Free Yourself por Vieira
Capítulo 6 - O outro lado da moeda.
A tarde chegou, com ela a preguiça afetava geral. Na sala encontrava-se os casais excerto Júlia, estava na piscina jogando no PC, Clara estava acordando e pegou o celular para conferir as mensagens do dia – Nada de novidade, sempre as mesmas coisas! Essa operadora não para de me cobrar, eu vou colocar créditos, só não sei quando! Que saco! Ela levantou e seguiu para tomar uma bela ducha.
Na sala estava tudo tranquilho, todos bem acomodados com seus pares, assistindo um filme mais antigo do que a segunda guerra mundial. Marcos encontrava-se mais pensativo do que o costume, um olhar perdido, uma vez ou outra olhava para as escadas que levava ao andar superior. Doug se incomodou com o jeito do marido e questionou – O que foi Marcos, desde que você chegou do desfilhe anda assustado, não para de olhar para a escada, e fica aí no mundo da lua, introvertido hoje, eu em?!
- Desde quando o Marcos é extrovertido Doug? Pergunta Júh entrando e sentando em um Puff qualquer.
- Hoje ele tá demais, credo! Doug levanta e vai ao balcão pegar mais suco para ele e pro marido.
- Eu não sei de onde você fica criando essas coisas amor, tô normal, só um pouco cansado de ontem, e o barulho instalou-se em meus ouvidos até agora, sempre acho que alguém está descendo a escada... Marcos fala sério. Nisso Clara vem descendo a escada cantarolando, ela olha para todos que já tem a total atenção nela e dar de ombro, pegando um copo com água na cozinha e se dirigindo pra parte da piscina.
- Tudo bem Marcos? Ela pergunta. Ele logo fica pálido. Não passa despercebido pelo marido.
- O que você têm Marcos?! Tá suando, está pálido... Doug fica preocupado com o marido.
- Não é nada, eu estou bem sim Clara, e você como está? Ele pergunta sem a encarar, e para a surpresa de todos que estavam na sala, Marcos e Clara se cumprimentando? Qual parte do filme a maioria ali dormiu?!
- Se precisar de algum remédio me procura, vai que posso te ajudar... Então ela saí sorrindo ironicamente, e o deixa furioso.
- Que menina mais idiota. esbraveja olhando fixo para TV.
- Calma amor, ela apenas ofereceu os seus serviços, ela é médica, se você tiver sentindo alguma coisa é melhor deixar ela ver ai em?! Douglas fala encostando a cabeça no peito do marido, que logo saí.
- Não preciso de nada, vou dar uma volta, respirar um ar e logo volto. Ele dar um selinho no Douglas e vai em direção a outra porta oposta com a de Clara, mas que dava para ir ao mesmo lugar.
- Que coisa mais estranha gente, Marcos e Clara, estranhos assim? Pergunta Alexia levando a mão ao queixo
- Acontece né?! Fala Júlia se divertindo com a cena que se passou.
Sofia e Andrezza observaram tudo porém, nenhuma comentou nada.
Na piscina Marcos senta ao lado de Clara que estava tomando sol e bebendo qualquer refri. Ela o olha com cara de interrogação mas prefere não comentar nada.
- Eu já acabei tudo! Marcos sussurra.
- Oi? Clara entendeu, mas queria ouvir ele repetir só para ter um gostinho de saborear o erro dele.
- Eu tô falando que não existe mais nada entre mim e o Gabriel. Ontem coloquei um fim naquilo tudo.
- Que bom Marcos, ai vem a parte que fala para o Doug...
- Que ? Por que eu falaria? Não existe mais nada, vou estragar meu casamento por uma besteira passageira... Nesse tempo Clara levanta tira o óculos e o observa atentamente.
- Marcos nada contra sua decisão, mas não acho que seja uma coisa boa a se fazer, se algum dia essa história explodir, as coisas vão ser bem piores, e pelo que sei isso ainda estava no começo. Sei que o Dooug não vai aceitar, também não aceitaria! Mas como você irá deitar todas as noites e olhar, trans*r e dizer que ama aquele cara sabendo o que você ta encobrindo? Você se sente bem com isso? Por que eu não conseguiria levar um casamento construído em cima de mentiras, elas são fracas e depois que caí leva todo o concreto acima delas... Clara voltara deitar na cadeira.
