CapÃtulo 56 – Enfim sós? – parte 2
Com a interrupção da cerimonia pela minha mãe a juíza de paz nos deu algum tempo a sós com ela. Seguimos para dentro da chácara e Ana Cecília me acompanhou. Assim que estávamos apenas nós três no recinto eu pude finalmente soltar minha frustação sobre ela. E eu não fui muito delicada com ela.
- O que tá fazendo aqui? Se a senhora acha que vai estragar nosso casamento assim pode dar meia volta e pegar a estrada para sua casa mãe! – eu disse já com sete pedras nas mãos. Ela recuou um pouco, assustada pela minha forma de falar. Eu raramente atacava alguém assim de primeira, mas foi impossível me controlar naquele momento. Foi Ana Cecília quem interveio.
- Amor! Calma! – pediu me fazendo olha-la. Ela segurou meu rosto entre suas mãos olhando-me nos olhos com ternura e meu coração se acalmou um pouco. – Deixa-a falar primeiro!
- Você está defendendo ela depois de tudo que ela já fez e disse contra nós? Não estou entendendo você!
- Amor me escuta. Eu sei que você ficou muito magoada com tudo que houve ate hoje. Eu também fiquei. Mas o que mais me magoa é ver você sofrer pela falta dela na sua vida. Eu sei o quanto você ama a sua mãe. Não é por acaso que ela está aqui hoje! Acredite em mim! – disse desviando seus olhos de mim para minha mãe.
- Como assim? – perguntei sem entender.
- Ela me procurou. – minha mãe respondeu primeiro. – Por isso estou aqui hoje.
- Por que você fez isso? – perguntei a Cecília.
- Eu fiz por você! Por que eu te amo e sei o quanto você está sofrendo com tudo isso entre vocês duas. Eu vou deixar vocês duas conversarem a sós.
- Não! Eu quero que você fique comigo. – pedi segurando sua mão.
- Eu estou sempre com você amor! Mas essa conversa só compete a vocês. Eu estarei te esperando lá fora! E não importa o que aconteça aqui dentro – disse apontando o quarto - eu e você só sairemos daqui casadas ok?
- Promete? – pedi. Eu precisava daquela certeza.
- Prometo! – ela deu-me um beijo leve em meus lábios e saiu. Voltei a vestir minha armadura assim que ela fechou a porta.
- Pode falar! – disse dura, eu estava irredutível. Enquanto uma parte de mim queria ceder a alegria de ter minha mãe ali outra parte ainda tinha duvidas de que ela estava ali de bom grado. A todo o momento eu imaginava que ela tiraria algo de dentro de sua bolsa ou de qualquer lugar para destruir meu casamento.
- Você tem o todo direito de se sentir com medo de mim. – ela disse olhando-me. – Eu não fui nada receptível com vocês desde que você reatou seu relacionamento com ela. Tudo que fiz foi rechaçar você pra longe de mim.
- Não pense que sinto prazer em me sentir assim! Todo esse sentimento ruim dentro de mim é culpa sua mãe! – acusei-a - Você fez com que todo o amor que eu tinha pela senhora se transformasse em medo.
- Eu sei. Não estou eximindo-me de culpa. Eu só queria que você entendesse que eu fiz o que achava que era o melhor para você!
- Eu sei o que é o melhor para mim mãe! – gritei com ela assustando-a – Desculpe! – pedi em tom mais baixo - Só eu posso saber o que me faz bem. E ela me faz bem! – disse ela ficou em silencio por um tempo.
- Eu fiquei muito surpresa quando ela apareceu na porta da minha casa. – voltou a falar - Eu nunca imaginava que ela teria a petulância de ir até la – disse com um leve sorriso no rosto.
- Ela é uma pessoa incrível mãe! Você é quem nunca se deu uma oportunidade de conhecê-la. Nem no começo e nem quando reatamos. Você sempre a julgou mal. “Ela é uma má influencia” você dizia...“ A culpa de tudo isso é daquela anormal.” Cada vez que você a julgava você acabava me julgando também mãe.
- Eu sei disso. – ela tentou se aproximar de mim mas recuei e ela percebeu parando onde estava - Talvez um dia quando sua filha estiver maior você entenda todas as minhas atitudes.
- Eu jamais faria minha filha sofrer pelas suas escolhas amorosas mãe! Valentina terá o direito de amar quem ela quiser e nós duas apoiaremos. – disse referindo-se a mim e a Cecília.
