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Noites com Valentina por Sweet Words

Ver comentários: 9

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Palavras: 8679
Acessos: 4303   |  Postado em: 09/04/2017

Notas iniciais: Oiiiiiiiiiii! Nossa, eu tô muito feliz por estar de volta!!! 

Não vou enrolar muito, vou direto ao ponto! 

Só uma coisa, por favor: 

1) NOTAS FINAIS! NOTAS FINAIS! NOTAS FINAIS! NOTAS FINAIS! 

Obrigada por (AINDA) estarem aqui! Boa leitura e espero que gostem!

Uma Amiga, Uma Rosa e Um Convite

 

 

 

 

 

Tudo o que eu pensava sobre ter um filho havia mudado naquelas horas em que passei com ela. Aquela experiência tinha mudado a minha maneira de enxergar a maternidade, eu comecei a compreender por outras perspectivas a emoção de ser mãe. Mas ainda assim não tinha certeza se gostaria de ser. Não ainda.

Abri o envelope, finalmente sem receio do que poderia estar escrito ali. Li com calma sob o olhar atento de Valentina, que por sua vez, não conteve sua curiosidade.

— E então?

— Negativo. — suspirei com certo alívio.

Valentina assentiu.

— Talvez não seja o momento ainda. — ela falou, aparentemente tentando me consolar. — Mas não se preocupe, tenho certeza que quando acontecer, você vai ser uma mãe incrível.

— É, eu espero que sim. Agora preciso levar os outros exames ao médico para saber o que é que eu tenho exatamente. Já que não é um bebê.

Ela riu.

— Como foi quando você soube? — perguntei. De repente me vi curiosa sobre aquele detalhe da vida dela — Quer dizer, eu imagino que não foi planejado, não é?

Vi um sorriso sombrio brotar em seus lábios. Seus olhos escureceram, dando lugar a um tom marrom escuro, diferente dos castanhos claros brilhantes de costume.

Ela sequer fez menção em me responder e antes mesmo que pudesse, meu celular começou a tocar outra vez.

A foto do Eduardo tomou conta da tela e percebi que eu não poderia mais adiar.

— Oi, Edu.

— Diana? Graças a Deus! — havia quase desespero em sua voz. — Onde você está? Tá tudo bem?

— Sim, eu estou bem, calma! Aconteceu alguma coisa?

— Eu é que pergunto! O que aconteceu? Você sumiu, não atendeu minhas ligações, dormiu fora sem avisar! O que é que está acontecendo, Diana?

Respirei fundo. Eu sabia que ele estaria chateado, mas não tanto assim. Não tão irritado, me tratando com frieza e até certa grosseria. O pior é que eu sabia também que não tinha o direito de reclamar. Ele estava certo, eu estava em falta há muito tempo.

— Me desculpe, aconteceram algumas coisas e...

— Olha... — ele me interrompeu — Você pode vir pra casa agora? Eu preciso conversar com você.

— Tudo bem. Eu já estou indo. Até ma...

Ele desligou antes que eu terminasse de falar.

— Problemas? — Valentina me olhava receosa.

— Não. Acho que não. O Eduardo tá um pouco chateado por eu não ter dado notícias.

— Me desculpe. Foi por minha causa.

— Não. Não se preocupe. Você não teve culpa, eu vim porque quis. Porque eu estava preocupada e bem...

— Parece que eu estou sempre te dando trabalho. — ela sorriu envergonhada — Preciso parar de falar de você pras pessoas.

— Ah, é mesmo, é? E o que você anda falando de mim por aí?

— Nada demais. Talvez eu só esteja me empolgando demais pra falar. Vou me policiar quanto à isso, fique tranquila.

— Isso me parece comprometedor. — a provoquei.

Ela balançou a cabeça, fazendo uma careta que me fez rir.

— E também vou fazer uma advertência quanto às ligações inesperadas para você vir até mim. Eu não sou nenhum bebê! Não preciso de babás, por favor!

— Parece que não é isso que acham de você. — brinquei.

— Sabe, você não é engraçada.

— Mas eu não estou tentando ser engraçada, tô falando sério. — a essa altura eu já prendia o riso por vê-la irritada com a minha insinuação — Você parece mesmo um bebê. 

— É, você não é mesmo engraçada. Ainda bem que sabe cozinhar muito bem porque se você dependesse do seu humor para sobreviver, estaria passando fome. — nesse ponto foi impossível segurar a gargalhada — Você não sabe fazer piadas. Definitivamente!

Ela permanecia séria enquanto eu ria de sua irritação. De fato, ela não era nenhuma criança e quanto mais eu a conhecia, mais tinha certeza disso. Pelo contrário, ela foi precoce em vários âmbitos de sua vida. Como se tivesse sido obrigada a crescer mais rápido do que deveria. Havia dentro dela a mulher que ela se tornou devido às dificuldades que passou na vida, mas também, lá no fundo, havia a menina que um dia ela teve que deixar de ser.

