Despedida por Lily Porto
E o grande dia chegou, o casamento...
Capítulo 49 - Bárbara
Eis que chegou o grande dia, estou uma pilha de nervos. Cheguei na cidade ontem a tarde e era pra Cléo ter chegado a noite, com o Ju e a dona Margarida.
Pelo meu estado de nervos vocês já devem imaginar que ela não chegou. Já falei com ela, e ela disse que era pra eu ficar calma. Que teve um pequeno imprevisto e por isso não tinha chegado aqui ainda.
O casamento está marcado para as 10hrs, na Capela de São Benedito-PE. Porque saímos de Natal para vir casar aqui?
Então, nós optamos por uma cerimônia simples, e não abrimos mão de que fosse na praia, só que decoração ao ar livre seria bem complicado.
Daí há oito meses conversando com a Cléo ela me disse que tinha uma vontade enorme de conhecer a capela em que vamos casar. Uni o útil ao agradável e há exatamente seis meses eu vim para Pernambuco conhecer a Capela e me informar se havia vaga para celebrarmos a nossa união aqui.
Consegui resolver tudo em poucas horas e voltei para Natal levando o contato de uma linda pousada aqui perto, para reservar a mesma pra festa e hospedagem dos convidados do nosso casamento.
A pousada tinha uma ótima localização e comportaria todos os nossos convidados, sem falar que o salão de festa deles era ideal para a “nossa” ideia de recepção pós cerimônia.
Deu um certo trabalho, confesso, fechar com uma pousada como aquela para a data que eu queria foi quase impossível, mas pagaria o que fosse preciso para fazer do nosso casamento um sonho para nós duas.
Faltando cerca de dois meses para o casamento recebi o e-mail de confirmação da pousada, pulei de alegria. Passei a respirar com um certo alívio depois disso.
Como disse cheguei ontem a tarde, acompanhada da minha família e da amiga dos meus filhos. O Beto ficou de vir hoje com os pais. Era pra Anna vir com eles, tinha um trabalho importante na faculdade, mas em cima da hora ela resolveu vir conosco.
Acordei às cinco da manhã e sai para andar um pouco na praia. Não ia conseguir dormir mais. Estava muito ansiosa pra isso. Voltei pra pousada, tomei café e fui pro quarto. Já tinha conferido meu vestido e o buquê umas dez vezes.
Nove horas e eu já estava pronta, A Anna e o Lourenço estavam no quarto comigo, não sei como eles esconderam meu celular, num minuto o aparelho estava ao meu lado, no outro havia evaporado. Tô louca pra ligar pra Cléo, mas eles não me deixam sair do quarto. Infelizmente o que me resta é esperar.
Pronto, hora de ir para a Capela, meu coração tá quase saindo pela boca. Ah gente, desculpa. Esqueci de falar pra vocês sobre a decoração, modelo do meu vestido e buquê.
A Capela estava decorada com rosas brancas e amarelas, as nossas preferidas.
A Cléo passou um bom tempo me perguntando quais seriam as cores da decoração, como era uma celebração de certa forma ao ar livre e na beira da praia, decidi utilizar o branco como base (toalhas), azul (louças) e rosas (brancas, amarelas e tigradas por todo o salão de recepção).
O meu buquê é de rosas brancas, assim como o meu vestido, ele é sem alças, com um pequeno decote para valorizar o meu busto (a minha mulher fala tanto dele que decidi fazer esse “agrado” pra ela, rs), com o comprimento um pouco acima dos joelhos e uma sandalinha rasteira num tom bem clarinho, quase branco, na verdade acho que é gelo a cor, não sei ao certo, para não destoar do tom do vestido. Brincos e colar discretos, maquiagem leve também.
Por mim casaria descalça, mas a Cléo me arrancaria o fígado se chegasse aqui e me encontrasse descalça. Sim gente, eu gosto de salto, mas é um casamento na “beira da praia”, logo não cogitei o uso dele.
Anna e Lourenço são os nossos padrinhos, o Alexandre vai entrar com a Cléo. E o Ju vai entrar comigo, resolvemos entrar uma com um referencial de família da outra pra firmarmos ainda mais os laços com nossa nova família.
