Capítulo 6
- Cah? Meu Deus, só nos encontramos pelo acaso.
“Maldito acaso, maldito destino!”
- Vocês já se conhecem? – Laura disse surpresa
- Claro, Drª Camila Toledo é uma velha amiga... – Bia disse me dando um sorriso lindo
- Nossa, que coincidência. – Laura
- Nem me fale. rs – eu
- Mas o que você esta fazendo aqui? – Bia
- Er... eu...
- Ela é a nova Neurologista chefe. – Laura
- Ai meu Deus. Sério? Nossa Cah, que ótimoo. – disse me abraçando
Aaaah esse abraço...
Eu já estava perdida em seus braços, sentindo o cheiro do seu cabelo, o contato próximo.
- Era tudo que eu mais queria, terminar minha residência aprendendo com você. – Bia
- Você sempre foi muito dedicada e pelo que estou sabendo continua. Será um prazer ver você se tornar Neurologista.
- Eu to muito feliz em ter você por perto outra vez! – Bia
- Eu também estou.
- Meninas, eu preciso ir ver alguns pacientes. Vamos marcar de fazer alguma coisa, precisamos botar o papo em dia.
- Sim, vamos sim. – eu
- Que tal hoje?
- Hoje?
- Você não pode?
- Claro, posso sim.
- As 22:00 no bar aqui na frente do hospital então.
- Ok.
Ela me deu mais um abraço e um beijo no rosto e eu fiquei ali parada feito boba enquanto ela ia embora e a Laura foi com ela.
Meus Deus, por que? Por que eu tive que ver a Beatriz aceitando o pedido de casamento da Natália e agora esse encontro...
Pera ai...
Isso não foi só um encontro, serão muito encontros por dia.
Camila, você é a chefe da sua ex que você ainda é apaixonada e não consegue esquecer.
Que ótimo, o que estava difícil, agora vai ser impossível.
Voltei pra minha sala e me afundei em trabalho novamente. Burocracias para resolver para que no próximo dia eu volte para as minhas rotinas no hospital, com consultas, cirurgias, visitas. Era disso que eu estava precisando.
O tempo voou e quando vi já eram 21:00hrs e a Natacha veio até a minha sala.
- Vamos? – Natacha
- Eu vou mais tarde.
- Já vai fazer plantão hoje?
- Não, eu vou sair com alguém.
- Nossa, as garotas daqui foram rápidas.
- Não, não é o que você esta pensando. Eu vou sair com a Beatriz.
- A Beatriz? Ela te ligou?
- Ela é residente daqui, me encontrei com ela no almoço e ela me convidou pra sairmos pra conversar.
- Gente, esses seus encontros com ela assim do nada são cada vez mais estranhos. Eu não sabia que o Rio de Janeiro era tão pequeno.
- Pois é.
- Você ta bem? Não vem com essa carinha de triste, se não eu não deixo você ir.
- Eu to bem.
- Você acha que é uma boa ideia sair com ela agora?
- Ela me convidou, eu não tive como recusar.
- Tudo bem. Então eu já vou indo, qualquer coisa me liga ta? Mas me liga mesmo.
- Pode deixar.
Veio em minha direção me deu um abraço e um beijo no rosto e saiu.
Quando deu 22:00hrs, fui em direção ao bar. O lugar era bonito, bem arrumado. Acho que 95% das pessoas que estavam ali trabalhavam no hospital. Era um refugio que as pessoas tinham pra se desprenderem dos assuntos do trabalho e irem para as suas casas.
Mais a frente em uma das mesas avistei a Bia conversando com uma mulher.
Quando fui me aproximando mais, pude notar o quanto a mulher era linda, aparentava ter a minha idade, loira, cabelo curtinho que a deixava com um estilo próprio e muito atraente.
Me aproximei e a Bia já se levantou para me cumprimentar.
- Que bom que veio Cah. Essa é a Luana, a Oncologista ali do hospital. Lu, essa é a Camila, a nova Neurologista que te falei.
- É um prazer conhece-la Camila, tenho ouvido falar muito bem de você. – Luana
- O prazer é todo meu. Acho que não cheguei a te ver no hospital hoje.
- Provavelmente não, por que se eu tivesse visto você, com certeza me lembraria desses olhos. – Luana
UOOOOU, POONTO PRA CAMILA.
Ela me olhava com um olhar sedutor. Confesso que eu estava sentido falta desses flertes.
Mas ai olhei pro lado e vi a Bia e as coisas mudaram.
Ficamos conversando as 3 por um longo tempo, a Bia contava sobre sua vida, o que havia acontecido depois da ultima vez que nos vimos. Falava da Natália abertamente, então deduzi que a Luana já sabia da história dela.
Depois da sessão tortura de ficar ouvindo a Bia falar da Natália a conversa se voltou a mim.
