Craving
Pov- Delphine
Quando avistei Paul pela primeira vez não pensei que fossemos nos dar bem, estava mais do que claro que aquele rapaz de pele bronzeada e músculos torneados era um cafajeste. Entretanto, acabamos nos aproximando sem querer. Ele era o chefe de segurança do meu departamento, ficava praticamente o dia inteiro com minha equipe. As funcionárias e colegas cientistas babavam por ele, e eu só queria entender como alguém de Rhode Island poderia ter tempo para manter uma pele bronzeada como a dele.
Logo pensei "É artificial!". E essa ideia me fez criar uma certa curiosidade em Paul, então propositalmente me senti obrigada a fazê-lo meu escravo.
Joguei tanto charme e me fiz de difícil até que a nova sensação do instituto caísse de amores por mim. Ele me causava interesse, nada fora do ordinário, mas obedeci minha natureza e trans*mos, muito.
Foram 2 meses enrolando o rapaz, fazendo com que ele pedisse mais cada vez que meu corpo colava com o dele em uma dança promíscua ao som do prazer.
E como num piscar de olhos...estávamos namorando, morando juntos, e falando sobre irmos visitar meus pais na França.
Ainda não entendo o que me fez ficar tão boba por ele. Paul era um jogador sujo, mas eu o domestiquei como um cachorrinho. Até tive medo de me machucar nos primeiros momentos. Tenho uma longa lista de ex-namorados que me fizeram de idiota. Então cheguei à conclusão de que Delphine Cormier não era para relacionamento sério, eu queria ser casada com meu trabalho e ponto!
Entretanto, Paul mudou minha maneira de ver relacionamentos. Me tratando com tanto cuidado, carinho e amor. Tão diferente do que eu estava acostumada. Logo me vi entregue em seus braços. Eu o amava, eu o amo.
Eu ainda o amo?
Espero que sim, pois estarei destruindo tudo o que construímos se caso não tirar essa perturbadora ideia de me derreter nos lábios de sua melhor amiga, de minha mais nova funcionaria...Cosima bola fora Niehaus.
Paul estava ficando com muita saudade de casa, e em segredo enviei currículos à Brown, na esperança que fosse aceita para podermos nos mudar para Rhode Island. A princípio eu não sabia direito o que estava procurando, eu apenas queria trazer a felicidade de volta ao meu namorado. Não me importava em me mudar, até porque fiz isso minha vida inteira para fugir de meus pais e suas ideias atrasadas de que a obrigação de mulher era casar e procriar, mulheres não deveriam conquistar independência, não poderiam ter carreiras tão grandiosas como os homens.
Amo meus pais, mas odeio seus conceitos retardados no tempo.
Em 5 meses fui convidada para lecionar nas turmas de biologia e para assumir a direção do centro de pesquisas cientificas. Grande passo para minha carreira e relacionamento, de então, quase 2 anos. Os olhos de Paul brilharam a saber da notícia, já que seu contrato havia expirado, ele não precisaria voltar sem mim.
Lembro-me exatamente do momento em que me perdi.
Não havia explicações plausíveis para que uma mulher madura como eu, pudesse se encontrar em um labirinto ao pousar os olhos em um ser humano tão diferente.
Ela era tão branquinha, tão frágil, com um linguajar tão pejorativo e coloquial. Tinha piadas que faziam total sentido, um dom raro para cientistas. Fazer piadas que sejam engraçadas e não fujam da realidade.
Senti meu coração próximo a explodir com aquele sorriso encantador, com aquele cabelo maluco, com aquele corpo tão tentador e sensual. Ela vestia uma blusa de malha fina, e estava sem sutiã, o que revelou a curva de seus seios e seus pequenos mamilos.
Por que raios eu estava olhando para seu torso?
Nunca tive dúvidas sobre minha sexualidade, porém como cientista, sei que é de nossa natureza o desejo carnal por outro ser. E exatamente tudo nela me fazia desejar ao menos um toque. Seu cheiro despertou os mais primitivos de meus sentidos, mas me contive. Cosima Niehaus além de ser a melhor amiga de meu namorado, seria também minha maior distração no trabalho.
