Capítulo 03 - Anonimato
Emma
Podia sentir o hálito quente de Camila bater em meu rosto. Minhas mãos estavam enroscadas em seus fios de cabelo e minha boca ansiava por fazer o trajeto, milímetro por milímetro, de todo seu pescoço. Nossas línguas se procuravam; meus lábios latej*v*m pela pressão que exercia sobre os dela. Tínhamos uma química impressionante e eu não precisava de mais tempo pra notar esse fato.
Escorreguei minhas mãos por suas costas, marcadas por causa dos meus arranhões ainda leves e apertei seu bumbum sob o tecido do vestido amarelo, que cumpria bem a tarefa de torna-la ainda mais gostosa. Ainda encostadas na parede, pressionei seu corpo contra o meu e alcancei suas coxas, enfincando minhas unhas com vontade. Camila gem*u e graças ao som alto, apenas eu pude apreciar.
- Gostou disso? – perguntei sorrindo
- Gostei... – ela respondeu arqueando a cabeça pra trás e apertando minha cintura
- Você quer mais? – beijei o lóbulo da sua orelha
- Quero... – sua voz estava baixa, falha, quase inaudível.
Tirei meu celular do bolso do sobretudo e disquei o número de Rubens. Ele era responsável pelas reservas dos quartos. Ele argumentou algo sobre estar “em cima da hora”, o que eu prontamente ignorei e informei sobre o quarto oito, o meu preferido. Estava livre. Sorri animada, guardei o aparelho e voltei para perto dela. Camila estava ainda encostada na parede e me olhava como se estivesse completamente entregue ao meu jogo. Um calafrio subiu por minha espinha e a segurei pela mão, pedindo que me acompanhasse.
Passamos pelo acesso secreto, uma porta preta escondida na parede e caminhamos pelo corredor revestido de carpete vermelho e castiçais antigos. Era um ambiente diferente de toda aquela bagunça lá de fora, na boate.
- Nossa, são muitos quartos! – Camila disse enquanto caminhava atrás de mim, com os dedos entrelaçados aos meus – Parece até um hotel...
Ao chegar ao quarto, passei meu cartão magnético e entrei. Camila olhava cada canto com uma imensa curiosidade. Era um quarto parecidíssimo com o outro, o que fazia dele especial era a higiene, pois quase nenhum dos “associados” tinha acesso a ele pelo fato de ser o mais caro e o mais cheio de detalhes decorativos, como cortinas, móveis em madeira maciça e alguns espelhos.
Depositei o meu sobretudo no sofá, depois de tirá-lo sem fazer movimentos bruscos. Camila estava de costas pra mim, avaliando a o tamanho desproporcional do armário.
Caminhei lentamente até ela e a abracei por trás. Senti sua pele arrepiar quando aproximei do seu ouvido, colocando de lado um pouco do cabelo castanho.
- Vire-se. – pedi em tom baixo, sendo obedecida imediatamente.
Camila desceu o olhar por todo meu corpo e depois subiu em uma lentidão cheia de tesão.
Eu vestia um corset tomara-que-caia de couro comprido, mas deixando meu bumbum às vistas; meia calça preta ¾, calcinha fio dental preta com a frente rendada e luvas semi transparentes, também pretas.
- Uau... – ela disse impressionada. Seus olhos brilhavam e eu sorria satisfeita. Depois se aproximou e me abraçou a cintura – Você é maravilhosa. – me beijou os lábios
Eu a afastei, provocando certa desconfiança.
- Eu preciso que fique sabendo de algumas coisas... – caminhei ao seu redor, fazendo barulho no chão com o salto – Existe apenas uma regra aqui.
Ela arqueou as sobrancelhas e cruzou os braços de maneira defensiva.
- Qual? – perguntou desafiadora
- Uma palavra, pra você usar caso queira que eu pare.
Eu olhava em seus olhos da maneira mais séria possível. Porém, Camila parecia não levar muito a sério e soltou uma risada.
- Ahan, uma palavra secreta... E qual é? Socorro?
Eu sorri ironicamente.
- Freedom.
Ela gargalhou com vontade e depois de se acalmar, voltou a cruzar os braços.
- O nome da boate?
- Não é o nome da boate. – me aproximei - É um segredo. E agora ele é meu e seu. – fiquei a poucos centímetros do seu rosto – Agora... Quero que fique nua.
- O que? – ela me perguntou incrédula
Sorri tentando controlar minha ansiedade e também para expressar uma simpatia que não cabia em mim naquele momento. Porém, não podia assustar a pobre presa.
- Quero que você fique nua pra mim... – olhei para o seu corpo – Quero que tire esse vestido lentamente, enquanto me olha nos olhos. E depois cada peça que estiver aí embaixo.
Ela me olhava receosa, mas sua respiração começava a mudar. Podia, quem sabe, quase escutar seu coração acelerando conforme a excitação voltava a tomar conta do seu sangue, que corria a toda velocidade em direção ao seu sex*.