- Não é só sobre isso que eu estou falando. Estou falando sobre todas as coisas que um dia você passará. Assim como eu passei com você. Ser mãe é assim. Você nunca está preparada para o que acontece. Você quer fazer as coisas certas, mas nunca sabe se está realmente certa. E quando você acha que conhece seu filho e que tem todas as respostas para ajuda-lo... ele cresce mais um pouco. E muda mais um pouco. E surgem novas dificuldades. Novos desafios. E você precisa de novas respostas. Como mãe... a gente cria expectativas sobre eles, sobre sua vida, seu futuro e quando elas não se realizam começamos a nos perguntar onde foi a gente errou. Onde foi que eu errei. – disse com a voz sentida, temerosa.
- Você não errou em nada mãe! Você me criou tão bem ao lado do papai. Vocês sempre me deram de tudo, atenção, afeto, carinho. Vocês me deram boa educação, me ensinaram a lutar pelos meus sonhos. A não desistir do que eu queria. E foi isso que eu fiz. Tudo que eu me tornei hoje eu devo ao papai e a você também.
- Eu pensei muito depois do dia que ela esteve em minha casa. Você e a Valentina são as únicas pessoas que eu tenho na minha vida! – disse olhando profundamente em meus olhos. Eu podia sentir a sinceridade em seu olhar. E também sentia seu medo - Eu não quero acabar como uma velha solitária. – algumas lagrimas começaram a escorrer de seus olhos, fazendo com que meu coração deixasse o estado de alerta de lado - Eu não quero ficar sem a minha única filha! Eu não quero perder vocês!
- Mãe... – tentei falar, mas ela me interrompeu.
- Me escuta filha... eu sei que eu sou uma pessoa difícil de lidar e isso tudo não está sendo fácil para mim. Eu sei que preciso mudar meu jeito para poder ter vocês na minha vida. Eu só peço um pouco de paciência comigo. Eu prometo pra você que eu vou respeitar suas escolhas. E vou aprender a lidar com isso sem magoar você ou a minha netinha outra vez. Eu amo tanto vocês! Me perdoa por tudo que eu disse de ruim para você? Me perdoa?
Eu tentei de todas as formas segurar minhas lágrimas até ali. Mas foi impossível. Foi impossível também resistir ao meu coração. Caminhei ate minha mãe e abracei-a apertado. Mesmo tendo me machucado tanto ela era minha mãe e eu amava muito. Deitei minha cabeça em seu ombro e deixei que as lágrimas rolassem pelo meu rosto sem medo de que pudesse estragar minha maquiagem. Isso era o menos importante agora.
- Eu te amo mãe! Claro que eu e perdoo! - respondi ainda abraçada a ela.
- Também amo você minha filha. Te amo mais que tudo.
Minha mãe chorava mais do que eu. Eu imaginava que não devia estar sendo fácil para ela estar ali, deixando de lado seu orgulho para me pedir perdão. Eu também sabia que aquilo era apenas o começo de uma nova relação entre nós e que não é porque havíamos nos perdoado que tudo que tinha acontecido seria apagado de nossas mentes. Isso apenas o tempo seria capaz de fazer. Afastei-me dela e com minhas mãos limpei suas lágrimas. Em seguida limpei as lágrimas do meu rosto.
- Você borrou toda a sua maquiagem. – ela disse olhando-me. – Você está linda vestida assim! – completou.
- Obrigada mãe! Eu vou refazer a maquiagem. – ouvimos batidas na porta e assim que ela se abriu Ana Cecília colocou a cabeça para dentro.
- Tudo bem por aqui? – perguntou preocupada.
- Tudo sim amor – respondi abrindo um sorriso. Ela viu meus olhos vermelhos pelas lágrimas e aproximou-se.
- A juíza está perguntando por nós. Podemos ir?
- Claro. – virei-me para minha mãe – A senhora vai ficar né?
- Se tiver um lugar para essa velha ignorante aqui... eu adoraria ficar. – disse me fazendo sorrir levemente.
- Mãe a senhora não é velha e nem ignorante. Só um pouco teimosa e orgulhosa. – disse fazendo-a rir.
- Igual você amor! – Ana Cecília disse e rimos as três juntas pela primeira vez – Amor você pode ver com a Júlia ou a Flávia se elas tem algum estojo de maquiagem pra eu retocar aqui rapidinho? – disse apontando meu próprio rosto.
