• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Even if we're not friends
  • Capítulo 10

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,491
Palavras: 51,957,181
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell
  • 34
    34
    Por Luciane Ribeiro

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Te
    Te amo porra!!!
    Por Dani mendes
  • Inefável
    Inefável
    Por Maysink

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Even if we're not friends por asuna

Ver comentários: 5

Ver lista de capítulos

Palavras: 3301
Acessos: 5378   |  Postado em: 14/04/2017

Capítulo 10

 

10.

 

Beatriz POV

 

Não me movi. Fiquei ali, estática, os olhos presos no vazio onde Claire estivera segundos antes. O meu corpo parecia pregado ao chão, incapaz de reagir ao que acabara de acontecer. Mesmo depois de a perder de vista, continuei na mesma posição, o peito subindo e descendo num ritmo descompassado, como se o meu coração ainda estivesse a tentar acompanhar o que a minha mente se recusava a processar.

O som da porta a fechar-se arrancou-me do transe. Instintivamente, levei os dedos aos meus lábios, ainda sentindo a presença do beijo. Fechei os olhos por um instante e inspirei fundo, tentando encontrar um fio de lógica no meio do turbilhão dentro de mim.

Mas não havia lógica.

Claire tinha-me beijado.

E eu tinha correspondido.

O choque dissipou-se o suficiente para que as minhas pernas finalmente reagissem. Andei apressadamente até à porta principal, o coração disparado. Segurei a maçaneta, vacilando.

Respirei fundo antes de abri-la, mas Claire já não estava lá.

Olhei para o relógio. Já passava das duas da manhã.

A inquietação tomou conta de mim ao imaginar que ela pudesse ter ido para casa a pé. A distância entre as nossas casas não era grande, mas isso não impediu que a preocupação se instalasse.

Fechei a porta, trancando-a com a chave que repousava na mesinha ao lado.

Voltei para a sala e sentei-me no sofá, ainda desnorteada. Os meus olhos pousaram no relógio, mas a minha mente estava longe dali. Foi então que reparei no prato vazio sobre a mesa. O canto da minha boca ergueu-se num sorriso involuntário. Claire tinha levado a sanduíche. Esse pequeno detalhe confirmou que tudo o que tinha acontecido minutos antes era real.

Fiquei ali por um tempo indefinido, perdida em pensamentos. Quando o celular vibrou no bolso, apressei-me a pegá-lo.

Uma mensagem.

"Já estou em casa. Reflete sobre tudo o que se passou. Quando eu voltar, quero que sejas sincera, pois eu já tomei uma decisão."

Soltei um longo suspiro e caminhei vagarosamente para o quarto. Deitei-me na cama ainda vestida e encarei o teto. Aquela noite tinha mudado tudo.


Três dias depois.

O tempo parecia mover-se a um ritmo estranho, como se os dias fossem longos demais, mas ao mesmo tempo fugissem por entre os meus dedos.

A inquietação não me deixava em paz.

Andava de um lado para o outro, verificando o celular constantemente e lutando contra a tentação de lhe ligar. Desde aquela noite, não trocámos mais nenhuma palavra. Mari tinha-me dito que Claire já estava em Ibiza.

Saber que chegou em segurança trouxe-me um breve alívio, mas esse sentimento foi rapidamente substituído pelo aperto sufocante no peito.

A ausência dela pesava.

A minha mente era constantemente invadida por pensamentos indesejados, cenários que me deixavam inquieta e um medo crescente do que aconteceria quando ela voltasse. Desesperada, decidi sair de casa. Precisava de uma distração. Caminhei sem rumo por um tempo, até que uma ideia surgiu.

Fazia tempo que não praticava ténis.

Sem pensar muito, segui para o clube que o meu pai costumava frequentar. Talvez voltar a jogar me ajudasse a esvaziar a mente, a encontrar algum tipo de equilíbrio no meio do caos.

Assim que entrei no clube, fui recebida pela rececionista, que me olhou com um sorriso profissional.

— Posso ajudar? — Perguntou educadamente.