Se existe algo que pudesse me destruir, esse algo, esse alguém seria Cosima e toda sua beleza com doses certas de astucia.
Fiquei paralisada quando a vi pela primeira vez, demorei alguns breves segundos para me recompor, porém sua imagem não saia de minha cabeça. Evitei aprofundar nossa relação, por mais que eu tentasse não olhar diretamente para aqueles olhos (muitas vezes vermelhos por conta de seus hábitos com uma boa erva), eu ainda conseguia sentir seus olhos castanhos deitados em meu corpo.
Será que ela também me quer?
Se sim, eu estaria realmente perdida, não seria capaz de recusar Cosima. Não acredito que alguém fosse capaz de dizer não a ela.
Minha funcionária desmanchou laços profundos em minha maturidade, minhas convicções simplesmente começaram a não fazer mais sentido. Então encontrei apenas uma saída...fazer com que ela me odiasse.
Contive meus instintos e doidos desejos por 6 meses. Eu a via trabalhar no bar com tanta alegria e rapidez. Ela fazia um certo esforço para não perder o controle perto de mim, eu pude notar que eu a perturbava também. Cheguei a perguntar a Alison e Paul se Cosima se interessava por mulheres. Eles riam, nunca me respondiam o que queria saber. Quando saíamos para clubes de dança, eu a via dançar, seu corpo seguia a batida de meu coração, até quando alguns caras chegavam a tocá-la, pegavam em sua cintura e a beijavam com propriedade. No fundo eu já havia sacado que todo aquele show não era nada além de uma faixada. Ela não se interessava por homens, pois não os olhava como me olhava. E aqueles olhares me humedeciam como um antigo pornô francês.
Engoli a seco todos meus sentimentos relacionados a ela, engoli até hoje, pois foi hoje que a tomei para mim.
Acordei mais cedo do que o normal, Paul ainda dormia. Tomei um banho quente, escolhi um terninho preto, uma camisa branca que pudesse mostrar minha pele para que Cosima se sentisse como me sinto ao vê-la com vestidos justinhos ou sua roupa decotada de trabalho. Passei um bom perfume, e ensaiei em silêncio maneiras de fazer com que minha funcionária pudesse me odiar.
Cosima poderia me fazer colocar tudo a perder, eu necessitava manter minha postura perto dela.
Cheguei ao laboratório mais cedo para terminar de analisar os relatórios no sistema, aceitar as credenciais da nova cientista, e também para me concentrar, o dia seria muito difícil para mim.
Quando fui informar Ferdinand, o segurança do departamento, que haveria uma nova integrante em nossa equipe... senti arrepios dos pés à cabeça.
Eu sabia quem estava atrás de mim, não precisei nem ouvir sua voz gritando "Hey, Delphine!".
Quando a ouvi falando meu nome, lembrei das noites quais sonhei com ela gritando meu nome enquanto fazíamos sex*.
Era aquela minha hora, meu próximo passo definiria como seria trabalhar com aquele pecado em forma humana. Respirei fundo antes de me virar, fechei os olhos e coloquei em prática o que havia ensaiado. Ela não perdia por esperar.
"Dra. Niehaus, a partir de agora, enquanto estivermos neste prédio, você terá de me chamar de Dra. Cormier." Expliquei como se a presença dela não me deixasse completamente balançada.
"Claro! Desculpe-me, Dra.Cormier." Por mais irônico que fosse o seu "Dra.Cormier", senti uma vontade de dar inúmeras ordens a minha funcionária.
Ela estava vestida para me enlouquecer, seu vestido definia suas delicadas curvas. A meia calça que vestia me despertava curiosidade para descobrir o que ela escondia. Seus seios livres de sutiã e culpados por me fazer deseja-los.
Me contive e a provoquei, ela teria de estar em aula aquele horário, não havia necessidade em estar no laboratório antes do expediente.
"O que está fazendo aqui? São 8:25 da manhã, você deveria estar em aula." Falei com posse, "Sim, eu acabei me atrasando. Vim buscar minha identificação."
