Capítulo 4-a gruta
-daqui a pouco. Aposto como a Mari vai dar em cima da Italiana, ela é muito bonita e parece ser bem gostosa também- as vezes achava que Leo era um completo sem noção. Tudo bem que era uma excelente pessoa, mas muita das vezes falava as coisas sem pensar. Eu já estava constantemente me perguntando sobre aquilo e ele vinha atiçar mais minha curiosidade, e alimentar minha angustia.
-ela que não se atreva a fazer isso-falo por impulso, na mesma hora me arrependo pelo que escuto de Leo.
-posso saber porque? Mari sempre deu em cima das hospedes que lhe deram brecha e isso nunca te incomodou- como explicar pra ele, que com a Italiana era diferente.
-Isso não me incomoda! Só acho que, se ela está interessada em alguém, que trate de suas conquistas fora do horário de serviço. E se de repente ela interpretar mal uma delas, isso pode até acarretar um processo por assédio, e isso é a última coisa do que preciso.
-é, talvez tenha razão, nunca concordei com esse jeito da Mari. Ela deveria encontrar um homem de bem, aqui mesmo da ilha e acabar com essa pouca sem vergonhice- olho para Leo assustada, nunca havia notado o preconceito dele em relação a funcionária da pousada.
- entenda uma coisa Leo, não tenho nenhum preconceito em relação a isso. A Mari desde novinha nunca escondeu sua orientação sexual-respiro fundo, aquilo realmente me deixou fora de mim. Uma coisa que eu não admitia era preconceito de qualquer espécie- e a vida e dela, ela faz o que achar melhor. O que estou falando e que tenha seus lances fora do ambiente de trabalho.
Leo percebeu que eu havia ficado um pouco alterada e procura se retratar.
- mas é disso que estou falando- preferi calar-me, não queria discutir- o que vai fazer agora?
-tenho muita pra fazer Leo- eu queria ficar sozinha naquele momento.
Leonardo não discutiu e se retirou, passei boa parte da manhã ali, trancada. Tentei me concentrar em alguma coisa, que não fossem as imagens do sonho que tive com Giulia.
Por volta da hora do almoço, saio do escritório e vou direto pra recepção queria saber com Amália se o grupo que saiu com Mari havia retornado, quer dizer, não exatamente o grupo e sim a italiana.
-oi Amália, a Mari já retornou? -pergunto assim que ela dispensa um grupo de hospede.
-Ainda não, mas conhecendo a Mari do jeito que conheço, deve estar dando uns amasso naquela gostosa da Italiana-termina a frase com um sorriso safado, não entendia o porquê, tudo que se referia a Italiana me incomodava.
-é bom respeitar Amália! vou ter uma conversa com ela quando retorno- sou um pouco ríspida, o que causou estranheza em minha amiga.
-o que houve Sabrina?
-não é nada, deve ser só preocupação com tanta conta pra pagar-disfarço, mais acho que não convenci muito minha amiga.
-me desculpa falei por falar, a Mari seria incapaz de fazer alguma coisa durante o trabalho- faz uma pausa, como se pensando em algo- Logico que fora dele já não garanto-Amália não tinha jeito mesmo, sempre levando tudo na brincadeira.
Sigo com Amália para a cozinha, era ali que fazia minhas refeições. Poucas as vezes utilizei os serviços do restaurante, gostava de ter a liberdade de conversar, rir com Berta e Elisa e Amália que muitas das vezes se juntava a nos.
- o quer aconteceu com Leo? ele saiu daqui com uma cara nada boa- Amália me pergunta quando já estávamos almoçando.
-Não gostei das indiretas que ele deu em relação a Mari, não é por ela ser lesbica, que vou aturar as pessoas a hostilizarem...não na minha frente- observo Berta me olhar com um sorriso- tá não concordo com esse jeito dela, de dar em cima de tudo que é mulher bonita que se hospeda aqui. Mas eu a admiro. Ela sempre foi uma menina batalhadora e que enfrentou o preconceito de muita gente de cabeça erguida.
-é verdade Sabrina, A Mari teve que enfrentar muita coisa e sozinha, pois na hora do aperto a namorada dela saiu fora, e a deixou sem pensar, no que ela enfrentaria com os pais eles sendo tão radicais em relação a sua homossexualidade.