Expliquei-lhe que queria inscrever-me novamente, e ela prontamente informou-me sobre os preços e os detalhes do processo.

Depois de esclarecer todas as dúvidas, entregou-me uma ficha de inscrição e uma caneta.

Sentei-me e comecei a preencher o formulário, tentando focar-me apenas nisso. Quando terminei, voltei a ler tudo com atenção para garantir que não tinha esquecido nada.

Foi nesse momento que uma voz familiar chamou a minha atenção.

— Beatriz?

Levantei o olhar e deparei-me com um rosto sorridente. O choque foi imediato.

— Emma. — Murmurei, levantando-me para cumprimentá-la.

Ela analisou-me com um sorriso caloroso, e eu fiz o mesmo, num misto de surpresa e nostalgia. O seu cabelo, antes curto e escuro, agora tinha um tom castanho caramelo e estava comprido, preso num rabo de cavalo que realçava os seus traços elegantes. Vestia um polo branco de manga curta e uma saia acima do joelho, e não pude deixar de notar o corpo esbelto e as pernas morenas e torneadas.

— Desculpa não ter comparecido à tua festa de boas-vindas. Estava fora da cidade a trabalho. — Disse num tom genuíno.

— Tudo bem, não perdeste muito… — Respondi com um leve encolher de ombros.

— Conta-me, como foi a experiência em Inglaterra?

Suspirei, recordando os dias cinzentos e o ambiente diferente do que eu estava habituada.

— Aquele céu nublado é deprimente… Mas, tirando isso, foi uma experiência interessante.

Emma sorriu, tocando de leve no meu braço. O contacto foi breve, mas inesperado, e por alguma razão, senti um desconforto estranho.

— Espero que tenha sido vantajoso para ti. — Acrescentou com um brilho no olhar. — Mas agora preciso ir, estou um pouco atrasada.

— Tudo bem. Vou começar a frequentar o clube, pode ser que nos cruzemos novamente.

— Eu ia adorar… — O tom de voz dela soou envolvente, e o olhar demorou-se em mim por um instante.

Baixei os olhos sem saber bem como reagir, e percebi pelo seu sorriso satisfeito que ela notou o efeito que causou. Antes de se afastar, inclinou-se para me beijar no rosto, demorando-se ligeiramente mais do que o necessário. E, quando se afastou, piscou-me o olho. Fiquei parada por alguns segundos, absorvendo o que tinha acabado de acontecer.


Quarta-feira à noite.

Estava no quarto quando decidi abrir o Facebook para ver as atualizações. Não esperava que a primeira coisa a surgir na minha tela fosse uma série de fotos onde Claire estava identificada. A curiosidade venceu-me, e comecei a analisá-las uma a uma. Havia uma no aeroporto, outra no hotel, depois num restaurante… e então, a que me fez sentir um aperto imediato no peito. Na última imagem, Claire estava numa piscina, acompanhada por uma garota que lhe envolvia os ombros com um gesto intimista demais para meu gosto.

O meu coração acelerou e uma onda de irritação subiu pela minha pele como fogo. Estreitei os olhos, analisando melhor a foto, até que reconheci a garota. A mesma com quem Claire tinha dançado e beijado na boate. Fechei os punhos instintivamente. Passei a mão pelo cabelo, levantando-me num pulo. Caminhei até à mesinha de cabeceira e peguei no celular, percorrendo os contactos até encontrar o número dela.

Olhei para a tela, debatendo-me internamente sobre ligar ou não. A vontade de ouvir a voz dela era sufocante, mas eu sabia que a irritação que me consumia só tornaria a conversa um desastre. Além disso, eu não tinha o direito de pedir satisfações. Naquele momento, nós nem amigas éramos. Respirei fundo, tentando racionalizar.

"Será só uma semana e alguns dias."

No entanto outro pensamento surgiu, corrosivo:

"As duas numa ilha. E não uma ilha qualquer… Ibiza. Vida noturna, festas, álcool, boates… e sabe-se lá mais o quê."

"Elas não estão sozinhas, há mais gente com elas."