Por que se atrasou? Ficou fumando cannabis com seus rolinhos até tarde e depois trans*ram como loucas?
Eu sempre a vejo conversando com uma lourinha. Noto o jeito que conversam, que se tocam, e eu não gosto nada disso. Odeio quando estamos no Leda e as mulheres se engraçam para Cosima. Ela pode até achar que o pessoal não vê, mas eu vejo, e como vejo.
Eu a provoquei um pouco mais e guiei Dra.Niehaus até minha sala, onde entreguei a ela suas credencias e mais algumas doses de provocação. Usei meu corpo sobre a mesa para ver se ela mordia a isca, e foi como um passe de mágica. Seus olhos castanhos namoraram com meus glúteos.
"Algo de errado?" Mantive meu tom sério.
"Não, só estou muito ansiosa, Dra. Cormier." Cosima era uma péssima mentirosa. Isso será muito divertido. Ela está perdida em minhas mãos.
Dispensei minha funcionária e tentei focar nos relatórios por enquanto. Ainda tive tempo para preparar minhas aulas do dia seguinte. O tempo passou por mim sem que eu percebesse.
Senti meu celular vibrar. Era Paul.
"Chateado com você, pensei que fosse me acordar."
Quando meu namorado faz plantões noturnos, geralmente o deixo dormindo sem interrupções.
"Fiquei com dó em te acordar, meu amor." Respondi.
"Então você vai almoçar comigo. Estou passando aí."
Olhei para o relógio, faltava pouco mais de uma hora para o expediente começar. Não estava com muita fome, mas aceitei o convite.
Fomos almoçar em um restaurante perto do campus e durante nossa refeição falamos sobre muitas coisas relacionadas a seu trabalho, poucas sobre nossa união, até que ele tocou em um assunto que por pouco não me fez engasgar.
"Cos começa hoje, né?" Ele não sabe o efeito que esse nome causa em meu sangue.
"Sim!" Voltei a beber meu suco, "Pode judiar, ela aguenta o tranco. E precisa de mais disciplina também." Oh, Paul! Eu quero colocar essa menina na linha, e como quero.
Cosima é uma menina em um corpo de mulher. Sou 8 anos mais velha do que ela, tenho mais experiência e sagacidade. Entretanto, há tantas coisas que estou disposta a aprender com ela. Até porque nunca me envolvi com mulheres, precisaria de algumas aulinhas.
Quando voltamos para o laboratório, avistei Scott ensinando sua nova parceira como as coisas funcionavam lá. Minha audição aguçada reconheceu quando falavam sobre mim. Me aproximei sem que me vissem. Bom Scott me viu, mas sua parceira estava de costas.
"Você quis dizer que a namorada do Paul é chata." Ui, por favor não pare, "Vou precisar de muita maconha e Bob Marley para aguentar toda essa merd*."
Ah! Dra.Niehaus, eu serei o seu fim. Seu delicioso fim.
"Vou fingir que não ouvi isso, Dra. Niehaus." Pude captar os cabelos atrás de sua nuca arrepiarem. Era medo ou êxtase? Os dois?
"Dra. Cormier..." Minta pra mim Dra., minta pra mim.
Ela gaguejava e seus olhos não piscavam.
"É Cosima, agora você se ferrou." Paul não perdia uma.
"Eu só estava brincando." Ela sorriu e quase me desestruturei.
Recuperei a forma e engrossei a voz.
"Vou fingir que acredito, e a senhorita terá de fazer exames toxicológicos todo mês. Estamos entendidas?" Por essa ela não esperava. Claro que não a obrigaria a fazer os exames, mas não pude perder a oportunidade de lhe mostrar quem mandava em "toda essa merd*".
Paul sorriu para os amigos e me acompanhou até minha sala. Pelos gigantescos vidros notei como Cosima se recuperava. Ela é tão linda.
"Amor, desconsidere o que Cos falou. Ela é muito boa, só é meio perdidinha." Meu namorado até tentou defender a amiga, porém eu ainda não havia terminado de brincar com ela.
