Tive uma noite péssima, não dormi nada. Passei a noite virando de um lado pro outro na cama. A minha vontade era pegar o celular e ligar pra Cléo.

Mas, por mais que eu quisesse, não ia fazer isso. Eu precisava organizar as minhas ideias. Tirar aqueles pensamentos da mente.

Levantei as seis, passei pelo quarto do Lourenço e o Ju estava lá dormindo, fiquei algum tempo ali parada na porta. Observando eles dormirem e lembrando dos vários momentos em que estivemos juntos com a mãe dele... droga. Comecei a chorar. Voltei pro quarto, tomei banho e sai.

Estava sem apetite para o café da manhã, essas coisas aconteciam sempre que eu me desentendia com a Cléo. Perdia o apetite. E como dessa vez a coisa tomou uma proporção bem maior a minha fome foi embora.

Segunda e eu no escritório as 7h da manhã, sendo que dia de hoje costumava chegar as 10h, mesmo porque no final de semana reuníamos a família na minha casa ou na da Cléo e eu sempre fazia questão de levar todos aos seus respectivos compromissos antes de ir trabalhar.

Mas hoje como vocês sabem foi diferente. Pronto, agora é concentrar no trabalho. Precisei ir visitar um cliente do outro lado da cidade. Na volta passei pela frente da empresa, a vontade era subir e convida-la para almoçarmos.

Claro que com todo meu orgulho eu não fiz isso. Voltei pro escritório, resolvi que comeria um sanduíche por lá mesmo quando sentisse fome.

Estava analisando um projeto quando minha secretaria avisou que o motoboy da Vital History estava lá querendo falar comigo.  Não fazia ideia do que ele tivesse ido fazer lá, pedi pra que ela encaminhasse ele até minha sala.

Ele entrou alguns minutos depois e me entregou um envelope em nome da Sra. Clarice, assinei o recibo de entrega e ele foi embora. Me deixando com aquele envelope nas mãos, morrendo de medo de abrir. Passei um tempo analisando ele, e decidi que não o abriria ali. Voltei a me concentrar no que estava fazendo e assim fui até o final do expediente.

Passei numa padaria pra tomar café, já que não tinha colocado nada no estômago até aquele momento.

Era dia de treinar, precisava me alimentar. Ia descarregar um pouco da minha frustração no judô.  Resolvi ir mais tarde para não correr o risco de encontrar a Cléo indo buscar o Ju. Ela geralmente ia buscá-lo e ficava me vendo treinar pra depois irmos embora juntas.

Pronto, treino encerrado. Estou ajeitando minhas coisas pra ir embora. Conversei rapidamente com o pessoal e segui pra casa.

Como não tinha dormido nada na noite anterior, falei com meus filhos rapidamente, tomei banho e fui dormir. Acabei esquecendo de abrir o envelope que a Cléo tinha mandado.

Dormi cerca de 4h, acordei cedo novamente e dessa vez resolvi ir pra academia. Precisava preencher a minha mente. Não parava um só segundo de pensar na Cléo. Incrível como tudo me lembrava ela... nossa.

Estava saindo de casa quando lembrei que tinha esquecido o celular. Voltei pra pegar na esperança da Cléo me mandar ao menos um SMS. Ele estava em cima do envelope. Resolvi abri-lo. Chega de fugir do que quer que tenha dentro dele.

Qual não foi a minha surpresa ao ver que nele havia uma passagem pra Porto Seguro em meu nome para a quarta-feira meio dia. Gente, mas... o que...nossa.

Como é isso? Ela planejou isso quando? Porque ela não me... Puta merd*. A viagem, ela falou quando eu estava agindo que nem uma idiota na cozinha tentando terminar com ela. Mais uma vez eu agi como uma besta...droga.

Agora vou ou não a essa viagem? Vai ser bom viajar da forma que estamos? Não sei, sinceramente não sei o que fazer.

Ou melhor, sei sim. Vou trabalhar, manter a mente ocupada vai ajudar. Tenho até amanhã pra pensar se vou ou não com ela.

Dia cheio no trabalho, hoje consegui comer um pouco até. Na verdade, almocei com meus filhos. De lá eles me levaram pro shopping, assistimos um filme e depois fomos pra casa.

Em casa fiquei pensando em ir ou não viajar com a Cléo. Coloquei um filme pra assistir e acabei pegando no sono, acordei as 3h da manhã, e voltei a pensar na viagem. Fiquei olhando umas fotos nossas, meus vídeos cantando pra ela e outros que ela tinha me enviado falando do quão feliz estava ao meu lado, do quanto a nossa relação estava progredindo. Fazendo graça, encontrei até um dela cantando uma música em espanhol pra mim cheia de vergonha, toda fofa... nossa. Como eu amo essa mulher.

