Olá meninas, tudo bem?
Acabei me empolgando para este capitulo e separei também uma breve play list para envolvê-las na leitura. Para aquelas que tiverem interesse:
- https://www.youtube.com/watch?v=pXtj4TkTvS4&index=1&list=PLHLPYS4U6IXQObnjv5edPsMesBWcIoPMY
- https://www.youtube.com/watch?v=lUoJaO_dLVs&list=PLHLPYS4U6IXQObnjv5edPsMesBWcIoPMY&index=3
- https://www.youtube.com/watch?v=nG3IbpsoIXo&index=31&list=PLHLPYS4U6IXQObnjv5edPsMesBWcIoPMY
- https://www.youtube.com/watch?v=Gv78sykmKYU&index=68&list=PLHLPYS4U6IXQObnjv5edPsMesBWcIoPMY
Desejo à todas uma execelente leitura!
Capítulo 47. Como chegamos até aqui
Tempos atuais.
-- Eu não acreditei quando Katrien disse que você estava de partida... – Aquela mulher de timbre surpreso estava escorada na lateral da porta, enquanto observava a advogada jogar peças de roupa para dentro de uma mala. – Então eu precisei vir aqui para me certificar.
Alice olhou-a por cima do ombro, mas não deu muita atenção e logo voltou a fazer a mala.
-- Alice... Você não pode estar falando sério. – A morena se aproximou, adentrando ao quarto. – Você não pode ir. Sua vida inteira está.. – Alice a interrompeu.
-- Afinal, o que você está fazendo aqui? – O timbre ríspido transmitiu a indiferença da advogada naquele instante.
-- Como assim o que eu estou fazendo aqui? – A morena gesticulou. – Será que não é obvio?
-- Nada em você é óbvio, Anne. – Os olhos frios e sem emoção de Alice foram de encontro a aquela mulher que havia ido até a sua casa de coração tão aberto e com uma predisposição a convencê-la de não partir.
A morena pressionou os lábios enquanto sua expressão facial inquestionavelmente concordava com aquelas palavras.
-- Eu meio que mereço ouvir isso. – Sentiu uma pontada no coração ao admitir.
-- Pois é... – A advogada andava em direção a sua cômoda de sapatos quando Anne parou a sua frente. – Será que dá pra sair da frente? Você está me atrapalhando. – Alice tentou cortar passando ao lado da morena, mas antes que suas mãos pudessem alcançar a cômoda, Anne segurou seu braço.
-- Alice, qual a parte do você não pode ir, você ainda não entendeu? -- A morena falou sério.
A advogada sentiu seu corpo tremer de raiva e descontrole naquele instante, ela só queria arrumar a sua mala e sair daquela cidade o mais rápido que pudesse, acreditando que desta forma seu coração talvez sofresse menos.
-- Não tem mais nada para mim nessa cidade, Anne. – Ela puxou seu braço em um solavanco, libertando-se do contato da morena. -- Eu não tenho mais nada. E a Emily, ela... – As lágrimas já começavam a cair de seus olhos, e uma mistura de angustia e ódio podiam ser sentidos naquelas palavras cuspidas de forma tão descontrolada. – Ela não vai voltar!!! – A advogada esbravejava, mas toda a sua raiva não era contra Anne, e sim contra o destino e suas diversas formas de acabarem com tudo e de levarem as pessoas erradas nas horas erradas. – E eu não suporto mais olhar para cada canto dessa cidade e vê-la. Eu não consigo sequer deitar na porcaria do minha cama e ter uma boa noite de sono porque... – A advogada sentiu uma enorme falta de ar por culpa do choro compulsivo que a consumia. -- Porque... – Alice não conseguiu continuar, lembrar-se do cheiro da Emily que ainda estava em seus lençóis trouxe-lhe ainda mais tristeza, e vê-la naquele estado só deixou mais claro para Anne o quanto ela estava devastada e o quanto sentia-se perdida, e embora ela só quisesse acompanha-la para fora daquela cidade e deixar tudo isso para trás, ela não podia fazê-lo. Ela não podia abandonar Katrien, e nem mesmo o Robbert, não em um momento como este.
