Despedida por Lily Porto
Capítulo 33 - Bárbara
Não tinha nada melhor que terminar aquele dia de merd* no colo do meu amor. Enquanto eu voltei para assistir com o Ju depois do jantar, a Cléo foi dar colo a minha pequena.
Eu estava decepcionada com a Anna, tudo bem esse não é o termo certo. O termo é chateada, quem nunca cometeu uma loucura por amor? Pois bem, que atire a primeira pedra.
Eu mesma fugi para outro país por conta de um amor. Não podia também achar a coisa mais horrível do mundo o que a Aninha tinha feito. Sei que vocês devem estar achando que sou controladora demais por ter deixado ela por um mês pra ir de casa pra faculdade e da faculdade pra casa.
Mas gente, se eu não ensinar a ela que a confiança que nós temos pode ser abalada diariamente com coisas desse tipo, ela vai passar a vida inteira sendo inconsequente. Quem nunca se chateou com um filho? Então, não estou de toda errada.
Agora é esperar pra ver se o tal Beto vai querer assumir um relacionamento mesmo com ela.
A Cléo é muito puxa-saco da Anna, acreditam que volta e meia a malandra inventa saídas durante a semana ou então nos convida para ir dormir na casa dela, só pra minha filha sair de casa mesmo que acompanhada por mim!
Ela acha que não estou entendendo o que ela tá fazendo. A Cléo é mesmo um charme de mulher viu. Nossa.
No trabalho as coisas estão menos tensas, mas ainda sinto vontade vez ou outra de "abrir" a cabeça do Paulo, meu sócio, pra que ele entenda que as coisas mudam constantemente, e precisamos nos atualizar sempre.
Não adianta querer expandir o escritório e continuar com o mesmo quadro de empresas que já nos deixaram na mão várias vezes.
Estou observando que nessas duas últimas semanas a Cléo anda meio estranha, tá seria, calada. Será que está acontecendo alguma coisa? Vou continuar observando o comportamento dela até a semana terminar, daí conversamos.
Enfim a sexta-feira chegou, expediente acabando, estou atendendo o último cliente pra ir embora. Semana tranquila graças a Deus. Agora é ir pra casa aproveitar o fds com a minha noiva.
– Bárbara, eu preciso falar com você. – invadiu minha sala quase gritando.
– Boa tarde Paulo, tudo bem? – tentei manter a educação, já que ele parecia ter perdido a dele. E o cliente a minha frente se assustou com a abordagem do meu sócio.
– Que história é essa de você querer desfazer a sociedade com a empresa de engenharia? E pior não me avisou nada. Acabei de falar com o Marcelo, e ele me informou essa sua loucura. – bateu a mão na mesa.
– Primeiro você abaixa o tom de voz, segundo se acalma e terceiro não acho que essa seja a melhor hora para conversarmos. Estou ocupada, se você não percebeu – sorri para o cliente a minha frente.
– Você ouviu o que eu disse Bárbara? A empresa do Marcelo vai continuar com a parceria com o escritório e pronto.
– Paulo – respirei fundo. – Conversamos depois, por favor.
– Eu preciso resolver isso agora Bárbara, estou fechando um contrato e preciso da empresa de engenharia.
– Então seu Aristides, na segunda eu mando o orçamento do projeto pra sua casa, pode ser? – o Paulo estava espumando na minha frente, e eu não ia ser mal educada com um cliente por culpa dele.
– Tudo bem Bárbara, eu espero. Gostei muito da sua ideia, e independente do orçamento o projeto será do seu escritório – apertou a minha mão.
– Muito obrigada pela confiança – levei-o até a porta da sala. – Segunda o orçamento será entregue. E acertamos o dia para assinar o contrato. Tenha um ótimo final de semana. Tchau. – ele fechou a porta da sala e eu voltei para minha mesa. – Qual o problema Paulo?
– Eu já lhe disse. – continuou gritando.
