Ah... aquela viagem pra Trancoso caiu como uma luva pra nós. A gente conversou muito, sabe? Sem a correria do dia-a-dia, sem os problemas com as crianças ou com o trabalho, sem a rotina da casa.

A gente pode namorar, rir, simplesmente dormir junto sem ter hora pra acordar. O lance da felicidade nas pequenas coisas, sabe? Foi perfeito.

Por mim estava decidido, sempre que pudéssemos iríamos fugir para algum paraíso. Só pra se curtir e se reconectar... ah e pra fazer umas loucuras na cama também, porque fazer amor em casa com os filhos no quarto ao lado nem sempre nos proporcionava liberdade para muitas estripulias.

Passado todo o estresse da Bah eu decidi também dar uma boa controlada nessa aproximação repentina da Andressa. Não que eu visse maldade na aproximação dela, mas não ia querer continuar criando mais desconforto com a minha futura esposa “bicuda” por algo que poderia ser evitado.

A estratégia era simples, conforme ela fosse se aproximando, eu iria me mantendo um pouco mais distante. Eu estive disponível demais e Andressa estava se aproveitando disso. Reparei que sempre que me procurava era só pra falar dela, nunca perguntava como eu estava.

Por mais amiga dela que eu fosse, eu não era psicóloga, nem conselheira sentimental, ou seja, minha ajuda tinha limites e a Andressa estava quase os ultrapassando.

Esses dias, a Bah tinha vindo dormir aqui e estava no banho enquanto eu já estava na cama e colocava "Flores Raras" pra gente assistir. Vocês acreditam que a Andressa me fez uma chamada de vídeo no WhatsApp!!!???

Quem em sã consciência faz uma vídeo chamada para uma mulher comprometida as 22 horas? É de lascar, né? Puta merd*.

A mão suando, o celular travou, era pra desligar, atendi, a Bah saindo do banho, a Andressa ia começar a falar... Ufa, desliguei.

– Dengo, tá tudo bem? Tá quase quebrando os dedos com a força que aperta a tela do celular. – ela disse usando a tolha que cobria seu corpo para secar os cabelos.

A Bárbara tinha essa mania tesuda, sabe? Sempre tinha 2 toalhas no banheiro que eram dela usar pro banho, uma para o corpo e uma para os cabelos. A filha da mãe sempre usava uma só e sempre fazia questão de tirar a toalha que envolvia o seu corpo para secar os cabelos, no meu quarto, na minha frente, quase ao alcance das minhas mãos. Aquela mulher gostosa adorava se exibir pra mim... nossa.

Mas eu precisava me concentrar na resposta pra não acabar com a nossa noite antes mesmo de começar. Respirei fundo e respondi:

– São essas merd*s de aplicativos que ficam atualizando o tempo todo e travam o meu celular, tô quase atirando na parede já. – tentei desconversar.

– Dá aqui, deixa eu dar uma olhada? Você não tem paciência nenhuma com essas tecnol.... – ela tentou dizer.

Antes que ela pudesse completar a frase eu larguei o celular no criado mudo e fui ao seu encontro. Eu abracei seu corpo nu recém saído do banho por trás e fui distribuindo beijos por toda a extensão dos seus ombros, seu pescoço, nuca... Minhas mãos avançando sobre seus seios. O corpo dela bem treinado respondia automaticamente. Ela já estava totalmente arrepiada.

– O... humm...  o filme amor... "Flores Raras", você prometeu pra mim que a gente ia assistir. Você só me enrol... caramba amor, já falei pra tomar cuidado com essas mordidas ai no pescoço... delícia... nossa – ela disse se empinando e aumentando o contato entre nossos corpos.

– Eu sei amor, mas você sabe bem que isso de se secar na minha frente é meio complicado de segurar... me perco inteira em cada curva do seu corpo... olha que delícia você... olha – disse arranhando as laterais do corpo dela.

Minha Bah é muito sensível ao toque, arranhão e mordidas fazem ela gem*r quase que instantaneamente... e o gemido da minha mulher, nossa... Era bem comum eu goz*r só de ouvir ela gem*r... era...  excitante demais. Era como se ela entrasse em transe e se entregasse sem reserva nenhuma pra mim.

Seduzindo a minha noiva daquela maneira, consegui, sem muita dificuldade, levá-la para debaixo das cobertas. Era uma noite fria e logo eu estava encaixada sobre o corpo dela.

O contato com o corpo da Bah me acendia, tipo fogo em mato seco, com poucos minutos de carícias naquela posição eu já estava quase chegando ao meu primeiro orgasmo da noite quando o Ju entrou no quarto escancarando a porta, sem fazer cerimônia.... cacete...

Ele já tinha quase nos pegado algumas vezes e tínhamos nos policiado de trancar a porta toda vez que sabíamos que ia rolar, mas dessa vez foi totalmente inusitado.

Pulei para o lado da cama feito gato e tratei de cobrir todo o meu corpo e o da Bah já que ambas estávamos nuas.