-- Alice... – A morena sussurrou seu nome em um timbre carregado de remorso e pena enquanto a envolvia em seus braços.
-- É tudo culpa nossa Anne... – Os soluços da advogada podiam ser sentidos por Anne a cada vez que seu corpo saltava. – Foi tudo culpa nossa... -- Alice gritou diversas vezes enquanto tentava dissipar a dor que sentia no seu peito, e a cada grito Anne a apertava mais entre seus braços, tentando conter os soluços persistentes do choro da advogada, e naquele instante foi impossível controlar suas emoções, então Anne apenas entregou-se a dor, compartilhando aquele sentimento de perda que tomou todas as pessoas que cercavam a vida de Emily de alguma forma.
Longos minutos se passaram até o momento em que Alice conseguiu conter as emoções, ela estava sentada ao chão junto de Anne, que a ainda a segurava com força, com uma de suas mãos entrelaçadas, como se buscassem força uma na outra.
-- Anne... – A advogada virou-se para a morena, encarando-a com seus olhos vermelhos e inchados. – Como ela... – Alice desvencilhou-se dos braços de Anne, trazendo um de seus joelhos, ao dobrá-lo, até a altura de seu queixo, de forma que pudesse apoiar-se no mesmo. Ela fechou os olhos enquanto abraçava a própria perna e imaginava o sorriso da ruiva diante dela, tendo essa linda imagem afastada pelos pensamentos da tragédia que havia acontecido. – Porque ela não lutou? – A voz fraca da advogada transparecia todo o cansaço que aquela imensidão de sentimentos ruins lhe causava. – Porque ela não voltou pra mim? – O coração descompassado de Alice batia de forma dolorosa, como se a cada batida ele lhe ferisse ainda mais, por mais que não lhe parecesse possível.
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Um ano atrás
“ A ruiva terminou de apagar a fogueira que haviam feito pouco mais à frente da barraca, e caminhou até o lençol que ela e a advogada haviam forrado na parte de fora da barraca quando concordaram em passar parte da noite apreciando as estrelas, deitando-se ao seu lado logo em seguida.
-- É incrível como na cidade não conseguimos ver nem metade dessas estrelas... – Alice observava as constelações de forma atenta. Seus olhos buscavam pelas constelações de Libra e peixes, sendo estes os respectivos signos de Emily e dela.
-- Nosso universo é de uma infinidade inacreditável... – A ruiva acompanhava o olhar da advogada, buscando inconscientemente pelas mesmas constelações que ela, mas a busca acabou não dando em nada, uma vez que reconhecer essas constelações era extremamente difícil.
Os minutos passavam enquanto elas se embalavam em conversas descontraídas sobre o passado, perdendo a noção do tempo e também de todas as músicas que já haviam tocado naquela noite. E quando se cansavam de falar, embarcavam em beijos contínuos e repletos de carinho, desvendando juntas o real significado de estarem de fato “juntas”, levando a amizade entre elas à um nível que nem mesmo elas podiam imaginar. Era gostoso poder compartilhar as verdades e os sentimentos de uma vida juntas sem aquele receio de falar demais, ou tocar em um assunto que não deveria. Com esse avanço na relação, elas sentiam-se completamente livres, completamente elas uma com a outra.
-- Sabe uma coisa que eu nunca entendi? – A ruiva transcorreu a mão pelos lençóis, buscando pela a mão da advogada logo ao seu lado, entrelaçando seus dedos pelos dela enquanto deixava de olhar para as estrelas e encarava-a.
Alice retribuiu seu olhar terno, perdendo-se na imensidão azul que eram os olhos de Emily, deixando escapar apenas um murmuro da sua boca:
- Hum?
-- Como nós chegamos até aqui? – A advogada franziu o cenho, confusa pela pergunta. – Digo... Como isso tudo começou? Como nós... – Emily pressionou os lábios após uma respiração profunda enquanto repensava a pergunta. – Eu não consigo me lembrar da nossa primeira briga, entende?