– Sabe qual o seu problema, confiar demais em quem não deve. – entreguei uma pasta a ele. – Ai está o porquê da minha decisão de dispensar a sua querida empresa de engenharia.
– Mas o que é isso?
– Além de ter ficado surdo, você também desaprendeu a ler?
– M... ma... mas isso aqui é...? – sentou na cadeira a minha frente sem acreditar no que estava vendo.
– Sim. Isso que você está lendo, são as provas de que o seu querido Marcelo estava super faturando os serviços, e pior estava fazendo um péssimo trabalho. Olha quantas ações a empresa dele tem nas costas. Sua sorte é que o cliente que reclamou da falha na obra sinalizou antes dele dar a obra como acabada. E eu consegui uma outra equipe para terminar o serviço e consertar as merd*s que ele já tinha feito.
– Bárbara isso é inaceitável. Ele me enganou.
– Que chato Paulo, mas não se preocupa não. Você não foi a primeira pessoa que ele enganou. Examina essa documentação que tá na sua mão e verá quantas pessoas ele já lesou antes de lhe escolher como o “melhor parceiro” da vez. Agora se me der licença preciso ir. – peguei a bolsa para sair. – Ah e se você quiser mantê-lo mesmo assim, sinta-se a vontade. Mas saiba que a nossa sociedade termina no exato momento em que você fechar o contrato com ele. E quanto a ceninha que você fez na frente do seu Aristides, se resolver continuar com a sociedade é outra coisa que precisamos conversar. Tenha um ótimo final de semana Paulo. Tchau – sai da sala calmamente.
Iria mostrar ao meu sócio o que descobri sobre a empresa de engenharia na segunda, mas com aquele estardalhaço que ele fez na minha sala não dava pra continuar guardando aquela bomba.
Mas vamos deixar isso pra lá, a minha parte eu já fiz. Agora vou pra casa descansar. Vamos passar o final de semana na casa da Cléo, hoje vou tentar dormir mais cedo. Dormi muito pouco essa semana. E sei que vou escutar litros da dona Clarice por isso.
Noite muito bem dormida. Estava realmente precisando de uma noite assim. Hoje vou tentar saber da Cléo o porquê ela anda estranha.
Sábado animado, fomos dar uma volta no shopping com as crianças. Assistimos um filme e almoçamos por lá mesmo. Voltamos pra casa no final da tarde. A Cléo me chamou para caminhar na orla, enquanto Anna e Ju preparavam o jantar.
No passeio tentei descobrir o porquê dela estar daquela forma nessas últimas semanas. Ela enrolou e nada me disse, respeitei a vontade dela e não insisti.
De presente pela minha intromissão ganhei um almoço no domingo com o tal Beto. Imaginei que esse oferecimento da Anna para fazer o jantar assim do nada e a Cléo querer caminhar a essa hora ia me custar caro. E custou mesmo.
Tentei de todas as formas argumentar sobre o futuro desse relacionamento, que ao meu ver já tinha começado bem "errado". Mas como vocês sabem, a Anna tem a Cléo como defensora e nessa eu me quebrei.
Agora estou eu aqui em pleno domingo esperando o tal Beto chegar para pedir a mão da minha filha. Coisa mais chata isso viu.
– Ei. Muda essa cara. Parece até que alguém morreu – falou enquanto beijava meu rosto.
– Você sabe muito bem que não estou nada contente com essa ideia. – continuei seria.
– Muda essa cara amor, vai. Olha o rapaz chegou. – o Ju vinha acompanhando o tal Beto.
– Bom dia dona Clarice – beijou o rosto dela. Dona Bárbara. – estiquei a mão apenas.
Levei um pequeno beliscão na costela, dado pela Cléo. A Anna veio ao nosso encontro toda sorridente e cumprimentou o rapaz com um beijo no rosto e um abraço. Sentamos para almoçar. O churrasco estava muito bom, a sobremesa então, melhor ainda. Sou louca por mousse de maracujá, e o da Cléo é uma receita divina.