— O que foi? — ela perguntou de repente.

Comecei a pensar em quanto tempo eu fiquei ali olhando para ela com cara de boba.

— Nada. — sorri sem graça — Eu preciso ir agora.

— Tudo bem.

Me levantei.

— Então... Até. Até mais?

— É, até qualquer dia. Ou qualquer hora.

E de repente parecíamos duas desconhecidas novamente.

— Me liga se... — dissemos as duas ao mesmo tempo.

Sorrimos.

— Se precisar de alguma coisa. — eu terminei de dizer.

— Você também. É só me ligar e eu estarei lá.

— A qualquer hora do dia ou da noite.

— Dia ou noite. — ela disse.

Por alguns segundos nos olhamos, em dúvida se a despedida terminaria ali ou se haveria ao menos um abraço. Segundos daqueles que parecem uma eternidade.

A vi se aproximar com cautela e me permiti fazer o mesmo. E então, naturalmente estávamos nos braços uma da outra. Ela me abraçou forte e eu retribuí.

— Obrigada. Por tudo! — ela sussurrou sem se desgrudar de mim — Por estar aqui e por estar me apoiando e me ajudando nos meus momentos difíceis.

— Não precisa agradecer. — me afastei tomando as suas mãos — Você é especial pra mim. Especial como uma... Como uma grande amiga.

Ela abaixou a cabeça, assentindo com um sorriso de canto que me deixou comovida.

— Você tem sido uma grande amiga para mim também. Obrigada.

Seus olhos eram tão expressivos. Era como se dissessem tudo o que seu coração sentia. E aquilo me conectava à ela de uma forma inexplicável.

Resolvi sair de lá antes que os meus olhos começassem a fazer o mesmo. Acenei com a mão e fui embora sem olhar para trás.

 

***

 

Cheguei ao meu prédio me sentindo apreensiva. Deixei meu carro em minha vaga na garagem, ao lado do carro do Eduardo, e fui direto para o elevador. Pensando na melhor maneira de explicar para ele o motivo do meu sumiço sem ter dado satisfações, sabendo que eu já o decepcionaria o suficiente quando dissesse a ele que eu não estava grávida.

Assim que pus os pés em casa me surpreendi com o meu noivo sentado no sofá. Ele manteve a cabeça abaixada, apoiada nas mãos, com os cotovelos sobre os joelhos. Haviam algumas malas ao lado do sofá. Foi o que, naquele momento, fez meu coração palpitar.

— Eduardo?

Ele levantou a cabeça, suspirando pesado e me encarando sério.

— O que houve? – me aproximei devagar, tentando ler sua expressão.

— Você está bem? — perguntou.

— Sim. E você? Tá tudo bem?

Ele deixou uma risada fraca e irônica escapar, como se eu tivesse acabado de contar a pior piada do mundo. Bela ironia!

— Diana, nós precisamos conversar. Senta aqui, por favor.

Atendi ao pedido e me sentei ao seu lado, o fitando em expectativa.

Seu olhar era frio, havia decepção em sua voz. Eu nunca tinha o visto daquela maneira, não comigo.

— Tá acontecendo alguma coisa com você? Há algo que você queira me dizer? — perguntou, direto.

Senti meu coração apertar dentro do peito.

— Por que está perguntando isso?

— Só… — ele respirou fundo, percebi que tentava se manter calmo — Só me responde, por favor.

— Não, Eduardo! Está tudo bem. Por que tá me perguntando isso?

— Faz um tempo, sabe? Eu tenho sentido você distante, meio… Eu não sei. Desde que eu voltei de viagem, parece que tudo mudou entre nós. Eu tentei fingir que não estava acontecendo nada, depois comecei a pensar que talvez você estivesse estranha por causa da sua possível gravidez e...

— Eu não estou… — afirmei sem pensar muito bem no que eu dizia.

— Eu sei que não. — o vi desviar os olhos, parecendo ainda mais decepcionado — Se estivesse você já teria me dito, não é? — ele sorriu fraco.

— Me desculpe.

— Tudo bem. Você não tem culpa.

O observei receosa, ansiosa para lhe perguntar sobre as malas, mas ao mesmo tempo com medo de ouvir a resposta.

— Você… Você vai embora?

— Não. Quer dizer, eu não sei, Diana. Você é quem vai me dizer.

— Como assim, Edu? Vamos conversar com calma.

Eu não sabia como reagir àquela situação. Mesmo que estivesse difícil manter a relação com ele, eu sabia, eu sentia que não queria perdê-lo. Talvez por apego ou por culpa, eu não sei. Eu o amava. Mesmo sabendo que talvez aquele amor não seria suficiente para me manter ligada à ele como mulher, como amante. Como um casal. Eu não tinha mais certeza de nada. A única certeza que eu tinha era a de que eu não podia e nem queria magoá-lo. Não queria que terminasse, não daquela maneira.