- Claro. Eu já volto – disse saindo. O rapidinho dela foi realmente rápido. Em pouquíssimo tempo ela já estava de volta com um estojo básico mas que serviria para o que eu precisava. Sai de lá acompanhada de minha mãe de um lado e Ana Cecília do outro. E dentro de mim um sentimento de plenitude começava a se instalar.Aagora eu tinha ali todas as pessoas que eu mais amava na minha vida. Juntas. Compartilhando comigo o nosso momento, a nossa felicidade. Assim que paramos em frente a juíza de paz ela nos sorriu docemente.
- Em todos esses anos como juíza de paz essa foi a primeira vez que alguém interrompe uma cerimonia minha – disse olhando-nos – E fico muito feliz por perceber que foi por um bom motivo – olhou- para mim e eu sorri concordando. – Podemos continuar? - Balancei a cabeça concordando e Ana Cecília fez o mesmo.
- Patrícia e Ana Cecilia – voltou a falar chamando a atenção de todos – vocês duas já foram muitas coisas uma da outra – disse olhando de Ana para mim – foram colegas de faculdade, amigas, companheiras, namoradas, noivas, e até mesmo professoras e alunas, pois vocês já ensinaram muito uma a outra e já aprenderam muito uma com a outra, nestes últimos anos. Agora, com as palavras que vocês estão prestes a trocar, vocês passarão para a próxima fase da vida de vocês. Pois, com estes votos, vocês estarão dizendo ao mundo: “esta é minha esposa” – disse olhando para mim e apontando para Ana Cecília e em seguida fez o mesmo com ela.
- Fiquem de frente uma para a outra. – pediu-nos e nós nos viramos. - Patrícia – voltou a olhar-me - É de livre e espontânea vontade que você aceita a Ana Cecília como sua legitima esposa, para ama-la e respeita-la, todos os dias de sua vida?
- Sim. – respondi voltando ficar emocionada. Meus olhos já lacrimejaram novamente, desta vez pela felicidade de estar finalmente dizendo o tão sonhado sim a ela - Ana Cecília, é de livre e espontânea vontade que você aceita a Patrícia como sua como sua legitima esposa, para ama-la e respeita-la, todos os dias de sua vida?
- Sim – ela respondeu. Sua voz soava tranquila e seus olhos brilhavam tanto que pareciam um espelho onde eu era capaz de me ver neles. Eu adorava essa sensação. Sorri para ela e ela me correspondeu.
- Assim sendo, por favor, dêem-se as mãos e preparem-se para dar e receber suas juras de amor, que estão entre os maiores presentes da vida. - A juíza entregou a mim um microfone. Era chegada as horas dos nossos votos e meu coração disparou de nervosismo.
- Eu não sou boa com as palavras você sabe – disse olhando em seus olhos e ela sorriu me encorajando – Enquanto eu vinha para cá eu pensava em todas as razões que levam duas pessoas a querer se casarem. Será por amor? Por medo de ficar sozinha? Para construir uma família? Então eu pensei por que eu quero me casar com você? E ai eu fiz uma lista – disse retirando uma folha de caderno que estava escondida dentro do meu vestido. - Ficou bem grande tá – eu disse fazendo ela e outras pessoas rirem – Eu quero me casar com você por que você é a pessoa mais honesta que eu conheço. E a mais leal também. Por que você é minha amiga. É minha confidente. Minha companheira.
- Eu quero me casar com você por que você tem cabelos loiros e lindos – disse fazendo-a rir – e por que eu amo o seu jeito de sorrir. Quero me casar com você por que você é uma ótima irmã – disse olhando para Júlia que estava emocionada – e uma ótima filha. E por isso eu sei que você será uma ótima mãe. – uma lagrima escorreu de seus olhos e ela limpou-a com os dedos.
- Por que você tem um coração grande e generoso. Por que você tem essa mania de sempre me surpreender. E eu amo as surpresas que você me faz. – disse fazendo todos rirem - Por que você fica incrivelmente linda quando fala inglês. Eu quero me casar com você por que você ama minha filha. E por que ela te ama também. Por que você me acorda com cosquinhas de manhã. Por que você conhece o meu humor. E você entende o meu mau humor também. E mesmo assim você nunca desistiu de mim. – disse deixando algumas lágrimas deslizarem pelo meu rosto - E eu nunca desisti de você. E o mais importante é que... eu quero me casar com você por que eu te amo demais e por que a partir de hoje eu não quero ser só mais eu – minha voz falhou pela minha emoção - eu quero ser nós! – finalizei limpando as lágrimas que desciam e entregando o microfone pra juíza e ela o deu para Ana Cecília. Ana Cecília também tinha lágrimas no rosto dela.
