Capítulo 9
9.
Claire POV
O álcool deu-me a coragem que eu precisava. Beijei Michelle sem hesitar, os nossos corpos se encontrando num movimento ensaiado pela atmosfera da noite. Mas aquele beijo não era para ela. Não era sobre ela.
Era para Beatriz ver.
Senti quando Michelle aprofundou o beijo, puxando-me para mais perto, os seus dedos apertando o meu braço, e o toque da sua língua roçou na minha. Mas o impacto verdadeiro veio no momento seguinte.
Uma mão forte agarrou-me pelo pulso com firmeza, e antes que eu pudesse reagir, fui puxada bruscamente para trás. Abri os olhos, pronta para protestar, mas a voz morreu na minha garganta assim que me deparei com a cabeleira loira inconfundível.
Beatriz.
O seu olhar estava carregado de algo que me fez estremecer. Raiva? Ciúme?
Michelle olhou para nós, confusa, mas Beatriz ignorou-a completamente. Continuou a arrastar-me pela pista sem dizer uma palavra, enquanto eu me debatia inutilmente.
— Beatriz, larga-me! — Exigi, tentando soltar-me da sua mão, mas era como se os seus dedos estivessem colados à minha pele.
Ela não respondeu. Não hesitou. Apenas continuou a caminhar em direção à saída da boate com passos determinados. Assim que pisámos a calçada fria da noite, Beatriz finalmente me soltou. Antes que pudesse aproveitar a sua distração para voltar para dentro, ela foi mais rápida. Puxou-me novamente, desta vez segurando-me pela cintura, impedindo-me de me mover.
— Tu ficas aqui comigo. — A sua voz saiu baixa, mas firme, carregada de uma determinação que me deixou inquieta.
O meu coração bateu forte contra o peito.
Comecei a debater-me, empurrando-a, tentando soltar-me, mas era inútil. Beatriz tinha mais força do que parecia, e naquele momento, ela não me deixaria escapar.
— Beatriz, estás maluca? — Rosnei, revirando os olhos, mas o meu corpo traiu-me quando senti o seu nariz roçar no meu pescoço.
Arrepios subiram pela minha pele como fogo. Afastei a cabeça instintivamente, chocada com o que aquele gesto provocou em mim. Na penumbra da rua, os olhos dela estavam mais escuros do que o habitual. Uma intensidade crua e inabalável refletia-se neles. Os faróis de um Audi iluminaram a calçada. O carro parou ao nosso lado, e Beatriz não hesitou, puxou-me na direção dele.
— Entra. — Ordenou, abrindo a porta traseira.
Cruzei os braços, plantando os pés no chão.
— Contigo? Nem pensar.
O maxilar dela ficou tenso.
— Para de ser teimosa e entra no carro!
— Sabes o que vou fazer? — Provoquei, erguendo o queixo. — Vou voltar lá para dentro, para junto dos meus amigos.
— Não brinques comigo, Claire. — A sua voz tremeu ligeiramente, mas não de incerteza, mas de pura frustração. — A nossa conversa não passa de hoje.
— E se eu não quiser falar contigo? Vais obrigar-me? — Cruzei os braços, desafiando-a.
Os seus olhos brilharam com algo perigoso.
— Se for preciso, sim.
Um arrepio percorreu a minha espinha. Beatriz deu um passo à frente, diminuindo o espaço entre nós. O meu coração acelerou com a sua proximidade. Quando dei por mim, as minhas costas estavam pressionadas contra o carro, e ela inclinava-se sobre mim, prendendo-me ali com o próprio corpo. O perfume dela misturava-se ao ar frio da noite, perdi a capacidade de pensar por alguns segundos.
— Entra no carro. — Sussurrou contra a minha pele, o hálito quente enviando ondas de calor por todo o meu corpo.
Engoli em seco, sentindo a mente girar. O álcool ainda nublava os meus sentidos, mas não o suficiente para me impedir de perceber o que estava a acontecer comigo. Antes que pudesse processar racionalmente, já tinha cedido.
Entrei no carro, mantendo distância entre nós.
A viagem decorreu num silêncio pesado, carregado de tensão não dita. Cada segundo parecia arrastar-se, tornando o ambiente entre nós quase sufocante. Quando o carro finalmente parou à entrada da mansão, Beatriz saiu rapidamente e abriu a porta do meu lado antes que eu sequer pudesse reagir.
