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She's Got Me Daydreaming por Carolbertoloto

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Palavras: 4297
Acessos: 3034   |  Postado em: 11/06/2017

Rather Be With You

Pov- Cosima

Cara...

Ainda tô em choque. Me sinto leve como uma pena pairando pela atmosfera. Estar com Delphine me causa esse efeito e não tem nada que me faça ama-la menos. Sei lá! Os olhos dela, o cabelo loiro, o corpo longo, a risada, o domínio, a doçura, e a confusão entre nós.

Ah! São essas coisas que me fascinam.

Eu não quis deixa-la sozinha, mas eu precisava ir para o Leda.

Aqueles olhos redondos me observaram lá de cima, eu tenho certeza.

Ao entrar no bar, me deparei com meus meninos bebendo e rindo, Scott, Felix, Donnie e Paul. Eles pareciam tão alegres quanto eu. E com meu melhor sorriso, fui para atrás do balcão atender pedidos e fazer acontecer.

Trabalhei com rapidez e prazer. Por mais que eu ame ser cientista, trabalhar como bartender me traz sentimentos tão bons quanto esquisitos. Sou o centro das atenções e dos flertes, ótimo para a autoestima. Além do mais, presencio cenas hilárias da galera embriagada. É simplesmente incrível.

Ao passar das horas, reparei que nem Alison e nem Delphine chegavam. Elas provavelmente não queriam estar com seus respectivos namorados. Uma pena, eu adoro ver minha amiga e amante aqui no bar.

"Ei, Cos!" Paul e sua voz grossa me tiraram de meu devaneio.

"Diga! Cervejinha ou Gin?" Respondi sorrindo e pronta para atender seu pedido.

"Hum! Nenhuma dos dois! Eu quero te pedir um favor, pode ser?" Porr*. Eu já comecei a pensar tanta merd*.

"Claro, fala aê!" Tentei manter a calma por perto e a culpa bem longe.

"Então! Eu quero fazer uma surpresa pra Del. Você é minha única amiga mulher, e você conhece ela, né? Estão trabalhando juntas, passam horas lá no laboratório. Me ajuda, Cos?" Seus olhos brilhavam ao falar da namorada. E eu me segurando para não quebrar aqueles dentes perfeitos.

Eu não podia negar ajuda.

Podia?

Delphine está comigo, me ama, porém não é minha namorada.

Caralh*!

"Claro que sim! Como posso te ajudar?" Meu sorriso não era mais tão sincero assim.

"Bom, preciso que você vá às compras comigo na sexta e me ajude a preparar as coisas lá em casa. Prometo que não irá demorar muito, mas você terá que faltar na faculdade de manhã." Concluiu rapidamente e ainda com o brilho nos olhos.

É, eu ainda podia faltar na sexta. O semestre está quase no final e estou indo bem na matéria. Não seria nada demais.

"Fechado! Você me busca?" Estendi a mão.

"Estarei lá as oito!" Meu querido amigo estendeu sua mão também, porém não bateu na minha como sempre, dessa vez, Paul delicadamente a beijou.

Foi estranho? Pra porr*! Entretanto, nada mais parece ser normal.

A semana foi passando lentamente. Minha rotina certeira e quietinha, se tornou uma grande dose de adrenalina e êxtase.

Faculdade pela manhã. Horas trabalhando e flertando no laboratório. À noite tinha Leda, onde eu bebia e observava minha deliciosa chefe se derreter em silêncio. Alternando os dias, Delphine me rendia tanto no telhado quanto no imundo banheiro dos funcionários. Eu amo o que todo esse perigo desperta em mim. É como crack, coca, heroína. Dra. Cormier é uma droga altamente viciante.

Na aula de Evo-Devo na quinta, notei que uma menina ruiva com olhos verdes e desesperados havia sentado atrás de mim. Não lembrava seu nome, mas ela me cheirava a confusão.

"Hey!" Sua marcante voz combinava com seu sorriso brando e branco.

"Hey!" Respondi por educação e olhei para seu decote em perdição.

Cosima, se controla!

Os olhos dela estão lá encima.

De repente, senti uma escura nuvem pairar sob meu ser.

Porr*! Dra. Cormier havia chegado e pelo peso na gravidade, notou minha falta de descrição.