- Você não vai entender nunca, nem pode, nunca teve algo sério, nunca amou alguém, como pode falar assim? Não sabe como é a vida de casado, das necessidades humanas, você é apenas mais uma garota incon... Não deu tempo do Marcos concluir, ela o atrapalhou.
- inconsequente que leva a vida a pagode, e que apronta todas e faz o que quer, sem pensar no amanhã, blá blá blá, vocês não enjoa não? Sempre o mesmo CD sobre mim, é a vida de vocês que ta um pagode, possa até ser que metade das coisas que você disse seja verdade, mas pelo menos eu não preciso enganar mulher alguma, nem iludir alguém, uma noite de sex* tá ótimo, se for maravilhoso, repito sem problemas, não me relaciono, por que eu já fiz isso, para você que não sabe, e que fique ciente, ninguém aqui me perguntou se eu já tive algum relacionamento sério, sabe o que eu deixo saber e o que faço, pelo menos não ando escondendo nada de ninguém... Marcos estava boquiaberta com o discurso da médica, resolveu sair e deixa-lá, ficou pensativo sobre o comentário da vida amorosa dela, antes de conhecer todos.
- Amor preciso ir ver um cliente daqui... Diz Alice
- Ué, que cliente é esse que eu não conhecia?
- A Alexia, eu esqueci de comentar, o Sr Tomás, daquele mercadinho na esquina do restaurante, ele tá pensando em ampliar o mercado dele e ficou sabendo que trabalho na área e pediu para mim ir ver como poderia melhorar... Alexia ficou meia chateada, achava que ia passar o dia todo grudado na mulher, ela sempre com esses clientes que surgem do nada.
- Tudo bem, se cuida mô. Dar um beijo na mulher
- Pode deixar gatinha, encontro você mais tarde. Assim que Alicia saí pega o celular e disca algo, não nota que Clara está indo em direção a porta de saída.
- Oi, tô indo, Calma, tá, tá, tá, eu compro meu amor, tudo que você quiser... Ela desliga e quando vira-se nota Clara. – Que susto garota, virou fantasma agora?
- Eu não Alice, você que estava concentrada em sua ligação que não me viu chegar. Clara fala olhando-a curiosamente.
- Que se dane! Assim Alice saí desconfiada, preocupada por imaginar que ela ouviu tudo, mas a moral de Clara com o pessoal da sala está tão baixa que ela não se importou muito. Clara entra e passa por todos que a penetra pelos olhares, segue em direção a escada, quando ouve a Alexia chamando – Senta aqui com a gente Clarinha, o filme é massa, tá no final, mas é bom! Ela rir de seu comentário, Clara sorrir.
- Obrigado Alê, mas tenho um compromisso... Assim Clara sobe para o quarto e troca-se para sair. Andrezza olha para Alexia com um olhar de reprovação...
- Que? A para Dezza, eu gosto da Clara, ela pode ser louca e fazer coisas mais loucas ainda, mas ela é gente boa, devo admitir, tem um senso de humor forte, e todos rir quando está na presença dela, nunca vi ela tristonha...
- A tá bom então, se você acha isso.., Diz Andrezza dando de ombros, o olhar de Sofia, fica em algum ponto invisível. – Amor, o que foi?
- Sabe a Alexia tem razão, acho que peguei pesado falando aquelas coisas com ela...
- Vai dar pra trás agora?! Isso passe a mão na cabeça da Clara Kings sempre... Andrezza fala cruzando os braços.
- Eu não estou dando para trás, muito menos passando a mão na cabeça dela, estou confirmando o que Alexia disse, sobre ela, e devemos ser sinceras, Clara é a melhor pessoa que conheci na vida, sempre esteve comigo nos momentos bons ou ruins, e nunca me disse um não.
