Capítulo 17-verdades
O modo que a Italiana olhava a cena, percebia-se que estava irada com que via. Só sosseguei quando Leonardo saiu de perto das duas e essas entraram no escritório de Sabrina.
Ainda estava com meu coração acelerado so de presenciar a cena. Volto a dar atenção ao que estava fazendo antes de ser interrompida.
-Amália você viu a Giulia?
Aquela voz tão conhecida minha interrompeu mais uma vez meus pensamentos, meu coração voltou a bater em um ritmo acelerado. Volta a minha mente a possibilidade das duas terem ficado juntas na noite passada e minha raiva naquela hora foi maior.
-quem deveria saber era você né? Já que passaram a noite juntas!
Ela me olha parecendo não entender o que falava. Mas quando assimila minha frase sorrir cinicamente.
-está com ciúmes Amália?
Apesar da raiva que sentia, procurei agir de modo debochado como ela agia.
-ciúmes de você! deve estar delirando! -vejo seu sorriso aumentar, isso só faz com que fique com mais raiva-você seria a última mulher da fase da terra que teria ciúmes.
-me desculpe, esqueci que você não é lesbica, não é isso mesmo...
-não é esse o caso, só não ficaria com alguém que não pode ver um par de pernas bonita que começa a babar.
Ela me olhava com ira, como se a qualquer momento fosse vim pra cima de mim. Não entendia como ela conseguia despertar em mim, sentimentos tão contraditórios.
-porque não procura outra pra atormentar!
-foi você que veio atrás de mim, então, se está incomodada se manda!
-não vim atrás de você, vou repetir suas palavras: você é a última mulher na face da terra que me envolveria, nem se estivesse a perigo. Vim atrás de Giulia aquela gata Italiana.
Estava fervendo de raiva, aquela mulher me tirava do sério.
-o que está acontecendo aqui?
Giovane nos olha assustado, acho que meu irmão nunca me viu perder a compostura com alguém.
-Não está acontecendo nada Giovane! Essa sua irmã que é insuportável e me tira do sério.
-isso de vocês duas é tesão encubado!
-DEUS ME LIVRE! - Meu irmão gargalha ao respondermos juntas.
Mari sai de perto indo em direção ao restaurante. Meu irmão me olha como se me analisasse.
-o que foi?
-nada não, só estou pensando com meus botões- sai de minha frente sem falar mais nada.
...
-Quem ele pensa que é pra falar assim comigo, como se ainda tivéssemos algum compromisso!
Sabrina entra furiosa em sua sala, era muito disparate de Leonardo falar-lhe do modo que havia falado. Sinto Giulia se aproximar de onde estava, não queria que ela lhe visse assim.
-Calma! Vem cá deixa ver seu braço- se aproxima mais, tocando meu braço que estava vermelho no local que Leonardo apertou. Ela massageia o local com carinho, era tão bom senti-la perto de mim.
Minha raiva pelo ocorrido aos pouco foi se desfazendo, no lugar ficaram arrepios que os carinhos da Italiana me causavam.
-me desculpe pelo ocorrido- falo com a cabeça baixa.
-não foi culpa sua-falava mansamente enquanto acariciava o local-esse canalha que teve culpa.
Apesar de suas palavras serem calmas, seu esforço para se manter serena era visível.
-Vem cá- me saio de suas caricias ficando de frente para ela, logo em seguida a puxo para meus braços-eu estou bem! - sinto ela acalmar em meus braços, seu corpo ainda estava tremulo.
-ele não tinha o direito de machucar você!
-Não machucou- minha cabeça descansava em seu ombro. Uma sensação de paz, de leveza toma conta de meu corpo. Ela me transmitia aquelas sensações sempre que estávamos perto, Parecia que nada poderia me atingir.
-você já almoçou? - faço negação com a cabeça-você precisa de alimentar!
Era lindo o cuidado que ela estava tendo comigo, a muito tempo não me sentia tão querida.
-não estou com fome, estou meio que enjoada! - ela me olha preocupada- deve ser da bebida que ingeri ontem.
Realmente havia acordado enjoada. Depois que sai de seu chalé fui direto para casa, não queria ser vista àquela hora da manhã por ninguém, ainda mais que usava as roupas da noite anterior.