Quando terminei de olhar o meu "acervo" particular da Cléo que tinha no celular, o sol já estava no céu.

Levantei e fui tomar café com os meninos. Tomamos café num clima descontraído. Eles me perguntaram se eu não ia viajar com a Cléo. Fiquei surpresa com a pergunta. O Lourenço disse que o Ju tinha comentando que ela estava planejando uma viagem para nós e que por esse motivo ele passaria uns dias na casa do tio André.

Eles me desejaram boa viagem e saíram. Voltei pro quarto e fiquei pensando em como estava feliz com a Cléo, ela é o amor da minha vida. Lembrei do tempo que passei em Portugal sonhando viver tudo o que estávamos vivendo agora.

9h e eu decidi que ia viajar com ela. Arrumei tudo rapidamente e fui me vestir. Chamei um taxi e segui pro aeroporto, faltava meia hora para o embarque. Fui no caminho pedindo a Deus pra que não pegássemos nenhum engarrafamento.

Caramba, estava atrasada. Corri demais até chegar no avião. Respirei fundo quando avistei a Cléo. Tivemos uma conversa meio atravessada inicialmente por conta da minha agrestia, mas ela soube bem me colocar no meu lugar.

Conseguimos ter uma conversa amigável depois que ela me "controlou". Apoiei a cabeça em seu ombro e ela começou a fazer um carinho tão gostoso em meu cabelo, que acabei adormecendo.

Chegamos em Trancoso e resolvemos comer uns petiscos acompanhado de umas cervejas. A Cléo me disse que estava perdendo a individualidade dela, nossa...eu nem percebi que estava fazendo tudo isso que ela disse. Mas ela tem razão, é necessário sabermos administrar essas pequenas coisas.

São elas que acabam sufocando a relação, anotei mentalmente tudo o que ela disse. Claro que não queria dar o braço a torcer de que ela estava certa. Mas ela entendeu que eu apenas não queria admitir, mas no fundo percebi que estava fazendo tudo aquilo, mesmo sem querer.

Falamos sobre o nosso casamento também. Optamos por uma cerimônia simples. Mas ainda vamos amadurecer essa ideia. Afinal de contas planejei mentalmente aquele casamento diversas vezes, rs.

Estávamos prontas para fazer um passeio quando a Cléo alegou estar com dor de cabeça, a enxaqueca atacou. Fiquei muito preocupada. Ela pediu pra voltar pro hotel e assim fizemos. Me chateei um pouco, confesso. Mas sei como a minha noiva fica quando a enxaqueca se intensifica, então achei melhor não insistir para fazermos o passeio.

Voltamos para o quarto, ela tomou banho e em seguida eu fui tomar o meu. Achei que quando saísse ela estaria deitada descansando.

Ilusão minha, a filha da mãe me enganou. Me preparou uma mega surpresa... não sei como ela conseguiu me dominar quando sai do banheiro e me colocar sentada numa cadeira, de pernas abertas e algemada.

Tá gente, exagero meu dizer que não sei como ela conseguiu me dominar. Nunca descrevi a minha noiva pra vocês, mas ela tem 1,70cm, negra, olhos castanhos, sorriso encantador, cabelos compridos, lisos e escuros, dona de belíssimas curvas, seios médios e com um bumbum magnífico. Fico lerda olhando pra minha mulher.

Mas sim, vocês devem imaginar como é fácil dominar alguém 10 cm menor, né? Pois bem, foi isso que ela fez. Ela estava com uma fantasia de mulher gato, vocês não imaginam o quão sex ela estava dentro dela... nossa. Fiquei boba, sem entender o que estava acontecendo, afinal ela supostamente estava com dor de cabeça.

Ela me conduziu pela mão e me sentou na cadeira sem roupa. Começou a remexer no meu colo. A minha vontade era me livrar daquelas algemas, mas ela não deixou. Me provocou o quanto pode. Ainda usou um óleo que me levou a loucura. Essa mulher ainda me mata de prazer.

Ela não aguentou me torturar até o final, me desamarrou e me mandou ir pra cama para terminar o que tínhamos começado. Mania de controle. Mas dessa vez eu obedeci sem reclamar.

A Cléo me proporcionou um prazer fantástico. As sensações foram as mais variadas possíveis. O nosso encaixe era perfeito. Que saudade eu senti do seu corpo...nossa. Ela me proporcionou orgasmos múltiplos. O que junto com as noites mal dormidas me levou a adormecer ali mesmo.

Acordei algumas horas depois e encontrei a minha noiva dormindo tranquilamente ao meu lado. Levantei e tomei um banho rápido para espantar a preguiça.

Acordei a minha linda noiva distribuindo beijos por todo seu corpo.

– Ei dorminhoca, acorda.

– Amor, vem dormir. Você tá cansada.