"Bom dia, classe!" Ó céus! Aqueles olhos miravam os meus, "Como sabem, o estágio no grande Instituto Dyad será entregue àqueles que tiverem suas prioridades bem definidas. Não digo apenas em relação ao projeto, os vencedores precisarão também ter notas exemplares. Em outras palavras, a sala de aula não é lugar de conversa ou novas amizades. Estamos entendidos?"

Meu queixo tava lá no chão.

QUE MULHER, MEUS AMIGOS! Que mulher!

Dra. SOU DONA DA PORRA TODA logo virou para o computador, inseriu seu pen drive e deu aos alunos um gostinho do que seria trabalhar para Dyad.

"Serão seis meses de trabalho árduo, porém satisfatório. Os vencedores irão operar ao lado meu e de Dr. Leekie. O Instituto pagará um apartamento para cada cientista, estes não terão de pagar por sua alimentação ou locomoção. As passagens tanto de ida e de volta serão, também, pagas pela empresa." Conforme Delphine falava, mostrava imagens do instituto, do maravilhoso e enorme laboratório que trabalharíamos, várias fotos de Dr. Leekie e também os apartamentos que os vencedores iriam habitar.

Eu já tinha certeza que meu projeto junto com Scott venceria a competição. Além de inovador, era exatamente o que Cormier e Leekie procuravam.

Lembro de algo que minha mãe sempre dizia: "Você não precisa ser a melhor, é só trabalhar duro e se esforçar. Às vezes a excelência leva anos, muita paciência, sagacidade e sacrifício."

Por mais que ela não fosse um bom exemplo a ser seguido, suas palavras nunca deixaram de fazer sentido. Presa à elas, sou devota de meus objetivos.

Após o término da aula, enquanto todos iam partindo, senti a presença e o cheiro de framboesa. 

"Até mais, Cosima!" Meu deus! O que essa ruivinha quer comigo?

"Até!" Meu sorriso torto era digno de piada.

"Dra. Niehaus!" Puta merd*! Acelerei o passo e cheguei ao corredor mais rápido com medo de que a ira de Delphine pudesse me alcançar.

Sei que estarei em uma puta de uma encrenca depois, mas naquele momento, eu só precisava correr.

Na hora do almoço, encontrei com Scott e discutimos sobre o projeto. Combinamos de trabalhar nele durante o final de semana. Estávamos quase na metade, entraríamos na fase de testes em roedores logo. Estávamos nos preparando para o expediente quando Dra. Cormier invadiu minha concentração.

"Dra. Niehaus, em minha sala agora!" Demandou com fúria disfarçada em elegância.

Segui sua presença tirana com meus passos medrosos e culposos.

Ao entrar na sala cercada de vidros, minha chefe fechou a porta, passou a minha frente e sentou sobre a mesa.

"Fazendo novas amizades?" Seu olhar era um tiro no pé.

"Delphine, eu posso explicar." Engoli meu pavor e tentei raciocinar.

"Cosima, não quero explicações! Você ao menos sabe quem é a garota?" Seu tom era seco e abusivo.

"Não! É apenas uma colega de classe." Bufei em desespero.

"Interessante! Sinta-se livre para saber um pouco mais, porém..." Levantou e se aproximou de meu indefeso corpo cheio de tesão "Você pode se arrepender, pois cada conquista é um sacrifício."

"Não quero mais perdas, apenas desejo você." Sussurrei ao ar.

"Então fique longe de mais confusão." Nossos lábios transmitiam calor até mesmo quando distantes "Dispensada, Dra. Niehaus." Virou-se e rapidamente esqueceu de mim.

PUTA MERDA! Delphine Cormier é meu fim!

Com as pernas trançadas e desconfortantes, segui meu caminho até a bancada, onde trabalhei durante horas. Entre tubos de ensaio e analises, os olhares entre minha chefe e eu entravam em combustam química.

O relógio já marcava 18:00 quando terminei de atualizar meu relatório no sistema. Saí às pressas e me preparei mentalmente para meu terceiro turno.

O bar lotava dia de quinta-feira. Era tudo mais complicado e insano. Bêbados distribuindo cantadas baratas e danças bizarras.

Paul, Scott, Felix e Donnie já ocupavam a mesa e viravam dose atrás de dose. Não vi Alison a semana inteira. Minha preocupação começava a me assombrar.

