Capítulo 12- O passado
Passei o dia com Giovane, apesar de massagista ele entendia bastante de finanças e acabou me ajudando em alguns assuntos sobre a pousadas que somente contava com ajuda de Leo. Me distrai e consegui parar de pensar mais na Italiana, que não havia dado as caras durante o dia corrido. Minha única certeza era que não estava com Mari pois fiz questão de saber com Amália o paradeiro da guia e essa estava com um grupo de hospedes que queriam conhecer as diversas praias da ilha.
Já eram quase sete horas da noite, me despeço de Giovane alegando que tomaria banho e retornaria para que fossemos a um quiosque que ficava na praia do amor, ele queria conversar um pouco sobre o que havia acontecido para que retornasse para ilha.
Estava chegando a meu chalé, quando percebo a presença de Leonardo me esperando na entrada. Decidi que estava mais que na hora de termos a tal conversa do dia anterior, precisava por um ponto final naquele relacionamento para seguir em frente.
-oi amor, como está se sentindo hoje? Queria ter vindo cedo, mas tive alguns problemas pra resolver.
Já havia feito um discurso mental em como terminar com ele, mas caiu por terra quando esse se mostrou tão solicito. Porque ele não agiu como na noite anterior, seria tão mais fácil termos essa conversa.
-tudo bem, passei o dia com Giovane- vejo sua fisionomia mudar ao ouvir o nome de meu amigo.
-não sabia que ele já estava por aqui!
-já! e voltou pra ficar- outra vez demonstrar desgosto, como nunca havia percebido que Leo era tão intolerante. Acho que por nunca ter realmente observado nele- Leo precisamos conversar.
-o que está acontecendo Sabrina, faz dias que percebo você distante...
-vamos entrar, o que tenho a falar não pode ser conversado aqui, na porta da minha casa!
Assim que entramos Leo tenta me abraçar, mais me sai. Não queria que a situação fugisse ao meu controle, precisava falar enquanto a coragem ainda se fazia presente.
-temos que conversar sobre a gente, vamos nos sentar- aponto uma cadeira bem de frente ao sofá. Precisava ser sincera com ele e comigo. nosso relacionamento já havia se desgastado muito antes da Italiana chegar a ilha.
-como assim, conversar sobre nós?
-sei que sempre que precisei esteve do meu lado, me apoiou nessa situação que me encontro em relação a pousada, mais não é justo ficar com alguém só porque me sinto grata.
-como assim Sabrina, você sabe que te amo...
-mas meu gostar por você é de amigos, isso não é justo contigo.
-como assim, até uns dias atrás estávamos fazendo planos para construir uma vida juntos...
-você estava fazendo planos, sempre te falei que não me sentia pronta ainda para uma passo tão grande.
-você conheceu alguém não é? Quem é ele?
-não conheci ninguém...-Desvio meu olhar. Como meu amigo havia dito, não era muito boa de mentir, meus olhos sempre me denunciavam- eu apenas não acho justo te prender a um relacionamento, quando mesma não sei o que quero.
-foi só esse Veado chegar pra você ficar assim- fiquei chocada com a forma de Leo falar, ele nunca havia se referido a alguém assim, comecei a desconfiar que realmente não conhecia a pessoa que esteve comigo durante aquele tempo.
-não admito você falar assim de meu amigo- já estava perdendo a paciência, não admitia aqueles insultos, principalmente quando a pessoa em questão, não está ali pra se defender.
Ele percebendo que eu estava realmente, chateado se retrata.
-me desculpe! me entenda que é difícil pra mim aceitar, principalmente por já ter feito planos entre nos. Não quero terminar- ele parecia desolado- sei que está passando por um momento difícil e tenho cobrado de você um relacionamento mais sério, prometo que vou saber esperar o seu tempo.
-Não Léo, o melhor é terminarmos!