Já em casa volto a dormir somente acordando com o vibrar do meu celular, que havia colocado pra despertar.
-mas você precisa comer alguma coisa, aposto que ainda não comeu nada hoje!
Minha cara deve me denunciado, pois a vejo sorrir. A cada minuto que a olhava me encantava, ela era o tipo de mulher que aonde quer que passava deixava suspiros.
Minha mão acaricia seu rosto enquanto ela sorria, ela me olha intensamente capturando meus lábios em um beijo, calmo, doce, diferente dos da noite passada. Estávamos nos conhecendo, sua língua procurava a minha em um duelo gostoso.
Meus braços envolve sua cintura afim de nos aproximarmos. Minhas mãos acariciavam sua costa por cima de sua roupa, mais era como se pudesse sentir a macies daquela pele que minha boca explorou tão bem. Solto um suspiro por meus pensamentos. Seu cheiro me embriagava, a aperto mais intensamente fazendo com que nossos corpos quase se fundissem, de tão juntos que estavam.
-se não pararmos agora, não me responsabilizo por mim!
Eu estava ofegando juntamente com ela, nosso beijo tornou-se cheio de volúpia. Queria toca-la sem barreiras, minhas mãos já tomavam caminhando por de baixo de sua blusa, quando ela parou abruptamente.
-o que aconteceu? - estranhei a interrupção repentina.
-meu celular! - ela tira o celular do bolso de trás de sua bermuda e olha sem atender, estranhei seu comportamento.
-não vai atender? - queria entender seu receio de atender a ligação.
-deve ser meu irmão, depois retorno pra ele- ela disfarça, mais acabo percebendo sua inquietação- vamos, você precisa comer algo!
Saímos do escritório, mais eu não esquecia o tal telefonema. Giulia acabou desligando o aparelho, o que me deixou mais cismada. Porque ela não queria falar com o irmão? Será que era mesmo seu irmão a ligar? Em minha cabeça vinha um enxurrada de perguntas sem respostas!
Nos despedimos discretamente com a promessa de nos falarmos mais a noite. Fui para a cozinha tentar comer algo e a vejo seguir para fora da pousada, com certeza iria para seu chalé. Na cozinha encontro Giovane sentado conversando com Berta sobre sua ida no dia seguinte a capital, ia tratar de sua mudança. Sentei-me a seu lado. Pedi a Berta que preparasse um prato com salada, como só ela sabia preparar, ainda estava enjoada e não queria facilitar.
-o que isso no teu braço? - Giovane repara as marcas vermelhas em meu braço. Não tive como esconder, uma hora ou outra ele saberia do ocorrido. Contei a ele o que havia acontecido, vi meu amigo ficar roxo de raiva, quando falei que tinha sido Leonardo a fazer aquilo.
-Eu mato esse covarde!
-não fique assim, já deixei bem claro pra ele que não existe mais possibilidade de reatarmos.
-fico a pensar o que teria acontecido se estivessem trancados em seu escritório- sinceramente não queria nem imaginar.
-a Giulia chegou atrapalhando qualquer investida, que ele tivesse a intensão de fazer.
-ADOROOO AQUELA DEUSA! - Exclama me fazendo rir de seu jeito afetado- Me fale como vocês está? e ontem a noite rolou o babado de novo.
Pergunta baixo para que somente eu pudesse escutar.
-nós ficamos ontem de novo! -falo um pouco sem jeito, apesar de conversar sobre tudo com meu amigo, aquele era um assunto que ainda não estava acostumada a ter com ele. Fico mais sem jeito ao notar seu sorrisinho sacana.
-E agora já tem certeza que gosta de racha!
-eu gosto da Giulia! – falo querendo que meu amigo entendesse que não era de qualquer mulher que gostava, e sim de Giulia!
- como falei, de Racha!
Não dava pra debater com Giovane, ele generalizava logo. Pra ele se gostei de ficar com uma mulher, ficaria com qualquer uma que desse em cima de mim.
-A Giulia me faz sentir diferente...bem comigo mesma. Estar nos braços dela e tão diferente de quando estava com Leonardo- lembrei-me da ligação de a poucos minutos- mas tem alguma coisa que está me deixando encafifada-Giovane me olha como que pedindo pra continuar- ela recebeu uma ligação agora a pouco, enquanto estávamos no escritório. Ela somente olhou o celular e rejeito e logo depois desligou o aparelho.
