Free Yourself por Vieira
Capítulo 7 – Correspondência!
Clara dirigiu duas horas, como era noite quase não se via carros facilitando assim um retorno sem trânsito. Chegou em casa por volta de uma da manhã, guardou o carro, não pegou nada, faria isso quando levantasse na manhã seguinte – Quase me esquecia, tenho que avisar a Júh se não ela passa mal. Assim a médica tirou o celular do bolso e se jogou numa cadeira de tomar sol em seu quintal
"Já chegou o disco voador (rsrsrsrs)" Clara tomou um susto com uma figura conhecida a fitava poucos metros dali – Que isso homem de Deus? Pretendes me levar a óbito?! A médica fez cara de furiosa, mas logo esboçou seu melhor sorriso.
- "Descuipe-me Dotora", não esperava sua chegada hoje, me alembro que era daqui a dois dias... Disse um velhinho demonstrando confusão. Sr Tico era caseiro da médica desde que passou a morar ali pegou uma afinidade por ele assim que ele foi demitido do condomínio ao lado, não pensou duas vezes em contrata-lo, sabia que o homem era atencioso, prestativo, e um bom amigo, para ser mais exata, Clara o via como um pai. Sr Tico sempre fora preocupado com a médica, no início da sua vida profissional Clara sofreu bastante, tentando encontrar uma vaga em algum hospital, e queixava-se sempre ao homem que fora paciente e positivo dando aquele abraço paternal que ela sentia falta desde da morte dos seus pais em um acidente de carro. Era filha única e viveu com Sofia em um pequeno Apê que as duas dividia, até elas se formarem e Clara usou metade de sua herança para construir uma boa casa, e a outra parte entrou em associação com amigos da faculdade abrindo uma clínica que hoje tem um grande destaque na região. Tinha também Sr Dalva, mulher do Tico, aquela senhora roubo o coração da Clara, com aquele sorriso e cuidados maternal que Clara derretia a todo pedido da senhorinha, tinha Dalila e Dário os filhos do casal, Clara não gosta muito do moleque, o acha arrogante e rebelde, diferente de Lila que a têm como uma irmãzinha, Clara vive com cuidados na mocinha. Lila sofreu para encontrar um emprego, cursa Odonto, e precisava de grana para mante-se na faculdade, os pais pouco tinha para ajudar, assim Clara tentou pagar os gastos extras que a menina estava tendo, mas fora recusada sua ajuda, deste modo a empregou na sua clínica como sua secretária, pagando uma quantia além do salário médio daquela área.
- Precisei voltar Tico! A médica deu aquele beijo costumeiro no homem – Como está as coisas por aqui? Perguntou olhando ao redor.
- "Dotora" melhor não pode está, tudo como ver. Clara sorriu, adorava aquele jeito do Tico falar. Mas notou o olhar tenso do mais velho.
- O que está acontecendo Tico, sei que não fica com essa cara de cão mordido atoa. Cruzou os braços. O senhor tentou desvia do olhar fulminante da médica, mas ela o conhecia tão bem, que era quase impossível lhe esconder algo. – Abre o bico Tico, está me preocupando homem do céu. Falou mais impaciente do que o normal.
- Não se "avoroce" minha fia, é o Dário como sempre. Falou baixando a visão
- Novidade, fala me o que ele fez dessa vez? O homem a fitou tenso.
- Não voltou a dois dias... Falou num fio de voz – Achei que ele tivesse chegado, mas foi você! Clara preocupou-se, sabia que coisa boa Dário não estava fazendo.
- E ele disse pra onde iria homem?
- Disse "cuma" sempre - Vou ali com os parças, mãe" Num sei de onde ele tira esses "Parças". Sentou-se ao lado da médica.
- Sei não Tico, mas vamos fazer assim, está tarde, aposto que a Dalva tá com insônias nesses dias que ele ficou fora deixando a pobre da Lila tensa e atrapalhando-a nos estudos. Tocou no ombro do amigo – Se ele não retornar até amanha me prontifico para busca-lo com a Lila, tá bom assim? Tico a olhou com os olhos brilhando, amava aquela menina loucamente, era mais do que sua patroa era uma filha que a vida lhe dera.
- Tudo bem Clarinha, vou fazer isso. Deu um abraço no Tico e caminho para a casa, estava completamente destruída, precisava de um belo banho, cair na cama e matar a saudade do Pudim. Há Pudim é seu gato de estimação.
"Já chegou o disco voador (rsrsrsrs)" Júlia lia com um sorriso de canto a canto, estava no quarto da médica dormiria ali, sempre fora seu quarto preferido. "Obrigada por avisa-me maciana (Risos)" Adormeceu sentindo o cheiro de sua amada.