- Há lá vem você com o papinho da amizade do ensino médio, meu, caí na real, você é casada e tem uma família para cuidar! Diz Andrezza passando a mão na barriga o que gera surpresa em todos...
- Eu-Não-Acredito! Diz Sofia, eufórica – Amor, é verdade mesmo? Sofia já está dando pulinhos.
- Que? Gente como assim? Doug pergunta incrédulo.
- A gente tá tentando alguns meses, mas não contamos a ninguém para ser surpresa. Drezza vira-se para Sofia que é puro êxtase – Não é nada oficial amor, mas tá atrasada e eu ando tendo algumas tonturas e vontades de vomita, muito sono e dores de cabeças... Andrezza diz entre sorrisos. Todos na sala começam a gritar, Clara que vem descendo a escada estranha a reação de todos, mas não pergunta, quando toca na maçaneta, escuta Sofia grita.
- Amiga eu vou ser mãããããe... Clara que estava abrindo a porta, para e não se vira, após alguns segundos processando a informação, ela olha para Sofia que está toda ansiosa esperando a reação da amiga.
- Pô Sofia, que legal, parabéns! E saí. Todos ficam se perguntando o que aconteceu, Sofia que estava de sorriso largo, agora resta uma cara fechada, ela olha para todos na sala.
- Alguém pode me explicar o que aconteceu aqui?
- Hi, isso foi sério mesmo Soh... Diz Alexia.
- Sério? Que sério? Ela não pode agir assim, esse é o momento mais importante da minha vida, e ela simplesmente me diz "que legal, e parabéns" Não foi assim que combinamos... Diz Sofia sentando ao sofá ao lado de sua mulher.
- Calma amor. Ela tenta acalmar a mulher que se encontrava decepcionada.
- Acho que muita coisa não está saindo como o combinado Soh, fica calma ai, ela vai ceder...
- Pô cara, que besteira essa, ela não pode entrar nessa de que foi sério Doug..
- É, mas vamos aguardar, e deixa eu dar mais uns gritinhos que eu vou ser tio... Logo aquele clima ruim despeça pela sala.
Clara estava meia zonza com a informação que Sofia acabará de passa-lhe, estava dirigindo devagar e olhando o mar quando dava.
- Agora que ela não solta aquele mulher mesmo, que idiota Sofia, caindo na lábia da Andrezza em formar uma família, como essa criança vai crescer? Ditadora igual a mãe? Clara pensa em voz alta, até que algo lhe arranca de sua conversa consigo mesma. – Que? A para mano, tá ficando muito estranho... Clara estaciona o carro no acostamento, perto da orla da praia, levanta o óculos para conferir bem o que via... Sim era Alice nos maiores pegas com outra. – Que loucura essa, esse povo deve ter sérios problemas. Ela ficou ali alguns minutos, pegou o celular tirou foto e gravou algumas partes, não tinha noção do que iria fazer, mas era melhor se previvir. – Então é ela sua safada, cretina enganado a gata da Alexia. Pensa Clara.
A noite logo chegou e todos estavam em volta da piscina cantando canções antigas, mas boas! Clara chega e como sempre vira alvo, os olhares misteriosos a seguem até ela adentrar a casa e se dirigir até a cozinha, ela abre a geladeira e pega água, quando fecha, quase caí para trás, Sofia está parada com os braços cruzados. Clara a olhar com um olhar de espanto.
- "Pô cara, que legal, parabéns" Sofia fala pausadamente – Eu vou ser mãe, e tudo que você consegue me dizer é isso?
- Qual é Sofia, falei alguma ofensa? Alguma coisa que não é conforme a música? Clara fala cruzando seus braços com um olhar desafiador.
- Para com essa besteira, esquece mano, passou, ninguém lembra disso...
- Eu lembro dessas "besteiras' Interrompe a médica. – E a proposito Sofia, meu advogado em breve entrará em contato com você para resolver como ficar está casa, se você tiver um bom preço a pôr, eu vendo a minha parte de boa, caso não ele vai te oferecer alguns valores... Clara continua com o olhar destemido para amiga.
