@mor.com por Carla Gentil
ALERTA: Mais vergonha alheia no caminho, renovem o antialérgico.
Capítulo 15
O olhar atônito do Dr Rafael não era muito diferente do de Sam, ao lado dele. Foi o que Laura reparou depois de tentar cumprimentar o sogro, perceber o recuo dele, constatar que estava com o “brinquedo” em suas mãos e o esconder atrás de si .
- Então... Como você me dizia... – ele falou pausadamente, olhando de forma
inquisidora para a filha.
- Pois é... Ela é... Parecia ser... Deu a impressão de ser... – respondeu sem desviar os olhos da morena furta-cor, sem achar que repetir as palavras tornaria a frase mais convincente para o pai. Não com Laura balançando o dildo nervosamente nas costas, como dava para ver pelo espelho.
- Ainda acredita? – perguntou o pai olhando, no que Laura acreditou ser, através dela.
Laura olhava de um para outro, esperava um veredito, acompanhando a conversa, tentando preencher as lacunas e compreender se ainda tinha alguma chance de não ser avaliada como um caso perdido pelo sogro.
- Err... – tentou dizer, mas Sam fez um sinal negativo com a cabeça, e ela logo
se calou.
- Painho, sabe que são provas circunstanciais... Não podemos condenar assim.
- Circunstanciais... Haja circunstâncias! – porém, frente ao olhar pidão da filha, concedeu: - Que seja!
- Então... Vou apresentar vocês...
- E ainda nem fomos apresentados! Deus me ajude!
- PAINHO! Por favor! – Sam pediu. - Rafael, meu pai... Laura, minha namorada – falou rápido.
Rápido demais para Laura, que embarcou na vontade de se livrar logo daquele momento, muito provavelmente o mais embaraçoso de sua vida, jogou o dildo no sofá atrás de si e esticou a mão para cumprimentar o sogro, que olhou pra mão dela, pra peça sobre o sofá... Com um ar indecifrável, ele só levantou a mão dizendo:
- Isso ai... – disse olhando para o dildo sobre o sofá. – Filha você não...
- PAINHO! – Sam respondeu ruborizando terrivelmente. – Apresento vocês outra hora – decidiu, praticamente o empurrando para fora. – Amo você – disse ao fechar a porta.
****
Meia hora depois, Sam bateu na porta do banheiro.
- Não tem ninguém, volta outro dia – ouviu a resposta.
- Lau... Abre aqui!
- Não posso!
- Não pode por quê?
Demorou alguns segundos pra voz desanimada de Laura se fazer ouvir.
- To com vergonha.
- Para com isto, Laura... Não foi nada demais!
- Mentirosa! Foi horrível!
- Foi... – começou a rir. - Foi é engraçado – gargalhava encostada à porta.
A porta se abriu.
- Rindo de mim, loira? – Laura perguntou olhando para baixo.
Sam não respondeu, estava contorcida no chão, gargalhando.
- Você está rindo... De mim! – Laura constatou muito indignada. E encantada com as covinhas suaves que se formavam nas maçãs do rosto de Sam, que estava num tom muito rosado, pelo riso.
Pegou-a no chão e carregou até a cama. Já bem próxima do colchão, falou:
- Agora você me paga – jogou-a na cama, e subiu sobre ela, prendendo-a com as pernas. Aproximou seu rosto e falou: - Vai continuar rindo?
Sam parou de rir por um momento, mas logo não se controlou mais:
- Vou! – respondeu já rindo.
Laura se inclinou até a mesa de cabeceira e tirou de lá uma algema que tinha deixado desembalada. Num movimento rápido, prendeu as mãos de Sam na cabeceira da cama.
- Agora vamos ver do que seus brinquedos são capazes – respondeu numa ameaça sensual, fazendo a hilaridade de Sam se converter imediatamente em outra emoção.
Tentou abocanhar os lábios que Laura passava rentes aos seus, mas ela os afastou, saindo de seu alcance.
- Não... Vou te mostrar – falou com um brilho selvagem no olhar. – Que tenho muito mais habilidades – com um gesto forte, rasgou uma das alças do vestido de Sam. – Que te fazer rir – falou retirando o tecido da frente de um dos seios que estavam preparados para recebê-la.
- Lau... – falou entre sussurros. – Vai ter que se esforçar muito...
- Demais...
***
Não se furtaram o direito, e o prazer, do “esforço”. Passaram dois dias praticamente sem sair do quarto. E quando saiam era para namorar no banho, ou na cozinha, no sofá da sala, na rede do terraço...
- Painho deve achar que você é algum tipo de maníaca, ou algo parecido...
- Reparei em algo assim depois do décimo sétimo torpedo que ele te mandou perguntando se estava tudo bem... – Laura falou girando a colher em sua xícara de café, sob o olhar atento de Sam.
- Não que ele não tenha motivos... – falou com um começo de riso.
- Não dá trela! Você sabe que não consegue parar de rir quando começa!
- Ai! Ufa! Não é fácil... – falou tentando se controlar.
Laura juntou ainda mais sua cadeira à dela, passou um braço em suas costas:
- Vamos lá, se concentre! Respira pela boca... Você consegue!
- Para, palhaça! – mandou.
Aproveitaram a proximidade para trocar mais um beijo, cheio de vontade, com gosto de café, cúmplice... Interrompido pela manifestação ruidosa do estômago de Laura.
