Despedida por Lily Porto
Olá, hoje conheceremos um pouquinho da Carla, a ex da Bah.
Capítulo 55 - Carla
Vocês devem me achar uma louca, não é? Pois bem, eu não sou louca, apenas amei alguém de forma muito intensa. Na verdade, não creio que tenha sido amor, e sim uma longa paixão. Mas, que infelizmente acabou para um dos lados.
Eu sou Carla Gonçalves, a ex esposa da Sra. Bárbara Pacheco. Como sabem sou portuguesa, tenho a pele clara, cabelos castanhos, olhos verdes, 1,63 cm, 35 anos. Sou formada em literatura.
Por favor, não me julguem, me deem apenas alguns minutos para contar o porquê agi da forma que agi em alguns momentos.
Vou começar do início. Quando conheci a Bárbara ela estava muito abalada emocionalmente. Tinha acabado de perder a mãe, e demonstrava sintomas de um amor não correspondido.
Vocês a conhecem, sabem bem o quão fácil é se apaixonar por ela, e isso não demorou a acontecer comigo. A Bah sempre se mostrou uma mulher carinhosa, atenciosa e principalmente muito companheira.
Depois que casamos percebemos que faltava algo para nossa felicidade ficar realmente completa, filhos!! E passamos a visitar um lar adotivo com uma certa frequência. Em uma dessas visitas ficamos observando um casal de gêmeos, a menina sempre tentando interagir com o irmão e chamar a atenção dele para as coisas ao seu redor.
Com o tempo fomos nos aproximando deles, eles eram muito fofos e educados. Eu até conseguia fazer o garotinho sorrir de vez em quando. A menina conversava muito com a Bah, e ela nos contou em uma das muitas conversas que tivemos como foram parar ali.
Quando decidimos adotá-los nos informaram sobre o problema que o garoto tinha e que algumas famílias já tinham demonstrado interesse na adoção deles e desistiam ao saber da depressão do garoto.
Isso não foi empecilho para nós e pouco tempo depois resolvemos toda a papelada necessária para a adoção dos nossos filhos.
Na época eles tinham acabado de fazer doze anos, e aos quinze de presente de aniversário eles nos pediram que trocassem seus sobrenomes. No início não entendemos muito bem, mas eles nos explicaram que queriam os nossos nomes em suas certidões de nascimento e que a partir dali queriam utilizar os nossos sobrenomes.
Que de forma alguma esqueceriam seus pais de sangue. Mas que sabiam que eles ficariam felizes em saber que eles tinham decidido levar os sobrenomes das mulheres que cuidavam e amavam seus filhos como se os tivessem carregado em seus ventres.
A Bárbara ao escutar isso se desmanchou em lágrimas, chorou de soluçar até. Ela sempre foi bem emotiva. Seria, firme e forte por fora. Mas por dentro uma mulher muito sensível e com um coração enorme.
Foi duro pra mim quando as brigas começaram. Eu sempre fui ciumenta. Mas com a Bárbara a coisa era bem pior. A mulher onde passava arrancava muitos olhares. A maioria deles ela nunca percebia, sempre foi muito desligada quanto a isso.
Sem falar que ela tinha umas conhecidas que se aproveitam muito ao falar com ela. Fiz umas cenas algumas vezes e ela não gostou nada.
Recomeçamos muitas vezes a nossa relação. Mas da última vez que brigamos, o olhar dela era de muita tristeza. E algo me dizia que daquela vez seria definitivo. Quando ela resolveu sair de casa, quase pirei. Quase quebrei nosso quarto inteiro de raiva. Sem falar que quebrei alguns dos seus aparelhos, a Bárbara sempre gostou muito de tecnologia e quando ela saiu de casa, na nossa última briga eu quebrei absolutamente todo o material tecnológico que ela tinha.
Eu sei que foi uma atitude infantil da minha parte, mas naquele momento eu só queria fazer ela prestar atenção em mim. E mesmo assim não consegui.