- Você roubou meus votos! – ela começou passando a mão pelo rosto e fazendo todos rirem, inclusive eu. Respirou fundo e começou a falar – Eu nunca imaginei que um dia eu fosse conhecer alguém que me faria subir até o altar – completou e todos riram novamente. - Sabe aquele tipo de pessoa que sonha em casar e construir uma família? Definitivamente não era eu! – os votos dela faziam todos gargalhar. Ela fitou-me, desta vez estava séria – Ai de repente, num dia em que eu estava toda linda, com meus cabelos loiros que você ama – fez os convidados rirem outra vez - todos coloridos de tinta guache, quase tendo uma sincope de tanta coceira por causa da minha alergia, você apareceu na minha frente. Eu nunca fui capaz de esquecer aquele dia. E tudo aconteceu rápido demais. O meu coração disparou na mesma hora... e os meus olhos só enxergavam você.
- E todos os dias eles te buscavam em todas as partes da faculdade. Em todos os cantos. E meu coração aqui decidiu que por você eu enfrentaria ate dragões se fosse preciso. Minha coragem me rendeu 5 pontos na testa por isso – disse e todos riram outra vez – e na mesma noite, eu que julgava ser a dona do meu coração, percebi que ele já não me pertencia mais. Ele era seu.
- E nós duas tivemos nossos momentos bons. E tivemos os ruins também. Nós duas nos machucamos. E aprendemos juntas a nos perdoar. – suas lagrimas voltaram a escorrer, dessa vez com mais força. Ela respirou fundo outra vez, limpando a garganta antes de continuar – Nossos caminhos se separaram e depois de um tempo se uniram novamente. E desde então nós crescemos juntas. – ela parou limpando as lágrimas antes de continuar.
- Você me deu a oportunidade de tê-la de novo na minha vida, você me deu também a oportunidade de ser a mãe dessa garotinha incrível que eu amo tanto. E de sermos essa família que é a base da minha existência hoje. Você me faz querer ser uma pessoa melhor a cada dia. Você me complementa e eu espero poder ser assim para você também. Você traz mudanças pra minha vida e eu espero que você continue sempre assim. Eu te amo hoje um pouquinho mais que ontem. E eu sei que vou te amar amanhã um pouquinho mais que hoje. E vou te amar a cada dia um pouquinho mais que o infinito! E vou te amar para sempre! - ela entregou o microfone para a juíza e minha vontade foi me jogar em seus braços e enche-la de beijos.
A juíza de paz chamou para junto de nós um rapaz que trazia consigo um grande livro de capa preta. Ele abriu o livro e colocou-o sobre a mesa e retirou-se para o mesmo lugar de antes.
- As alianças? – perguntou e Ana Cecília olhou-me.
- Estão com você amor – respondi baixinho.
- Comigo?
- Você não esqueceu as alianças né? – perguntei já preocupada.
- Espera deixa eu ver – disse colocando as mãos nos bolsos – Só tem biscoito pra cachorro – disse mostrando um pequeno biscoitinho que ela havia retirado de dentro do fraque. - Alguém viu duas alianças por ai? - perguntou alto fazendo todos rirem enquanto eu a olhava séria. – Ah lembrei. Dolly! – chamou a cachorrinha – Vem cá menina vem! – disse batendo as mãos nas pernas. Olhei para o fim do tapete vermelho e vi nossa cachorrinha vindo devagar. Ela usava um vestidinho branco e carregava uma cestinha na boca. Eu podia ver o brilho das alianças dentro da cestinha. Enquanto ela passava algumas pessoas se divertiam e outras achavam a coisa mais linda do mundo. Eu estava entre estas. Meu coração se derreteu ao ver aquele serzinho tão pequeno vindo em nossa direção. Assim que se aproximou Ana abaixou-se retirando a cestinha de sua boca e dando a ela o biscoitinho em forma de osso que estava em sua mão. Com a cestinha nas mãos ela retirou as alianças de dentro e entregou-as a juíza. Ela nos deus as instruções de como deveríamos fazer e eu fui a primeira. Segurando a aliança com minha mão direita eu comecei a repetir as palavras que ela me dizia.