Ah vocês querem saber sobre o pedido. Tô aqui esperando o Beto fazer. Daqui pra semana que vem ele deve conseguir conter o nervosismo e começar a falar sobre isso. Porque oh rapaz estabanado, já derrubou os talheres, o copo, quase derruba o prato onde estava a carne... nossa.
Só falta ele sujar a gente com alguma coisa. Ai a lerdeza da parte dele estaria totalmente apresentada, rsrsrs.
– Dona Bárbara...
– Sim.
– Amor, seja menos agreste por favor. Assim você assusta o rapaz – a Cléo disse ao meu ouvido.
– A senhora sabe que eu e a Anna... a gente tá... nós estamos... é...
– Não consegui lhe entender, vocês... o que?
– Talvez se você parasse de checar os seus e-mails e prestasse atenção ao que ele está querendo dizer ajudasse. – a Cléo voltou a falar no meu ouvido e tomou o celular das minhas mãos. – Presta atenção no que ele tem a dizer.
– Continue é... seu nome é Roberto ou Alberto?
– Roberto.
– Então, por favor, continue Roberto. Você dizia que você e a minha filha... – olhei no fundo dos olhos dele. Vi ele suar, foi impossível conter o riso de canto de boca.
– Eu quero pedir permissão a senhora pra namorar a Anna. Eu gosto muito dela, e quero oficializar as coisas. – gaguejou a frase inteira.
– Está pedindo para namorar com ela ou pra casar? – sorri. – Ai amor, tava só brincando – passei a mão no braço em que a Cléo acabou de beliscar.
– Eu quero namorar a sua filha, eu sei que o que fizemos não foi certo. Inclusive já tínhamos planejado conversar com a senhora quando chegasse de viagem.
– Tudo bem Roberto, apesar de não ter gostado nada de ver aquela cena na minha sala, gostei da sua atitude em vir conversar comigo sobre vocês engatarem um relacionamento sério. O meu consentimento vocês têm, basta saber o que a Anna quer.
– Claro que eu aceito namorar com você Beto – deu um beijo estalado em sua bochecha. – Muito obrigada mãe. Obrigada Cléo. – sorriu para nós.
– Tem mais uma coisa – Anna olhou pra mim meio assustada. – Namorar é muito bom, eu sei. Mas com cuidado e consciência é melhor ainda. Então previnam-se sempre. Eu não estou preparada para ser avó. Mesmo porque eu pretendo ser mãe daqui há alguns anos novamente – pisquei para a Cléo que sorriu.
– Não se preocupe dona Bárbara, não a desapontarei quanto a isso.
– Então, seja bem vindo a família Roberto.
O resto do domingo correu tranquilo. O Beto passou a tarde por lá também.
A noite saímos pra comer pizza. A Cléo me deu essa folga, tinha praticamente um mês que ela não me deixava comer massas. Oh mulher difícil a minha viu.
Voltamos pra casa da Cléo com o Ju dormindo, subi com ele em meu colo, o coloquei na cama e voltei pra sala. A Anna tava deitada no colo da Cléo. Sentei ao lado na minha noiva no sofá e fiquei admirando aquele momento.
Que sorte a minha em ter a Cléo ao meu lado. Ela e a Anna se dão muito bem, são mãe e filha já. Assim como eu e o Ju. A Anna levantou pra ir dormir.
– Filha? – chamei antes que ela saísse da sala.
– Sim mãe.
– Tome – entreguei a ela a chave do carro e os cartões. – Seu castigo está terminado.
– Mas... não era até a semana que vem?
– Sim, deveria ser, mas você fez por merecer a diminuição dele. Mesmo a Cléo tendo nos tirado de casa quase todos os dias desde que ele começou.
– Amor, também não é assim. Foram só alguns passeios.
– Não é né! Tá bom dengo.