"Hey, pessoal! Tudo certo?" Iniciei minha investigação discretamente ao entregar uma rodada de Chopp por conta da casa. Obviamente, minhas chefes não sabiam do agrado aos meus amigos.

"Ah! É por isso que eu te amo, Cos!" Paul declarou ao me ajudar com os copos.

"Aí sim, Cocozima!" Nunca entenderei o senso de humor do palhaço da turma.

"Hey Donnie, cadê a Ally? Não a vi a semana toda!" Perguntei focada em seu olhar constrangido. 

"Ela está na mãe. Passa o dia na Bubbles e depois dorme na mãe. Estamos em um momento delicado." Pude sentir a tristeza em seu tom, porém sua expressão me pareceu aliviada.

"Entendi! Bom, se cuida!" Passei a mão em seus ombros largos, "Qualquer coisa é só chamar, meninos." Sorri ao me distanciar de meus amigos.

Alison estava uma pilha de nervos, eu até consigo imaginar. Ela deve estar descontando os problemas do mundo em Donnie, certamente eles continuarão nesse "momento delicado" por um tempinho. Só espero que tudo dê certo, seria horrível perder alguém do grupo.

Falando em perder...

Lá se vai meu autocontrole e hipocrisia.

Em meio à multidão de corpos e sombras, reconheci um corpo devasso e olhar provocativo. Delphine estava apoiada à parede que leva ao corredor dos fundos. Eu já sabia o que ela exigia de mim. Uma rápida viagem às nuvens.

Deixei a bandeja sobre o balcão e segui até o banheiro dos funcionários. Passei por minha professora que logo veio atrás de mim. Com passos malandros e a mão na boca, ela me observava andar. Abri a porta lentamente, porém Delphine ligeiramente a fechou com agressividade. Entre curtos suspiros, fui lançada bruscamente contra a parede.

Dra. Cormier liberava o fogo, e o fazia bem na minha frente.

Uma mulher como aquela deveria usar um aviso de perigo, risco de vida, alta voltagem.

O veneno que sai de sua boca é paralisante. O toque é instigante e os beijos são covardemente espalhados pelo meu pescoço.

Delphine me apalpava e lambia minha pele. Ela se deliciava de meu amor e minha calcinha ficava cada vez mais ensopada.

O calor de sua língua elástica invadiu meu paladar. Nossos beijos eram fadados em sincronia com nosso tesão e movimento.

Senti a pressão que sua mão fazia em meu pescoço.

"Vai fazer novas amizades, Cosima?" Ela me enforcava de maneira deliciosa enquanto sussurrava em meu ouvido.

"Vai?" Aumentou a pressão me sufocando em excitação.

"Não! Jamais!" Entrei em seu jogo com facilidade demais.

"Bom mesmo, Cosima. Você não gostaria de me provocar, meus atos são sujos e impiedosos." Mordeu o mole de minha orelha, lambuzando toda aquela sensível área.

"Até amanhã, Dra. Niehaus." Fugiu de meus braços rapidamente, deixando para trás apenas sua fantasmagórica presença e distinto aroma.

Mano do céu, me ajuda a segurar essa barra!

A escuridão se dissipou diante de mim. O clarão já começava a se apossar de minha calmaria.

"Acorda, Sapatão! O Paul tá buzinando lá fora!" O tom desafinado de Felix e sua agressiva forma de me acordar batendo com o travesseiro na minha cara, eram uma premonição do quão complicado seria meu dia.

"Grr! Tô indo!" Gemi e levantei sem a mínima disposição para fazer compras, ainda mais por saber que a noite seria repleta de romance e sex* para Paul e Delphine.

Com o estômago revirado, vesti uma calça jeans rasgada e minha camiseta do Clash. Estava sem a menor vontade de aparentar estável.

Paul sorria em sua Mercedes preta que custava mais do que meu prédio inteiro.

"Vem, miga! Vamos às compras!" O voz forçadamente afeminada de meu amigo até soou engraçada, mas me recusei a rir. Estava muito cedo pra isso.

"Eai Paul! 7:40 não são 8:00, preciso de um café!" Me lancei no banco de couro ao seu lado, o carro denunciava uma fragrância tão querida à nós.