- Ana Cecília, receba esta aliança em sinal do meu amor e da minha fidelidade. – enquanto eu dizia as palavras eu ia colocando a aliança em seu dedo anelar esquerdo. Na sequencia foi a vez dela.
- Patricia, receba esta aliança em sinal do meu amor e da minha fidelidade. – a juíza nos entregou uma caneta e pediu para assinarmos o livro. Depois que as duas terminaram ela voltou a falar.
- Pelo poder a mim investido... eu vos declaro casadas! – todos os convidados se levantaram – Podem se beijar – disse olhando-nos.
Ana Cecília aproximou-se de mim e envolveu sua mão em minha nuca puxando-me delicadamente em sua direção. Sua boca envolveu a minha com carinho e um beijo calmo se desenrolou. Eu podia ouvir os as palmas e alguns gritos dos nossos convidados enquanto ela me mantinha em seus braços. Ela afastou-se devagar e manteve nossas testas coladas uma na outra.
- Eu te amo! – disse abrindo os olhos e olhando-me.
- Eu te amo mais! – respondi. Valentina, que estava sentada no colo de minha mãe veio correndo até nós. Peguei-a no colo enquanto agradecíamos a juíza.
- Eu já tenho duas mamães agola? – perguntou fazendo nós três sorrir.
- Sim meu amor! – respondi.
- Ebaaa! – gritou fazendo os primeiros convidados que conseguiam ouvi-la sorrirem.
- Amor, passa ela pra mim – pediu Cecília – Vai ficar mais fácil pra você se eu leva-la. – Fiz o que ela pediu e passei Vavá para o colo dela. Ela a segurava apoiada em seu corpo com o braço esquerdo e com a mão direita enlaçou a minha mão esquerda. – Vamos? Temos uma festa para comemorar! – acenei com a cabeça concordando. Ali começava oficialmente nossa jornada como família.
Nossa festa seria ali mesmo. Em lugar mais afastado. Uma tenda enorme havia sido armada para isso. Enquanto passávamos pelo tapete vermelho as pessoas jogavam pétalas de rosas sobre nós. Os convidados vieram logo atrás e cada um deles ia se ajeitando nas mesas. A única mesa separada era a nossa. Nela havia apenas os nossos lugares e o de Valentina. Havia também uma mesa reservada para nossa família. Nela estavam meus pais, Julia e Flávia e claro a mãe de Paty.
Seguimos para nossa mesa e nos sentamos por um momento. Uma musica suave embalava o local. Enquanto todos ainda terminavam de se ajeitar Júlia e Flávia se aproximaram de nós.
- Parabéns Paty – Flávia disse me abraçando – Foi uma cerimônia linda!
- Obrigada Flá.
- Parabéns cunhadinha – Júlia disse me abraçando – Muitas felicidades para vocês!
- Obrigada Júlia. – elas também cumprimentaram Ana Cecília e logo depois foram se sentar. O Dj solicitou a atenção de todos por um minuto para que realizássemos a dança do casal. Ana Cecília me conduziu até o centro da tenda e colocou-me de frente para ela.
- Espero que você não importe pela música que eu escolhi para nós – disse-me e o som começou a tocar. Era Beauty and the Beast, a música do filme favorito dela. Apenas lhe sorri. Como eu poderia reprovar qualquer de suas escolhas se até então, tudo que ela estava fazendo proporciona-me momentos tão inesquecíveis. Ela estendeu seu braço esquerdo e eu o levei minha mão direita ate ele, segurando-o. Fez meu corpo rodopiar e em seguida puxou-me para junto dela. Colocou seu outro braço sobre minha cintura e eu seguirei em seu ombro e começamos a bailar. Ela me conduzia perfeitamente e eu me deixava levar por ela por todos os lados.
Fechei meus olhos entregando-me completamente a nossa dança. Ao abri-los outra vez lhe encontrei me olhando encantada e sorrindo. Sorri também. Continuamos dançando. Ela nos fazia rodopiar. Eu não tinha ideia de que ela valsava tão bem assim. Mais uma surpresa. Mais uma coisa nova que ela me mostrava. A música durou alguns minutos e ela terminou dobrando meu corpo levemente para trás enquanto me segurava. Ao me levantar beijou meus lábios docemente. A pista então foi liberada para os convidados e nós permanecemos ali, dançando juntas, com nossos olhares conectados um ao outro.