"Eu sei, amor. As notas dela mostram isso, mas se ela não cooperar, não hesitarei na sua demissão." Respondi já sabendo que isso não aconteceria.
"Ela é sua amiga, mas é minha funcionaria." Sentei em minha cadeira e liguei o computador enquanto Paul ainda processava minhas palavras.
"Eu entendo, amor. Te encontro no Leda as 6:00?"
"Claro!" Seus lábios pressionaram os meus e seu corpo logo desapareceu de minha sala.
Sempre gostei de assistir o pessoal trabalhar no laboratório. Meus funcionários sabem o que fazem, amam trabalhar em nome da ciência e eu sempre faço questão de avaliar suas performances.
Entre tubos de ensaio, microscópios e quase catástrofes, lá estava Dra.Niehaus.
Trabalhava com confiança mesmo não conhecendo o ambiente. Seus olhos focados, sua boca meio aberta, e aquele irreverente piercing no nariz.
Como consegue me tentar tanto sem ao menos se esforçar?
Ela não me via, mas eu a observava atentamente. Era o desastre em pessoa e eu gargalhava em silêncio.
Quando o expediente acabou, entrei no sistema para checar os relatórios do dia. Todos os cientistas haviam ido embora, e tudo estava certinho, quer dizer quase tudo...
Os relatórios de Dra.Niehaus não estavam lá. Senti uma louca vontade de brigar com ela, mas seu primeiro dia já não estava lá aquelas coisas. Por mais que fosse boazinha com ela, não poderia lhe dar o luxo de deixar essa irresponsabilidade passar. Sou muito sistemática pra tolerar tal descuido.
Cosima e Scott eram os únicos que restavam. Ele se preparava para ir. Ela terminava de organizar a papelada.
Muito bagunceira, porém eficiente.
"Bom trabalho, Dra. Niehaus."
"Oh! Valeu", "Quer dizer, obrigada, Dra.Cormier." Corrigiu-se graciosamente.
"O expediente acabou." Confirmei o horário, "Já enviou os relatórios para o sistema?" Já sabia que não tinha o feito, mas quis provocar. Seus olhos me olharam com desespero, e por pouco não a liberei.
"Ainda não, Dra. Vou fazer isso depois que eu sair do Leda." Não facilite pra mim assim.
Admiro que Cosima lute por sua independência, acho incrível sua disposição. Estudar cedo, trabalhar nos períodos vespertino e noturno, ainda mais em um bar incrivelmente lotado. Deve ser complicado para ela, e eu não estava disposta a descomplicar. Não apenas para brincar com ela, mas para realmente a forçar a lutar mais pela sua carreira e independência.
"Entendo que você tenha outro emprego, porém gostaria que os relatórios fossem enviados para o sistema antes do expediente.", "Quando digo que gostaria, estou suavizando, é uma ordem, Dra. Niehaus."
Pude até sentir seu nervosismo, minha funcionária me divertia com suas expressões tão bem definidas.
Respirou fundo e reparei no movimento de seus seios.
"Com certeza, Dra. Cormier. Farei isto imediatamente." Virou-se e correu para o computador. Seus glúteos são perfeitinhos.
"Muito bem, organize-se melhor da próxima vez." Sorri ao vê-la me obedecer, "Te vejo mais tarde." Saí do laboratório mesmo querendo ficar lá para poder assisti-la.
Já estava querendo mais de Dra.Niehaus.
Quando cheguei ao Leda me deparei com muitas pessoas no bar. Parece que não sou a única que necessitava de Cosima. Além de cientista, ela faz os melhores drinks que já experimentei.
"Delphine, aqui!" Ouvi a voz de Paul me chamar.
Alison, Donnie e Felix já estavam lá, na nossa mesa de sempre, a qual ficava em frente ao um palquinho e perto do balcão. Sempre espiava Cosima trabalhar. E a sensação de estar lá sem ela foi incrivelmente péssima.
"Oi meu amor." Beijei o rosto de meu namorado.
"Ali, você está linda!" Abracei minha amiga, "Del, olha quem fala!" Respondeu.