"Numa semana pode acontecer muita coisa… Será que partilham o quarto?"

O aperto no peito aumentou, e a incerteza sobre o que éramos – e sobre o que elas podiam vir a ser – consumia-me. Voltei a olhar para o celular, hesitante.

"Ela beijou-me, mas não disse o que sentia… Eu devia ter ido atrás dela."

Suspirei e deixei-me cair na cama, fechando os olhos. O beijo, a forma como Claire sussurrou aquelas palavras antes de se afastar… tudo aquilo voltava a mim como um eco interminável. Eu nem sequer tinha respondido à sua mensagem naquela noite. Peguei no telefone novamente, fui às mensagens e reli o que Claire tinha escrito:

"Já tomei uma decisão."

As palavras pairavam na minha mente como uma sombra. Comecei a digitar uma resposta, contudo hesitei. O meu olhar desviou-se para atela do computador, onde a foto de Claire e da outra garota ainda estava aberta. Frustrada, apaguei a mensagem e, num impulso, liguei para Mari. Ela atendeu ao terceiro toque.

— Bia? Está tudo bem? — Perguntou, ofegante.

Franzi o cenho.

— Interrompi alguma coisa?

Mari gargalhou do outro lado da linha.

— Estou na academia.

Revirei os olhos.

— E então, que se passa? — Insistiu.

— É assim tão estranho eu te ligar? — Perguntei num tom seco.

— Ultimamente, só tens falado comigo sobre a Claire… é sobre ela?

— Não! — A resposta saiu mais alta do que eu queria. Suspirei, tentando soar mais controlada. — Estás ocupada no sábado à noite?

— Hum… não. Não tenho planos.

— Mari… vamos sair?

Ela hesitou por um instante.

— Por mim, pode ser. Onde queres ir? Um cinema? Tem um filme novo que eu…

— Vamos a uma boate? — Interrompi, a voz saindo animada demais para ser convincente.

Do outro lado, silêncio.

— Bia… — O tom de Mari tornou-se cauteloso. — Isto tem a ver com a Claire?

— Claro que não. — Menti descaradamente.

— Aham… — O seu ceticismo era evidente.

— Então, vamos ou não?

A verdade era que eu precisava de uma distração. Urgentemente. Não podia continuar a remoer a ideia de Claire numa ilha paradisíaca com outra garota. Se continuasse a alimentar pensamentos sobre o que poderia estar a acontecer entre elas, tudo o que iríamos discutir quando ela voltasse só pioraria.

— Bia, já te esqueceste que és uma péssima companhia para esse tipo de programas? — Lembrou-me Mari, divertida.

— Eu prometo que será diferente da última vez… Por favor, eu preciso muito de sair… — Implorei, ouvindo-a suspirar longamente.

— Isto definitivamente tem a ver com a Claire.

Cerrei os dentes.

— Por que razão haveria de ser tudo por causa da Claire?! — Disparei, num tom defensivo. Suspirei, tentando suavizar a voz. — Mari, eu só quero sair, mudar de ambiente… Vá lá, prometo que desta vez até danço, melhor serei a alma da festa.

Ela vacilou.

— Tudo bem, eu vou. Mas aviso-te já: se for aborrecido, juro que nunca mais saio contigo.

Sorri, aliviada.

— Combinado. — Concordei. — Mando-te mensagem para combinarmos o horário.

Desliguei antes que ela pudesse mudar de ideia. Suspirei e voltei para o computador. Atualizei a página do Facebook, porém os meus olhos fixaram-se imediatamente no chat. Claire estava online. Fiquei ali, imóvel, apenas observando o ponto verde ao lado do seu nome. O conflito interno começou de novo.

Será que devia falar com ela?

Antes que pudesse decidir, uma nova notificação apareceu.

Phil: E então, priminha, como estás?

A mensagem do meu primo desviou a minha atenção.

Eu: Estou bem, e tu? Como vão as coisas por aí?

Phil: Tudo tranquilo… E como estão as coisas com a tua amiga?