– Mãe, obrigada tá. Eu te amo – me abraçou e me derreteu inteira. – Mais uma vez desculpa, isso não vai mais se repetir. Mãe Cléo, muito obrigada também, tá. E desculpa ter lhe enfiado nessa. – sorriu.
– Tudo bem Minha Portuguesinha linda. Valeu a pena. Agora essa cabeça dura aqui – me abraçou – já sabe de tudo e vocês não precisam ficar se preocupando em ela descobrir ou não.
– Te amo mãe Cléo, boa noite. Boa noite mãe – beijou e abraçou a gente e foi dormir.
Essa noite foi mais uma das nossas melhores. Ver a minha filha chamando a minha noiva de mãe me deu uma paz tão grande. Nossa. Eu ganhei uma companheira incrível, a minha felicidade só aumenta mais e mais a cada dia que passo ao lado dela.
Estou contando os dias para que esse um ano passe. Tô louca pra dormir e acordar todos os dias da minha vida ao lado da Cléo.
Fim do capítulo
Um ótimo final de semana, bjs!
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Bia Ramos
Em: 22/04/2017
Oiie de novo!!
A Bah é o sonho de consumo de qualquer pessoa!! Decidida, forte, linda... Um tesão de mulher vamos abrir logo o jogo!! rsrs
Cara, quando ela descobrir que os otários estão pressionando a Cleo ela mata um ou dois!! Mata mesmo!! rsrs
Agora voltando a história! Dizem que os opostos se atraem e os iguais se repelem... Acredita nisso?
Pois bem... A Bah tem essa marra toda com o Beto, porque os dois são iguais... pronto, falei!!
Ambos são lerdos e desajeitados!! rsrsrs São romanticos e faceis de amar! São únicos!
Autora pega leve comigo!! Mas tanta marra ainda se torna amor!!
Estou amando cada vez mais essa família! Obrigada por nos proporcionar tantas emoções ao mesmo tempo!
Bjs Lily... se cuida senhorita!
Até a próxima!
Bia Ramos!
Resposta do autor:
Digo nada a vc, já lhe disse que a Cléo é ciumenta? Não lembro muito bem, mas acho que sim neah! Deixa ela ver vc falando que a mulher dela é um tesão, kkkkkkkkkkkkk.
Acho que a Bah não vai "matar" no sentido real da palavra não, mas creio que depois que souber ela tomara alguma providência a respeito em um momento oportuno.
Acredito um pouquinho Bia, como toda regra, essa também tem lá a sua exceção. Respirando fundo aqui e contando até mil por esse "lerdos e desajeitados"... que papo é esse Bia? ai ai ai... a Bah é um pouquinho "lerda" como a Cléo costuma dizer, nada mais que isso, kkkkkkkkkkk. Romântica ela é mesmo, fácil de amar, creio que seja também, afinal vc se apaixonou por ela neah, ops...falei demais... kkkkkkkkk.
Ela só não gostou da forma que conheceu o rapaz, mas não tem nada contra ele não. Ela só quer o bem da filha.
Por nada linda, é sempre um grande prazer compartilhar a vida deles com vocês, agradeço também pela companhia, tá.
Se cuida querida, bjs.
patty-321
Em: 22/04/2017
Coitado do Roberto. Ralou feio. Mas a bah só quis assustar. Tá certa. Tem q ser mãe. E não é fácil. Qdo a Cléo vai falar dos problemas q ela tem enfrentado na empresa? Precisa. Bom fds. Bjs
Resposta do autor:
A Bah só quis mostrar ao rapaz que estava de olho nele e brincou um pouquinho com ele, kkkkkkk, quase que o coitado não consegue concluir o pedido, mas que bom que passou pela sogra no final das contas.
A Cléo vai contar pra gente da decisão dela na terça Patty, mas espero que ela não demore muito pra contar viu.
Bjs querida, obrigada.
Se cuida.
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