— Eu recebi uma proposta há alguns dias. Me ligaram da Construtora pedindo que eu assumisse o total controle das obras do novo empreendimento da empresa, esse onde eu estive trabalhando durante os dois meses em que fiquei fora. — ele me explicava com calma — Me ofereceram, além disso, sociedade na empresa. Você sabe que esse sempre foi um dos meus objetivos. Eu fiquei bem feliz.

— Nossa, meus parabéns! Eu fico feliz por você, feliz e orgulhosa. Por que não me disse nada antes?

— Eu não tinha aceitado, à princípio. Eles disseram que eu teria que assumir ainda nessa semana e para isso teria que voltar para lá por no mínimo uns 15 ou 20 dias. Eu recusei. Pelo nosso casamento, que seria no próximo fim de semana, eu não poderia.

— Espera, seria? Então quer dizer que agora você aceitou? — deduzi sentindo minha garganta apertar.

— Sim, eu aceitei, Diana.

— Você… — meus olhos ardiam, eu queria protestar, mas não seria justo. Eu não tinha o direito, não depois da maneira como agi com ele durante todo esse tempo.

Ele se aproximou de mim, tomando o meu rosto em suas mãos, me olhando com tristeza, como se esperasse que eu pedisse para que ele não fosse. Como se ansiasse por aquilo.

— Diana… Eu te amo. Eu te amo tanto! Você é o amor da minha vida e eu não tenho dúvidas disso. Mas eu… Eu não sei mais se você ainda sente o mesmo por mim, não sei se alguma coisa mudou aí dentro de você. Eu me sinto perdido. Você não é mais aquela pessoa à quem eu pedi em casamento há uns meses atrás. Parece que tudo mudou entre nós. Eu pensei que você confiava em mim, que tivesse a noção de que, antes de tudo, eu sou seu companheiro e você pode me dizer tudo, tudo o que te incomoda e te aflige, mas você não... Parece que você não pensa assim, assim como eu penso em relação à você. — seus olhos estavam marejados e eu já sentia as minhas lágrimas escorrerem pelo meu rosto — Eu pensei bastante. Ontem depois que você saiu, sem ao menos me dizer o resultado do exame, eu tinha feito o chá pra gente, eu estava cheio de expectativas, sabe? — ele sorriu emocionado, fazendo meu coração se despedaçar mais uma vez — Eu refleti e tomei uma decisão. Eu te amo e quero muito me casar com você. Eu estou pronto para me casar com você! E por isso eu resolvi dar um tempo pra você pensar. Pra você refletir se é isso mesmo que você quer e se está pronta para dar esse passo comigo.

— Dar um tempo? Mas e o nosso casamento, Edu? É nesse fim de semana!

Ele se afastou, enxugando as lágrimas.

— Não se preocupe, eu já cuidei de tudo.

Ele se levantou e pegou suas malas, para então caminhar lentamente em direção à porta.

— Eduardo, espera! — o segui.

Ele parou antes de abrir e se voltou para mim.

— Eu vou dar esse tempo à você, Diana. Pra você pensar, entender o que você está sentindo, se é que ainda sente algo por mim. Eu vou passar esse tempo fora e quando eu voltar você me diz como vai ser. Tudo bem? — ele me olhava com receio e eu sem reação — Vem cá.

Senti seus braços me envolverem em um abraço aconchegante, que exalava despedida. Uma despedida sem sentido e não programada.

— Fique bem, ok? — ele sussurrou, a voz abafada pelos meus cabelos — Eu quero que você fique bem enquanto eu estiver fora. Pense que é apenas um adiamento. Vai ser melhor pra nós dois. E quando eu voltar você me diz sua decisão. E saiba que, independente de como for, eu vou continuar te amando e te respeitando e querendo o seu bem. Só quero que siga o seu coração e que seja verdadeira comigo e com você mesma.

— Tudo bem. — respondi quase sem voz.

Ele beijou a minha testa e se despediu com um sorriso, se esforçando para parecer bem. Esperei na porta até que ele entrasse no elevador e sumisse diante dos meus olhos.

Quando voltei à sala, me joguei no sofá e desabei. Chorei copiosamente, deixando que toda aquela sensação ruim, o desespero, a culpa e a raiva de mim mesma me consumissem enquanto eu me afogava em minhas próprias lágrimas.

 

***

 

Era sexta-feira de manhã. 5h30min da manhã para ser mais exata. Acordei com a melodia suave do despertador do celular.

Depois do dia em que o Eduardo foi embora, passei o resto da semana isolada. Fui poucas vezes ao restaurante, evitando os horários de mais movimento. Não atendi telefonemas e nem respondi e-mails. Estavam todos curiosos para saber o porquê do cancelamento 'provisório' do casamento. Nem eu mesma sabia responder.

Mamãe quase teve um infarto. Se eu não a tivesse impedido, ela teria ido atrás do Eduardo para tomar satisfações. A sorte é que ele é muito paciente e educado, então retornou a sua ligação para tentar tranquilizá-la.