Alice concordou com um suave momento de cabeça, apertando a mão da ruiva em reposta a sensação estranha que havia sentido no peito ao vê-la tocar naquele assunto.
-- Eu não consigo me lembrar do que fiz de tão ruim para que você me odiasse... – Emily se retraiu, buscando lembranças do passado que pudessem esclarecer essa dúvida, mas nada do que ela conseguia se recordar parecia responder à essa questão. Sua impressão naquele instante era de que em um dia ela e Alice e ela eram neutras, e de repente, de uma hora para a outra a advogada resolveu odiá-la e fazer tudo que pudesse para irritá-la e separá-la das pessoas com quem ela ficava.
-- Emily... – A morena inclinou-se, apoiando-se sobre uma das mãos enquanto olhava nos olhos dela. – Nunca foi ódio... – As palavras saíram fáceis de sua boca. – Será a sua ficha ainda não caiu?
A ruiva estreitou os olhos, não entendendo aonde a advogada queria chegar com aquelas palavras. Afinal, para ela sempre foi claro o quanto Alice não gostava dela no começo de tudo, fosse pela forma como elas sempre estavam discutindo uma com a outra, ou com a forma como ela insistia em fazê-la se sentir sozinha ao afastar as pessoas dela.
-- Eu queria a sua atenção, Emily. – Alice adiantou-se ao ver a ruiva entreabrir a boca, preparando-se para lançar uma série de perguntas para ela. – Eu queria que você me notasse, que olhasse para mim da forma como olhava para ela... – A advogada engoliu seco e sentiu seu rosto corar ao admitir a inveja que sentia de Anne naquela época. – Você nunca me deu a chance de dizer a você a forma como eu me sentia...
Emily sentiu seu coração descompassar com as palavras tão diretas de Alice. Seu corpo negou-se a atender seus comandos naquele momento, fazendo-a sentir-se completamente paralisada diante daquela revelação, ela tentou falar alguma coisa, mas a advogada interrompeu-a.
-- Eu sei que você deve estar confusa e provavelmente me achando a pessoa mais estúpida do mundo, mas de que outra forma eu conseguiria atrair a sua atenção para mim, Emily? – Sua voz estava trêmula pelo nervoso de falar sobre seus sentimentos depois de tantos anos guardando-os para si. – Você não prestava atenção em todos os sinais que eu deixei para você... E... – Ela respirou fundo antes de prosseguir, sabendo que falar sobre isso iria lhe causar um imenso desconforto. – ...E quando você a conheceu, você se distanciou ainda mais de mim, como se o tempo em que havíamos compartilhado histórias não tivesse o mesmo valor que era estar com ela. – Os olhos da advogada tentavam esconder a vontade de chorar que lhe subiu ao lembrar do sentimento de ter sido deixada de lado pela ruiva.
-- Alice, isso não é verdade... Você semp... – A advogada interrompeu-a mais uma vez, sabendo que se Emily começasse a falar agora, ela provavelmente não teria coragem de terminar aquele assunto, pois agora, depois de amadurecida, ela havia percebido o quanto havia se comportado de forma infantil, e sentia-se completamente envergonhada por isso.
-- Então, depois de tentar de todas as formas fazer você me notar, e falhar terrivelmente em cada uma delas eu acabei “tropeçando” em um meio novo de fazer isso... E foi na nossa primeira briga, quando eu estupidamente não consegui controlar o ciúme que senti de vocês duas, que você voltou a me notar. E mesmo que não fosse de uma forma boa, eu me sentia estranhamente feliz só por ter a sua atenção. – A advogada apertou os olhos, sentindo-se completamente envergonhada por dizer essas coisas. – Você entende? – Completou após abrir os olhos e encarar a ruiva novamente.