"Tá na mão!" Estendeu o braço para me entregar um copo quentinho com cheiro de amor.

"Cappuccino com espuma extra." Seus dentes brancos evidenciavam tamanha alegria.

"Agora eu te amo muito mais." Dei um beijo em sua bochecha magra e bronzeada.

Eu realmente sou apaixonada por meu querido amigo, se não fosse por meus sentimentos incontroláveis por sua namorada, eu jamais trairia sua amizade.

Às vezes, amar Delphine me faz sentir um lixo.

Seguimos caminho até o Providence Palace ao som de Foo Fighters.

O shopping é imenso e muito bem decorado. O ar condicionado é evasivo e as lojas são tentadoras. Até mesmo para mim, que odeio fazer compras, a atmosfera consumista daquele lugar é extremamente convidativa.

Nossa primeira parada foi na extravagante Tiffany&Co, onde meu amigo comprou um colar de 6.000 dólares para sua amada. Depois fomos à Victoria's Secret. Paul precisou de meu auxilio para comprar lingeries. Conhecemos a anatomia de Delphine muitíssimo bem, e esse fato foi completamente broxante. O Bombadão analisava suas escolhas com uma afeição maliciosa e pecadora. Era possível imaginar, com perfeição, como os bodies serviriam impecavelmente em nossa amada. Após selecionarmos as vestimentas, Paul me designou para opinar os perfumes e loções. Love Spell e Beach Bloom foram as vencedoras de uma competição acirrada para definir o novo aroma de uma pele pintada e suculenta.

"Hey! Corre lá fora e procura no mapa onde tem uma floricultura!" Meu amigo demandou com olhos animados. Eu apenas obedeci e fiquei encarando aquele gráfico confuso e mal feito. Em menos de cinco minutos, Paul apareceu segurando mil sacolas cor de rosa, e com ar de gratidão, me entregou duas.

"Presentinho para minha melhor amiga/irmã/salva-vidas! Eu te amo, Cos!" Beijou meu rosto e manejou me envolver em seus musculosos braços para um abraço que só ele sabia encaixar.

Fiquei sem palavras e me esforcei para conter as lágrimas. Eu não era digna de uma amizade tão sincera e um amor tão puro.

Que merd*! Que merd*! Que merd*!

"Cara, não precisava!" Quebrei nosso clima e ajustei meus óculos.

"Você vai ficar cheirosinha agora. Aproveita e dá umas borrifadas nesse seu dread!" Gargalhou sozinho.

"Você sabe que meu cabelo é o mais cheiroso e limpo do mundo, nem vem!" Declarei com sabedoria e sem mentir. Meu cabelo é selvagem, porém higiênico.

"Ui! Tá bravinha, é?!" Pausou as palavrar pra rir de minha cara, "Achou a floricultura?" Perguntou em seguida, enquanto analisava minha confusão.

"Cara, eu não entendi como essa merd* funciona. Mas acho que deve ficar do lado de fora." Expliquei forçando minha visão ao ler aquele mapa escroto mais uma vez.

"Cos, não tem floricultura aqui. Eu já sabia! E encomendei as flores ontem, só quis zuar com você." Ele implorava por um tapa ardido.

"Você é um idiota!" Respondi friamente.

"Mas um idiota muito gostoso!" Piscou malandramente "Vamos pro restaurante encomendar o jantar, aí aproveitamos para comer algo."

Olhei para meu celular...

11:50! Cara, como assim? Onde eu estava enquanto o tempo passava?

É verdade o que dizem sobre fazer compras, realmente é uma terapia.

Nosso destino final foi no grandioso (e caro pra porr*) The Capital Grille. Dono de um ambiente elegante e aconchegante. Eu jamais conseguiria bancar uma marmitinha lá. Isso levaria toda minha gorjeta da semana.

Paul não economizou um só centavo. Pediu para que entregassem o jantar por volta das 18:30. A refeição era constituída por três etapas:

Entrada: Sopa de mozzarella com tomate, mangueirão e azeite balsâmico envelhecido.

Principal: Dois quilos de Filet Mignon cortados à mão. A carne é cozinha com aspargos, alho, cebola, cogumelos e um molho secreto. O prato acompanha purê de batata e espinafre refogado em rum.