Quando cheguei no Brasil e descobri que ela estava namorando a Clarice, me deu uma raiva tão grande. Eu tentei atingi-la de várias formas. Mas o que consegui foi mais indiferença por parte da Bárbara.
Tentei o mesmo quando elas vieram pra Portugal, e ainda cheguei a me aproveitar do fraco que a Bah tem pra bebida da última vez que ela me hospedou em sua casa. Duas taças de vinho do porto foram suficientes pra ela apagar e não me ver entrar em seu quarto.
Ela sempre deixava a porta trancada, ao menos quando eu estava lá, mas naquele dia a porta estava encostada. Quando vi não resisti. Desci correndo pra pegar seu celular e torci pra que ela não tivesse perdido a mania de usar a mesma senha de antes em todos os seus aparelhos. E dei a sorte dela não ter mudado.
Deitei ao seu lado, tirei uma foto e mandei pra sua noiva. Triste erro eu cometi. A Bárbara me escorraçou da casa dela. E proibiu a minha volta ao país enquanto eu não tivesse dinheiro para bancar a minha hospedagem.
Voltei para Portugal sem muitas saídas, o advogado já tinha me avisado que minha pensão estava nos últimos meses, afinal meus filhos eram maiores de idade e não moravam mais comigo. E parar de trabalhar foi uma escolha minha.
Como disse sou formada em Literatura e parei de lecionar pouco tempo depois que casei. Não que a Bárbara tenha me pedido tal coisa, eu apenas queria me dedicar cem por cento a minha esposa e aos nossos filhos. E a Bárbara sempre bancou a minha mordomia desde que começamos a namorar, no início eu até insistia para que ela não fizesse, mas depois fui me acostumado com a situação, e passei até a gostar.
Mas os anos passaram e eu passei muito tempo afastada da licenciatura. Então resolvi entrar num novo ramo, e assim fiz. Comecei a trabalhar de atendente em uma loja. Conversei com alguns colegas e eles me indicaram o processo seletivo em uma faculdade em Lisboa. Fiz o processo um pouco antes de ir para o Brasil ver os meus filhos.
Cheguei lá as vésperas do casamento da Bárbara. Sim, eu fui até a cerimônia. Queria ficar mais perto dos meus filhos, não sabia o resultado do processo ainda, mas caso fosse selecionada passaria algum tempo sem poder visitá-los.
Enquanto a cerimônia acontecia e durante a festa percebi que nunca amei a Bah como ela merecia, e jamais teria dela metade do amor que ela sentia pela Cléo. Felicitei a Bárbara um pouco antes dela embarcar para a lua de mel. Preferi não falar com a Clarice, digamos que devido a minha falta de educação para com ela, a mesma não é muito solicita comigo, logo achei hipocrisia da minha parte felicita-la pelo belíssimo casamento.
Voltamos de Pernambuco e eu cumpri o acordo com a Bárbara, fiquei hospedada em um apartamento que ela tinha adquirido recentemente. Os nossos filhos e o da Cléo ficariam na casa dela e todo dia eu iria lá para supervisiona-los.
Vocês devem imaginar que eu já tinha saído do meu emprego, né? Realmente isso aconteceu, mas foi por uma boa causa, precisava ficar mais perto dos meus filhos.
A Bárbara e a Clarice estão voltando hoje. Mas não pude me despedir delas, voltei pra Lisboa ontem a noite às pressas. Fui aprovada no processo seletivo da faculdade. Vou voltar a lecionar, e confesso que estou cheia de planos.
Vou recomeçar a minha vida e deixar de ser o peso morto na vida da minha ex. Chega disso. Foi bom enquanto durou, mas acabou. A Bárbara já casou e tá vivendo a felicidade dela. E eu vou buscar a minha felicidade também.
Como disse pra vocês, eu não sou louca. Só me perdi na minha forma de "amar". Mas estou tentando concertar as coisas agora.
Fim do capítulo
Uma ótima semana!!!
Bjs.
Comentar este capítulo:
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]