Mordi o lábio e suspirei.

Eu: Tudo na mesma, Phil.

Phil: Não falaste com ela?

Eu: Falei, mas não completamente. Continua tudo por resolver…

Phil: Por quê, Bia?

Eu: Digamos que não estava preparada para a maneira como fui recebida…

Queria mudar de assunto.

Eu: E por aí, alguma novidade?

Phil: Na verdade, estava a pensar ir até aí para te fazer uma visita. Achas que os teus pais se importariam?

Sorri ao ler a mensagem.

Eu: Claro que não! Liga para a minha mãe e fala com ela.

Phil: Passa-me o número dela?

Eu: Claro. Quando estás a pensar vir?

Phil: Ainda tenho de marcar a viagem, mas aviso-te assim que souber.

Eu: Perfeito! Não estava à espera, mas agora estou entusiasmada. Vou mostrar-te a cidade toda!

Phil: Mal posso esperar!

Enviei-lhe o número da minha mãe e despedi-me. Voltei ao Facebook e, no momento em que a página inicial atualizou, o meu coração falhou uma batida. Claire tinha adicionado uma nova foto de perfil. Alguém a tinha fotografado distraída, sentada na areia, de pernas cruzadas, com uma túnica de renda branca. O seu olhar estava fixo no mar, e havia algo na sua expressão que me fez engolir em seco. Era uma foto linda. Tão perfeita que gemi, angustiada. Baixei a cabeça, enterrando-a nos braços. Depois, levantei-a de novo, observando aquela imagem sem conseguir desviar os olhos. A vontade de usá-la como fundo de ecrã era quase incontrolável, mas contive-me.

Só então percebi que havia uma legenda.

"Longe fisicamente, mas presente no pensamento..."

O choque percorreu-me da cabeça aos pés.

O meu coração disparou.

"É para mim?"

A dúvida queimava dentro de mim. A curiosidade cresceu de tal forma que tive de me afastar do computador. Olhei ao redor, procurando algo que me distraísse. Coloquei música, mas logo me arrependi quando "Never Say Never", dos The Fray, começou a tocar.

Suspirei, frustrada. O que menos precisava naquele momento era de uma música melosa a alimentar o turbilhão dentro de mim. Levantei-me num impulso e saí do quarto apressadamente. Desci as escadas, os passos ecoando no silêncio da casa. Quando cheguei à sala, parei. O meu olhar fixou-se no lugar onde tinha estado com Claire naquela noite. Aproximei-me da parede e escorreguei lentamente até o chão. Abracei os joelhos contra o peito e enterrei a cabeça entre eles, respirando fundo. Ofegante, fechei os olhos. O toque dela ainda ardia na minha pele. O sabor do beijo permanecia nos meus lábios. O sussurro dela antes de se afastar ecoava na minha mente.

E eu…

Eu só queria ouvir a sua voz.

 

A semana arrastou-se num ritmo insuportavelmente lento. Fiz de tudo para me manter ocupada, evitando ao máximo olhar para o computador ou ceder à tentação de pegar no celular. Foi um sacrifício doloroso. Passei os dias no clube de ténis, exaurindo-me fisicamente numa tentativa frustrada de dissipar a angústia. Mas, apesar do esforço, as noites eram um tormento. Por mais que tentasse afastar Claire da minha mente, a sua imagem continuava a perseguir-me. Nenhuma música, nenhuma distração parecia suficiente para preencher o vazio que ela deixara.

Quando o sábado finalmente chegou, encontrei-me na entrada do apartamento de Mari às 21h30. Assim que a vi atravessar o portão de segurança, encostei-me à esquerda, dando-lhe espaço para entrar no carro. Mari abriu a porta, sentou-se e cumprimentou-me antes de me avaliar dos pés à cabeça, franzindo a testa. A sua expressão confusa fez-me soltar uma gargalhada.

— O que foi?

— Vais sair assim vestida? — Questionou, visivelmente indignada.