— Sai.
Revirei os olhos e cruzei os braços, recusando-me a mover.
— Diz ao motorista para me levar para casa.
Ela negou com a cabeça, os olhos faiscando com determinação.
— Não. Tu vais entrar comigo. — Disse, agarrando-me gentilmente pelo braço.
— Anda. — Insistiu, esperando que eu colaborasse.
Olhei-a nos olhos, desafiadora, e voltei a virar-lhe a cara, deixando-a impaciente.
— Deixa de ser criança e sai do carro. Ou vou ter que te puxar?
— Atreve-te. — Rosnei, cerrando os dentes.
No instante seguinte, senti um aperto mais firme no braço. Os nossos olhares encontraram-se e, por um breve momento, percebi que Beatriz não estava para brincadeiras. O ar ao nosso redor ficou ainda mais denso.
Resisti por segundos, mas, percebendo que o confronto era inútil, cedi.
Sem dizer mais nada, segui-a para dentro. Beatriz abriu a porta de casa e deu-me passagem. Assim que entrei, ouvi o som do trinco sendo fechado atrás de mim.
— Não te preocupes, não irei fugir... — Ironizei, recostando-me à parede.
Ela ignorou o meu comentário.
— Podes sentar-te. Eu vou fazer um lanche.
Suspirei e afundei-me no sofá da sala, o corpo ainda tenso da discussão anterior. Enquanto esperava, os meus pensamentos levaram-me de volta ao dia em que descobri que Beatriz tinha partido. O nó no peito apertou, como se aquele momento estivesse a acontecer outra vez.
O som dos seus passos ecoou pelo corredor, arrancando-me do devaneio.
— Come e bebe isto. — Disse, estendendo-me uma sanduíche e um copo de sumo.
Ergui uma sobrancelha, analisando-a.
— Agora preocupas-te comigo? — Soltei um riso seco, pousando a comida sobre a mesa sem tocar nela. — Para quê esta encenação? Já que me arrastaste até aqui, diz o que tens a dizer e para de me fazer perder tempo.
Beatriz inspirou fundo, fechando os olhos como se tentasse encontrar paciência. Quando voltou a olhar para mim, a irritação ainda queimava nos seus olhos.
— Desde quando te envolves com mulheres? — Disparou.
Inclinei a cabeça ligeiramente, analisando o seu rosto.
— Isso interessa-te? — Retruquei, cruzando os braços. — Achei que começarias por me explicar a tua viagem, mas já que é assim, posso perguntar-te o mesmo. Foi para isso que saíste do país? Para te descobrires?
O maxilar dela ficou rígido.
— O que queres dizer com isso?
Revirei os olhos e ri, sem humor.
— Ah, Beatriz… Deixa de ser hipócrita. Se não querias que os outros desconfiassem, devias ter avisado as pessoas com quem convivias para não postarem fotos tuas no Facebook.
O impacto das minhas palavras refletiu-se no seu olhar.
— Nós estamos a falar de ti, não de mim.
— Para de evitar os assuntos e sê sincera pela primeira vez na tua vida. — Levantei-me abruptamente, aproximando-me dela até ficarmos frente a frente. — Quem era a garota das fotos? É a tua namorada? Ainda estão juntas ou tentam manter uma relação à distância?
A hesitação no olhar dela fez o meu coração apertar.
— Isso interessa? — Murmurou, desviando o olhar.
Senti o sangue ferver nas veias.
— Sim, interessa! — A minha voz saiu mais alta do que eu pretendia. — Quero saber se essa foi a verdadeira razão pela qual foste embora. Tiveste de sair do país para te descobrires? Não podias tê-lo feito aqui?
Beatriz fechou os punhos ao lado do corpo.
— Isso não tem nada a ver! Eu não saí por essa razão!
— Não? Mas mesmo assim envolveste-te com uma mulher lá fora! — Exclamei, sentindo a respiração irregular. O nó na garganta apertou, e a confusão dentro de mim tornou-se insuportável. — Eu achei que tu gostavas de mim!
O silêncio entre nós tornou-se ensurdecedor. Os olhos dela arregalaram-se, e por um segundo, ela pareceu incapaz de processar as minhas palavras.
— Como assim tu achavas que eu gostava de ti? — A sua voz saiu num sussurro, carregado de incredulidade.