"Não se preocupe, senhora Madeleine, foi apenas um adiamento. Para que eu pudesse receber a promoção e me tornar sócio na empresa. Assim que eu voltar nós conversaremos para remarcar a data."

Como se mamãe não fosse perspicaz o suficiente para saber que havia algo de errado entre nós.

Eu fiquei realmente mal com tudo aquilo.

Papai me ligou, perguntou se eu estava de acordo com o que Eduardo fizera e aceitou a minha resposta positiva, mesmo sabendo que não era verdade. Logo se ofereceu para me levar para velejar, para que eu me distraísse. Agradeci, mas recusei. Eu precisava refletir sobre toda aquela situação.

Valentina me mandou uma mensagem me dando apoio. Não disse que sentia muito, e acredito que ela não sentia mesmo, mas desejou que eu ficasse bem e que se precisasse ela viria até mim. Só pude agradecer, simplesmente.

Eu queria poder culpá-la, afinal, se ela não tivesse aparecido na minha vida, nada daquilo estaria acontecendo. Eu queria... Mas sabia que não podia. Eu estava lúcida o suficiente para pensar racionalmente e entender que aquilo não era culpa de ninguém, senão de mim mesma. Eu permiti que a situação chegasse àquele ponto. Eu me envolvi. E errei quando aceitei me casar sem ter certeza se era aquilo mesmo que eu queria. O sentimento que eu tinha, tenho, pelo Eduardo me impediu de negá-lo e rejeitá-lo. Mas eu estava ciente de que as coisas com Valentina foram muito mais além do que eu esperava.

Nesse meio tempo, a única pessoa com quem eu tive uma conversa decente e me abri inteiramente foi com a Justine. Minha amiga com quem eu me sentia confortável e podia contar tudo sobre mim, sem medo de julgamentos e sem receios. Justine, é claro, ficou bastante empolgada com toda a história. Até então ela não sabia da existência de Valentina e imaginava que a minha relação com o Edu era excelente, como era no início do nosso namoro.

Justine e eu nos falávamos com frequência regular, por telefone e internet, mas durante todo esse tempo não houveram grandes acontecimentos em nossas vidas que nos fizessem prolongar tanto as conversas. Não até agora.

Ela não quis cancelar a viagem que já tinha marcado para vir ao meu casamento. E quando soube do que havia acontecido, não só confirmou sua vinda para o Brasil como também pediu licença do trabalho, adiantando as suas férias da gerência da galeria de artes onde ela trabalha em Paris para poder vir ficar comigo por um tempo.

E esse é o motivo de eu ter madrugado esta manhã.

A caminho do aeroporto, indo buscá-la, comecei a me lembrar dos nossos momentos em Paris. De como ela colocava a nossa amizade acima de tudo. Justine sempre foi uma grande amiga. Daquelas que você sabe que pode contar e confiar em qualquer situação e em qualquer momento da sua vida.

Quando cheguei ao aeroporto, sabia que o voo dela já havia chegado. Andei depressa até chegar ao portão de desembarque e de longe avistei a loira de corpo esbelto conversando distraída com um rapaz alto e bem vestido, que parecia muito interessado na conversa. Ao me aproximar, os vi se despedirem com dois beijos no rosto e então confirmei a nacionalidade do homem quando ouvi ele desejar boas-vindas à ela, em bom e acentuado português.

— Pelo visto já está fazendo amizades brasileiras. — eu disse antes dela me notar.

— Diana!

Ela deu um salto até mim e me apertou com força em seus braços, quase me deixando sem ar.

— Eu também senti saudades!

— Você se atrasou! Mas eu te perdoo por isso. — ela disse, então me soltando para me olhar.

— Não seja cínica! Você nem tinha percebido a minha presença até o rapaz ir embora.

— Eu estava testando o meu português. — ela disse, tentando sem sucesso disfarçar o seu forte sotaque parisiense.

— É claro. — debochei — Mas até que você está falando muito bem. Andou tendo aulas?

— Oui, oui... — ela suspirou — Conheci uma brasileira no verão passado. Posso dizer que ela é uma ótima professora. E tem um ótimo domínio do idioma.

— Só do idioma, é? — a fitei  maliciosa.

— O que está insinuando?

— Acho que a sua professora lhe ensinou muita prática e nada de teoria, não é? — ela me olhava confusa.

E de repente a vi arregalar os olhos e como em um estalo pareceu entender.

— Mon Dieu! (Meu Deus) Não, Diana! — vi suas bochechas rosadas corarem — Não é disso que eu estou falando! — ela riu sem jeito — Não seja maldosa.

— Eu só estou brincando com você! — eu disse entrelaçando os nossos braços — Agora vamos logo, ainda preciso passar no restaurante. — a puxei para sairmos logo do tumulto que estava se formando ali.

 

...