- Que? Que palhaçada é essa Clara? De onde você tirou isso? Eu não irei comprar nada e nem vender, essa casa é parte do nossos planos...
- Planos? Temos planos? Há, verdade os planos conforme a música que você tem agora, não ou melhor... Clara para um pouco e se volta para a amiga. – Planos que sua mulher mudou.
- Meu que coisa, isso nunca vai ter fim, você e Andrezza não podem viver como uma família? Precisa disso tudo? Sofia começava aumentar a voz, o que chamou atenção de todos, e os mesmo entraram na casa... Clara olhou para todos.
- Hi agora o circo tá completo! Olha Sofia, não irei mais discutir com você estou indo embora amanhã, tudo bem?! Ela olhou para todos que manteve-se calados – Vocês podem ficar a vontade sem minha presença! A médica olha a amiga – E como já disse meu advogado entrará em contato com você em breve e resolver tudo o que tem de ser resolvido. Quanto sua reclamação do meu comportamento eu realmente estou muito feliz, desejo muita saúde para essa criança e felicidades a você e a você também Andrezza toda felicidade, agora se me derem licença. Clara moveu-se para sair mas logo foi surpreendida por Sofia que saiu socando seu rosto e rosnando como um cão bravo em cima dela, todos correram. Marcos segurou Sofia.
- O que você pensa que está fazendo ? Gritava Sofia.
- Porr*, que isso? Tá escrito que todos podem me agredir? Tá ruim as coisas por aqui, foda-se Sofia, eu vou embora agora mesmo. Saiu da sala deixando Sofia se debatendo nos braços do amigo e jorrando várias palavras, mas Clara nem ouviu nada, saiu veloz.
Clara começou a tirar tudo que tinha no closet, pegou as malas, foi colocando livros e objetos, depois algumas roupas e foi recolhendo tudo. Pegou documentos e algumas chaves. Nisso Júlia chega.
- O que você está fazendo?
- As malas, não é obvio?!
- Não estou me referindo a isso...
- Há, então é ao que?
- A amizade de vocês Clara, como você deixou chegar nesse nível de finalidade? Júlia senta na cama.
- Ela que deixou a muito tempo, eu que venho mantendo tudo, engolindo tudo por ela, e ela nunca pensa no meu lado, sempre agindo como um cachorrinho que faz tudo que a dona quer, aquela ditadora do caralh*...
- Andrezza é legal, só não gosta de suas ati..
- Não começa Júlia, por favor, eu não vou mudar meu jeito de ser, por causa de uma psicologazinha, que acha que tudo que ela diz é certo, e que a vida é feita de padrões, merd* não ver o mundo que vivemos? Religião, política, economia, mercado de trabalho, globalização, tudo isso é feito para nos deixar presos e acomodados, e além disso seguir esse estilo de vida que a Andrezza me propõe, o que eu vou ser? Eu mesmo ou um fantoche dos sistemas em modo geral? Eu sou feliz assim tá? Sempre trabalhei e batalhei ao lado da Sofia, encaramos a vida de um modo que nenhuma amizade já fez até hoje, conseguimos chegar onde queríamos, para ela fazer isso, destruir tudo por causa de uma qualquer? Clara já falava aos berros. Sentou-se no sofá, tentando se acalmar, Júlia se aproxima.
- Calma Clarinha, eu tô aqui, eu te entendo, sei perfeitamente que você é feliz assim não te julgo, nem censuro sua vida, concordo em relação ao mundo hoje, mas a Andrezza não é uma qualquer é a mulher que ela escolheu para viver. Júh começa a passar a mão pelos cabelos de Clara.