- Não, nã-n... Alice tentava falar em sussurros – Pelo amor de Deus eu não posso sair agora que cabeça dura, Nã-n. Foi bloqueada novamente, esbravejou-se – Tô indo, mas tenho que voltar logo, sabe que não posso deixar minha mãe assim sozinha. Desligou o celular, entrou no quarto onde Alexia dormia lindamente, pegou um casaco e um tênis, Alê mexeu-se na cama, Ali parou bruscamente com medo da mulher acordar e notar que ela iria sair, mas a outra apenas resmungou algo e abraçou o travesseiro ao lado – Essa foi por bem pouco! Alice sussurrou saindo do quarto, estava no portão da casa quando alguém tocou seu ombro – Aí. Virou-se colocando a mão no peito – Quer me matar Marcos? Mar que notou uma movimentação na saída da casa, apresou-se para ver o que era, notou Alice.
- Claro que não Ali, onde vai neste horário? Perguntou desconfiado. Alice abriu a boca e fechou várias vezes.
- Vou-vou-v... Colocou a mão na nuca. Marcos ergueu as sobrancelhas na espera de uma resposta. – Vou dar uma volta na praia. O homem estranhou.
- Agora? Está tão tarde para se dar uma volta na praia, ainda mais sozinha, está acontecendo alguma coisa Alice? A encarou sério.
- Briguei com Alê, preciso colocar alguns pensamentos em ordem, ficar presa aqui me deixa um pouco sufocada. Falou de uma vez só. O outro pareceu não acreditar muito.
- Tem certeza que é só isso mesmo?
- Sim Mar, porque mentiria para você? Sempre te falo tudo... Não o encarou.
- Tudo bem, quer que eu vá com você? Perguntou indo em direção a saída. A mulher o bloqueou.
- Não precisa Mar, tudo bem, preciso desse momento solitário por favor. Fez cara santa.
- Tudo bem, toma cuidado com os bandidos em?! Deu um sorriso e um beijo na amiga.
- Pode deixar. Assim ela saiu. Marcos não estava convencido disso, mas também estava com seus próprios demônios em mente, precisava ficar sozinho, pôr em ordem muita coisa, pensar no que fazer, aquelas palavras de Clara não saía de sua cabeça. – De fato garanhão, está com a consciência pesada. Sussurrou para si.
- Quão cabeça dura você é em Simone?! Já falei que não dava para vim, o clima na minha casa não está muito legal. Alice falava abraçando e beijando selvagemente Simone sua amante de um ano, tinha apenas vinte anos, não fazia nada da vida, era sustentadas pelos pais e por Alice que enchia de mimos e dava tudo que queria, bastava fazer aquele biquinho de gente pidão que Alice cedia aos encantos da moça.
- Amor, o combinado era ficarmos um tempo juntas aqui... Fez cara de raiva
- Amorzinho, não saiu como planejado tá? Não tenho culpa meus pais tiveram uma grande discussão, meus irmãos acabaram se atritando e um foi embora e precisei ficar para amenizar as coisas lá, sabe que sou a mais centrada de casa.
- Eu sei amor, mas estou com tantas saudades. Falou mordendo o pescoço da outra que estava com um grande tesão.
- Onde está seus amigos amor? Perguntou fazendo aquela cara de safada.
- Todos na balada que tá tendo bebê. Mordeu seu lábio inferior – O que está pensando Senhorita Bittencourt? Falou maliciosamente no ouvido da outra que era fogo puro.
- Que tal se eu te contar meus pensamentos lá em cima... Apertou um mamilo da morena que estava em seu colo e logo obteve um gemido.
- Adoro quando está em pura chama. A puxou e levou para o quarto do hotel que estava hospedada. Em casa Alexia dormia tranquilamente, Marcos agora estava velando o sono do seu marido "preguiçoso".
- Como pode me transmitir paz até dormindo? Sussurrou em seu ouvido. Doug mexeu-se de um lado a outro, murmurou qualquer coisa, aninhou-se em Marcos. Andrezza e Sofia dormiam grudadas, o sorriso da Soh era visível.
A noite para os demais transcorreu normalmente. Alice chegou em casa por volta das quatro da manhã, deitou do lado de Alexia que procurou seu corpo para fazer ninho, e adormeceu.