-fora os moradores daqui da ilha, que a hostilizavam até um tempo atrás. Se não fosse Berta a defender a menina não teria nem onde morar.
-esse pessoal são tudo hipócrita, principalmente aqueles que dizem ser pecado, e pecam muito mais indo a Igreja e falando mal da vida dos outros ou não sabendo acolher um irmão-Berta se revoltava com aquilo, seu filho Giovanni é Gay e nenhum momento deixou de ama-lo ou defende-lo, contra quem falasse dele.
-o preconceito em relação ao homossexualismo, ainda é muito grande no brasil, assim como a intolerância em tudo aquilo que as pessoas não conhecem, ou ficam com medo de conhecer pra não tomarem partido.
Nosso almoço era sempre assim, recheado de conversas, brincadeiras. Os anos que morei longe da minha ilha, isso era uma das coisas que mais sentia falta.
...
Sinceramente não entendi os olhares enfezados que Sabrina me lançou, ela parecia estar com raiva por Mari estar flertando abertamente comigo. Quando retornava ao chalé para trocar de roupa, pois Mari havia me avisado que íamos cavalgar Sabrina não saia de minha cabeça “será que era ela que dançava tão sensualmente na praia?” não conseguia me desligar desse pensamento.
Estava já de saída do chalé quando meu celular toca, vejo de quem se tratar e atendo.
-oi tia Vivi-cumprimento minha madrasta.
-oi minha filha, como você está? Chegou bem ao brasil? Já está na ilha dos sonhos? - começo a rir pois ela não me deixava responder a nenhuma pergunta que fazia-me desculpe estou te atropelando, não é?
-esta sim, mas tudo bem. Bom cheguei bem e já estou na ilha dos sonhos, inclusive estou saindo para cavalgar.
-você conheceu a dona da pousada em que está hospedada? - sinto uma certa expectativa na voz de minha tia.
-hum a tal Sabrina! conheci sim, mas acho que ela não foi muito com minha pessoas, ou me amou de cara- ri ao imaginar tia Vivi revirando os olhos, era sempre assim quando falava algo insano, como ela mesma classificava.
-e como ela está? -estranhei a pergunta, ela falava como se conhecesse Sabrina, mas preferi não questionar por enquanto, até mesmo porque se continuasse ali, chegaria atrasada no meu encontro com a guia.
-me parece bem. Só conheci ela hoje no café da manhã. Tia vivi, vou sair pra conhecer melhor a pousada, assim que retornar ligo pra você- nos despedimos, e vou ao encontro de Mari que já me esperava com alguns hospede em frente a pousada. Mas a conversa que tive com minha tia não saia de minha cabeça, não foi a conversa em si que me chamou atenção, e sim o modo que perguntou por Sabrina, como se a conhecesse.
Seguimos por um caminho que segundo a Mari íamos sair de frente ao haras, todo o lugar era maravilhoso, o caminho todo arborizado, em alguns trechos víamos campos que pareciam não ter fim.ao longe fazendas creio eu, de criação de gados “preciso conhecer mais essas imediações” pensava enquanto a Guia contava para nós, os hóspedes um pouco sobre a história daquela região.
Já no haras fico maravilhada, não tinha muitos cavalos eu contei 6 ao todo. Mas seria muito lucrativo para a pousada investir mais naquele lazer, e com aqueles campos e paisagens era uma ótima escolha para aqueles hospedes que queriam relaxar.
-Mari como iremos fazer? somos em número maior que os cavalos-escuto uma das senhoras do grupo questionando.
-Vamos em pares- Mari responde olhando pra mim. Pelo visto essa garota queria brincar com fogo.
Ela deve ter planejado, pois no final restavam só nos duas, como ela que conhecia as remediações, fui como garupa.
Fomos primeiramente por uma trilha, onde segundo Mari ia nos levar a um campo que pertencia a pousada. A garota o tempo todo segurava minhas mãos e as apertava de encontro a sua barriga. Não vou dizer que aquilo não me estimulava. Seu jeito era muito safado mas minha curiosidade estava na dançarina da noite anterior, aquela sim fez o sangue ferver em minha veia.