"Oi cretina, vai me passar o nome do seu cabelereiro ou vou ter que te matar?" Felix levantou logo em seguida para me abraçar e tocar em meus cabelos.
"Já falei, Fe. Esse é um segredo que já mais contarei." Pisquei com um olho só, "Biscate, te odeio." Eu adorava ter um amigo gay.
"Ai! Miga, passa pra mim então." Lá vem Donnie com sua impressão de como um gay se comportaria. Eu sinceramente acho que ele um dia vai acabar dando uns beijos em Felix. Eles se olham muito estranho.
Sentei-me perto de Paul e Alison. Havia duas cadeiras vazias, aparentemente Scott estava ajudando sua parceira.
"Eai, tá pegando pesado com a Cos, né?" Felix perguntou.
"Ela ainda está terminando seus relatórios." Respondi dando um gole da cerveja de Paul. Não era muito fã de cevada, mas a fila por uma bebida estava caótica demais.
"Ai ai! Cosima e sua mania de deixar tudo para a última hora." Ali acrescentou. Nos demos bem logo de cara, como ela tinha minha idade e a mesma obsessão por organização que eu.
"E o Scott ficou ela?" Paul indagou já lançando um olharzinho malicioso pro pessoal.
"É claro que ele vai ajudar a Cosima, quero só ver o que ele vai pedir em troca." Felix acrescentou no mesmo nível malicioso.
Merda! Esqueci desse fato, Scott é louco por sua parceira de laboratório, por mais que ela não se interesse por homens, me incomoda que homens se interessem por ela.
Sim, sinto ciúme do que nem ao menos é meu.
"Scott vai pedir uns beijinhos no mamilo, certeza! E ainda vai pedir pra Cos chama-lo de Rei do Norte!" Donnie e seu jeitinho não discreto de zombar o amigo por ser um nerd viciado em Game of Thrones.
Todos caíram na risada e logo desviaram o assunto. Fiquei oscilando entre prestar atenção na conversa e olhar para o bar. A outra bartender estava furiosa com Cosima, e a lourinha que talvez fosse namorada de minha funcionária, não saía de perto só esperando a chegada mais desejada da noite.
Pouco depois de uma hora, avisto um ser humano completamente ofegante e desajeitado entrando no bar. Os rapazes abriram espaço para ela, obviamente suas cabeças pervertidas a seguiram para ter um ângulo melhor de seu corpo.
A lourinha riu e sorriu.
"Lá está ela!" Disse Alison. Todos logo a viram e também avistaram Scott se aproximando de nós.
"Eai Scotty, rolou uns beijinhos?" Donnie estava começando a me irritar, não pude não imaginar essa deplorável cena.
"Quem me dera." Sorriu e quase o demiti, "Pra ela eu trabalho de graça mesmo!" Todos riram, menos eu.
"Um dia quem sabe, amigão." Brincou Felix.
"Nós sabemos que esse dia não chegará." Olhou para o amigo, e pude sentir seu desapontamento convicto.
Felix e Scott sabem sobre as preferências da amiga, só pode ser.
"Ah! Scotty não fica assim. Olha quanta mulher sobrando." Eu deveria até me incomodar por meu namorado ter falado isso, mas eu estava ocupada demais observando Cosima.
Ela trabalhava com rapidez, reparei que seus seios estavam mais amostra. Espertinha, mais gorjeta pra você. Até me deu vontade de colocar toda minha conta bancárias entre seus seios.
Sorri discretamente ao imaginar aqueles peitos perfeitos em minhas mãos e boca. Acredite quando digo que eu nunca tive pensamentos tão maliciosos assim. Aquele ser humano me transformou em um ninfomaníaca.
Após alguns longos minutos o bar ficou calmo.
Cosima ofegava e suava.
Mordi meus lábios só por olhar.
A lourinha já está lá toda toda atrás de diversão com a MINHA funcionária.
Tentei me segurar, mas não consegui.
"Já volto, amor. Vou pegar uma bebida." Levantei e senti um leve toque em meu braço.