- E porque eu faria isso? – foi a vez dela de ser irônica, ou ao menos tentar
Mordi o lábio inferior antes de responder e com o controle remoto das luzes na mão, respondi.
- Porque eu quero.
Ela ficou pensativa por alguns instantes. Apertei alguns botões e a luz negra, agora acionada, fez seu efeito excepcional no quarto. Camila contemplou a mudança do ambiente e se afastou um pouco de mim, dando pequenos passos para trás, sem desviar os olhos de mim.
- Eu só vou te “obedecer” – fez com os dedos indicadores o símbolo das aspas – porque você é muito gostosa!
Eu sorri um pouco, mas consegui esconder a graça que achei daquele gesto. Não era momento de risadas, muito menos de fraqueza. Bem, não da minha parte.
E com muita calma, Camila começou a se despir. Pra mim, parecia uma dança. Liguei as caixinhas de som que ficavam no teto, sobrepostas a cama e comecei a apreciar a obra de arte que era seu corpo.
Primeiro ela tirou a sandália que vestia, apoiando-se na poltrona ao lado da cama. Primeiro uma, depois a outra. Ainda sem me olhar, deslizou o zíper na lateral do vestido, o que me causou um formigamento espontâneo em meu sex*. Depois disso, ela me olhou um pouco envergonhada, como se precisasse de algum sinal para que continuasse; como se tivesse dúvida de que aquilo estava sendo real.
Resolvi me aproximar, ficando há poucos centímetros do seu rosto angelical.
- Tira tudo. – ordenei a olhando de cima a baixo.
- Só se você tirar essa máscara. – ela disse inclinando o rosto para o lado, como se tentasse enxergar além do que era permitido.
Dei um passo pra trás. Raramente recuava, mas essa menina parecia não compreender como funcionavam as coisas. Eu estava coberta de tesão, louca para ch*pá-la e não queria perder tempo explicando coisas.
- Fora de questão. – respondi
Seus olhos encolheram por causa do sorriso que apertava as bochechas contra eles.
- Eu fico pelada e não sei nem seu nome?
Revirei os olhos. Que garota desconfortável. Dei um passo a frente e fiquei perto do seu rosto novamente.
- O anonimato é uma escolha minha. Tenho razões para isso. – falei baixo, mas em tom severo – Você não tem muita escolha aqui a não ser me obedecer ou ir embora.
Ela me olhava com intensidade. Seu rosto era absurdamente lindo! Queria beijá-la, mas precisava me manter na linha.
- Bom... – ela olhou para baixo e depois depositou os olhos em mim – Eu posso ir embora. Também seria uma escolha.
Um nó foi feito em meus neurônios. Nunca ninguém tinha se negado a estar comigo; nem sequer cogitado a hipótese.
Passei minha mão direita em seu rosto, desde a testa até o queixo. Ela fechou os olhos ao sentir o toque.
- Camila... – sussurrrei – Seja uma boa menina e me obedeça. – segurei seu queixo
A vontade de ataca-la ali mesmo, com roupa, era insana. Eu podia sentir o sangue fervendo embaixo da minha calcinha.
Ela movimentou os braços e tirou a parte de cima do vestido. Eu lhe dei espaço caminhando para trás. Observei aquela cena delirante com um sorriso de pura satisfação no rosto. Ela vestia uma calcinha branca totalmente rendada e nenhum sutiã. Seus seios ocuparam toda a minha visão. Estavam enrijecidos por causa do contato com o ar e eram pequenos, sutis e amarronzados. Sua barriga era alinhada, sem marca alguma.
Ela ficou de calcinha e mexeu um pouco nos cabelos, consertando alguns fios que estavam rebeldes. Fingiu que ia tirar a calcinha, colocando os dois polegares na beirada, mas esboçou uma risada gostosa quando eu arregalei os olhos em um engano desesperador.
Eu estava ficando sem paciência e ela ainda não parecia entender quem estava no controle naquele quarto.
Caminhei em sua direção, acariciei seu cabelo e sem que ela esperasse, puxei com força. Sua cabeça caiu para trás e a boca abriu, emitindo um gemido leve ainda sorrindo, mas surpresa.
- Eu disse pra tirar a porr* da roupa toda! – falei com raiva
Camila sorria, parecia sentir prazer com aquilo e então eu mordi seu lóbulo da orelha e fiquei respirando baixinho perto de seu ouvido.
- Eu vou tirar... – ela disse tentando se abaixar – Solta...? – pediu
- Não. – lambi sua orelha
Camila continuou tentando até conseguir tirar a calcinha. Assim que percebi que ela voltava à posição anterior, ainda com o cabelo preso em meus dedos, a puxei contra mim para finalmente beijá-la e depois de depois a joguei na cama.
Ela estava com o sex* parcialmente depilado e eu tinha uma visão vantajosa.
- Abre as pernas... – pedi ao me aproximar da cama
- Assim? Sem preliminares? – ela disse com uma mistura de medo e ansiedade
Fiquei de joelhos em sua frente.