Mari era uma excelente guia, explicava com riqueza de detalhes a cada pergunta ou curiosidade dos hospedes, e não se aborrecia de repetir o que lhe fora perguntado. Gostei muito do passeio, mas queria estar cavalgando somente eu em cima de Relva, nome da cavalo que me foi destinado com Mari.
Quando retornamos para a pousada a empolgação entre os demais hospedes era visível, eu estava um pouco calada, a todo instante passava em minha cabeça que Pietra adoraria aquele lugar, tinha consciência que não a amava mais, pelo menos como antes. Mas o costume de 3 anos de uma vida juntas, aquilo sim, estava sendo mais difícil esquecer.
-você é Italiana, Não é?-Uma senhora que atendia pelo nome de Zuleide pergunta. Confirmo balançando a cabeça em positivo-Amo a Itália, principalmente Veneza. Passei minha lua de mel lá, e durante os 40 anos de casados, eu e meu falecido esposo tirávamos férias ali pra relembrar nossa lua de mel.
Olhos pra senhora que tinha o olhar saudoso. Giulia imaginou, Se em três anos sentia uma falta de Pietra que no início parecia que estavam lhe arrancando a alma, imagina dona Zuleide casada durante 40 anos.
Engatamos em uma conversa sobre minha terra, a senhora parecia conhecer muito bem vários lugares da Itália, era gostoso escuta-la falando de como seu falecido marido amava os vinhedos de Piemonte, eu ria a valer das passagens que ela contava, dos porres que Raul pegava todas as vezes que visitar as vinícolas.
Quando chegamos a pousada me despeço dela, ainda era cedo para o almoço já ia caminhar até meu chalé para um banho, quando Mari me chama.
-o que você vai fazer agora? - me pergunta, a olho desconfiada, sabia de suas intenções para comigo. Ela havia deixado bem Claro durante a cavalgada.
-ia tomar um banho, estou precisando- ela me dá um sorriso, ela era realmente linda mas alguma coisa naquela ragazza, me freava.
-queria te mostrar um lugar, aqui na ilha- ela esperava minha resposta numa expectativa, sem desviar a atenção de meu olhar- não se preocupe não iremos demorar, é aqui perto.
-tudo bem, então vamos- a sigo pelo caminho de pedras que levava a praia, aquele lugar realmente era um verdadeiro paraíso. Tinha alguns pessoas tomando banho na praia, e outros exposto ao sol, não sabia definir se eram moradores ou hospedes da ilha.
-recebemos muitos hospedes nesse período do ano aqui, apesar de pequena a ilha chama atenção por suas belezas naturais.
-é mesmo lindo! Mas porque vocês não fazem mais divulgação do lugar?
-a Sabrina não gosta, ela fala que se houver muita divulgação nosso paraíso perdera o encanto- paramos bem em frente à praia, observo algumas crianças correndo despreocupadas na praia, realmente em algumas regiões praiana isso seria impossível, pelo número de banhista que frequenta o lugar.
Minha curiosidade em relação a dona da pousada só fazia aumentar. Ela era uma mulher corajosa em tocar tudo aquilo sozinha.
-A Amélia me falou que o pai da Sabrina já morreu, e que a mãe não mora aqui na ilha. Porque ela não a ajuda? -eu não sabia explicar mas queria saber mais em relação àquela Ragazza, ela me despertava um sentimento contraditórios.
-a Berta não gosta que comentemos sobre isso, mas parece que a mãe dela fugiu com um hospede quando ela tinha 1 ano, e desde então não tiveram mais contato.
Aquilo sim era novidade! Mas minha curiosidade não parava ali.
-aquele rapaz o Leo, é o que pra ela?
-eles são namorados, não gosto dele! - sinto uma magoa, um rancor tão grande em suas palavras que fiquei desconfiada.
-ele te fez alguma coisa...pra você não gosta dele?
-comigo não, pois nunca permiti. Mas ele é um falso, um preconceituoso, que na frente da Sabrina se passa como melhor namorado do mundo.
Bom eu também não havia gostado dele, senti um antagonismo tão grande em relação a ele, principalmente depois de tê-lo visto abraçar a dona da pousada na cozinha. “Bom fazer o que? se a tal Sabrina não via o namorado que tinha, quem sou eu pra falar alguma coisa”
Andávamos cada vez pra mais distante da pousada, observo em algumas grutas existentes ali, com certeza formadas ao logo dos tempos. Mari me indica um caminho que sigo, quando chega perto de onde ela queria me levar, me chama.