- E você Camila, namora? – Luana
- Não, cheguei faz poucos dias aqui, não deu tempo de conhecer muita gente ainda.
- Já me conheceu. – Luana
OK, agora fiquei sem graça.
Dei uma rizadinha meio sem graça, depois dessa eu nem sabia o que falar.
- E na África, não teve ninguém? – Bia
- Não... Quer dizer, teve uma pessoa, mas foi um caso rápido. – eu
- O que houve pra ser rápido? – Bia
- Ela era meio maluca e sempre fugia.
- Ela deve ter o rabo preso, ou não é assumida e ficou com medo. – Luana
- Não sei, mas não importa também.
- Ta morando onde? – Bia
- La na África conheci a Natacha, que é Pediatra do hospital, ficamos amigas e decidimos que voltaríamos pro Brasil e ela me convidou pra morar com ela.
- Só amigas? – Luana disse desconfiada
- Sim, só amigas.
- Interessante.
O celular da Bia começou a tocar e eu e a Luana ficamos sozinhas na mesa.
Não tínhamos assunto e ela ficava me olhando de uma maneira tão sexy que eu já estava ficando desconfortável.
- Meninas, eu preciso ir. A Nat esqueceu as chaves dela comigo e esta na rua. Marcamos outro dia?
- Claro, marcamos sim. – eu
Nos despedimos e eu resolvi ir também.
- Mas já? Vamos conversar um pouco a sós, você parece ser muito interessante. – Luana
- Hoje não da, amanha preciso estar muito cedo no hospital, marcamos outro dia.
- Ta certo, mas eu quero um dia só pra mim, nada da Bia junto.
- Ok.
- Me deixa seu telefone.
Lhe dei meu telefone e quando fomos nos despedir ela me deu um selinho rápido e falou no meu ouvido,
- No próximo encontro eu quero mais...
Me olhou no fundo dos olhos e eu saí.
Fui pra casa andando mesmo, não era muito longe e eu queria pensar.
Pensei, pensei, pensei e no fim descobrir que ando pensando de mais e pensar de mais me impede de fazer algumas coisas as vezes.
Eu precisava arriscar, ousar mais.
Hoje por exemplo, tinha uma mulher linda dando em cima de mim descaradamente e eu praticamente dispensei ela por que a Bia estava la e eu ficava pensando nela.
Será que eu quero viver a minha vida em função da Beatriz enquanto ela esta feliz com outra?
Não! E agora as coisas serão diferentes.
Cheguei no apartamento e fui andando na pontinha dos dedos pra não acordar ninguém e quando passei na frente do quarto da Natacha ela estava sentada na cama conversando com as meninas.
Eu sei que é feio ouvir a conversa dos outros, mas quando ouvi o meu nome a curiosidade falou mais alto.
- Nat, você não pode ficar assim pra sempre, tenta falar com ela. – Thais
- Não vai rolar, já tivemos varias chances de nos beijarmos e ela sempre foge, ela não quer ficar comigo. Eu nunca vou ter a Camila pra mim.
- Você tem que falar com ela, fala o que você ta sentindo.
- Nós somos amigas, muito amigas. Eu tenho medo de fazer ou falar alguma coisa e as coisas ficarem diferentes entre a gente. Eu não quero que a Cah se afaste de mim. Eu não posso arriscar isso só pelo que eu sinto.
- Só pelo que você sente? Você vai ficar assim sempre que ela sair? E se ela conhecer alguém? - Luisa
- Não quero nem imaginar. Já bastou eu ter que aguentar ela falando da Julia, dos beijos dela, da noite que tiveram juntas. Ouvir aquilo era como ganhar uma facada no peito e ainda ter que ser a amiga animada era torturante.
Ok Camila, você já ouviu de mais.
Fui me afastando até a porta e sai do apartamento. Fui andando pelas ruas até parar em uma pracinha e me sentei.
E agora, minha melhor amiga gosta de mim. É claro que nossa amizade não vai mudar por eu saber disso. Eu sei que o que eu sinto por ela é mais do que só amizade, mas também tenho medo de tentarmos, não dar certo e eu perder a minha amiga.
A Natacha era daquelas pessoas que faz de tudo por você e que sofre pra não te ver sofrer, mas eu não queria vê-la sofrer.
Senti alguma coisa tocando na bolsa e era o meu celular.
- Alô.
- Cah? Onde você esta?
Era a Natacha e parecia com uma voz preocupada e parecia ter chorado.
- Eu já to indo.
- Você ta bem? Quer que eu te busque em algum lugar?
- Não precisa não, eu já to chegando.
- Ok.
Desliguei o celular e fui caminhando em direção ao prédio.
Quando cheguei no apartamento, ela estava na porta esperando.
- Por que você ainda esta acordada? – eu
- Você demorou, já são 3:30 Cah, fiquei preocupada.