"Eu vou, amor. O que quer beber?" Paul me segurou.
"Deixa comigo, tá tudo bem!" Beijei seus lábios rapidamente e fiz meu caminho em direção ao balcão.
Minha intenção?
Provocar.
Provocar muito.
Ah! E também confirmar minhas teorias sobre as duas.
Conversavam trocando olhares e sorrisos.
Elas trans*m, com certeza!
Esse pensamento me despertou duas coisas, uma foi a raiva de imaginar outra pessoa dando prazer a Cosima, a outra foi imaginar como seria o sex* entre duas mulheres. Por mais que já tenha visto em alguns filmes. Tenho certeza que deve ser muito diferente pessoalmente.
"Cosima, chegou atrasada aqui também." Sorri estrategicamente, "Dra. Cormier, os relatórios já foram atualizados no sistema..." Não, não, não. Aqui sou sua cliente Cosima, "Não fale de trabalho comigo fora do horário. E pode me chamar de Delphine agora." Eu a interrompi e pude notar sua raivinha.
Fique com raiva.
Eu gosto assim.
Seus olhos não largavam os meus, "Claro, Delphine. O que vai ser? Vinho ou whisky?" Não queria ser tão previsível assim. Eu quero é choca-la.
"Hm! Não sei, o que você acha?" Olhei para a lourinha. Por mais que eu odeie admitir, ela era linda. E aqueles olhos? Que ódio.
"Ah! Eu não sei. Cos geralmente me surpreende." Ah! Querida, você acabou de confirmar.
ELAS TRANSAM!
Não namoram, até porque eu já vi Cosima com outros caras e flertando com outras mulheres.
Ou talvez fossem iguais os casais na França, mantendo um relacionamento aberto.
Nós franceses adoramos amantes.
Mas se Cosima fosse minha, eu mataria quem ousasse chegar perto dela.
"Hm! Interessante." Mordi meus lábios e olhei com más intenções, "Então Cosima, surpreenda-me."
Ela logo começou a arquitetar um drink. Seus pequenos e definidos músculos apareciam ainda mais quando ela utilizava a coqueteleira. Observei o quão longos seus dedos são.
Ah!
Quero!
"Aqui está!" Ela me entregou a bebida. Nossas mãos quase tocaram e pude sentir o calor de sua pele por um rápido segundo.
"O que é isso?" Perguntei, "Experimente, é uma surpresa." Ah! Agora ela quer brincar?
Então levei o copo suavemente até minha boca, lentamente degustei o drink e os olhares convidativos de minha funcionária.
Gemi em aprovação, "Nossa! Muito gostoso, Cosima. Você tem talento."
Senti a lourinha me fuzilando com seus olhos.
Não gostou, garotinha?
"Oh! Cosima tem vários outros talentos." E descobrirei cada um deles, menina.
"Ah é? Bom saber!" Dei outros goles em meu drink. Sei que essa era a hora de sair, mas eu queria estar perto dela, eu queria tocá-la, senti-la.
Merda! Eu já estava bêbada.
"Mais alguma coisa, Delphine?" Ah! Dra.Niehaus, eu quero muitas coisas com você, "Quanto lhe devo?" Não conseguia parar de analisa-la.
"Por conta da casa." Seu sorriso é uma arma letal.
"Sério?" Perguntei surpresa, e a lourinha perguntou toda cheia de raivinha.
Agradeci em silêncio e voltei para a mesa.
Quando sentei vi que as duas riam após a menininha ter sussurrado algo. Espero que eu não tenha facilitado para elas.
"Hm! O que é isso?" Paul questionou ao pegar a bebida de minha mão, "Nossa! Gostei!" Exclamou.
"Cosima inventou na hora, mas é gostoso!" Respondi.
"Ah! Eu quero experimentar, Del." Alison pediu, mas eu estranhamente não tive a menor vontade de deixa-la experimentar minha bebida. Não porque não queria que acabasse, mas porque não queria que ninguém bebesse o que Cosima havia preparado só pra mim.
"Claro, Ali" Entreguei o copo a ela e rezei calada para que ninguém mais quisesse.