Um tempo depois deixamos a pista e começamos a caminhar de mesa em mesa para falar com cada um dos convidados. Os primeiros foram nossos pais, depois os amigos mais próximos e assim seguiu-se. Estávamos conversando com Carla e Maressa quando uma voz nos chamou.
- Será que eu posso cumprimentar as noivas também? – disse com aquele timbre grave e rouco. Ana Cecília e eu nos viramos juntas. Eu sorri para ele e ele sorriu de volta.
- João! Que bom que você veio! – disse me aproximando e abraçando-o.
- Desculpe por chegar tão tarde. Tive um problema grave no trabalho. Acabei perdendo a cerimonia.
- Não se preocupe. Depois eu te mostro a filmagem – eu disse. Ele olhou para Ana Cecília.
- Posso te dar um abraço? – perguntou a ela.
- Não tem nenhuma garrafa na sua mão tem? – ela disse e em seguida sorriu fazendo-o sorrir também. Aproximou-se dele e o abraçou ternamente.
- Sejam felizes! – ele disse ainda abraçada a ela. Afastaram-se nós o levamos até a mesa onde Júlia e Flávia estavam acomodadas. No meio do caminho Valentina veio correndo até nós e se atirou em direção a ele.
- Papai! – gritou. João pegou-a no colo e jogou-a ao alto. Em seguida beijou-lhe a bocheha.
- Princesinha da minha vida! O papai tava morrendo de saudades de você!
- Eu também tavo cum saudades! – ela respondeu. Eles se sentaram a mesa e Valentina falava sem parar contando sobre seu dia e colocando João a par da nossa viagem. Ela contava milhares de coisas ao mesmo tempo sem dar tempo dele responder nada. Era engraçado ver a cena. Estava tudo perfeito. Tudo maravilhoso. Cortamos nosso bolo, Fizemos nosso brinde e nossas madrinhas discursaram emocionando muitas pessoas dali, principalmente Ana e eu. A festa corria tranquilamente e em um momento qualquer da noite Ana Cecília me puxou para um local mais afastado.
- Gostando? – perguntou.
- Amando – respondi.
- Eu te amo ruivinha! – ela disse olhando-me profundamente. Estávamos num canto mais escuro e a única luz presente ali era o luar.
- Eu também te amo! – respondi levando minha boca até a dela. Nosso beijo começou lento e aos poucos ganhava desejo, fogo, paixão.
- Podemos fugir daqui agora? – perguntei a ela.
- Podemos fazer tudo que você quiser – respondeu voltando a me beijar. Segurou minha mão e puxou-me para dentro da casa. Pegou as chaves do seu carro e seu celular e mandou uma mensagem para Júlia pedindo a ela para avisar ao João que a malinha de roupas da Valentina estava com a Flávia. Peguei minhas coisas enquanto ela mandava outra mensagem para alguém que eu não soube identificar quem era e de lá seguimos para o seu apartamento. Assim que chegamos na porta dela eu me surpreendi. Havia uma placa pendurada na porta. Era uma placa tipo essas que se usa em automóveis, só que no lugar da cidade estava escrito RECÉM CASADAS e embaixo tinha gravado PATY e ANA. Entre nossos nomes havia o desenho de duas menininhas vestidas de noivas. Era linda.
- Você nunca se cansa de me surpreender né! – disse sorrindo e tocando a placa com as pontas dos dedos. Ela abriu a porta e me surpreendeu outra vez. A casa toda estava repleta de rosas e lírios brancos. O perfume das flores se espalhava pelo local me deixando inebriada pelo perfume. Entrei na frente e ela entrou depois. Havia um jogo de luz que tornava tudo mais romântico. Ana fechou a porta e me abraçou pelas costas. Virei-me de frente para ela encontrando seus olhos verdes. Eles estavam mais brilhantes.
- Enfim sós! – eu disse aquele velho jargão olhando-a com amor. Ela balançou a cabeça negando docemente minhas palavras.
- Enfim juntas! – corrigiu-me. Sorri. Ela tinha razão. Avancei sobre ela buscando sua boca para um beijo cheio de desejo. Ela deu um passo para trás e apoiou seu corpo na porta. Suas mãos deslizaram pelas minhas costas e apertaram meu corpo contra o seu.
- Vamos para o nosso quarto – pedi ofegante ao me afastar ela – Estou louca para tirar peça por peça da tua roupa. Fizemos todo o caminho até lá aos beijos. Demorou um tempinho pois sempre parávamos em algum cantinho para um beijo mais fogoso, mas finalmente chegamos ao quarto. E finalmente eu realizaria minha fantasia com ela.