Assim que cheguei a igreja meu pequeno estava na porta a minha espera, o Alê também já estava lá a espera da Cléo. Achei lindo os trajes deles, a diferença do traje do pequeno Ju para o do Alê e do Lourenço eram pouquíssimas, a minha filha também estava muito linda. Senti saudade dos meus pais ali comigo, segurei as lágrimas, ou então entraria na capela com a maquiagem toda borrada já.
Meu irmão e sua família foram o meu referencial de família por muito tempo, depois vieram meus filhos, e agora eu estava ali, prestes a casar com a mulher da minha vida. Prestes a construir a nossa família.
Anna e Lourenço entraram de braços dados ao som de “Trem Bala”. Respirei fundo e apoiei a mão no braço do Ju, pois é gente, ele já tem o meu tamanho praticamente, rs. Assim que a banda terminasse a música, nós entraríamos ao som de "Beauty and the Beast" isso mesmo, o tema do clássico filme "A Bela e a Fera", eu e a Cléo somos apaixonadas por ele, e como entraremos "juntas", escolhemos ela.
Deixa eu explicar pra vocês o lance de "juntas", em cima da hora a Cléo decidiu que queria me ver entrar, e eu não abri mão de vê-la entrar também. Então decidimos que cada uma de nós entraria por uma lateral da capela ao mesmo tempo, e nos encontraríamos no altar.
A banda começou a tocar. Gente, a cada passo que dava em direção ao altar meu coração batia mais rápido. Segurava com todas as forças as lágrimas que insistiam molhar meu rosto, não podia borrar a maquiagem, não antes de estar frente a frente com a minha noiva.
Quando os nossos olhares se cruzaram parecia que só estávamos nós duas ali naquele momento. A minha vontade era atravessar a capela e tomar a minha amada nos braços...tive um misto de sensações...passou um filme na minha mente, do momento que nos conhecemos até ali, na realização do meu maior sonho, NOSSO CASAMENTO.
Meu coração e minhas borboletas a essa altura não cabiam mais em meu corpo. Paramos ao mesmo tempo em frente ao altar, o Ju beijou meu rosto e o dela, e seguiu pro seu lugar.
O Alê beijou seu rosto e a "entregou para mim", depositou um beijo suave em minha testa e foi sentar. Quando segurei sua mão vi o quão fria a minha estava, e a dela como sempre muito quente e acolhedora.
A cerimônia durou cerca de quarenta minutos, que pra mim foram os minutos mais demorados de toda a minha vida. Mas confesso pra vocês que poderia passar o dia inteiro ali ao lado dela.
Saímos da capela e seguimos para o salão onde seria a recepção. Agora a minha Cléo era oficialmente a minha esposa. Eu estava radiante, a minha esposa estava ainda mais linda do que já era.
Estava tão feliz que nem me senti incomodada com a presença das nossas ex companheiras por lá. Foi isso mesmo que eu disse, a Carla e a Andressa estão aqui. Ambas chegaram hoje pela manhã, e dentre as reservas que fiz, não estava o nome de nenhuma das duas.
Então não sei dizer a vocês se elas ficarão por aqui pra curtir a festa, ou se vieram apenas para ver se casaríamos mesmo, ou não. A única coisa que sei, é que elas não vão atrapalhar o nosso dia.
Depois de receberemos as felicitações de todos os convidados e tirarmos as fotos "oficiais". Eu levei a minha noiva até um canto mais afastado para curti-la um pouco.
– Eu te amo meu amor, agora eu sou a mulher mais feliz do mundo. – cobriu minha boca com uma das mãos.
– Ei... – sorriu. – Porque você está gritando assim Dengo?
– Porque eu estou muito feliz – rodei com ela em meus braços.
– Eu também tô muito feliz Minha Pequena. Eu te amo demais, demais. – beijou meus lábios.
– Você não vai mesmo me contar onde passaremos nossa lua de mel? – falava abraçada a ela.
– Tá curiosa amor? – balancei a cabeça em sinal afirmativo. – Faltam só algumas horas pra você saber Meu Bem. – piscou pra mim. – Não vou contar.
– Mania de controlar tudo – mostrei a língua pra ela. – Tudo bem, eu sou uma mulher paciente. Sei esperar, vamos voltar pra festa. Temos muito o que curtir ainda antes de viajar.