 

— Ah, que saudades que eu sinto das suas receitas. — Justine disse já no carro, à caminho do restaurante — Vamos almoçar lá?

— Ainda não são nem oito da manhã e já está pensando no almoço?

— Eu passei horas dentro de um avião, preciso comer algo cons-consciente.

— Consistente?

— Oui, isso mesmo. Por que está rindo? — ela me encarou enquanto eu tentava disfarçar — O meu amigo no avião disse que eu estou falando português muito bem.

Balancei a cabeça em negação, achando uma graça a sua dificuldade com algumas poucas palavras, agravada pelo forte sotaque que ela carregava.

— E você está mesmo, não se preocupe. Está dando para te entender bem, o seu amigo estava certo. — falei dividindo a minha atenção entre ela e o trânsito — E por falar em amizade, eu preparei um café bem especial pra você, mas vai ser lá em casa. E sobre o almoço, quem cuida da cozinha do restaurante durante o dia é o Fernando.

— E quem é Fernando?

— É o Sub Chef. Ele é ótimo, você vai gostar dele.

— Se você está dizendo...

 

...

 

Assim que chegamos ao restaurante, Justine demonstrou empolgação para conhecer o lugar. A levei pela porta dos fundos, que dava acesso direto à cozinha. Assim que adentramos vimos a figura do meu amigo e Sub Chef em um dos balcões, separando alguns temperos frescos.

— Bonjour, monsieur Fernandô! — forcei o sotaque propositalmente para o homem que trabalhava distraído.

— Mademoiselle, Émeraud! Bonjour!

— Está tudo bem por aqui? — perguntei.

— Oui, madame! Tudo em perfeita ordem. — ele disse satisfeito, mostrando o largo e bonito sorriso que tinha.

E só então o percebi notar a mulher ao meu lado, que até o momento permaneceu em silêncio.

 — Ah, Fernando, deixe-me apresentar a minha amiga de infância, Justine. — eu disse posicionando-a em minha frente — E Justine, este é o Fernando, meu amigo e um grande Chef!

Por um segundo achei que eles não fossem se cumprimentar. Um silêncio estranho tomou conta do ambiente e quando eu já estava pronta para perguntar se havia algo de errado, vi Justine estender sua mão para o rapaz.

— Muito prazer, senhor Fernando.

— Ah... O prazer é meu, senhorita. — ele disse retribuindo o gesto.

— Fernando, será que você poderia apresentar o restaurante para a Justine enquanto eu vou lá no escritório assinar uns documentos?

— Sim, claro. — ele assentiu.

— Ótimo. Vá com ele, Justine. Fique à vontade. Eu estarei lá em cima. — eu disse cutucando minha amiga com o cotovelo e recebendo um pigarrear sutil e reprovador da parte dela.

— Então vamos? — Fernando indicou para que ela seguisse em direção à porta de acesso ao salão — Por aqui, por favor.

— Divirtam-se! — eu disse por último, recebendo mais um olhar de desaprovação de Justine.

Sorri em negação. Que mal teria, não é mesmo?

 

***

 

Em minha casa, depois de acomodar Justine no quarto de hóspedes e apresentar o lugar para ela, fomos tomar o café.

— A sua casa é linda! — ela disse em minha frente, à mesa — Adorei a parede na cozinha. — falou se referindo à imagem da Torre Eiffel estampada ao lado do balcão.

— É lindo, não é? — concordei.

— Muito! E esse café da manhã que você preparou está maravilhoso. — ela disse tomando um gole do suco.

— Você continua comendo como na adolescência e o seu corpo é o mesmo. Se eu comesse metade do que comia há dez anos, já estaria rolando feito uma bola por aí. Isso não é justo.

— Genética, mon amour. — ela se gabou — Mas você está ótima como sempre, não tem do que reclamar.

— Porque eu me controlo bastante. Em minha profissão eu preciso ter duas vezes mais cuidado.

— O importante é estar feliz consigo mesma, sem se apegar a padrões e nem imposições da sociedade.

— Essa é uma grande verdade!

— Mas mudando de assunto... — começou meio sem jeito — O seu amigo lá do restaurante, ele é tão simpático.

— Eu sabia que você tinha gostado dele!

— Ele é bem interessante.

— Ele está solteiro, se é o que quer saber.

— Eu só fiquei curiosa, não precisa apressar as coisas.

– Sei bem. – ri com ironia.

Nesse instante ouvi a campainha e me levantei para atender.

— Está esperando mais alguém para o café?

— Não. — estranhei.

— Bom dia, dona Diana.

Era o porteiro.

— Bom dia, Seu Jair.

— Chegou isso aqui pra senhora. Mandaram entregar ainda agora. — ele estendeu uma caixa mediana, amarrada com um laço rosado.

— Quem mandou? — peguei a caixa, curiosa e confusa.

— Foi o motoboy que entregou, dona Diana. Ele não disse quem foi, só mandou entregar aqui.