-vou te dar o tempo que precisa, só não quero te perder- ele me abraça apertado, meu coração se oprimi, uma sensação de impotência recai sobre meu corpo. Por mais que não o amasse, saber que ele sofreria por minha causa me causava dor no coração.
Quando ele se foi, fiquei ainda algum tempo parada, pensando nos acontecimentos da última semana. Me desperto com o vibrar do celular jogado em alguma parte do sofá.
-cadê você, não vamos sair? - era Giovane querendo saber por que estava demorando tanto, olhei para o relógio e me espantei, havia marcado de encontrar com meu amigo as 20:30 e já passava do horário marcado.
-me desculpa Giovane, estava conversando com Leo...-faço uma pausa ainda pensando em meu agora ex namorado.
-e...
-conversei com ele e terminamos, quer dizer ele acha que demos um tempo- minha voz saía lamuriosa- não sei se vou ser uma boa companhia hoje.
-Claro que vai, vamos sair pra beber e namorar um pouco-reviro meus olhos, meu amigo parecia não estar entendendo minha situação.
-acabei de terminar um namoro e você já quer me empurrar pra outro.
-estou falando no sentindo figurado, só iremos beijar algumas bocas- meu riso vem solto com as palavras de meu amigo, talvez fosse bom mesmo sair um pouco, não pra beijar como ele sugerira, mas pra conversar e tirar um pouco os problemas da cabeça.
-Tudo bem, em meia hora estarei ai com você.
-assim que se fala! ah vi a deusa conversando com a devastadora e pareciam bem intima.
-como assim intimas?
-elas conversavam bem próximas, acho até que marcavam alguma coisa.
Foi o bastante para o ciúme tomar conta de mim. Como a italiana tivera coragem na noite anterior, de lhe pedir pra não ter nada com Leo, sendo que esse era seu namorado e agora estava dando trela para Mari. Ouço a voz de meu amigo me chamando.
-ainda está ai Sabrina!
-me espera que daqui a pouco estou ai.
Desligo e vou tomar banho pra me arrumar, coloco uma calça colada preta e uma blusa de alça com feche do lado, que deixava meu busto provocante. Como íamos ficar próximo ao mar, achei melhor levar uma blusa de manga pra acaso esfriasse, calço uma bota de salto e vou encontrar Giovane que me esperava já na entrada da pousada com Amália a tiracolo.
-não consegui dissuadir essa aqui de não ir conosco-aponta para irmã, Amália estava linda em um vestido florido rodado, os filhos de Berta eram realmente lindos.
-então vamos que estou afim de beber hoje...
-Aleluia que minha amiga voltou- Amélia levanta as mãos pra cima como se agradecendo- verdade que terminou com Leo.
Olho para Giovane que fazia cara de paisagem.
-tu é muito boca mole, mal termino meu relacionamento e toda a ilha já sabe.
-auto La, toda ilha não!
-Claro que não somente eu, a mamãe, a Diana o Ivan sabemos- Amélia completa, não me aguento e caio na gargalhada, era muito bom ter aquela dupla de novo, porque se sozinha Amélia já me saia com cada uma, agora imagina com o irmão do lado.
Fomos no meu carro, como Giovane acabara de chegar a ilha ainda não havia resolvido tudo sobre sua mudança.
A praia estava agitada, tinha vários quiosques espalhado ao longo do calçadão. Alguns barres aberto do outro lado da rua. Aquele ambiente era diferente da praia dos sonhos, ali os casais iam pra curtir uma boa música, pra namorarem de forma mais carinhosa nas diversas barracas que tinha espalhada pela praia.
-onde vamos ficar? -Amélia pergunta.
-no quiosque do Bernardo-Giovane responde. Bernardo era um amigo de anos. Sua família vivia na praia dos sonhos, mas ele resolveu aventurar na praia do Amor, pois era ali que os jovens e casais procuravam local para uma boa noitada.
Bernardo ao nos avistar abre um sorriso largo, que era sua marca registrada. Falávamos quando éramos mais jovens que aquele sorriso conquistava até o mais ranzinza dos seres.