Voltamos para a festa, a Cléo queria dançar, mas antes eu precisava pôr em prática a surpresa que tinha planejado pra ela.
Lembram dos vídeos que ela disse a vocês que eu gravava cantando as nossas músicas preferidas e enviava pra ela?! Então, por hoje ser o dia do nosso casamento eu resolvi cantar pra ela, aqui na frente de todos.
Sou bem vergonhosa com relação a isso, mas é algo que a minha amada gosta muito. E lá vou eu, disse a Cléo que ia pedir pra banda tocar uma das nossas músicas preferidas, só não disse que eu cantaria, e me dirigi ao palco.
– Boa tarde, gostaria de agradecer a presença de todos que vieram compartilhar conosco, esse momento maravilhoso e único para nós. Eu vim aqui fazer algo para a minha esposa, desde já peço desculpas a todos pela minha desafinação. – caíram na risada. – É sério gente, por favor, não me joguem tomates tá – sorri e fui acompanhada por todos os presentes. – Amor – encontrei ela olhando pra mim de onde estava com os olhos úmidos de lágrimas e sorrindo. – Você lembra o que lhe disse na primeira vez que escutamos essa música? – enquanto eu falava a banda começou a introdução de "Take My Breath Away". Ela continuou me olhando e eu li em seus lábios "eu amo alguém que não deveria. Era o que você dizia, e agora eu amo você Dengo”, sorri enquanto as lágrimas molhavam meu rosto – Eu amo você Clarice – e comecei a cantar a nossa música.
Terminei de cantar e desci do palco correndo para abraçar a minha esposa, os convidados aplaudiam e gritavam os nossos nomes. A abracei e ela me envolveu naquele abraço "casa" que eu tanto amo, ela me levantou alguns centímetros do chão enquanto fiquei agarrada ao seu pescoço, quando ela devolveu meus pés ao chão, uni nossos lábios num beijo doce e demorado. Enquanto a banda tocava "Mesmo sem estar" e as pessoas batiam palmas. Encerramos o nosso beijo e continuamos ali, dançando e nos divertindo. Dançamos mais algumas músicas antes de jogarmos os buquês.
A mulherada foi a loucura, jogamos os dois juntos, e enquanto algumas sorriam e conversavam sobre quase terem conseguido pegá-los na pista de dança, eu e a Cléo saímos distribuindo rosas amarelas para todas as mulheres presentes no salão. Quando terminamos e resolvemos tirar algumas selfies, a Carla apareceu de um lado e a Andressa do outro caminhando em nossa direção.
Se tivessem combinado não tinha dado certo em aparecerem ao mesmo tempo para falar conosco. Falamos com elas, agradecemos a presença e seguimos pro quarto pra trocarmos de roupa.
A minha esposa marcou a nossa viagem de lua de mel para hoje mesmo, a única coisa que sei, é que viajaremos as 18h, peguei minha mala, preparada por ela e enviada para cá sem que eu soubesse.
Nos despedimos dos convidados e seguimos com um dos motoristas que tínhamos contratado, agora não sei para onde vamos. Mas assim que descobrir eu conto pra vocês, tá!?
Fim do capítulo
Bom dia meninas, espero que tenham gostado do casamento das nossas protagonistas. Uma ótima semana.
Bjs.
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Bia Ramos
Em: 30/05/2017
Oie, bom dia Lily!! Tudo bem?
Nossa!
Foi surreal, foi como se tivesse visto de uma câmera instalado assim do teto sabe... Como se eu pudesse ver a cena e sentir a emoção do momento!
Foi intenso e cada palavra escrita parecia que eu ouvia ela dizer o quanto desejava esse casamento... O quanto ansiava por ele... O quanto queria verdadeiramente estar com a Cleo!
Foi lindo... E estou realmente sem palavras nesse momento...
Ate a próxima!
Bjs
Bia
Resposta do autor:
Boa noite Bia! Tudo tranquilo por aqui.
Fico feliz em ter conseguido descrever dessa forma toda a emoção que ela sentiu nesse momento da vida que ela tanto sonhou realizar.
Acho que é bem dificil te deixar sem palavras neah, e acabei conseguindo. Nossa... foi mesmo emocionante pra vc ver a Bah narrar o casamento dela né.
Se cuida querida, bjs!
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