- Isto só pode ser solitária – a loira cutucou ao se afastar.
Laura não respondeu a brincadeira, apenas olhou para ela com um ar apaixonado e ao mesmo tempo triste.
O paradoxo das emoções de Laura com frequência se manifestava. Cada vez mais intenso. Se cada um dos segundos que passavam juntas valia a pena ser vivido, cada um deles já não existia para ser vivido. Uma saudade profunda, repleta de um vazio incomensurável a assombrava à medida que se sentia repleta, preenchida como nunca sonhou estar.
- Que incrível... Amo você! – falou simplesmente externando o que não cabia dentro de si.
- Hum! Devo falar com mais frequência que você tem vermes?
- Palhaça! – falou saindo do estado de contemplação em que estava.
- Ei! Eu patenteei isto! Vai ter que pagar uma taxa...
- Ah, vou é?
- Vai sim... Assim que estes VERMES pararem de se manifestar – ficou olhando para Laura com ar de espera.
- Hum... Amo você...?
- Absolutamente romântico isto... – falou colocando um pedaço de bolo de rolo na boca de Laura. – Come... Isso! Fica bem fortinha que ainda quero me aproveitar muito de você – falou limpando o canto da boca com um guardanapo.
Laura amava momentos como aquele. Sam se concentrava, se abstraia em tudo que ia fazer. Era extremamente organizada, metódica até.
- Limpou direitinho? Não deixou nenhum farelinho pra tirar com um beijinho?
- Não, mas depois que você fizer o ritual do café, eu te beijo.
- Fizer o quê? – perguntou com um tom um tanto quanto agudo.
- O ritual do café: colocar um terço de café na xícara, três colheres de açúcar, girar a colher dez vezes pra cada lado, provar o café e colocar mais uma pontinha de açúcar, mexer mais dez vezes pra cada lado e tomar este café como se aquela pontinha tivesse feito toda diferença do mundo...
- Calúnia! Não faço isto! Você que é toda cheia de manias, não eu!
- Eu não tenho manias... – diante do erguer de sobrancelha da outra, desafiou: - Que mania eu tenho?
Laura esticou os dedos como se fosse enumerar.
- Começo com a forma que estica o lençol todas as vezes que a gente levanta, com as vezes que acorda pra olhar as horas no celular, pra forma que desenrola e estica os fios do secador...
- Para! Não... Não são manias, é só organização!
- Sei! E pode tirar o biquinho que eu adoro estas suas manias... – deu um selinho nela. – Hum... Precisa tirar este biquinho, não! – beijou de novo, um
selinho demorado. - Ain... Gostosinho!
***
No final da tarde, assistiam ao por do sol do quarto quando o celular de Sam tocou novamente.
- Não atende, perai! Vinte reais como é... Sogrão!
- Olha que menina esperta!
- Oi... Continuo viva... Não... PAINHO! Eu vou desligar! – ouviu mais alguma coisa e nem se despediu, desligou o aparelho.
- Pela sua cor...
- Painho não tem jeito! Você não podia ter mostrado “aquilo” pra ele, mexeu com a imaginação do velho!
As duas acabaram rindo, mesmo porque não tinha outra solução.
- Lau...
- Hum?
- Por que o teu celular não toca?
- Porque... Está desligado! – respondeu com um sorriso de quem descobriu a pólvora.
- Sério? Todos esses dias?
- Eu nem mexi nesta parte da mala, da bolsa, sei lá onde coloquei...
- Você não mexeu em praticamente nada da sua mala...
- Culpa sua que me mantém pelada!
- Verdade... – respondeu sorrindo feliz. – Você não avisou mesmo pra sua família que está aqui?
- Não... – diante do olhar de interrogação, explicou. – Eles estão acostumados com meus sumiços.
- Preciso me acostumar com isso também?
Laura pensou. Não sabia o que responder. Novamente a sensação totalmente desconhecida de não ter certeza sobre onde queria estar, do que queria fazer. Saber e querer se distanciando tanto... Sam apoiada em seu braço, olhava para ela em expectativa. Um olhar tão... Entregue!
- Vem, vamos visitar meus pais!
Fim do capítulo
A primeira impressão de Laura foi prejudicada na produção desse capítulo.
Comentar este capítulo:
Zaha
Em: 18/05/2017
Boa noite,Carla!Tudo bem?
Muito bom os dois últimos capítulos.Laura me mata de rir. Eu estava esperando o momento que ela ia sair com o dildo!!Nao posso com isso...é uma das melhores partes da história!! rs
Gostei das notas finais: Lembra o seriado rs. Boa ideia!
Laura sempre se saindo pela targente com as perguntas serias de Sam.
Se cuida,
Beijos
Resposta do autor:
Boa noite! Eu amo os disclaimers da série, imagina se não to na cola aqui, né!
Laura é uma palhaça! <o>
Sem cadastro
Em: 18/05/2017
Boa noite,Carla!Tudo bem?
Muito bom os dois últimos capítulos.Laura me mata de rir. Eu estava esperando o momento que ela ia sair com o dildo!!Nao posso com isso...é uma das melhores partes da história!! rs
Gostei das notas finais: Lembra o seriado rs. Boa ideia!
Laura sempre se saindo pela targente com as perguntas serias de Sam.
Se cuida,
Beijos
Resposta do autor:
Boa noite! Eu amo os disclaimers da série, imagina se não to na cola aqui, né!
Laura é uma palhaça! <o>
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