— Ok. Obrigada, Seu Jair.

— Por nada. Bom dia pra senhora. — ele disse acenando e saiu.

— Bom dia!

Fechei a porta e entrei em casa olhando a caixa com curiosidade.

— Um presente? — Justine perguntou me vendo voltar para a mesa.

— Parece que sim. Acho que alguém não recebeu o aviso sobre o cancelamento do casamento.

— Isso não me parece um presente de casamento.

Coloquei a caixa sobre a mesa e olhei para ela intrigada. Puxei o laço devagar e em seguida a tampa, para então me surpreender com o que vi lá dentro.

— É uma rosa. — peguei a flor de pétalas vermelhas, levando-a até o rosto — Perfumada. Eu conheço esse perfume.

— Uh lala! — Justine sorriu admirada — Isso é romântico. Quem mandou?

— Tem um cartão. — abri o pequeno envelope escrito à mão com uma letra bem delineada e comecei a ler.

"Eu deveria mandar um buquê, mas achei que seria clichê. Tenho outras 9 como esta para lhe entregar, mas a condição é que seja pessoalmente. Eu adoraria ver o verde dos seus olhos brilhando, como eles ficam quando você sorri.

Por isso, quero convidá-la para um passeio neste fim de semana.

E eu estou neste momento torcendo para que você aceite. (Isso não deveria estar no bilhete, esquece.)

Mas assim como estarei torcendo, também estarei esperando a sua resposta.

Com carinho,

Isis."

Justine me olhava como se quisesse me fotografar e registrar aquele momento para rir de mim depois. Eu não queria nem imaginar como a minha expressão estava. Sabia que estava com um sorriso ridículo no rosto, mas não conseguia tirá-lo de lá.

— Você vai me dizer de quem é ou eu já posso fazer a minha aposta?

— É dela. — eu disse, tentando me recompor.

— Eu me faria de desentendida, mas vou economizar tempo. Posso ler? Estou curiosa, me desculpe.

Entreguei o cartão para ela, que leu em poucos segundos e em seguida me olhou com uma expressão surpresa e divertida.

— Nossa! Que idade você disse que ela tem mesmo?

— Vinte e dois. — me sentei, me sentindo derrotada.

— Mesmo sendo tão jovem, agora posso entender o porquê da sua obsessão em relação à ela.

— Eu não estou obcecada. É só que... Você vê?! É isso que ela faz comigo, me perturba.

— Estou vendo o quanto! Por que ela assinou como Isis?

— É o nome dela. Valentina é só um codinome que ela usa para... Para trabalhar.

— Oh... Entendi. E por que você não a chama pelo nome verdadeiro?

— Não sei, eu me acostumei com Valentina. Conheci ela assim.

— Isso soa tão sensual. — ela riu ao me ver revirar os olhos — E o que mais você sabe sobre ela?

— Não muito. Valentina tem sido uma incógnita para mim. Desde que a conheci descobri pouco sobre ela e tudo o que sei são informações incompletas. Desde a primeira vez que nos falamos ela age como se já me conhecesse, como se... Como se eu fosse alguém importante para ela. Mas nenhuma dessas questões têm respostas e todas as vezes em que perguntei, ela mudou de assunto ou simplesmente não me respondeu.

 — Talvez ela seja uma criminosa com um passado sombrio. Você já pensou nessa possibilidade?

— O que? Não, claro que não.

— Como pode ter tanta certeza?

— Eu não sei, eu só sei, tá bom? A Valentina é uma menina frágil, cheia de problemas, teve uma vida difícil. Ela só precisa de alguém do seu lado para ajudá-la e apoiá-la e...

— E se apaixonar perdidamente por ela.

— Eu não estou... — respirei fundo, irritada — A questão aqui não é essa. Eu só quero ajudá-la, quero cuidar dela. Eu sinto como se ela nunca tivesse recebido carinho, carinho de verdade na vida. Você tem noção do que é isso?

— Posso imaginar. Mas o fato dela ter saído com o seu pai antes de conhecer você não é no mínimo estranho?

— Não aconteceu nada entre eles, eu te falei. Meu pai me garantiu que foi só um jantar.

— Mas só porque ele não quis ir além.

— Justine, é o trabalho dela! Você queria o que? Se fosse o caso de acontecer algo entre eles, ela não poderia recusar.

— E isso não te incomoda? O fato de ela ser o que é? Ser uma...

— Eu confesso que no começo foi um pouco estranho e difícil para eu conseguir assimilar que esse é o trabalho dela. Mas depois que a conheci melhor, essa é a última coisa em que penso. Ela é tão mais que isso, sabe? Os detalhes sobre ela vão tão além. Ela não pode ser definida apenas pelo que faz para sobreviver.

— Muito bem. — minha amiga me encarou em uma pausa dramática — Você passou no teste.

— O que? Que teste?