-E aqui!
Entramos em uma das grutas, as paredes eram de pedra maciça de um tom azulado, o local era extenso com toda a certeza se gritasse teria Eco. Mari adentra e eu a sigo, fui devagar pois qualquer deslize poderia escorregar. Paramos em frente a uma fonte de Agua natural. Com certeza com passar dos anos ali foi formando um buraco e hoje em dia parecia mais uma piscina, a agua era cristalina, podia-se ver o fundo.
-é lindo! -eu estava encantada, a agua parecia ser bem fria. Mas ao tocar vejo que havia me enganado, pois era morna apropriada para um banho-esse lugar é simplesmente lindo.
-é por isso que a Sabrina, se retrai tanto em divulgar esse lugar. Ao longo da ilha há varias grutas que nem essa...
-ela pode ter razão. Se realmente esse lugar for divulgado, ele vai se encher de turistas, e tem pessoas que não estão prontas para apreciar um lugar como esse- realmente eu pensava assim, sabia que iam explorar aquele lugar, sugando tudo que a ilha poderia oferecer.
Mari se aproxima de onde estava, a ragazza era realmente perigosa, se desse brecha com toda certeza seria agarrada.
-vamos quero tomar um banho antes do almoço-falo seguindo já pra entrada da gruta. Precisava me sair antes de ser atacada.
-espera quero falar com você- paralisei quando a vi ao meu lado, ela segura minha mão-percebi que está fugindo de mim- sinceramente fiquei totalmente sem graça-eu não mordo...
-escuta você é linda, mais acabei de sair de um relacionamento um pouco desastroso...
-não estou te pedindo pra casar comigo- a vejo sorrir e consigo relaxar um pouco-mais achei você muito interessante- alisava minha mão em um discreto carinho, viro-me para ela na intenção de falar pra ela que aquilo não poderia acontecer, mas sem a ofender, Quando algo que escuto me paralisa.
...
Logo após o almoço sigo pra casa, precisava descansar um pouco, principalmente que minha noite não havia sido uma das melhores. Mas primeiro vou a meu escritório pegar alguns documentos, pra que Ivan levasse ao meu advogado.
Quando saio, passo pela recepção procurando por Ivan mas não o encontrei, já ia retornar para recepção quando me lembro que ele gostava sempre de ir à praia aquele horário, dizia que era o único horário que aproveitava. Sigo pela trilha que há entre os chalés e a praia, e não o encontro, sigo em direção ao lugar que mais amava naquela ilha, quando estou chegando próximo a gruta que os moradores denominavam “gruta dos prazeres” paro estática, Mari conversava bem próximo a Giulia, as duas pareciam estar conversando sobre algo íntimo. Mari segurava a mão da Italiana acariciando levemente.
-posso saber o que está acontecendo aqui ?!
Fim do capítulo
bom dia meninas!
passando para mais uma postagem, espero que gostem.
bjss
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NayGomez
Em: 13/04/2017
Toda vez que um cap termina assim eu respiro fundo pra não pirar. Se a Sabrina não for Rápida a Mari vai catar a Italiana kkkk, pelo visto o Léo é um mal caráter mesmo, esse vai da trabalho. Vivi é a Mãe da Sabrina, que deve estar tão arrependida de ter abandonado a filha, ou de não ter há levado junto... Enfim ansiosa pelo próximo cap... Não a postar demora tia ..
Resposta do autor:
bom dia Nay!
kkk calma , ja ja começo a postar mais frequentemente.
bjss

jake
Em: 13/04/2017
RO COMECEI A LER AGORA ....MAIS ME ARREPENDI PQ TINHA QUE TER ESPERADO MAIS CAPITULOS VC ME DEIXA COM GOSTINHO DE QUERO MAIS TERMINANDO NA MELHOR PARTE...
PARABENS JA AMO A HISTORIA ... TEREMOS OS PROXIMOS CAPITULOS EM QUANTOS MINUTOS?
KKKK ADORO SEU TRABALHO.
Resposta do autor:
bom dia Jack!
obrigada linda, estou terminando minha outra Fict, e prometo postar pelo menos dois capitulos por semana da Ilha dos sonhos.
bjsss
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