Engoli em seco. O meu peito subia e descia rapidamente, a ansiedade corroendo cada pedaço de mim.
— Achas que eu sou cega ou tão ingénua ao ponto de não ter percebido? — A minha voz falhou no final da frase. — Eu conheço-te há tempo suficiente para saber…
Baixei o tom de voz, sentindo os olhos marejados.
— Para além disso… — Respirei fundo antes de soltar a verdade que carregava há tanto tempo. — Eu ouvi a tua confissão no dia do teu aniversário.
O silêncio que se seguiu foi sufocante.
Beatriz ficou imóvel, o rosto subitamente pálido. Os seus olhos azuis, que tantas vezes transmitiam uma intensidade avassaladora, agora pareciam vazios, desprovidos de vida. Abriu a boca, mas nenhuma palavra saiu, como se tudo dentro dela tivesse congelado.
Senti um aperto no peito ao vê-la assim. Passei a mão pelo rosto, limpando as lágrimas que insistiam em cair.
A verdade era que eu não sabia exatamente quando percebi os sentimentos da Bih. Talvez tenha sido a forma como me observava com uma ternura que fazia o tempo desacelerar, ou os momentos em que corava e ficava absurdamente tímida sem razão aparente. Ou, talvez, tenha sido na intensidade do seu olhar nos momentos mais íntimos, como se me enxergasse de um jeito que ninguém mais via.
Mas, apesar das suspeitas, só tive a certeza no dia do seu aniversário.
Lembro-me do instante em que ouvi a sua confissão sussurrada.
Naquele momento, o meu coração apertou no peito. Eu não soube como reagir. A ideia de que Beatriz me amava de uma forma diferente do que eu estava habituada assustou-me, porque me obrigou a refletir sobre algo que eu não queria encarar.
Eu sabia que a Bih era uma pessoa importante na minha vida. Mas o que eu sentia por ela ia além da amizade? Se fosse… estaria eu pronta para enfrentar todas as consequências que poderiam surgir disso?
A distância que ela manteve depois daquele dia só me confundiu mais. Tentei incentivá-la a falar, mas sempre que tocava no assunto, ela arranjava desculpas. Isso deixava-me apreensiva, frustrada. A Beatriz sempre fora reservada, mas dessa vez parecia que me estava a fechar completamente para fora da sua vida.
Então, naquela noite antes da sua viagem, recebi um telefonema.
Quando vi o nome dela no visor, soube que algo estava errado.
Mas nada me preparou para o que ouvi.
"Claire... eu amo-te."
O arrepio que percorreu a minha espinha naquele momento ecoa em mim até hoje. Lembro-me de ter fechado os olhos, tentando encontrar as palavras certas, enquanto o coração martelava no peito.
Mas, antes que eu pudesse responder, ela completou:
"És a minha melhor amiga."
A deceção invadiu-me como uma onda fria.
Naquele momento, tomei uma decisão: eu iria falar com ela. Eu precisava saber o que realmente se passava entre nós.
Mas fui tarde demais.
"Eram 15 horas quando bati à porta da sua casa. As minhas mãos estavam suadas, o coração acelerado, e a ansiedade corroía-me por dentro. Tive a sensação de que tinha ficado ali durante uma eternidade até que a empregada abriu a porta.
— Claire, minha querida! Como estás?
A voz suave da mãe da Beatriz surpreendeu-me.
— Bem… E a Sarah, como está?
— Tudo bem, obrigada. O que te traz por aqui?
— Eu queria falar com a Bih. Por favor…
Sarah suspirou, o olhar triste a anunciar algo que eu ainda não estava pronta para ouvir.
— Desculpa, querida, mas a Beatriz não está.
O meu estômago revirou.
— Ela vai demorar muito?
Sarah hesitou por um momento antes de dizer, de forma direta e sem rodeios:
— Ela viajou.
O chão desapareceu sob os meus pés.
— Como assim, viajou?! — A minha voz saiu num sussurro trêmulo. — Foi de férias?
— Não, querida. Ela vai ficar fora por dois anos.
O mundo desabou.
O sangue fugiu do meu corpo, as paredes começaram a girar e senti as pernas falharem. Cambaleei, sendo amparada pelos braços firmes de Sarah.
— Claire! Tragam um copo de água com açúcar, rápido! — A voz da mãe da Bih soou distante, como se eu estivesse a ser puxada para um abismo.