Aquele BIP do despertador de mesa invadia o quarto, Clara não pensou duas vezes jogou o relógio longe, resmungando palavras que talvez ela mesma não entendesse. Permaneceu mais alguns minutos com os olhos fechados, sentiu aquelas duas patinhas fazendo aquele carinho gostoso em seu abdome. – Pudim! Pensou. Abriu os olhos estava lá aquele azul mar a lhe fitar. Pudim era um gato da raça Sagrado da Birmânia, encontrou abandonado em uma ONG dessas de animais, tratou de adota-lo, notou o gosto peculiar do gato por Pudim, e o nomeou assim. – Vem cá gostoso da mãe, estava com saudade né rapaz?! Falava ainda com voz de sono. Depois de mimar muito o Pudim, levantou-se tomou uma ducha quente para despertar, colocou uma blusa manga longa casual e uma causa moletom, seu chinelo, mas estava utilizando meias, sempre tivera aquela mania, Sofia que ria da situação. Sentiu aquele cheiro gostoso invadindo o corredor era o café da Dalva que a fez apressar o passo. – Não sei como consigo sair de casa quando se tem esse café perfeito. Dalva que estava distraída virou-se rapidamente esbanjando aquele lindo sorriso.
- Ô minha menina, que saudade... Abraçou fortemente, Lila que tomava café bufo de ciúmes.
- Ela não passou cinco dias fora mamãe, contenha-se. Clara divertia-se com o ciúmes da mais nova.
- Eu também estava com saudades Dalva, desse café também, e dessa menina ciumenta. Beijou longamente as bochechas de Lila que abriu um sorriso, não existia mais qualquer sinal de ciúmes. Sentou-se ao lado, Dalva tratou de servi-lha – Dalva cadê o Tico?
- Está dando umas belas broncas no Dário. fez uma pausa para pôr o café na xícara da médica. – Onde se viu, sumir assim, sem avisar, sem repassar as informações necessárias para os pais, e depois chega como cara de cachorro de rua, quase enlouqueci, porque ele não retornava. Fez cara de brava
- Primeiro Dalva, você é a velhinha mais charmosa que conheço quando fica brava. Dalva Sorriu – Segundo, já lhe disse para falar sério com o Dário e lhe impor tarefas, ele bem já podia ter um emprego e ter responsabilidades, coisa que a Lila é mais nova e tem de montão, vocês dão vida mansa ao Dário e ele ama isso... Tomou um gole daquele café.
- O "homem da casa" não pode se esforçar que já sente alguma coisa Clara. Dalila falou ironicamente.
- Vocês duas, já chega! Dalva falou séria. – Eu sei Clarinha irei tomar as providências, depois dessa o Dário não me escapa. Esbravejou-se. O café da manhã terminou animadamente com o bom senso de humor de Clara, logo Tico apareceu e todos continuaram jogando conversa fora. Clara queria sempre manter esse relacionamento, não tinha essa de que por ser um empregado deveria existir patamares entre eles. Não tinha isso para Clara. Dalila foi a primeira a sair, tinha que ir para faculdade
- Clarinha peguei todas correspondências que chegou na clínica para você, coloquei todas na mesa do seu escritório. Deu um beijo nos pais e em Clara, saiu.
- Bom, deixa-me ver se há algo importante. Clara fez o mesmo que Lila, e retirou-se para o seu escritório. Jogou-se no sofá Pudim logo pulou em cima dela. Começou a folhear-las, viu uma que chamou sua atenção. Abriu e leu com muita atenção.
- Bom dia pessoal! Falava Alexia chegando na cozinha acompanhada da mulher, os demais já tomava café. – Bom dia. Falaram igualmente.
- Gente será que a Clarinha chegou bem em Sampa? Perguntava Sofia, fazendo expressão de preocupada.
- Sim Soh, ela me mandou uma mensagem assim que chegou lá. Alice fixou seu olhar na Júh, mas fora repreendida por sua espoja, para que não comentasse nada.
- Mandou para você mas não mandou para mim. Ta certo então! Sofia falava com magoa na voz.
- Amor, por favor vamos começar o dia bem. Clara tá bem, e é o que importa. Drezza falou abocanhando uma fatia de pão.
- Tem razão minha vida. Beijou de leve seus lábios.
- Pelos Deuses, como consegue ficar nesse grude a essa hora? Perguntava Marcos carrancudo.
- A vá catar lata Marcos. Disse Sofia.
- É amor, deixa elas, vem cá deixa eu te beijar também, isso só pode ser inveja... Douglas o beijou, todos gargalharam.
- Praia pessoal? Júh perguntou.
- Claro! Todos responderam.
- Afinal, mais tarde estamos retornando, só nos resta aproveitar hoje. Alexia falava tristemente.
- Que isso amor, quando der voltaremos minha linda. Alice falou entre sorrisos. Alexia a beijou.