- Nem vi o tempo passar, desculpa.
- Não tem problema, você ta bem?
- To sim, só estou cansada. Vou tomar um banho e dormir.
- Ta bom.
Entrei e as meninas já estavam no quarto dormindo. A Natacha me seguiu até o quarto, eu entrei e ela ficou parada na porta me olhando.
- Você esta bem? – eu
- Acho que sim.
- Eu sei que você não esta bem, eu gostaria de poder ajudar.
Ela só me olhava, parecia ter tanto a dizer, mas nada disse.
Pareceu que ia dizer alguma coisa, mas mudou de ideia.
- Eu vou ficar bem. Agora vou dormir, se precisar de mim é só me chamar. – disse respirando fundo
Me deu um abraço apertado e como todos, demorado, um beijo no rosto e saiu.
Fechei a porta e me encostei e fui escorregando até sentar no chão.
O que ta acontecendo? A Natacha ta praticamente gritando com o olhar que me ama e eu não faço nada.
Mas o medo é maior que a vontade de fazer alguma coisa no momento.
Fui dormir com peso na consciência e no outro dia o clima ficou pesado no café da manha.
- Chegou tarde ontem né Cah? Pelo jeito a noite foi boa. – Thais
- É, foi boa sim.
- Conheceu alguém? – Thais
- Na verdade sim. Conheci a Oncologista la do hospital.
- A Luana? – Natacha disse quase gritando
- Ela mesma, vocês já se conhecem?
- Conheço sim. Ela deu em cima de você não deu? - Natacha
- Como você sabe? – eu
- É bem o tipinho dela. Não pode ver ninguém novo que já ataca, comigo foi igual.
- Como assim? Vocês já ficaram? – eu
- Logo quando entrei no hospital ela começava a me olhar diferente, e ela é uma mulher linda, não da pra negar, então acabou rolando. Tivemos um caso, por uns 5 meses, eu tava começando a gostar dela e eu descobri que ela estava me “traindo” com a mulher do chefe. “Traindo”, por que teoricamente não tínhamos nenhum compromisso, pelo menos foi o que ela me disse quando fui falar com ela sobre isso. Mas isso já faz anos, nunca cheguei a conhecer muito bem a mulher do chefe e quando vejo a Luana no hospital eu só cumprimento por educação mesmo. Então eu já vou lhe avisando, ela não é de se confiar.
- Mas ela me pareceu uma pessoa tão interessante. – eu falei com meus pensamentos, mas me dei conta que acabei falando alto.
- Bem, faça o que você quiser, se envolva com quiser, eu estou tentando te ajudar avisando quem ela é. – Disse saindo da mesa visivelmente irritada
As meninas ficaram me olhando e mais uma vez eu fiz cagada.
Parabéns Camila, se continuar assim você vai magoar ainda mais a Natacha.
Fui terminar de me arrumar e quando eu ia chamar a Natacha pra irmos ela ja tinha saído.
Ela sempre me esperava pra irmos juntas, mas pelo jeito ela ficou bem chateada dessa vez.
Fui pro hospital sozinha e não vi mais a Natacha. Nem no almoço, onde nos encontrávamos frequentemente.
No meio da tarde eu estava fazendo as visitas e foi ao entrar em um dos quartos que fui surpreendida.
A Luana e a Beatriz estavam conversando com a paciente. Quando entrei ela encerrou o assunto e as duas ficaram me olhando.
- Boa tarde Drª Camila, que bom vê-la, eu estava agora mesmo falando pra dona Marta sobre você.
- Boa Tarde Drª Luana. Espero que tenha ouvido falar bem de mim dona Marta. Vim aqui para lhe dar as orientações sobre a cirurgia. – eu
- Eu estou com um pouco de medo Drª. Descobri a pouco tempo o tumor no cérebro e ter que operar assim de uma hora pra outra me assusta.
- Como já havíamos conversado, a senhora pode ficar tranquila. A Drª Camila é uma excelente cirurgiã. Tem ótimas referências e é umas das melhores Neurologistas do Pais, posso lhe garantir que está em ótimas mãos. – Luana terminou de falar olhando pra mim
- Você falando assim eu fico mais tranquila. Drª quando vai ser a cirurgia?
- Será amanha a tarde. A Drª Beatriz vai lhe auxiliar em tudo que for preciso, os exames já foram feitos e esta tudo certo. Só vim aqui pra ver se a senhora estava tranquila. - eu
- Agora eu estou sim. A Drª Luana e a Drª Beatriz estarão na cirurgia?
O olhar da Beatriz correu até mim rapidamente, quase implorando para que pudesse auxiliar na cirurgia comigo.
- A Drª Beatriz ira me auxiliar e quanto a Drª Luana... Será um prazer tê-la na minha sala de cirurgia.
A Beatriz faltava pular de felicidades e a Luana me olhava com um olhar forte, intenso, sedutor.