- Eu tenho certeza que você está molhada o suficiente... – acariciei sua coxa, mordendo a pele próxima ao joelho – E eu não quero esperar.
Sem que ela pudesse responder, caí de boca. Ela gem*u alto assim que sentiu minha língua quente em seu clit*ris. Segurou no lençol vermelho de seda e arqueou o corpo pra frente. Camila estava totalmente molhada e eu me lambuzava com seu líquido nem salgado, nem doce. Minha língua fazia todos os movimentos possíveis e eu acompanhava a loucura que era a sua entrega, cheia de frases desconexas que eu não fazia muita questão de compreender. Ela segurava meu cabelo e forçava meu rosto contra sua bucet* e rebol*va em ritmo acelerado.
- Meu Deus, que delícia! – ela disse uma frase audível e muito satisfatória
Percebi que minha máscara havia escorregado um pouco para baixo, já que o movimento era tão desajeitado e feroz. Arrumei prontamente, sem parar minha função de ch*pá-la, lambe-la, engoli-la. Tentei ignorar o acontecido por aquele instante, pois nada era mais importante do que levar Camila ao ápice do prazer.
Eu estava com a língua dentro dela, quando seu orgasmo veio. Foi forte, intenso, incontrolável. Camila gozou e desmaiou na cama, de olhos fechados e tentando controlar a respiração, que voltava ao normal aos poucos.
Enxuguei minha boca no lençol e fiquei em pé, caminhando até a poltrona onde meu sobretudo estava. Estava fechando o penúltimo botão quando Camila sentou-se na cama e me olhou surpresa.
- Onde você vai?
- Embora. – eu disse enquanto arrumava os cabelos
- Você té brincando né? – ela disse com as bochechas coradas e tentando cobrir-se no lençol
- Não. – coloquei a bolsa no ombro – Preciso ir, Camila. – abri a maçaneta
- Espera! – ela saiu da cama e veio correndo em minha direção, enrolada no pano - Pelo menos diz seu nome!
Sorri, um pouco nervosa e também confusa. Não sabia se aquela seria uma boa ideia.
- Emma. – aproximei e beijei seus lábios – Tchau!
Fechei a porta e caminhei apressadamente pelo corredor. Eu não me conformava de ter cedido dessa forma. Jamais falo meu nome no meio das sessões de BDSM, muito menos deixo a máscara escorregar. Meu coração estava acelerado e eu corria para o carro como se fosse algum tipo de meliante. Até o beijo de despedida que dei nela foi mal estruturado! Só Deus sabe porque resolvi beijá-la naquele instante.
Cheguei em casa com a adrenalina lá em cima. Coloquei uma dose de whisky e passei os próximos minutos tentando compreender como uma noite daquelas, tão solenemente planejada, poderia sair pela culatra. Era um momento de reflexão, mas o que estava realmente me preocupando era que eu sabia da impossibilidade de rever Camila. Não depois da incerteza dela ter me visto. E não ter a chance de realizar todos meus desejos obscuros com ela estava me deixando agitava a ponto de não conseguir dormir ou esquecer. Em qual ponto exatamente eu havia perdido o controle?
Fim do capítulo
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Izys
Em: 07/05/2017
Costumo ficar na moita, nunca comentei neste site,mas, tive que criar uma conta, pra elogiar a estória.Acho que irei gostar da forma que está sendo tratada o tema Sado.Umas das minhas críticas mais severas de 50 tons de cinza, é o fato de um lado de ter um magnata,lindo,rico e bem sucedido (a perfeição) e do outro lado uma jovem sem experiência de vida e sem autoestima.Sendo tão desprorpocional os polos atuantes, que não consigo vê de outra forma,se não , como uma uma relação abusiva.
Já sua estória, mesmo que em fase inicial, e Camila sendo uma universitária meio introvertida, sinto que ela tem uma personalidade forte, e que busca a sua própria satisfação(felicidade). E era justamente essa forma de estória de BDSM que gostaria de lê, por isso estou super animada para o desenrolar da narrativa.
Obs1. Sorry, vou me intrometer um pouco na narrativa, mas autores ,me prometem que não vão fazer nem a Mila e nem a Emy virarem bocós apaixonadas? rsrs (estórias românticas costumam acontecer isso).
Obs2 Estava vendo a data da atualização,faz muito tempo que não atualizam,tomara que não tenham desisitido da estória.
Obs3 Fiquei curiosa sobre o autor homem hétero, hehe, não é comum neste tipo de site, achei maneiro.:)
Ah,Sorry pelo comentário gigante.
Bjs
NovaAqui
Em: 30/04/2017
Porra Emma, como você sai assim? Você perdeu o controle né? Camila fez você perdeu o rumo e a linha
Espero que Camila desapareça por um tempo? só para te deixar louca de saudades...kkkk
Já ansiosa pelo próximo. Voltem logo...kkkk que cara de pau pedir isso rsrsrs
Abraços fraternos procês!
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