A minha cabeça rodava, e tudo parecia irreal.
— Como assim ela foi embora? Ela não volta durante dois anos? — A pergunta escapou-me num tom desesperado.
Sarah mordeu o lábio, visivelmente comovida com o meu estado.
— Não, querida… Ela disse que iria ficar lá.
O desespero apertou o meu peito como garras afiadas.
— Mas porquê?!
Sarah hesitou antes de responder:
— Acho que seria melhor falares com ela… A Beatriz poderá explicar-te a razão."*
O som da voz de Beatriz trouxe-me de volta ao presente.
— Tu sabias este tempo todo… e não disseste nada…
A dor no seu tom fez-me estremecer. Levantei os olhos e vi-a ali, de cabeça baixa, os ombros ligeiramente curvados, como se carregasse o peso do mundo. Nunca a tinha visto assim. Engoli em seco. Pela primeira vez, vi Beatriz vulnerável.
— Eu estava à espera que fosses falar comigo… — Murmurei, hesitante. — Dei-te oportunidades para me contares…
— Oportunidades? — Ela ergueu a cabeça, e o olhar frio que me lançou fez o meu estômago revirar. — Há quanto tempo me conheces, Claire? Achas mesmo que eu ia sentar-me na cantina da escola e simplesmente dizer-te que estava apaixonada por ti?
A sua voz era fria, afiada, como uma lâmina que se cravava em mim.
— Estavas? Já não estás? — Questionei, e o desespero na minha voz era evidente.
Beatriz riu, sem humor.
— Diz-me, o que queres? Andas a brincar comigo? — Perguntou, num tom cortante. — Tu sabias, Claire. E mesmo assim, disseste-me que ias sair com um rapaz, incentivaste-me a conhecer outros, riste-te com a Mari sempre que me viam sem jeito perto de um garoto.
— Eu não tinha a certeza…
— Não tinhas a certeza, mas desconfiavas! — Ela elevou o tom de voz, os olhos faiscando. — Tu tens noção do quanto eu sofri?
O nó na minha garganta apertou quando a imaginei a chorar compulsivamente, sozinha, como se o mundo lhe tivesse virado as costas. Dei um passo na sua direção, mas ela rosnou, fazendo-me parar de imediato.
— Não! — A sua voz era cortante.
— Bih… eu não sabia o que fazer… Na altura, eu não pensei direito… Eu fui à tua casa no dia em que viajaste. Eu ia falar contigo…
— Não! — Ela abanou a cabeça, a frustração transbordando. — Não venhas agora chamar-me de Bih como se isso fosse apagar o passado! Tu podias ter impedido tudo, mas não o fizeste.
O ar ficou mais pesado.
— Eu fui embora porque não queria estragar a nossa amizade. Achei que tu nunca olharias para mim dessa forma.
— Isso não é verdade…
Beatriz soltou uma gargalhada amarga.
— Não é? Desde quando? Até aquele dia, eu acreditava que sim. Se voltarmos às conversas sobre rapazes, nem oportunidade me deste para pensar o contrário.
— Eu estava confusa… assustada… Eu não sabia o que pensar…
— Ah, tu não sabias? E eu? — Os seus olhos brilharam de raiva e dor. — Desde que cheguei, tu disseste tudo o que quiseste. Fizeste-me sentir culpada, humilhada… E agora descubro que podíamos ter resolvido isto há dois anos!
A culpa consumia-me, mas eu também tinha a minha dor.
— Se tivesses lido as minhas mensagens, talvez não tivesses ficado lá dois anos! — Atirei, lembrando-me dos inúmeros textos desesperados que lhe enviei, dos telefonemas ignorados, da ausência esmagadora que me sufocou por tanto tempo.
"Mari, ela foi embora."
"Calma, Claire… A mãe dela contou-te o porquê?"
"Não… Será que os pais a obrigaram?"
"A Bia andava preocupada com os estudos. Não te lembras de ela comentar que os pais queriam que fosse para o Reino Unido?"
"Sim, mas ela disse que não ia!"
"Claire, se os pais a obrigaram, talvez ela não tenha tido escolha…"
"Mas ficar lá dois anos sem voltar nem nas férias? Isso não faz sentido."
"Eu também acho estranho. Porque não falas com ela?"