- Veja bem. Clara pegas as mãos da Júlia, que é notável seu nervosismo por ter aquele contato – Eu apoiei esse namoro, eu fiquei com ela no telefone reclamando várias e várias noites da Andrezza não corresponder a ela, eu fiz estrategias com ela para conquistar a mulher que ela está hoje, eu não tenho nada contra ela, ao contrário ela que tem tudo contra mim... Acho que precisamos colocar essa bagunça toda no lugar e dar tempo ao tempo. Clara puxa Júlia que já está entre lagrimas e beija na testa – Você é incrível Julinha, eu sinto muito por tudo que te faço passar, espero que possa me perdoar algum dia, mas eu não estou pronta para um relacionamento e também não sou tão cruel a ponto de entrar de cabeça em um contigo e te fazer sofrer, por que eu não irei mudar, e se isso acontecer um de nós estará amando por dois, e um de nós vai sofrer por dois, e eu não sou assim. Conclui Clara soltando Júlia que já estava melhorando do seu choro.
- Tudo bem Clara, eu não tenho em que te perdoar, não é culpada por nada do que sinto, e agradeço por ter essa consideração por mim.
- Toca a vida em frente, eu torço por você minha gatinha... Clara sorrir e continua arrumando as coisas.
- Bom, então deixa pelo menos te ajudar! Júlia começar arrumando outra mala.
As coisas no andar de baixo está a menos agora, Sofia estava mais tranquilha, Andrezza estava ao seu lado fazendo-lhe carinho, quando ouvem passos atropelados de pés e malas na descida da escada, Júlia e Clara surgem. Clara segue sem olhar para o lado e Júlia apenas os encara... Sofia continua vendo toda a movimentação sem mover um cílio, logo Clara passa apressada e pega o restante das coisas. Lá fora ela arruma tudo dentro do carro.
- Tem certeza que vai dirigir nesse horário até a capital Clara?
- Tenho sim Júh, não se preocupa, te passo alguma mensagem quando chegar lá para você não ficar preocupada.
- Se puder vou agradecer demais. Ela confirma timidamente. Clara sorrir com o jeito meigo dela.
- Linda. Bate em seu queixo. – Obrigada por tudo, agora preciso pegar a estrada, nos vemos quando retornar. Clara fala dando um abraço e beijo costumeiro na testa de Júlia.
- Vamos nos ver mesmo?
- Como não nos veria?! Moramos na mesma rua... Clara rir.
- Verdade! Júlia fica vermelha.
- Tchau linda.
- Tchau, boa viagem e cuidado.
- Podexá. Clara conclui animadamente.
- Ela pode fazer o que quiser eu não me importo mais. Sofia falava seriamente.
- Pois é amor...
- Soh, me tire uma duvida... Fala Marcos, arrancando olhares de todos, até da Júlia que ia chegando entre eles.
- Sim Mar, pode perguntar.
- O que houve com ela no passado para ela ficar tão revoltada com a vida...
- Você quer saber em sentido amoroso?
- Sim!
- Nossa, nunca me perguntei isso... Doug fala pensativo.
- verdade, nem eu! Alexia afirma.
- Mas fala ai Soh, até eu fiquei curiosa. Júlia fala
- Sem duvidas você é a mias curiosa. Alice fala ironicamente.
- Para amor, deixa a Júlia.
- Tá, Fala Soh.
- A gente, não sei se ela ia gostar que eu compartilhasse isso com vocês... Sofia fica pensativa.
- Há, ela quer compreensão, precisamos saber do que houve e tentar entender o lado dela. Marcos Fala.
- Verdade gente, concordo com meu marido. Doug dar um selinho nele.
- Tá! Sofia confirma – Ela conheceu uma menina na escola quando entramos, elas começaram a namorar, e a Clara fez de tudo por essa garota, que eu realmente achei que iria sair casamento, era um amor que meu, nunca tinha visto antes... Alice atrapalha
- Pela parte da Clara?