Sobremesa: Bolo de chocolate suíço duplo, com sorvete de framboesa e cereja infusa no vinho.

Bom, quando Delphine comeu lá em casa, tinha pizza e Doritos!

Sou uma negação!

O jantar foi encomendado e logo nos sentamos à mesa. Paul percebeu meu desespero ao ler o cardápio. Restaurantes caros nunca exemplificam as refeições ou explicitam o valor.

"Cos! O almoço é por minha conta!" Suas mãos encostaram na minha em conforto.

"Paul, para de ficar me mimando, cacete!" Encarei com olhos cansados.

"O que os pombinhos vão pedir?" Um rapaz alto e muito bonito nos atrapalhou. Suas roupas e cordialidade denunciaram sua profissão.

"Robert! Meu querido!" Paul levantou e abraçou o gerente.

"Sr. Dierden! Sempre um prazer recebe-lo em nosso humilde restaurante" O gerente só podia estar chapado.

Queridinho, humilde é o dogão na esquina de casa.

"E antes que você pense coisa errada. Ainda namoro com Delphine! Essa é minha amiga Cosima!" O bombadão me apresentou com orgulho.

"Ah! Entendi! Vocês já se decidiram?" O gerente bonitão me olhava como se eu fizesse parte do cardápio. O que ele tinha de beleza, tinha de estupidez.

"É a primeira vez da Cos aqui, então nos surpreenda!" Paul exigiu com segurança e pediu duas Piñas Coladas.

Sempre evitei beber antes das 17:00, mas não tinha como negar aquele doce conteúdo alcoólico.

Após o almoço, Paul me deixou na faculdade e se ofereceu a deixar minhas sacolas no loft. Enrolamos muito pela manhã então não nos restou tempo para ajeitar as coisas no apartamento dele. Esse trabalho seria por sua conta, porque eu já estava trinta minutos atrasada para o expediente.

Ao chegar no laboratório, me deparei com todos os cientistas completamente focados em seus experimentos. Entrei de mansinho e vesti meu jaleco. Já estava quase na minha bancada quando minha chefe me chamou em sua sala.

"Dra. Niehaus, onde esteve durante a manhã e por que está atrasada?" Seu timbre investigativo e zeloso penetrou em meus tímpanos de maneira excitante.

Estava ajudando seu namoradinho com o jantar romântico que ele planejou pra vocês. Aliás, a lingerie foi escolhida por mim! Cretina!

"Estava resolvendo uns problemas pessoais." Menti e minha amante reparou.

"Cosima, você entende o quão importante é esse estágio, né? Você e Scott têm o melhor projeto, mas ainda falta desenvolve-lo melhor. Não perca seu tempo com distrações." Delphine retirou toda formalidade de seu vocabulário e me aconselhou com preocupação.

"Está tudo bem, Delphine. Juro!" Acalmei minha linda perdição ambulante e esperei para ser dispensada.

"Bom! Venha até minha sala antes de ir embora, ok?" Seus olhos redondos suplicaram por meu sabor em silêncio.

"Tudo bem!" Respondi com um sorriso e logo me juntei à Scott na bancada.

Trabalhamos nos últimos testes com as bases ácidas e quebras de proteína. O último passo é com os roedores, e a sensação de dever comprido já começava a nos invadir. Continuamos com os experimentos até o relógio nos mandar parar.

"Semana que vem será nossa última etapa, parceira!" Scott esbanjava confiança e orgulho em suas palavras.

"O fim de um novo começo para nós!" Levantei minha mão para fazermos nosso usual high five.

"Te vejo no Leda?" Perguntou ao pegar sua mochila.

"Sim, só preciso falar com Dra. Cormier primeiro." Informei às pressas.

"Puxando o saco da chefe, Espertinha!" Brincou ao virar-se para partir.

"Vai se foder, Nerdzinho" Entrei na brincadeira e logo me dirigi ao escritório de minha amante.

"Dra. Cormier, precisa de algo?" Questionei sem muito ânimo, pois sabia que em alguns minutos Paul iria dar a ela o que minha realidade só me permitia sonhar em dar.

"Preciso que venha comigo até o telhado, Dra. Niehaus." Caminhamos até o elevador, subimos as escadas que nos levavam até o local onde declaramos nosso amor e insanidade.