"Eu tentei ligar, mas o celular está desligado…"
"Manda-lhe mensagem. Se não responder, tenta por e-mail."
Eu tentei. Deus, como eu tentei.
"Bih, está tudo bem? Fui à tua casa e a tua mãe contou-me que viajaste… liga-me assim que puderes."
"Precisamos de falar. O que aconteceu? Por que não me respondes?"
Dias se passaram.
"Fala comigo, por favor. Não acredito que cheguei tarde… Bih, eu preciso de te dizer o que sinto. Preciso de ti mais do que imaginas."
"Sinto a tua falta, Bih… Volta para mim."
Contudo nunca houve resposta.
De volta ao presente, vi Beatriz a fitar-me, a sua expressão carregada de algo que não consegui decifrar.
— E a culpa volta a ser minha? — Perguntou, com a voz baixa, carregada de cansaço. — Eu não vi as mensagens porque estava determinada a esquecer-te.
— Isso valeu de alguma coisa? — Perguntei, a esperança infiltrando-se no meu tom.
Ela desviou o olhar.
— O que queres que te diga, Claire? — A sua voz tremia de exaustão. — Se estás à espera que eu faça uma declaração ou algo do género… espera sentada.
Passou as mãos pelo rosto, tentando conter as lágrimas que ainda lhe marcavam a pele.
— Desde que voltei, tem sido uma montanha-russa de emoções. Eu não estava preparada para isto. Acusações atrás de acusações, e agora descubro que tudo foi desnecessário… podíamos ter evitado isto. — Fechou os olhos com força, antes de voltar a olhar para mim. — E, para piorar, há horas atrás estavas aos beijos com uma garota só para me provocar… Eu preciso de tempo, Claire. Nem sei como olhar para ti neste momento.
O medo apertou o meu peito.
— Não digas isso… vamos falar. Vamos resolver isto.
Ela negou com a cabeça.
— Não. Não estou em condições para isso. Não quero dizer nada que me arrependa depois. — Virou-me as costas, caminhando em direção às escadas. — Se quiseres ficar, sabes onde é o quarto de hóspedes. Caso contrário, procura o motorista ou chama um Uber e vai para casa. Eu estou cansada… Preciso de tempo.
— Bih, espera! — Chamei, indo atrás dela.
Ela parou, mas não se virou.
— Ouve-me… Eu sinto muito pelo que aconteceu. Sinto muito que os teus pais estejam ainda mais ausentes. Não imaginas o arrependimento e a culpa que sinto por não ter estado contigo quando a tua avó faleceu. Sei que te sentiste sozinha… desamparada… Mas, por favor, não nos afastes ainda mais.
Ela fechou os olhos por um instante, mas permaneceu em silêncio. Apertei os lábios antes de tomar uma decisão.
— Queres tempo? Muito bem. Irás tê-lo. Daqui a alguns dias, vou viajar com os meus amigos.
Vi quando ela franziu a testa, claramente descontente com aquilo.
— Quando voltar, nós iremos resolver isto. Mas antes de eu ir, quero que te lembres de uma coisa.
Beatriz encarou-me, desconfiada. Aproximei-me devagar, encurralando-a contra a parede. Sem quebrar o contato visual, humedeci os lábios e, antes que pudesse protestar, beijei-a. Ela resistiu. Tentou afastar-me, mas segurei-lhe os pulsos contra a parede. Então, sem aviso, rocei o meu joelho entre as suas pernas.
Os seus olhos azuis faiscaram.
Encarei-a intensamente antes de a puxar pela cintura e beijá-la com ternura, sem pressa. No início, sentia a hesitação… Mas, aos poucos, ela cedeu.
A falta de ar separou-nos.
Aproximei-me do seu ouvido e sussurrei:
— Este deveria ter sido o nosso primeiro beijo.
Afastei-me, ainda sentindo o seu calor.
— Queres tempo? Respeitarei isso. Quando eu voltar, falaremos.
E, sem desviar o olhar, saí, deixando Beatriz presa no momento que, há anos, devia ter acontecido.
Fim do capítulo
Boa noite!!
Aqui está mais um capitulo espero que gostem!! Admito que fiquei um pouco nervosa ao escreve-lo, mais pela parte final...
E agora quem acha que a Bia deve correr atrás da Claire? Ou será que a Claire deve correr atrás da Bia?