– Mãe Bah, pode me tirar uma dúvida. É sobre o exame de faixa do judô. Tem uma pegada que eu não lembro se é na gola ou na manga. Estou com medo de fazer errado e não conseguir pegar a faixa amarela. – meu filho disse todo agitado.

– Filho! – eu disse repreendendo-o. – Quantas vezes eu já pedi pra você bater antes de entrar? Mania de menino pequeno! Olha, a Bah tá dormindo oh... amanhã vocês acordam mais cedo e tiram essa dúvida de pegada antes de você ir pra escola, pode ser? O exame de faixa ainda é no final do mês, não precisa dessa pressa toda.

Eu me concentrei ao máximo pra dar essa "bronca" nele, pois enquanto eu falava minha noiva, além de fingir que dormia, lentamente movimentava seus dedos entre as minhas pernas. Ela era realmente uma filha da mãe.

Acabamos tendo mais uma noite maravilhosa de muito amor e carinho e mais uma vez deixei de assistir o filme que ela tanto queria.

Apesar de quase um ano juntas, eu me sentia uma adolescente ao lado daquela mulher cheia de fogo. E não seria a falta de noção da Andressa que iria estragar essa nossa sintonia não. Estava realmente na hora de dar um corte na ousadia dela antes que eu me enrolasse ainda mais.

Lourenço se adaptou bem rápido aqui no Brasil, mais seis meses de curso e começaria no estágio que lhe ofereci lá na empresa. Ele agora era um cara mais extrovertido, tinha mais amigos e até já andava dando uns "perdidos" na mãe dele, que por medo dele se afastar, acabava passando a mão na cabeça e deixando a Anna furiosa. Os gêmeos deixavam a minha Bah doidinha, o Ju era um anjo perto daqueles dois.

Esses dias fomos surpreendidos com a visita repentina da Carla. A desgraçada veio com um papo de que estava com saudade dos filhos, mas que não tinha dinheiro pra se hospedar no hotel. Resultado: ela ficou 1 semana enfiada na casa da Bah. E a Bah? Quase uma semana enfiada na minha casa, rs...

Numa das últimas noites dela aqui, ela convenceu os filhos de fazerem um jantar em família. Ou seja, eles três, e a Bah, somente.

Os gêmeos insistiram muito para que Bárbara cedesse. A Bah torceu o nariz pra proposta, pediu a minha opinião e tudo mais. Óbvio que por mim ela não iria, mas deixei a critério dela a decisão final pra gente não brigar.

Enfim, a Bah decidiu ir pra casa e jantar com os gêmeos e a Carla. Ela insistiu pra eu ir, mas eu tive um pouco de preguiça do evento e outra, confiava na Bah e não ir a esse jantar era o meu jeito de demonstrar isso a ela.

Segundo a minha noiva, ela voltaria pra dormir comigo logo depois do jantar. Mas pra não ficar em casa pensando besteira, eu resolvi passar a noite no shopping com o Ju. Lá tem aqueles salões de vídeo game grandes, sabe? Meu filho adora e eu me divirto muito também.

Brincamos bastante, jantamos lanche, e comemos sorvete de sobremesa, tudo do jeito que meu filho gosta e merece.

Nem fiquei com o celular na mão, tentação demais, a vontade de ligar pra ela pra saber como estavam as coisas era muito grande, mas eu me controlei.

Há tempos, a Bah tem a chave lá de casa. Era o tempo de chegarmos e ela me contaria sobre as investidas de Carla durante o jantar e do quanto os gêmeos ficaram felizes de verem as mães juntas em volta da mesa sem brigar.

Mas nós dois chegamos em casa quase 23 hrs e nada da Bah. Sem mensagens dela no celular, sem ligação. Eita, tentei não pensar merd*. Tinha tido uma noite muito bacana e não queria surtar.

Acabei pegando no sono no quarto do Ju, acordei toda torta na cama dele lá pras 3 hrs da manhã. Antes de ir pra cama dei aquela conferida no celular e tinha uma mensagem da Bah, na verdade uma foto. Aliás, que foto.

Nada mais, nada menos que a Bah dormindo nos braços da Carla, de camisetão, numa selfie tirada pela própria portuguesa safada. Aquela vaca desgraçada.

É claro que nos meus 40 anos de experiência de vida, eu não iria acreditar que a minha noiva iria me trair com a ex sonsa dela. Mas lógico que fiquei chateada, surpresa, decepcionada, sei lá. Ver aquela cena me machucou bastante, além disso eu sabia que aquela estória me daria muito dor de cabeça ainda.

Fiz de tudo pra dormir naquele final da madrugada, lógico que não consegui.

Eu não chorei, estava furiosa, a vontade era ir até lá e arrancar a Carla pelos cabelos da cama e do lado da minha mulher. Mas aquilo era algo que ela teria que resolver sozinha quando acordasse, eu não iria me meter dessa vez. Relações mal resolvidas deixam brechas pra esse tipo de situação. E estava passando da hora da Bah colocar a Carla no lugar dela, definitivamente.

Fim do capítulo