- Por ambas Alice! Elas namoraram quase todos os anos que estivemos lá, e sempre foi aquela coisa, muito amor. Eu amava ver elas juntas, mostrava que o amor ainda existia, e que estava vivo e minha melhor amiga, vivia ele. Fomos para nossas defesas de TCC's, ela estava lá, ansiosa por que essa menina não chegava, e eramos uma dupla, precisamos nos concentrar nosso futuro estava nas nossas mãos. Então eu fiquei acalmando ela até que por fim nossa vez chegou e junto com ela a bendita da menina, Clara ficou só sorrisos, e eu já estava aliviada, iriamos apresentar bem o trabalho. Só que algo estava no ar, no meio da apresentação a menina saiu e fez sinal para uma amiga da gente mostrando um papel, Clara ficou preocupada, mas manteve o foco, eu realmente achei que ela ia ferrar com tudo, mas não, ela mostrou o quanto tem compromisso e é profissional, e assim que a defesa acabou, recebemos a nossa nota, por sinal fechamos o trabalho, era a primeira das duplas que fechava algum trabalho desde quando começaram as defesas, então ficamos muito felizes, gritávamos e pulávamos loucamente pelos corredores, a formatura estava tão perto, o maior obstáculo fora concluído, então Clara correu para pegar o papel, a galara estava esperando ela para irmos a um barzinho, iriamos passar a noite comemorando, eu vi de longe a expressão que a Clara fez, ela parecia que tinha acabado de receber um tiro, às lagrimas corriam do seu rosto sem controle, então mandei a turma seguir e corri ao seu encontro...
- Meu Deus, o que foi que aconteceu? Perguntou Alexia perplexa pelo enredo da historia.
- Calma, deixa ela continuar amor.
-Ta!
- Então quando cheguei perguntei o que houve, ela não respondeu, ficou olhando para um buraco que tinha na parede, perguntei novamente e ela não me respondia, peguei aquele bilhete e comecei a lê-lo.. – O que tinha ? Pergunta Júlia curiosa.
- Não atrapalha Juh. Diz Doug
- Tinha exatamente isso "Agradeço por tudo que fez por mim, você foi a pessoa mais incrível que já conheci, toda sua proteção e seu amor, eu lembrarei sempre, de tudo que passamos também irei lembrar, só que preciso seguir a vida, não a amo mais, essa vida não é certa, é errado um amor entre duas meninas, e só agora vejo isso, minha família, me abriu os olhos, e ele então chegou em minha vida, eu posso aprender a amar ele assim como aprendi a te amar. Não me procure, e parabéns pela sua formatura." Todos estavam calados, chocados com o conteúdo que Sofia acabava de esclarecer.
- Gente eu não acredito, que menina mais filha da puta essa! Alexia falava cerrando os dentes. Marcos e Alice se entre olharam, e Doug ficou olhando para Sofia.
- E aí, o que aconteceu mais? Perguntou Andrezza.
- Bom, ela continuou calada, acredito que estava absorvendo o choque daquilo, até eu estava, não tinha palavras para ela, somente meu ombro amigo, e assim o fiz, ela me abraçou e chorou por horas. Todos estavam loucos atrás da gente, e eu tentava amenizar a situação. Clara havia parado de chorar depois de duas horas, seu rosto estava inchado e seus olhos estavam fechados, nenhuma palavra foi trocada entre a gente, eu acompanhei ela até sua casa, e a única coisa que ela disse foi "Falou" eu tive medo de deixa-lá sozinha, então dormir com ela, liguei para meus pais, e avisei que aconteceu algo e eu precisava ficar na casa dela, já era de costume dormir uma na casa da outra, então eu dormir lá, eu sabia que ela queria ficar só mas não ponderei, tinha muito medo dela fazer alguma besteira, e ela chorou bastante, quando o dia estava amanhecendo não havia mais lagrimas a se chorar, e ela simplesmente resolveu falar, e começamos a conversar sobre isso, ela não acreditava, e nem eu, ela tentou ligar algumas vezes, mandou mensagens e tudo para a menina, mas nada, um total fracasso, a menina já havia defendido o seu tcc e não apareceu na formatura, foi a degradação dela...
- Meu que barra... Doug disse.
- Não esperava uma historia dessa vindo dela. Alice falou meia surpresa
- E como ela entrou nessa Soh? perguntou Alexia.
- Demorou demais para ela conseguir superar a menina...