Próxima semana o capitulo será lançado na sexta :)
Beijos **
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Sem cadastro
Em: 18/03/2025
Nossa, amei esse capítulo! Esse beijo no final deixou um gostinho de quero mais! Adorando as reviravoltas da história!
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lay colombo
Em: 09/04/2017
Essa história é um eita atrás do outro kkkkkk
Tô amando
Resposta do autor:
Eu queria surpreender um bocado, achei que seria uma boa oportunidade para um primeiro beijo.
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Val Maria
Em: 07/04/2017
Sempre desconfiei que o motivo de Clarie era esse... O medo.
Só que eu sendo a Bia, iria agir da mesma forma que ela, fugir pois não via chance de ter lá.
Muito maravilhoso esse capítulo com a visão da Clarie.
Te agradeço por nos presentear com esse trabalho lindo.
Volta logo.
Val castro
Resposta do autor:
Medo impede sempre as pessoas de agir na hora certeza, neste caso não foi diferente a Claire podia ter evitado toda esta confusão
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Dolly Loca
Em: 07/04/2017
Boa Claire!!!!Mas espera aí, viajar com os amigos agora não né???
Resposta do autor:
Acho que eu passei a minha vontade de viajar para as personagens rsrs
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Fernandaaa
Em: 07/04/2017
Como assim tu vai viajar com esse povo Clarie? Dá vontade de te bater as vezes, fica ai e conversa com tua mulher. Volta lá e continua esse beijo. A Bih ficou sem reação, adorooooooo
Resposta do autor:
Ela vai viajar e vai para IBIZA!!! Bia tem de esfriar a cabeça e acordar para a vida
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vivi19
Em: 07/04/2017
Poxa Bih, pq vc não viu as msg? Eu acho que Bih tem muito mais culpa nessa historia. Mas eu quero muito que elas se entendam, que tenha mais momentos com esses. Vc foi muito bem nesse primeiro momento delas autoras. Queremos mais, mais e mais, rsrsrs
Resposta do autor:
Obrigada :)
Realmente a Bia deveria ter visto as mensagens, mas a Claire tambem podia ter falado mais cedo... falta de comunicação dá nisto
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Bfr_Laura
Em: 07/04/2017
Eita, Clarie foi pra cima com tudo. Mulher de atitudes, ja quero ela voltando logo dessa viagem e indo atras da Bih, que cao maravilhoooooosooooooooo
Resposta do autor:
Olha ai a Claire a correr atrás e a deixar a Bia completamente pregada ao chão rsrs
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Julia_Sz
Em: 07/04/2017
Não fique nervosa ficou muito bom, que surpresa a Claire saber de tudo, realmente ela poderia ter evitado tudo isso, espero que se perdoem e vivam esse amor tão bonito.
Bjos
Resposta do autor:
Obrigada eu estava nervosa porque nada saia como eu queria foi um pouco frustrante...
Ah eu achei que estava um pouco evidente o sentimento da Claire... mas se foi surpresa para ti fico contente
beijo
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AlRibeiro
Em: 07/04/2017
Meu Deus!!
Que capítulo de tirar o fôlego, tava quase chorando aqui.
Não aguento esperar até a próxima sextaaaaa
Mal espero pra ver uma se declarando pra outra
Abraços xx
Resposta do autor:
:D
Ouvi muita musica de partir o coração para me inspirar XD
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purcina
Em: 06/04/2017
Que capítulo maravilhoso, já quero mais narrados por Clarie também, você mandou super bem! Gente que emoção saber que o sentimento é recíproco, fiquei emocionada lendo essa conversa final delas. Volta logo autora, prfv. Beijos
Resposta do autor:
Ainda bem que gostaste!! Eu não sei se irá haver mais capitulos pela Claire... talvez se surgir outra oportunidade o faça. Foi um pouco dificil escrever esse capitulo
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Ana Luisa
Em: 06/04/2017
Eu não acho que uma tem que correr atrás da outra. Ambas tês que se perdoarem, conversarem, se conquistarem novamente, foi muito bom o cap. pena que tem outro sexta, vai demorar mais dessa vez ????????????????????????
Resposta do autor:
sim sexta... infelizmente vou estar um pouco ocupada :(
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thays_ Em: 18/03/2025
Ahh, fui eu quem comentei, nem vi que não estava logada rs