Clara andava de um lado a outro – Dalva. Continuava andar... Nada de respostas – DALVA, Pelos infernos, cadê você mulher?! Dalva apareceu aflita na porta do escritório.
- O que está acontecendo Clarinha? Que gritaria é essa? Colocou a mão no peito, estava com cara de assustada. Clara notou o que tinha feito. Sorriu.
- Desculpe-me Dalva, não queria assusta-lá. Dalva apenas sorriu. – Dalva alguém me procurou nesses dias que estava fora? Dalva pareceu procurar recordar-se, ficou em silêncio.
- Há, bem lembrado minha menina, aquele homem, o Sr-Sr... Ficou pensativa.
- Antunes Dalva, Antunes! A mulher pareceu recordar.
- Sim, Sr Antunes veio duas vezes aqui, pedi para lhe procurar por ligação, pois estava paras bandas do litoral. Mas ele falou que somente pessoalmente.
- Obrigada Dalva. Vou sair, retorno para o almoço, tudo bem? A velhinha sorriu.
- Sim Clarinha. Clara a beijou e aprontou-se.
Notou que Tico tinha tirado as coisas do carro, sorriu com os cuidados daquele homem. Deu ré, e caminhou-se ao consultório de Antunes. Estacionou, pediu para a recepcionista informa-lo de sua presença, não tardou logo estava com o mais velho.
- Antunes raposa velha, continua roubando muita freguesia?! Disse dando-lhe um abraço. Ele era seu ex professor, tinha uma amizade incomparável com aquele médico rabugento, ela fora a única que passou de primeira em sua disciplina, por isso era temido, mas Clara o conquistou, ganhando assim aulas extras quando estagiava com ele em um hospital público daquela região.
- Olha como fala comigo Dra Clara. O velho sorriu. – Que menina mais difícil de encontrar.. Sentou-se em sua cadeira, Clara fez o mesmo sentando em uma das cadeiras que ficava de frente a ele.
- Estava precisando curtir o feriado... Pousou os pés na mesa do médico, que a encarou, mas sorriu com tamanha liberdade. – Mas não vim aqui fofocar sobre minhas farras, não dessa vez! Gargalhou – Eu aceito. O homem a encarou, achava que seria impossível fazer Clara ceder a uma coisa daquelas.
- Sem resistência? O que aconteceu com você nesse feriado mocinha? Clara sorriu.
- Acredite, isso me caiu como uma válvula de escape. O homem a analisou por segundos.
- Pois bem, vamos aos detalhes. Nisso ficaram algumas horas conversando. Retornou para o almoço como prometeu a Dalva. Foi descontraído por sinal.
- Gente eu estou mega cansada quero um banho e capotar na cama. Falava Andrezza saindo do carro. Marcos, Douglas, Júlia, Alice e Alexia já estavam em pé na rua, essa era a vantagem de morar perto. Ficaram falando mais algumas coisas, quando avistaram Tico, saindo com um balde de água para jogar nas plantas de fora da casa de Clara.
- Olá Sr Tico a Clara está? Sofia perguntou, atraindo o olhar da mulher. – Quê? A encarou, nada foi respondido por Drezza.
- Não minha fia, Dra Clara viajou. Falou o homem colocando calmamente a água nas plantas.
- Viajou?! Todos falaram na mesma hora, se entreolharam.
- Mas para aonde Sr Tico? Sofia continuou. O homem colocou o balde na calçada aproximou-se das pessoas.
- Minha fia, num posso te dizer pra onde, pro mode que ela não disse, só falou que iria passar algum tempo fora... Pensou o homem – Tempo não, alguns anos. Aquilo atingiu de cheio todos, principalmente Sofia. – Pobre Dalva, tá nos prantos até agora, ama demais aquela "minina". Sofia engoliu seco.
- Só pode ser brincadeira Sr Tico... Sofia falou em um fio de voz.
- Num brinco com coisa séria não, Clarinha recebeu uma carta, saiu rápido e voltou com essa viagem, segundo a Dalva me falou. Clara tava toda misteriosa.
- Okay Sr Tico obrigado pelas informações, vamos entrar acabamos de chegar de viagem e estamos muitos cansadas... Andrezza tomou a frente antes que o assunto prolongasse.
- Tudo bem minha fia... Boa noite para vocês. O homem pegou o seu equipamento e adentrou em casa.
- Quando falo que Clara é doida, vocês fala que eu tenho marcação com ela! Alice deu de ombros andando para casa. Júlia apenas a seguiu. E todos logo estavam em suas respectivas casa.
Fim do capítulo
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