Delphine havia arquitetado um lindo ambiente. Havia luzes espalhadas por todo lado. Uma mesa para duas pessoas no centro. O vinho já esperava ansiosamente para ser degustado e por fim, havia muitas almofadas jogadas sobre um tapete gordo e largo no chão.

"Hoje a noite é nossa, meu amor."

Não sei o que mais mexeu comigo, a surpresa ou o "meu amor".

Segurei as lágrimas e pensei em Paul.

Meu amigo passou a semana inteira planejando um momento delicadamente romântico com sua namorada, e eu facilmente poderia arruinar seus planos.

"Delphine, tudo está lindo, mas não posso ficar." Andei em direção à mesa.

"Claro que pode! Conversei com Rachel e Sarah, elas te liberaram hoje." Seus braços me alcançaram com saudade.

Droga! PENSA, PENSA, PENSA!

"Eu não posso ficar, Delphine." Pressionei meus olhos e suavizei meu timbre.

"Por que não? O que está acontecendo com você, Cosima?" Sua força me virou para encarar aquele rosto angelical.

"Sinto muito! Não posso ficar aqui com você." Olhei nos castanhos de sua alma.

"Cosima, me fale o que está acontecendo! É a ruivinha, não é?" Delphine estava tão desesperada que mal raciocinava os fatos.

"Claro que não!" Respondi tão desesperada quanto ela.

"Então me diga o que te impede de ficar aqui comigo!" Seus olhos já começavam a formar um rio conturbado.

FECHE A BOCA, COSIMA. CALADINHA. FIQUE NA SUA!

COSIMA, NÃO!

NÃO!

NÃ...!

"Paul preparou uma noite romântica para vocês. Passei a manhã ajudando ele!"

PARABÉNS, SUA BURRA! ESTRAGOU OS PLANOS DE PAUL!

"O quê?" Suas expressões eram confusas e tristonhas.

"Isso mesmo! Paul tá te esperando. Vai lá."

"Não me importo, Cos. Prefiro estar com você."

Sem saber o que responder e decida a ser menos egoísta, corri para longe daquele lugar.

Eu precisava tira-la de minha cabeça. Então fui para o único local onde me sinto confortável em estar atolada, o Leda.

Rachel sorriu ao me ver e não questionou o que eu fazia lá mesmo estando de folga.

Como previ, nenhum de meus amigos estava lá. E nunca me senti tão aliviada em estar sozinha.

Servi múltiplos coquetéis e shots. Com um sorriso sereno, atendi às mesas e até dancei rapidamente com os clientes. Com certeza sentirei saudade dessas coisas quando me formar.

Voltei ao balcão um pouco embriagada. Estava lavando os copos quando captei um cheiro familiar de framboesa.

PUTA MERDA!

"Olá, Cosima!" Seios esféricos e fartos me cumprimentavam. O sorriso impecável, o verde dos olhos, e a cor de fogo daqueles cabelo esculpiam a imagem de meu mais novo problema.

"Hey! Tudo certo?" Respondi com a garganta seca.

"Você não lembra de mim, né? Sou Hannah Gregory, estou na sua turma, nos formaremos juntas nesse semestre." Onde ela se escondeu todo esse tempo?

"Cara! Desculpa, eu lembro de você, mas realmente não sabia seu nome." Tentei me explicar com palavras, porém minhas mãos falavam muito mais.

"Tá tudo bem! Me vê uma Budlight, por favor?"

Opa! Seu pedido é um ordem.

COSIMAAAAAAAAAA CONTROLA, CARALHO!

"É pra já!" Entreguei a garrafa gelada e senti o calor do toque de seus dedos quando nossas peles entraram em breve contato.

"Você se importa se eu ficar aqui?" Eu já conhecia aquele jogo, aquela conversinha. O mesmo filme que assisti com Shay.

Cacete! Tô fodida!

Passamos o restante da noite conversando. Eu atendia pedidos paralelos e respondia à todas perguntas que Hannah me fazia. Mesmo estando sobrecarregada, eu não desviava minha atenção de sua suave voz.

Havia uma pinta maravilhosamente posicionada sob seus lábios carnudos na cor de morango. Sua personalidade era marcante e misteriosa. Notei que assim como eu, minha colega de classe falava com o corpo. Gesticulava de maneira dançante para enaltecer suas ideias, teorias e piadas científicas.