— Eu estava testando você. Para saber até onde vai essa sua obsessão com essa garota. Se era mesmo só uma empolgação ou se realmente havia algo a mais. E você passou.

— Me poupe disso, Justine. Eu não tenho cabeça para ouvir as suas teorias agora.

— Não é teoria, chérie (querida).  Você está mesmo gostando dessa moça.

— Agora todo mundo resolveu que sabe mais sobre mim do que eu mesma? Só me faltava isso mesmo! — me levantei exasperada.

— Diana, como sua amiga, sua amiga de verdade, eu não estou aqui para falar o que você quer ouvir, mas sim o que você precisa ouvir. — ela me acompanhou até a sala — Eu vim para te apoiar nessa situação difícil que você está passando e principalmente para abrir os seus olhos.

— Eu não sei o que fazer! — confessei me jogando no sofá.

— Eu sei o que você não deve fazer! — ela me fitou — Você não pode se casar com o Eduardo. E a questão não é apenas sobre o que você sente pela Valentina, é sobre você sentir! Se há espaço aí dentro para que você se interesse por outra pessoa, é porque o que você sente pelo Edu não é suficiente para que você faça esse compromisso com ele, Diana. E isso independe da sua relação com ela.

— Eu gosto dele. Tenho um carinho muito forte por ele, nós temos uma história juntos, Justine!

— Ok. — ouvi ela respirar fundo — Eu também gosto de você, sinto um carinho imenso por você e nós também já tivemos a nossa história. Mas nem por isso eu quero me casar com você! São sentimentos completamente diferentes, mon amour.

— Eu sei. — suspirei.

— Aproveite esse tempo que ele te deu e reflita sobre isso. É importante, é sobre a sua vida, toda a sua vida.

— É só o que eu tenho feito. Refletir sobre a minha vida.

— Você não vai responder a Valentina? Eu estou mesmo curiosa para saber o que ela pretende.

— Eu não sei. Não quero complicar ainda mais as coisas.

— É só um convite para um passeio, Diana. E foi tão bonitinho o que ela fez! A rosa, o bilhete. Se alguém fizesse isso para mim, eu não pensaria duas vezes.

— Vou dar a dica ao Fernando.

— Pare com isso, idiota! — ela riu.

— Não me lembro de ter te ensinado nenhum xingamento em português.

— Idiota não é xingamento. Mas posso usar vários em francês mesmo. Quer ouvir?

— Elogio também não é. Mas guarde para você as suas belas palavras.

— Não mude de assunto. Ligue para ela logo!

— Ok! Tá bom! Tá bom! Vou ligar. — tirei meu celular do bolso sob os olhos atentos de Justine — Você vai ficar ouvindo a conversa?

— Você pretende dizer algo que eu não posso ouvir? — me fitou maliciosa.

— Eu não vou nem te responder.

Assim que acendi a tela para fazer a ligação, o aparelho começou a vibrar em minha mão.

— Eu não posso acreditar! — Justine suspirou irritada — Ela ainda não perdeu essa mania de atrapalhar você nas horas mais impróprias?

Eu ri e dei de ombros, para então atender.

— Oi, mãe. Não, estou em casa. Por quê? Hmm. Eu não sei. É que a Justine está aqui, ela chegou hoje de Paris. Sim, eu avisei, mas ela quis vir mesmo assim. Para me visitar, mamãe. Qual o problema? — Justine ria debochada enquanto deduzia o que minha mãe dizia do outro lado da linha — Tudo bem. Eu vou falar com ela, se ela aceitar, nós vamos, está bem? É, não tem outro jeito não. Beijo, au revoir.

— O que ela disse?

— Me convidou para almoçar lá no Émeraud.

— E imagino que ela adorou saber que eu estou aqui.

— Não ligue para os excessos da minha mãe. Ela continua a mesma e você, pior do que nunca. Vão se entender como sempre fizeram.

— Ela ainda me odeia depois de todos esses anos. Quanto rancor! — disse rindo.

— Ela não te odeia, só não está acostumada com as pessoas contrariando ela. E você adora provocar.

— Não posso perder a chance de ver madame La Roux me odiando em silêncio porque a educação dela não permite que ela se exalte.

— Como eu disse, ela continua a mesma e você duas vezes pior. Vão se entender.

— Sabe o que eu fico pensando? Ela é assim só porque sabe que eu sou bi. Imagina se ela soubesse que a sua primeira relação gay foi comigo?! Já teria mandado me matar!

— Ela não é assim, Justine! Não seja radical. — me levantei irritada.

— Ela é assim sim e você sabe disso. Tanto é que você nunca se assumiu para ela e nem para ninguém. Só eu e seu pai sabemos.

 — Eu acho melhor não irmos nesse almoço.

 — Não, por favor, não se preocupe comigo. Prometo me comportar.

— Justine... — respondi vendo a ironia em seu rosto.

— Tudo bem! — ela levantou as mãos em rendição — Eu prometo de verdade que vou me comportar. Vamos, pode confirmar com ela.