– Não dengo, nada de dormir, temos muitas coisas pra fazer... Já basta eu ter pegado no sono depois do prazer magnifico que você me proporcionou. Não quero mais perder tempo dormindo não.

– Vem Amor – mostrou o vão do pescoço dela – deita aqui. Vem.

– Ah, mas não vamos dormir mesmo. Temos coisas mais importantes para fazer neste momento – mordi meu lábio inferior.

– Bárbara. O que você está aprontando? Amor...huum.

Enquanto ela falava eu penetrei dois de meus dedos em seu sex* e beijei seus lábios.

– Você tá demais Dengo, como é que já acorda com esse fogo?

– A culpa é sua... dá gostoso pra mim, dá amor! Sem falar que a senhora também já está bem molhada.

– Você acha que é fácil dormir colada em você assim? – apontou para o meu corpo nu sobre ela.

– Ah dengo, achei que já estivesse acostumada – sorri.

Continuei a beija-la e intensifiquei as estocadas dos meus dedos em sua bucet*.

– Tá muito molhada dengo... nossa. Goz* bem gostoso pra sua Bah, goz*.

A Cléo até tentou prolongar as suas sensações, mas gozou rapidamente em minha mão. Que sensação maravilhosa ter ela ali sentindo prazer...nossa. O nosso encaixe era perfeito, jamais me afastarei dessa mulher. Que saudade que eu tava dela.

Fizemos amor durante toda a noite, dormimos de exaustão. Parecíamos duas adolescentes descobrindo o prazer...conhecendo cada parte do corpo uma da outra.

Acordamos as 10h da manhã e tomamos café no quarto mesmo. Depois tínhamos alguns passeios para fazer.

No finalzinho da tarde depois de sentir que estávamos reconectadas convidei a Cléo pra ver o pôr do sol na beira da praia. Estava sentada entre suas pernas e resolvi me desculpar:

– Amor, desculpa esse meu surto. Eu sei que deveria ter lhe escutado. E que principalmente não deveria ter dito tudo aquilo que lhe disse. Eu sei que sou uma "ogra" quando enfio uma coisa na cabeça. Perdão por ter explodido com você dessa forma. Mas é que como disse ontem, se a Andressa inventar de voltar contigo, eu não terei chances de competir com ela. Eu tenho um medo enorme de te perder amor. De ficar sem você, sabe? De não poder compartilhar das suas alegrias, das suas tristezas, da sua vida...nossa. Eu sei que de certa forma tomei conta da sua vida, desculpa por isso também. Eu não quero lhe atrapalhar e nem te deixar 24h a minha disposição, eu perdi a mão, sabe... Achei que de certa forma estava mais perto de você e nem me dei conta que estava me intrometendo demais na sua vida. Nós somos noivas, precisamos sim continuar as nossas vidas. Afinal elas não giram só em torno do nosso relacionamento. Eu prometo pra você que vou mudar isso também. E que vou me policiar ainda mais pra não bancar a "ogra" contigo. Quando eu achar que algo não está bom eu te direi logo, não vou acumular e falar tudo de uma vez sem medir as consequências e sem pensar se certas palavras te machucarão ou não. Eu te amo, você me desculpa?

Ela me escutou com o queixo apoiado em meu ombro e sem nada dizer. Terminei de falar e ela ainda passou alguns minutos olhando o mar. Eu estava apreensiva demais esperando ela falar... nossa.

– Meu Amor, claro que te desculpo. Nós estamos planejando o nosso casamento. Coisas desse tipo irão acontecer, mesmo depois que estivermos casadas. Como disse pra você, só confia em mim. A nossa relação precisa de uma base solida, confiança e respeito, tendo isso, sempre poderemos contar uma com a outra. Lembra o que você fez com a Anna quando descobriu o namoro dela com o Beto? Então, a questão é a mesma. A confiança, se a gente for perdendo, não vamos conseguir manter o nosso relacionamento por muito tempo. A gente vai acertar o passo logo logo. Eu te amo Minha Pequena, vai dar tudo certo, tá. Eu confio em você e sei que você mesmo com toda essa teimosia confia em mim também. – depositou um beijo doce em meus lábios.

Essas duas semanas na Bahia estão sendo uma lua de mel antecipada, sabe? Nossa gente. Estar ao lado da minha Cléo é realmente a realização de um sonho.

Eu estou feliz demais aqui curtindo a minha mulher. Eu vou indo. Ela tá me chamando, temos mais um passeio pra fazer e depois vamos almoçar num restaurante magnífico.

Acho que já engordei uns cinco quilos nesses dias aqui. A culinária baiana é muito boa viu. É um tal de moqueca daqui, acarajé, caranguejo e camarão dali. Eita, que desse jeito quando voltarmos pra casa a Cléo vai me deixar um mês a base de folhas o dia inteiro.

Fim do capítulo