coração! Como já disse a vocês, minha única experiência séria foi traumática e baseada nela e na relação que meus pais tiveram, por mim eu não me relacionaria com ninguém nunca mais.
Na verdade, nem amigos próximos eu tinha, só conhecidos mesmo. Até aparecem os gêmeos portugueses. Ah... aqueles gêmeos.
Conheci primeiro a doce e meiga Anna, que me ajudou quando precisei, me acolheu e grudou em mim. Acabei me apegando muito também. A gente tinha gostos parecidos pra música, comida, esportes. O papo fluía bem, encaixava, sabe? A gente se apegou demais uma a outra e muito rápido.
Tudo ia bem até eu sacar que estava servindo de fuga para as frustrações dela, o namoro morno, o começo morno do curso na facul e a crise familiar quente mais que não tinha nada a ver com ela, e sim com o irmão que havia decidido surtar.
Tá, mas o que eu deveria fazer? Me afastar? Lógico! Estava na cara que era uma "roubada anunciada", mas como eu disse, eu também me apeguei demais. A Anna tinha um jeito de me olhar, me tocar, era, sei lá, eu gostava muito de estar com ela.
A essa altura vocês devem estar se perguntando a respeito da minha orientação sexual, né? Bem, eu sou hétero, eu acho. Como eu disse, só tive um namoro sério e foi com um cara. Logo, hétero, certo? Sei lá, na minha fase doida eu beijei umas meninas ai, nunca passou disso e também nunca me peguei pensando nessa possibilidade. Olha pra onde minha mente estava viajando, caramba!
Ah... nem comentei, ainda tinha um detalhe pra apimentar ainda mais essa história toda. Eu percebi logo de cara que o namorado da Anna não ia com a minha cara. E daí, sabe como é né? rs... eu adorava provocar aquele nariz em pé, ele mal me conhecia e já me encarava como se eu fosse uma qualquer e ele o “deus do universo”. Era só ele surgir e a guerra fria entre nós estava anunciada.
Mesmo sabendo que aquilo ali poderia acabar mal, eu decidi continuar por perto da família Pacheco. Principalmente da Anna Pacheco.
Com a proximidade com a Anna, foi inevitável também não me aproximar de Lourenço. A gente tinha um instinto semelhante, sabe. Lourenço era meio bicho, arisco, introvertido, mas de coração bom e atualmente estava se metendo em uma confusão atrás da outra.
Apesar de já ter as minhas questões com a Anna, eu acabei me metendo na vida de Lourenço também.
Eu contei pra ele parte da minha história, me abri e ele fez o mesmo comigo. Foi tão bom. Eu me senti bem em ajudá-lo e ele acabou baixando um pouco a guarda também. Quando me dei conta, também nos aproximamos muito e logo eu estava com ele no meu colo enquanto assistíamos a algum filme que o título agora me falha a memória.
Sim, eu sabia que estava mexendo com Lourenço também. Mas poxa, era legal ser referência boa para alguém. Eu só havia espalhado desgraça até então. E não, eu não sabia o que fazer com o meu envolvimento com Anna e Lourenço.
Repito, eu sei que eu deveria me afastar, mas poxa, eu me sentia tão bem ali na companhia daquelas pessoas.
A Clarice e a Bárbara eram mulheres incríveis, mesmo com toda a confusão elas tinham tanto amor entre si e pelos filhos e pelos filhos uma da outra também. As duas eram sempre divertidas e sempre tinham algo bom a dizer. Eu não queria ter que me afastar daquela família.
Poxa, claro que eu não queria que ninguém sofresse. Não era um jogo pra mim e no fundo eu também não estava fazendo nada de errado. Só curtindo a companhia de gente de bem.
Então era isso, eu não iria me afastar. Ainda mais naquele momento em que estava com o convite para o casamento da Bárbara e da Clarice em mãos. Aliás, aquilo sim foi um CASAMENTO.
Primeiro que a capela era incrível, segundo que as noivas e toda a decoração estavam perfeitas e terceiro porque o clima de amor no ar era contagiante. Dava até vontade de casar também, rs...
Passei a maior parte da viagem na companhia de Anna, até o “mala sem alça” do namorado dela chegar. Depois disso, Lourenço que ficou me fazendo companhia.
Ele que já aparentava estar passando por uma fase melhor, estava tenso durante a cerimônia, e parecia preocupado com algo durante a festa. Até que no meio da festa ele me roubou um beijo e depois ainda se declarou. Caramba, eu juro que não esperava!
Eu sei, eu sei, não tinha porque fugir. Mas poxa, eu jurava que estava no controle da situação e na verdade eu estava era me perdendo inteira.
Fugi para o banheiro logo depois do beijo e dei de cara com a Anna, olhando para o anel de noivado que o namorado dela havia acabado de colocar em seu dedo.
Entrei, olhei pra ela, para o anel e sai. Eu não sei explicar o que senti, só sei que não gostei do que vi. Ele não a merecia, a tempos não a fazia sorrir e nem havia se dado conta disso. Mas quem a merecia? Eu? Claro que não!
O jeito era voltar pra pousada e tomar um banho frio, pelo visto aquele rolo todo estava só começando e eu estava definitivamente decidida a ver onde aquilo tudo ia dar.
Fim do capítulo
Boa noite meninas, uma boa leitura, uma noite de paz e um feliz "DIA DOS NAMORADOS" antecipado.
Bjs.
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julia28
Em: 16/06/2017
Gente que isso...Estou boba,mais ainda gostaria muito e ver a Dona com a Anna!!Fica a dica autora..
:0
Resposta do autor:
É senhora, a Dona é uma garota cheia de surpresas. Sobre essa dica, anotei aqui viu, mas vamos ver o que acontecerá por ai, tá.
Bjs.
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patty-321
Em: 12/06/2017
Essa é a estória da Dona, e que estória. Que passado. E os gêmeos fazendo parte do rolo amoroso. Pessoa marcante a Dona. A Anna pq aceitou esse anel? Falta ela se declarar pra Dona e está feito um rolo dos brabos. Boa semana. Bjs
Resposta do autor:
Pois é Patty, as coisas estão meio complicadas principalmente pra Anna depois desse anel... Vamos ver no que vai dar esse "rolo" entre os gêmeos e a Dona.
Se cuida querida, bjs.
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Bia08
Em: 11/06/2017
Olá, LiLy
Que tudo a Dona narrar esse capítulo.
Aguardando maiores rolos ou melhor desenrolos kkkk
Bjs
Resposta do autor:
É Bia, a Dona contou pra nós um pouquinho da sua vida turbulenta. Logo saberemos mais novidades quanto a ela.
Bjs querida, se cuida.
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