-Não acredito que minha sereia esteja por aqui- me abraça de forma calorosa- que cantos te trousse pra esses lado Sereia...
-foi esse tritão que voltou para nosso mar- falo. Sereia era o apelido que Bernardo havia me dado desde cedo, como gostava muito de nadar, ele falava que eu mais parecia uma Sereia naquelas aguas.
-quero ser sereia também- fala um Giovane afetado.
-pra que tu queres ser sereia Giovane? -perguntamos praticamente juntos.
-pra atrair os bofes lindos com meu canto- gesticula como se tivesse cantando, algumas pessoas próximas deveriam estar se perguntando: “por que aqueles loucos, não param de rir” era sempre assim com Giovane por perto.
...
Percebo a raiva no semblante de Sabrina as palavras de Amália, ela sai dali sem ao menos me dirigir a palavra “que culpa tinha de Mari perguntar por mim” penso no caminho de meu chalé, tudo bem que estava visível as intenções da guia em relação a minha pessoa, mais meus pensamentos ultimamente só tinham uma direção “Sabrina” que por sinal era comprometida, que direito ela tinha de ficar com raiva, se ela fazia questão de dizer que tinha namorado.
Assim que entro, escuto meu telefone vibrar, não estava afim de falar com ninguém, mas poderia ser meu pai ou tia Vivian querendo notícias, que por sinal fazia alguns dias que não dava.
-Bom dia tia Vivian!- cumprimento assim que olho no visor do aparelho.
-bom dia, esqueceu que tem família?!
-me desculpe tia, tenho andado ocupada conhecendo a ilha.
-que bom que está gostando. Como estão as coisas por ai, Pietra tem rondado pra saber onde você estar.
A imagem de Pietra vem a minha mente, tão diferente de Sabrina. O que mais me intrigava era que as mulheres que me envolvi até antes de Pietra, sempre tiveram o estereótipo dessa, que mais pareciam modelos. Com Sabrina era diferente ela tinha uma beleza fora do comum, além de me atrair de forma descomunal.
-não quero que fale pra ela onde estou!
-por mim ela não saberá nunca! Já até proibi seu irmão de comentar alguma coisa. Então o que está achando da ilha?
-aqui é tudo lindo, estou encantada!
-e a dona da pousada? - Tia Vivian parecia escolher as palavras todas as vezes que tocava no nome de Sabrina, Aquilo estava me intrigando- como ela está? Como ela é?
-me parece bem! Linda e bastante geniosa- lembro da noite anterior quando a tive em meus braços...linda, cheirosa, gostosa. Suspiro alto, do outro lado a linha tia Vivian pergunta intrigada.
-o que está acontecendo, que suspiros são esses?
-não é nada Tia...
-Giulia me fale a verdade, te conheço muito bem. Está acontecendo alguma coisa entre você e essa moça?
-não está acontecendo nada. Como estão as coisas por ai? - mudo o foco da conversa, não queria falar de algo que nem eu mesma sabia.
-tudo bem Giulia, só não quero que faça essa moça sofrer, acho que ela já passou e está passando por muitas coisas, pense nisso.
Ficamos conversando sobre meu pai que ultimamente andava teimando em voltar a assumir os negócios, enquanto eu estivesse fora. Ele não confiava em meu irmão o suficiente, dizia que Gigio ainda não tinha amadurecido o suficiente para assumir os negócios.
Na hora do almoço resolvo ir ao restaurante, não queria que ninguém desconfiasse que meu interesse na cozinha da pousada tinha nome e sobrenome. Sai de lá decepcionada, queria ao menos tê-la visto nem que fosse de longe. Como alguém que conhecia a tão pouco tempo já lhe fazia falta.
Resolvi dar uma volta na praia pra espairecer um pouco, precisava pensar sobre tudo aquilo que vinha acontecendo, desde o dia que aceitei ir para ilha dos sonhos a pedido de minha Tia. Já estava na entrada da pousada quando escuto alguém chamando meu nome, me viro e dou com Giovane que parecia afobado.