Olhei para ela divertida. Mari estava impecavelmente arranjada, com uma maquilhagem carregada e um vestido justo. Eu, por outro lado, tinha optado por algo bem mais simples: jeans e uma camisa branca. Nenhuma maquilhagem.

— A minha mãe costuma dizer que eu não preciso de muito para chamar a atenção. — Provoquei, rindo ao ver Mari cruzar os braços, claramente ofendida.

— Nem todas nascem com esse privilégio… — Resmungou, fazendo-me rir ainda mais.

— Estás linda, Maria. Aposto que toda a atenção estará em ti esta noite. — Tranquilizei-a antes de pedir ao motorista para arrancar.

Ela pareceu satisfeita, contudo logo mudou de assunto:

— Como foi a conversa com a Claire?

O meu corpo enrijeceu instantaneamente.

— Foi normal… — Murmurei, desviando o olhar para a janela.

— Aconteceu alguma coisa?

— Como assim, alguma coisa? Nós discutimos, como sempre…

— Mas resolveram os vossos problemas?

Suspirei, irritada.

— Não. Não resolvemos. Continua tudo na mesma. A Claire viajou e, quando voltar, vamos falar novamente…

Mari manteve-se em silêncio por alguns segundos antes de me lançar um olhar carregado de desconfiança.

— Espero que resolvam da próxima vez. — Murmurou, encerrando a conversa.

Chegámos ao destino pouco depois. Assim que Mari desceu do carro e olhou para a entrada do local, franziu o cenho.

— Eu não acredito… — Sussurrou, quase horrorizada.

Caminhei ao seu lado, sem dizer nada. Esperámos alguns minutos na fila até conseguirmos entrar. No instante em que entramos, um remix de Britney Spears explodiu nos alto-falantes, fazendo o chão vibrar.

Mari parou abruptamente.

— Eu não acredito que me trouxeste para uma boate gay…

Mordi o lábio para não rir da sua reação exagerada.

— É uma boate como qualquer outra. — Dei de ombros, divertindo-me.

— Eu aprontei-me toda… Bia, eu vinha com intenções de arranjar alguém!

— E podes encontrar. Aposto que haverá muitas garotas interessadas em ti… E não te esqueças dos bissexuais. — Pisquei-lhe o olho, segurando o riso.

— A Claire sabe disto? Ela sabe que estamos aqui?

A minha diversão dissipou-se num instante. Encarei Mari, esforçando-me para conter a irritação.

— Por que haveria de saber? Por que haveria eu de lhe contar?

Ela hesitou antes de cruzar os braços.

— Bia, a Claire contou-me… Eu sei de tudo o que se passou entre vocês na sexta-feira passada.

Senti o sangue ferver.

— E qual é o problema? Eu convidei-te para sair, tu concordaste. Não disseste nada na altura.

— Eu não sabia que vínhamos para aqui… — Murmurou, irritada.

Suspirou profundamente, como se tentasse reunir paciência.

— Ainda bem que não estás vestida para matar. — Acrescentou, aliviada.

Fiquei incrédula.

— O que…? O que é que isso tem a ver?! Qual é a diferença entre frequentar uma boate gay ou qualquer outra?

— Aqui há mais concorrência…

Revirei os olhos.

— Mari, se eu tivesse de ser assediada, isso aconteceria em qualquer outro lugar. É indiferente.

— O problema é que, noutra boate qualquer, serias assediada por rapazes. E eu sei que tu não tens interesse neles. Conclusão: viemos parar numa boate cheia da tua preferência.

Fiquei em silêncio por um momento antes de soltar uma risada sem humor.

— Isso é patético. Eu não tenho de dar satisfações a ninguém. Sou livre e desimpedida. Além disso, por que é que estás com esta conversa agora?

Mari hesitou antes de responder.

— Não quero que cometas um erro e magoes a Claire.

O meu estômago revirou.

— Foi a Claire que pediu para fazeres isto? — Perguntei, incrédula.

— Não, não foi. — Respondeu rapidamente. — Ela só me pediu para não te deixar sozinha. Ela preocupa-se contigo. Ela sabe que não tens mais ninguém próximo…

Ri, balançando a cabeça.