- Quanto tempo? Perguntou Marcos. Sofia ficou olhando para o lado e respondeu pausadamente,
- De fato ela nunca superou, isso que ela faz é a prova de como não superou ela ainda.
- Faz sentido amor. Andrezza diz abraçando Sofia
- Eu queria muito que ela tivesse deixado isso no passado, mas as vezes a encontro olhando para o nado, eu reconheço aquela cara a quilômetros...
- Que cara? Alice pergunta
- A cara da saudade Ali, quando ela faz aquela cara de bobona dela e fica olhando para o nada, ela ta pensando nela, eu já vi várias vezes lagrimas involuntárias rolarem em seu rosto e ela sempre disfarçando.
- Por que não fala com ela sobre isso... Sugere Andrezza
- Não tocamos nesse assunto a mais de 9 anos, para ser sincera, é a primeira vez que conto ele depois do acontecido.
- Sério? Meu não acredito nisso! Diz Alexia.
- Muito sério, ela simplesmente chegou um dia e pediu para que nunca mais tocássemos nesse assunto, eu respeitei, saímos, e ela ficava triste nos lugares mas disfarçava melhor, sorria com mais frequência e foi se tornando isso que é hoje, parou de reclamar dos obstáculos da vida, e não coloca mais fé em ninguém, senão a si mesmo, ela vive a vida como se fosse o último dia, mas sei que tudo isso é pra fugir da dor que a persegue a quase 10 anos.
- Gente to passando mal com tanta informação... Coitada da Clara. Douglas fala se aninhando com Marcos, que o mesmo fica um túmulo.
- Ela nunca mais namorou Soh? Pergunta Alice
- Há, ela tentou, antes de vira mulher casada e séria como sou agora. Sofia dar um selinho na mulher – Ela andava ficando com uma menina, só que ela era um fardo morto para essa menina, e a menina sabia que ela amava outra, isso foi se tornando cansativo, até que a Clara resolveu terminar e tocar a vida, focou-se nos estudos e passou em medicina, e eu em direito, estávamos na mesma universidade e sempre tivemos a amizade que temos até hoje. Então ela disse que só se entregaria quando soubesse e sentisse algo de verdade, e que o passado dela foi uma lição do que nunca fazer com o próximo.
- E a menina? Onde está? Pergunta Alexia
- Bom, nunca mais a encontramos, fiquei sabendo que ela andou procurando a Clara, mas nunca comentei com ela, ela pediu que não comentasse, mas não sei do paradeiro dela!
- Entendo. De fato uma historia e tanto, mas a Clara precisa tocar a vida dela, e notar que a vida, um amor de adolescência acontece, e superamos, ela não pode se deter nesse sentimento... Fala Alice
- O problema é que eu a entendo. Diz Sofia baixando a cabeça
- Como a entende? Andrezza pergunta.
- Amor, a intensidade do que elas viveram adulto nenhum vive, eu nunca vi algo daquele tipo, até hoje, nem você e eu vivemos como elas viviam, precisavam sentir, o olhar da Clara brilhavam quando avistava ela vindo a quilômetros, o sorriso, meu Deus, nem preciso relatar. Elas se olhavam com uma cumplicidade que ninguém colocava defeito, entendia perfeitamente tudo que a outra falava em um simples gesto, era fantástico, e além de namoro existia amizade inefável, ela se tornou metade da Clara, as duas dormiam juntas e tinha uma vida quase de casadas, as brigas eram engraçadas, e quando elas terminavam por motivos tolos, a Clara choramingava o tempo todo, e eu ria muito dela, e a outra fazia ciúmes, até que por fim Clara cedia e ia falar com ela, em questão de segundos saia o beijo, e o sorriso das duas após o mesmo, até hoje, procuro coisas que as duas viveram em algum casal, até na gente Andrezza, e não encontro! O silêncio tomou conta de toda a sala. Todos ficaram pensativos e foram se recolhendo para os quartos, a noite já havia vencido qualquer sinal de luz, e o céu escuro mostrava sua bravura fora das casas.
Fim do capítulo
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