-porque não perguntou de quem se tratava- questiona.
-perguntei! Ela me disse se tratar de seu irmão e que depois retornava pra ele, mas não engoli essa desculpa.
-será que a ex dela? Aquela que você me falou que colocou um par de chifres nela?
-Não sei! Mas não gosto que fiquem me escondendo as coisas, e se “essa zinha” estiver mesmo tentando entrar em contato com ela, que não apareça por aqui que vai se ver comigo- falo com fúria.
-É ISSO AI SASA! MOSTRA QUEM MANDA!
Berta e Eliza nos olho sem entender o porquê, o louco de meu amigo estava gritando.
...
P/ Mariana
Essa mulher me tirava realmente do Sério! Fui a pousada conversar com Giulia, na madrugada antes de me deixar em casa, a Italiana me bombardeou com várias perguntas, não sei se havia escutado minha discursão com Amália. O caso é que as perguntas era a maioria em torno da recepcionista. Com certeza se ela escutou Giovane e Sabrina provavelmente também escutaram.
Com tempo havia aprendido a contornar o cinismo de Amália em relação a minha pessoa. Sempre que chegava alguma hospede nova ela usava de deboche pra me atingir, mas ela sempre foi discreta, era somente a mim mesma que atacava. Mas desde que a Italiana chegou a Ilha, Amália resolveu me atacar mais abertamente.
Não que eu também não usasse de ironia com ela, quando essa resolvia levar algum ficante seu aos nossos Luau. Lembro de uma vez que ela ficou com um carinha que havia se mudado pra ilha. No luau ela o apresentou como seu namorado, não sei explicar mais aquilo mexeu comigo, ela nunca saia mais de duas vezes com a mesma pessoa, e nunca havia apresentado ninguém como namorado desde o dia em que nos beijamos.
Caminho pela praia lembrando daquele dia. Eu não conseguia de jeito nenhum simpatizar com o sujeito, até mesmo Sabrina me chamou naquele dia, pois tirei a noite pra provocar Amália do mesmo modo que ela fazia comigo. Só que fui mais longe, tratei de investigar a vida do sujeito, pois estava certa que encontraria algo podre dele. Tentei de tudo que era jeito, o namoro se estendia já a três meses, até mesmo a recepcionista havia parado de me encher, eu deveria ficar contente com aquilo, mais não, parecia que alguma coisa não estava em seu devido lugar.
Já havia desistido de encontrar algo, achei mesmo que o cara era bom caráter e tratei de me afastar. Até o dia que meu amigo veio da capital passar uns dias em minha companhia, quando viu o sujeito, não deu outra, reconheceu imediatamente. Ele tinha mulher e filhos na Capital, sumiu depois que fez empréstimos com agiota e não conseguiu pagar.
Conclusão, até hoje não entendi o porquê daquilo me deixar tão feliz. Tratei de contar tudo pra Sabrina que se incumbiu do resto, sem mencionar meu nome.
Vejo Giulia ao longe, ela parecia nervosa enquanto conversava com alguém ao telefone. Preferi não me aproximar e só observar. Na noite anterior percebi como a Italiana olhava encantada para Sabrina e depois das indiretas de Giovane em torno das duas, pude finalmente perceber que ali estava rolando alguma coisa a mais. Não sabia ainda dizer se era só atração por parte de Giulia ou se Sabrina também correspondia. Eu só sabia dizer que se, aquilo realmente procedesse muita coisa ainda ia acontecer, pois Leonardo jamais permitiria perder pra uma mulher.
Sinto meu celular vibrar, olho o visor e sorriu era meu amigo.
-oi Felipe , faz tempo que não me liga!
-oi meu amor!
felipe sempre foi muito carinhoso comigo desde que nos conhecemos. Ele sabia praticamente tudo a meu respeito. Nos conhecemos quando tinha 9 anos e ele 11 , sua família havia ido passar férias na ilha e acabamos nos aproximando consideravelmente. Foi pra ele que contei quando gostei da primeira menina aos 13 anos. Ele nunca me julgou, sempre me apoiou.