-- Então nunca foi ódio? – A junção daquelas palavras deixou Alice completamente boquiaberta, incrédula ao notar que de toda aquela a história a única parte que realmente chamou a atenção da ruiva foi o fato de nunca ter sido ódio, e de certa forma, vê-la preocupar-se só com isso a deixou mais aliviada e um tanto quanto mais à vontade depois de todas as coisas vergonhosas que havia dito. Um sorriso discreto formou-se nos lábios da advogada, sorriso este que obteve toda a atenção da ruiva que martelava em sua cabeça aquelas breves 3 palavras... “Nunca foi ódio”.
-- Não, Emily. Nunca foi ódio. – A advogada pressionou os lábios em um bico discreto, enquanto mantinha seus olhos diretamente conectados com os da ruiva, permitindo-a decifrar exatamente o que se passava na sua cabeça, e aquela troca de olhares intensa entre elas resultou em um beijo calmo e carinhoso, quando Alice rendeu-se e aproximou seu rosto do de Emily até que alcançasse seus lábios. E visto que era impossível negar todos esses sentimentos agora, Alice apenas admitiu para si mesma, entregando naquele exato momento todo o seu coração à ela. – Eu te amo, Emily. – A advogada sussurrou aquelas palavras assim que cessaram o beijo.
"-- Eu te amo, Emily... Eu te amo, Emily... Eu te amo, Emily... – Aqueles sussurros repercutiam de maneira crescente pela imensa escuridão no qual a ruiva estava naquele momento, e por mais que ela corresse para a direção daquela voz, mais ela parecia se distanciar dela e mais ela se aprofundava na escuridão."
-- 1...2...3... Afastar!
Tum-Tum..... Tum-Tum... Tum-tum...
Fim do capítulo
Espero que tenham gostado da leitura meninas.
Um grande beijo à todas e até logo <3
OBS: Não esqueçam de deixar a opnião de vocês, pois é muito importante saber o que estão achando do decorrer da história.
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lay colombo
Em: 12/04/2017
MEU Deus mulher, eu vou ter um troço não sei lidar com o q tá acontecendo, tô aqui já sofrendo pq a Ally tá sofrendo no futuro, ai eu me derreto com as duas juntas. Aiai tá difícil kkkkkk
Vou insistir aqui novamente, POR FAVOR NÃO MATA A EMILY
Resposta do autor:
Lay, meu bem, não tenha um troço, por favor! Eu sentiria a tua falta por aqui.
Preciso lhe confessar que sou um tanto quando cruel com os personagens :x
Então prepare teu coração ??
Um grande beijo e até o próximo!
Mille
Em: 11/04/2017
Ola Jenny
Será que a nossa Emily vai voltar para a Alice??? Torcendo que sim.
E que elas não perdem tempo e fiquei juntas.
Bjus e até o próximo
Resposta do autor:
Seria estranho se eu, autora, também dissesse que estou na torcida?
Espero que não, pois se pudesse, já teria até pompons por aqui ;))
Uma grande beijo Mille! Até o próximo
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JeeOli
Em: 10/04/2017
"-- 1...2...3... Afastar!
Tum-Tum..... Tum-Tum... Tum-tum... "
Diz que isso é um bom sinal e a Emly vai acordar...
Acredito que fugir nao vai adiantar os problemas da Alice ja que tudo vai lembrar a Emy de qualquer jeito e o principal para mim é as explicações da Alice para o que fez no passado e a do Matheus pra ter sido um babaca e feito o que fez pra contar (sinto que o sentimento dele nn é tao de amigo) e por ter ficado meio transtornado quando soube dos sentimentos da Emily por Alice
Resposta do autor:
Ei meu bem! Quanto tempo, como está?
Eu espero que tenha acompanhado os capítulos seguintes, pois foi mesmo uma boa notícia esse "tum tum tum tum" hahahhha
Assim como você, eu espero que a nossa queria Alice também venha a perceber que não adianta fugir do amor, porque ele nos acompanha para todo sempre.
Quanto as explicações destes dois, será que vai rolar aí pra frente??? Vamos torcer!!
Um grande beijo e obrigada por continuar acompanhando
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