— Então não confias em mim?

Mari desviou o olhar, mordendo o lábio.

— Como tu mesma disseste, não precisas de muito para chamar a atenção…

Cerrei os punhos.

— Eu não preciso de um cão de guarda. — Rosnei, sem esconder a raiva. — Achei que estavas do meu lado.

Ela suspirou.

— Eu não estou do lado de ninguém. Vocês duas meteram-me no meio disto sem sequer pedirem a minha opinião. Ainda não percebeste? Eu sou uma agente dupla nesta história.

Gargalhei sem humor.

— Então esta noite vais ficar de olho em mim? Fantástico!

Inclinei-me ligeiramente na sua direção, a raiva pulsando dentro de mim.

— Diz-me, Mari… Quem é que está de olho na Claire? Porque eu duvido muito que ela esteja sozinha naquela ilha… — A imagem da garota ruiva na piscina veio-me imediatamente à cabeça, alimentando ainda mais o meu ressentimento. — Se a Claire estava assim tão preocupada por eu ficar sozinha, ela devia ter ficado aqui comigo.

Mari não respondeu.

A minha voz saiu mais dura.

— Queres ligar-lhe e contar onde estamos? Força, diz. Mas duvido que ela esteja preocupada agora. Aposto que se está a divertir… sabe-se lá como. Então, eu tenho o direito de fazer o mesmo.

Mari suspirou, visivelmente cansada da conversa.

— Eu não vou dizer nada. Mas se deres um passo em falso, eu vou ser obrigada a intervir.

Revirei os olhos, abanei a cabeça e virei-me para o bar.

— Vou buscar uma bebida. Já vi que esta noite promete.

Deixei-a para trás, ignorando o aperto no peito e a raiva a queimar dentro de mim. Se Claire podia estar em Ibiza a divertir-se, então eu também podia. E esta noite, eu iria divertir-me.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Boa sexta-feira

Desculpem por ter feito a Claire viajar...

Espero que continuem acompanhar.

Obrigada pelos comentários

 

Boa pascoa e um bom fim de semana

 

Beijos **

 


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 10 - Capítulo 10:
Lili
Lili

Em: 15/04/2017

Boa é cabeça dura demais nam assim complica muito.

Bia pode deixar de ser cabeça dura por gentileza que já deu o que tinha que dar, se ama a Clarie fale pra ela tudo, se entregue, deixa de doce peste.


Resposta do autor:

Teimosa e insegura não é uma boa combinação

Responder

[Faça o login para poder comentar]

lay colombo
lay colombo

Em: 14/04/2017

Aposto q a Claire vai surgir do nada nessa boate kkkkkkkkkk

 


Resposta do autor:

Vamos ver hoje ;)

Responder

[Faça o login para poder comentar]

purcina
purcina

Em: 14/04/2017

Eitaaaaaa, essa frase disse tudo: "Longe fisicamente mas presente no pensamento..."


Resposta do autor:

Simples e assertiva

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Bfr_Laura
Bfr_Laura

Em: 14/04/2017

Ao meu ver, a Clarie é a menos culpada nessa historia. Mas é a MINHA OPINIÃO, ta? E mesmo assim é quem teve a iniciativa, ainda se preocupa com a Bih, ta pensando nela mesmo de longe... Ela é um encanto!


Resposta do autor:

Não sei porquê agora lembrei-me do refrão da musica Human de Rag'n Bone Man

 

But I'm only human after all

I'm only human after all

Don't put your blame on me

 

Não sei quem é a mais culpada, mas acredito que a Claire consegue dar a volta por cima

 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Japa
Japa

Em: 14/04/2017

Já não sou muito fã da Beatriz, e se ela vacilar com a Clarie como disse Maria... Ah, não vai prestar! Aí já vou querer a Clarie longe dela, ela é muito imatura e fica agindo mal por causa do ciúmes.... Affz


Resposta do autor:

Ciume é um bicho de 7 cabeças para muita gente ainda mais se as pessoas se sentirem inseguras

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web