- Bem, se a senhora tiver alguma duvida ou estiver insegura, mande me chamar que eu venho até aqui.
Sai do quarto e logo quando sai da porta senti alguém segurar meu braço.
- Camila, espera... – Luana
- Oi – eu
- Sai comigo hoje a noite?
Dei uma risada pela cara de pau dela.
- Você é bem rapidinha hein. – eu
- Perder tempo pra que? Na minha casa as 22:00hrs, vou cozinhar pra gente. – Me entregou um papel onde tinha o endereço dela. – Te vejo mais tarde. – E saiu
E vai dizer não pra uma mulher dessas né?
Voltei pro meu consultório para preparar as coisas para as cirurgias que eu teria no dia seguinte.
Fiquei perdida no meio dos papéis e quando vi já eram 21:00. Fui pra casa correndo e não tinha ninguém em casa. Certamente a Natacha faria plantão e as meninas haviam saído.
Tomei um banho e me arrumei rápido, não quis exagerar no visual, mas também queria chamar a atenção. Coloquei um vestido preto e uma sandália alta e sai de casa e já era 22:10, já estava atrasada e nem sabia onde era a casa dela.
Peguei o carro e fui em busca da casa dela.
Graças ao santo GPS, achei o apartamento e em 15 minutos.
Quando cheguei no andar dela, ouvi uma musica vindo de um dos apartamentos e ao seguir a musica vi que era o mesmo número do apartamento da Luana.
A porta estava aberta, tentei chamar, mas a música estava muito alta e seria impossível ela me ouvir. Fui entrando e quando cheguei na cozinha avistei a Luana maravilhosamente linda, em um vestidinho branco com um coque bem feito cantando e dançando a música que tocava na maior empolgação.
Não tive coragem de me pronunciar e perder aquele show, então fiquei ali parada observando ela.
No auge da música ela se empolgou mais ainda e se virou para pegar alguma coisa na mesa e foi ai que ela me viu.
- Meu Deus Camila, que susto, você já esta ai a muito tempo? – ela disse visivelmente envergonhada
- Tempo o suficiente para ver o seu show. Você dança muito bem sabia? – eu disse me aproximando dela
- Para Camila, assim eu fico mais sem graça ainda. – Luana
A Luana envergonhada realmente não combinava com ela. Ela que era tão atirada, direta, falava as coisas sem vergonha ou medo.
- Desculpa ter entrado assim, mas eu chamei ali na porta, mas devido ao seu ilustre show você não me ouviu e fiquei com receio de atrapalhar a artista.
- hahahahaha já deu de tirar sarro com a minha cara né? Achei que você não viria mais.
- Eu disse que viria, então eu vim. Só me atrasei um pouco no hospital.
- Fico feliz que você tenha vindo.
- Seu apartamento é lindo.
- Obrigada, comprei ele a pouco tempo, morava em outro mais perto do hospital, mas eu não gostava muito dele. Mas me diga, bebe alguma coisa?
- Claro, o que você tiver.
- Comprei um vinho maravilhoso pra essa noite. Gosta de vinho? – Luana
- Sou apaixonada por vinhos. Acertou em cheio.
Ela pegou duas taças e nos serviu.
Ficamos bebendo e conversando enquanto ela preparava o jantar.
Nossa conversa fluía de um jeito maravilhoso. Ela era muito inteligente, divertida, com uma atitude surpreendente.
Ela serviu o jantar e fiquei surpresa com a comida, além de tudo aquilo ainda cozinhava muito bem.
- Nossa, isso esta maravilhoso, não imaginei que você cozinhava tão bem.
- Eu tenho meus dotes. – disse convencida
Depois do jantar e duas garrafas de vinho, ela pegou uma terceira garrafa e fomos para a sala.
Colocou um DVD do Engenheiros do Hawaii que eu adorava e ficamos conversando por mais um longo tempo até o vinho subir a cabeça e a conversa trocar de rumo.
- Sabe Camila, eu mal conheço você e já amo a sua companhia.
- Eu também Luana, você é muito melhor do que eu imaginei.
- É mesmo? E olha que você nem conheceu direito. – disse me olhando com um olhar de matar qualquer um.
Eu do jeito que eu era fraca para bebida, imagina depois de três garrafas de vinho. É CLARO QUE ISSO NÃO VAI PRESTAR!
- Mas adoraria conhecer. – resolvi entrar no seu jogo
- Camila Camila, não me provoque...
- Estou te provocando?
Ela ficou me olhando séria por algum tempo.
- Eu não sei o que você tem e nem o que você fez comigo, mas eu estou gostando.
- Como assim?
- Eu estou o dia todo pensando em você. Isso nunca aconteceu comigo e agora que estou aqui sozinha com você na minha frente eu estou meio estranha, sem saber o que fazer.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]