"Olha ela aí!" Exclamou Donnie quando Cosima apareceu. Eu estava tão distraída em meus pensamentos possessivos que nem reparei que ela se aproximara.
"Eai pessoal, tranquilo?" Acenou com a cabeça, dava pra notar que estava esgotada.
"Chegou atrasada hoje. Delphine pegou pesado com você?" Alison fez a pergunta sem saber de minha cruel postura como chefe.
"Você não faz ideia, Ali!" Scott exclamou causando risada em todos, principalmente em mim.
Que delícia de momento.
"Da próxima vez você presta atenção em quem pode estar por perto antes de fazer comentários." Paul entrou na onda, "Como assim? O que rolou?" Ali insistiu, "Depois te conto, Ali. Apenas Cosima sendo Cosima." Donnie respondeu.
Pelo jeito a fofoca voa.
Eu não havia dito uma só coisa sobre o primeiro dia de minha funcionária.
Ah! Eu ria, ria e bebida.
Mais uma vez...que delícia de momento.
"Eu sou um desastre natural e vocês são ridículos!" Cosima exclamou com um certo tom de desconforto. "Onde está Shay?" Felix perguntou. Logo em seguida observei o desespero em seus olhos quando olhou para o amigo linguarudo.
Eu adorei!
Então a lourinha tinha nome.
Shay? Que tipo de nome é esse?
"Pois é, onde está sua amiga Shay, Cosima?" Complementei com sua agonia. Ela então me fuzilou em uma batalha silenciosa em sua cabecinha.
Felix gritou chamando Shay, que logo chegou cheia de falsa simpatia, bom pelo menos comigo. Nos cumprimentou rapidamente e já foi virando seu corpo para minha funcionária.
"Estava aqui pensando. Vamos tocar lá no palco, Cos?" Sugeriu.
Cosima tocava?
Eu odiava essa intimidade entre elas.
Gostaria de poder falar "Cos" também.
O pessoal se agitou, aparentemente eu era a única ali quem não sabia dos talentos músicas de Cosima Niehaus.
Shay a pegou pela mão, e meu estômago embrulhou. Ela pegou o microfone, Cosima ajeitou outro e tomou posse do violão. A loura sussurrou algo em seu ouvido e ela sorriu em resposta.
Hm!
A música foi pausada e o violão começou.
Ela tocava muito bem. Eu estava adorando, até Shay começar a cantar com sua voz maravilhosamente incrível.
Era oficial, eu a odiava.
"So it goes without saying that I'm hooked on you
And by now I'm out of mind with this self-abuse
I guess I should have looked out for myself
I guess that I could have found someone else
But I never met anyone
Who's loving made me so damn crazy"
Imagino que esta música possa representar algo para elas.
O que me deu vontade de subir no palco e quebrar o violão na cabeça das duas.
As duas estão em perfeita sintonia, e nunca me senti tão enciumada assim. Nem mesmo quando algumas mulheres caem encima de Paul.
Sou segura demais para sentir ciúme.
Mas era gritante a química entre as duas.
Se o pessoal antes não sabia sobre as preferências de Cosima, pode ter certeza, agora eles sabem.
Shay cantou sozinha até o final do refrão, então senti calafrios, senti minha calcinha molhar, senti o peso de seu olhar e o tom suave e ao mesmo tempo rígido de sua voz.
Cosima estava cantando lindamente. E eu não parava de sorrir.
"You're a door I can't close when I'm running late
When I see you I know that I'm tempting fate
I guess that I should move on with my life
Cause the state that I'm in is just not right
But I never met anyone who's loving made me so damn crazy"
Ah! Cosima, sei como você se sente.
Então o refrão chegou, ela cantou com uma vontade ardente para mim.
"Every little thing that you do
Every single word you say
Every time you looking away
You got me begging for more of you, more of you
Every time I'm ready to go
Every time I think I'm back in control
Something gets a hold of my soul
And I be begging for more of you, more of you"
E eu a olhava com a mesma vontade ardente.
Fim do capítulo
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