Eu não deveria me sentir assim.

POR QUE EU TO ME SENTINDO ASSIM?

Triste, porém aliviada, tomei conta de que estava na hora de ir embora.

Hannah me acompanhou até o lado de fora do bar.

"Você quer uma carona até sua casa? Sei que você mora logo ali, mas está tarde." A maça de seu rosto era um fruto proibido.

"Não precisa se importar. Tá tudo bem." Hesitei com sabedoria.

"Eu tenho um capacete extra. Vamos, eu te levo!" Virou-se e aproximou toda sua saliência à uma moto incrível!

"Vai negar um passeio na minha Harley-Davidson Sportster 1200?" Ela era arrogante, adorei!

A moto era vermelha como os cabelos ondulados de Hannah. O motor era tão potente quanto o espirito da moça. Ela e seu veículo formavam um time aventuroso e muito, muito perigoso.

"Coloca aí!" Me entregou um capacete pequeno, o qual demorou à se entender com meus dreads.

Hannah subiu na moto, me ajudou a manter o equilíbrio e, provocativamente, posicionou meus braços envolta de sua fina cintura. Ela era esperta demais! Estrategicamente, apoiou seus deliciosos seios em minhas mãos.

A carona foi rápida, mas o tremor nas pernas durou quase a noite inteira. Ao chegarmos, minha colega abriu o zíper de sua jaqueta de couro, mostrando ainda mais seu abençoado decote. Ela me ajudou com o capacete e sorriu encantadoramente.

"Bom! Está entregue com segurança." Não sei ao certo se havia duplo sentindo em suas palavras, mas fingi demência mesmo assim.

"Obrigada, Hannah!" Devolvi um sorriso e ganhei um beijo molhado.

Eu deveria estar hesitando, né?

ACORDA COSIMA!

Oh! Oh! Oh! COSIMAAAAAA!

Tomei coragem e quebrei aquele momento sabor fruta vermelha.

"Sinto muito! Eu não posso." Justifiquei ao tampar os lábios com minha mão direita.

"Não está disponível, né?" Mordeu seus lábios e tirou meu celular do meu bolso.

"Bom, estou salvando meu número. Quando se sentir aventureira e estiver disponível, me liga!" Seus dedos trabalharam com velocidade e logo me devolveram meu aparelho.

"Até mais, Cosima." Subiu na moto, colocou o capacete e piscou ciente de meu interesse por ela.

PUTA QUE PARIU!

Corri escada acima e entrei no loft como se estivesse sendo perseguida.

"Hey, Fe!" Subi meu tom de voz para cumprimentar meu amigo que estava na cozinha.

"Mimosas?" Rebolou em minha direção, entregou-me o drink e voltou para cozinha. Ainda de costas pra mim começou sua investigação, "Quem era a Viúva Negra na motona?"

Felix era ligeiro demais, e eu lerda como uma tartaruga manca.

"Uma amiga." Expliquei e dei início ao goles sem fim.

"Você e suas amigas gostosas que adoram te beijar. Arrasa, Satapa! Tem que colar velcro mesmo! Ta certinha!" Meu amigo era o dono de toda sutileza desse mundão.

"Para com isso, Fe! Não temos nada. Eu não quero ninguém além..." Parei antes que pudesse relevar o quão insana eu estava.

"Ninguém além de Delphine, certo? Hum! Boa sorte queridinha, essas horas ela deve estar de carona na moto do Paul." Fechei os pulsos, segurei a raiva e engoli toda minha bebida.

Antes que eu tivesse a chance de falar ou pensar em uma resposta ao argumento deplorável (porém verdadeiro) de Felix, ouvi batidas agressivas na porta.

Deslizei a lataria e perdi o ar.

Era Delphine, com seus olhos furiosos e vermelhos.

 

SANTA MERDA! 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 13 - Rather Be With You:
Suzi
Suzi

Em: 11/06/2017

Opa!!!! Perdi alguma coisa? Que aconteceu pra Del aparecer  desse jeito?

Não entendo essa mulher cobra tudo da Cós mas continua com Paul, traindo horrivelmente ele, enlouquece Cós por qualquer coisa.

Dá um basta garota, mão de duas vias.

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