Fim do capítulo
Ola meninas...
e ai casaram ou não? vamos descobrir?
Bjus e até o proximo!
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Larissa 18
Em: 18/04/2017
enfim ficaram juntas como tinha que ser.
Parabéns autora.
Resposta do autor:
Oi Lari
sim ficaram juntas... fofinhas né?!
tem mais capitulo ja ok
bjusss
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keka_Keka
Em: 18/04/2017
Haaaaa dona Prii eu ainda aguardo o próximo capítulo viu, quero ele o maiz rápido possível. Que bom que voltou com essa história, tava todo mundo com saudades e com medo de você não voltar mais.
Resposta do autor:
Oi Keka
ja postei ja postei tá... só pq vc pediu kkkkkkkkk
jamais deixaria a historia sem fim... na vdd ela ainda tera continuação... mas essa é outra historia kkkkk
bjusss
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Ray Campos
Em: 18/04/2017
pelo amor que tem a nós, continua ... como que acaba assim? na melhor parte
Resposta do autor:
Oi Ray
ja tem postei a melhor parte pra vc ler ok kkkk
vai la conferir
bjus
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MAYA
Em: 17/04/2017
parabéns, que amor mais lindo! essa história é perfeita demais, ese casal é maravilhoso, sem palavras. Vc é incrível!
Resposta do autor:
Oi Maya
Obrigada pelas palavras... tentei escrever algo que realmente tocasse vocês...
E ai imagina como será a noite de nupcias delas? o capitulo ta pronto querem que eu poste?
Bjus
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Krica
Em: 17/04/2017
Um minuto de silêncio, pois estou em prantos. É muito emoção pra meu coração!
Foi simplesmente mágico, lindo demais!
Tava muito inspirada quando fez esse romance
Um beijo
Resposta do autor:
Oi Krica
Que bom que gostou... nao quero fazer vcs chorarem ok rs... mas gosto de despertar os sentimentos de vcs minha letioras lindas!
Agora é hora da noite de nupcias... quer capitulo novo?
Bjus
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Mille
Em: 17/04/2017
Oi Pri
Dona Regina enfim se entendeu com a filha e deixou o orgulho de lado. Bom agora é recomeçar para elas.
Enfim juntas e mais unidas que nunca muito lindo o casamento e a declaração delas.
Bjus e até o próximo
Resposta do autor:
Oi Mille
Confesso que na hora de escrever o capitulo eu pensei seriamente em fazer diferente sabe... muitas vezes as pessoas não querem recomeçar e isso tb é interessante de ser retratado... mas acabei optando por esse desfecho mesmo.
que bom que gostou da declaração delas... a cho que o mais dificil de escrever para mim...
E ai pronta pra saber da noite de nupcias delas? querem capitulo novo?
bjusss
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Naiane Lins
Em: 17/04/2017
Prih, a esse capítulo vc se superou!!
Nossa, que beleza de descrição, quantos detalhes e que lindo os votos do casamento.
Tensa tb a conversa da Paty com a mãe. Sua história tem o dom incrível de nos envolver do início ao fim. Amando qu emeu casal enfim juntas!!!!!
Resposta do autor:
Oi Naiane
Que bom que vc gostou... os votos deram trabalho de escrever... e ainda achei que ficou faltando algo....rs coisa de escritora parace que nunca ta perfeito kkkkkk
E ai alguma ideia de como será a noite de nupcias delas? quer descobrir? Ja escrevi
Bjusss
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Japa
Em: 16/04/2017
que emoções que elas causaram em mim. Linda a forma como se expressaram e mostraram seu amor . Amo essas duas!
PriHh, bjs e volto logo d novo
Resposta do autor:
Oi Japa
Poxa é tão bom saber qdo o que eu escrevo desperta emoçoes em vcs! fico super feliz... e confesso que isso me impulsiona a escrever cada vez mais pra vcs!
tanto que em algumas horas consegui escrever o proximo capitulo...
Devo postar?
Bjusss
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gabrielacng
Em: 16/04/2017
Não acredito que vc postou rapido! Muito obrigada, autora.
Resposta do autor:
Oi Gabi
Pois é postei super rápido... e ja tem outro capitulo pronto pra ser postado...
Devo posta-lo ja ou devo deixar vcs mais ansiosas??
Bjusss
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