-oi Deusa...Giulia não é?- confirmo com a cabeça, havia simpatizado com o rapaz desde aquela manhã quando o conhecera. Vi o modo carinhoso que ele tratava Sabrina e parecia realmente se preocupar com ela, além de ser filho de Berta que sempre me tratou bem desde que cheguei a ilha- Você é Italiana Não é? Claro que é! da terra daqueles deuses morenos altos, que adoro.
O rapaz era engraçado, não conseguia responder a uma pergunta sequer, ele parecia fazer questão de perguntar e logo em seguida responder.
-estou esperando por Sabrina- ao ouvir o nome da outra, meu coração solta em meu peito-marcamos de sair à noite, preciso fazer com que ela viva um pouco- ele me olha parecendo me analisar-vamos a praia do amor, tem uns bares e quiosques que são ótimos para curtir e já falei pra ela, que não quero atraso do Leonardo por perto.
Sempre que tocava nome de Sabrina, Giovane me olhava acho que esperando alguma reação, comecei a desconfiar que ele havia percebido algo na hora em que fomos apresentado e meus olhos não abandonaram a figura daquele anjo.
-deixa eu ir procura-la! depois nos falamos- me beija o rosto e se sai, eu fiquei parada olhando o nada por algum tempo.
Sigo em direção a trilha que me levaria a praia, caminhava sem rumo pensando sobre a conversa com minha Tia. O interesse dela em relação a Sabrina desde o início achei estranho, mas como estava precisando me afastar não questionei, mas a insistência dela em saber da vida da dona da pousada era intrigante.
-que bom te encontrar, precisava falar com você!
Não havia visto Mari se aproximar, ela usava um shortinho de tecido e a parte de cima de um biquíni florido, a menina era realmente linda! Apesar do jeito atirado, mantinha um ar de sonhadora que denunciava menos idade que tinha.
- Amália me deu o recado, só que acabei me distraindo com algumas coisas e não a procurei pra saber o que queria, me desculpe!
-Tudo bem! Queria convida-la pra dar uma volta à noite, conhecer mais nossa ilha.
Lembrei do que Giovane havia falado, era uma boa desculpa pra encontrar Sabrina.
-Ouvi falar muito na praia do amor, que tem uns bares e boates muito boas pra quem quer se divertir.
-realmente, se você quiser poderemos ir. Tenho alguns amigos que moram próximos, se quiser podemos passar a noite lá. tem um barzinho do amigo da Sabrina com música ao vivo acho que vais gostar.
Bom minha intensão era encontrar Sabrina, e se o dono do bar era amigo dela, com toda a certeza a encontraria ali. Recomeçamos a andar, a garota até que era boa companhia, era alegre, brincalhona. Ela conta alguns casos de hospedes que passaram na pousada me divertia com suas descrições.
Quando estávamos voltando, sinto meu celular vibrar dando sinal de que havia nova mensagem, pego para olha-lo e o que li me deixou sem ação, deve ter demonstrado pois Mari me olhou preocupada.
-aconteceu alguma coisa?
Eu olhava a tela do celular tentando entender o que significava aquelas palavras.
*sei que está no brasil, precisamos conversar. Não irei sossegar enquanto não me escutar, ainda te amo e quando menos esperar estarei ai, você será minha novamente*
-aconteceu alguma coisa, até parece que viu fantasma!
A voz de Mari me traz de volta a realidade, Não estava ainda acreditando que Pietra havia descoberto meu paradeiro e conhecendo sua persistência sabia que mais cedo ou mais tarde ela apareceria ali de surpresa. E essa era uma surpresa que não queria ter!
-não fantasma, mas meu passado querendo me assombrar!
Fim do capítulo
boa tarde meninas!
passando para mais um capitulo da Ilha dos sonhos.
ate a proxima, bjss.
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