Quando aconteceu de minha família me expulsar de casa, ele estava viajando para o sul a trabalho e quando voltou, ficou a se culpar por não estar do meu lado me apoiando. Suas namoradas nunca gostaram de mim, por nossa proximidade. Ele sempre falava que só ia se apaixonar por alguém, quando essa pessoa percebesse que eu fazia parte de sua vida.
-pensei que tinha esquecido os amigos!
-muito trabalho Ma- fala se lamentando-estou ligando porque quero conversar contigo. Tem como você vir esse final de semana- ele parecia receoso, sinceramente não entendi! -Na verdade queria te apresentar alguém-foi ai que entendi sua insegurança.
-Claro que dá, afinal tenho que aprovar a futura namorada de meu irmão.
Ele dá uma gargalhada. Ficamos conversando por alguns minutos, combinando minha ida para a Capital.
...
Depois que sai do escritório de Sabrina, sigo direto pra praia. Estava furiosa pelo que tinha presenciado agora a pouco com o ex dela. Não confiava nem um pouco naquele sujeito, tinha a certeza que ele não ia se conformar com o termino do namoro.
E pra completar aqueles telefonemas privados, percebi como Sabrina ficou cismada quando desliguei o aparelho, mas não queria correr o risco de o mesmo tocar novamente. Para confirmar minhas suspeitas sobre meu possível interlocutor, resolvo ligar para meu irmão.
-Boa tarde Mana, que milagre receber sua ligação!
-só estou ligando pra saber se você me ligou hoje? meia hora atrás!- sou direta, até porque tinha uma leve desconfiança que Gino não era responsável por aquelas ligações.
-Eu estava em uma reunião, com os fornecedores.
-vou ser direta Gino, você falou pra Pietra onde estou? - Meu irmão permaneceu calado, o que só aumentou minhas suspeitas- eu não acredito, Você é muito irresponsável! Quantas vezes te pedi pra não falar pra ninguém onde estou...
-Ela está arrependida pelo que fez, me falou que te ama ainda e quer uma chance de te mostrar isso.
-será que você não entendeu, que eu não a quero mais! - eu estava furiosa com meu irmão-não me interessa seu arrependimento. Ela que fique com quem quiser, mas me deixe em paz- respiro fundo, não adiantava me desesperar- pelo menos só disse que estava aqui no Brasil, não é? - outra vez ele fica mudo. sobe um arrepio em minha nuca só de imaginar que Pietra sabia exatamente onde me encontrar-Você é muito irresponsável, as vezes acho que o papai tem razão, em não querer deixar os negócios em suas mãos!
Tento me acalmar, não adiantava agora me estressar, somente rezar para que sua ex não visse.
Me despeço de Gino, com uma vontade de ir a Itália e lhe dar umas boas palmadas. Quando tudo parecia estar se ajeitando, meu passado parece ter desmoronado em minha cabeça. Eu sabia estar gostando de Sabrina e não queria que nada atrapalhasse aquilo, sobre o fato de não morar no Brasil pra mim aquilo era apenas um detalhe.
Minha outra preocupação naquilo tudo era Tia Vivian, não sabia porque mais desconfiava que a ligação dela com Sabrina era bem maior que ela dava a entender.
A passos largos retorno para meu chalé, eu precisava resolver aquele assunto o mais rápido possível, até porque não queria começar nada com mentiras. A primeira coisa que faço ao entrar no chalé é ligar pra Italia.
-Oi minha filha! adivinhou meus pensamentos, ia te ligar- mal tia Vivian responde, disparo a falar.
-Tia Vivian, qual sua relação com a Sabrina- sinto do outro lado sua respiração acelerar, mas eu precisava ir até o fim- Estou apaixonada por Ela!
Fim do capítulo
boa tarde!
meninas espero que gostem do capitulo.
agradeço de coração os comentarios que venho recebendo.
bjss
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NeyK
Em: 05/06/2017
Pq vcs autoras só terminam assim? Kkkkkk A Giulia tem que jogar limpo mesmo, contar? sobre a demo, pra n atrapalhar mais o meio de campo. Aguardando anciosamente o próximo capítulo ;p
Resposta do autor:
bom dia linda!
kkk é pra aguçar a imaginação das leitoras. obrigada por comentar linda.
bjss
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