— Você quer ir mesmo só para se impor para a mamãe ou pelo almoço? Ou talvez esteja querendo ver o Fernando de novo.

— Talvez as três coisas.

— Você não mudou nada mesmo!

 

***

 

A noite estava quente e o movimento no restaurante tinha sido intenso.

— Eu estou morta! — disse ao Fernando, no fim do expediente.

— Hoje foi pesado. — ele concordou.

— O Contador vem amanhã de manhã. Você pode atendê-lo para mim, por favor?

— Sim, sem problemas.

— Obrigada. Eu não sei o que seria de mim sem você.

— Seria um sucesso, como já era antes de eu entrar aqui. — ele brincou.

— Não dá nem para comparar como era antes e como é agora. Eu não sei mais viver sem você! Lembre-se disso quando receber propostas tentadoras para me abandonar.

Ele gargalhou.

— Não é só questão de dinheiro e você sabe disso.

— Sim, eu sei. E é por isso que durmo tranquila todas a noites.

— Somos dois!

— Você fecha pra mim? Quero chegar logo, deixei a Justine sozinha em casa.

— Claro, pode ir. — de repente ele me olhou com curiosidade — Ela é uma pessoa muito... Muito legal, a Srta. Justine.

— Só legal?

Ele sorriu sem graça.

— Bem... Ela é muito atraente também. Com todo respeito, claro.

— Engraçado que ela me disse o mesmo sobre você.

— É sério? Quer dizer, ela... Ela falou de mim?

— Olha, não diga a ela que eu falei, mas acho que se você a convidasse para sair, ela aceitaria.

— Você acha? — vi seus olhos brilhando.

— Eu tenho quase certeza.

Ele assentiu empolgado.

— Ela gosta de rosas. — cochichei para ele — E de comida. Leve-a para jantar, não tem como errar.

Ele riu.

— Certo. Obrigado pelas dicas.

 Pisquei para ele e saí.

— Até amanhã.

— Até!

 

...

 

Cheguei em casa desejando um banho e minha cama. Tudo estava silencioso. Imaginei que Justine já estivesse dormindo, até ouvir um barulho vindo da varanda da piscina.

— Justine?

Larguei minha bolsa no sofá, joguei meus sapatos longe e fui até a vidraça. Olhei pela porta e abri com cuidado, vendo a loira boiando quase imóvel na piscina.

— Justine? — perguntei preocupada.

— Chérie! — ela levantou a cabeça e nadou até a borda — Não consegui dormir. Esse lugar é tão quente!

— Leva um tempo até se acostumar.

— Como foi no trabalho?

— Ótimo e cansativo.

— Hmm... Nada de novo?

A encarei sem entender, mas logo me dei conta de onde ela estava querendo chegar.

— O Fernando está bem. Tão bem quanto na hora do almoço, quando você viu ele da última vez.

— Mas eu nem disse nada. Por que já está fazendo insinuações?

— O seu cinismo piorou com a idade. Já te disseram isso? — saí em direção a uma da espreguiçadeiras.

Ouvi sua gargalhada enquanto ela saía da piscina.

— Quase não falei com ele no almoço. A sua mãe tomou todo o meu tempo. — ela disse enrolando-se no roupão.

— Ela se comportou bem hoje, você não pode reclamar.

— É, até que ela foi bem simpática. Talvez a idade esteja transformando-a em uma pessoa melhor.

— Deixe-a saber que você está chamando ela de velha! – provoquei.

— Eu jamais faria isso! — ela disse levando a mão ao peito, se fazendo de ofendida.

— É claro que não. — a fitei com desdém — Vai lá se vestir que eu vou fazer algo pra gente comer. E tenho novidades sobre o seu pretendente.

— Pare com isso de pretend-pretendentes, Diana! Mas... Que novidades? — perguntou curiosa.

— Novidades interessantes.

— Não jantar sem mim! Eu já voltar. — disse e saiu rapidamente em direção à sala.

Eu ri do seu desespero. Sempre que ela ficava empolgada demais começava a tropeçar nas palavras.

Voltei para dentro e fui direto para a cozinha. Prendi os cabelos, lavei as mãos e peguei o livro na gaveta do armário. Folheei até a última página onde havia uma foto colada na capa. Eu tinha dez anos na imagem. Vovó tinha me deixado ajudá-la com o jantar pela primeira vez. Me senti importante. O vovô, quando viu a cena, correu para pegar a sua antiga câmera fotográfica. Meus cabelos estavam sujos de trigo e meu rosto borrado com molho, mesmo na foto envelhecida e amarelada era possível ver. Vovó me abraçou ao lado da grande mesa central e eu fiz uma pose com a colher de madeira. Eu estava tão feliz que não me preocupei em esconder a falha no meu sorriso pelo dente de leite caído na véspera.

Hoje, nesse momento da minha vida, eu só desejava ser feliz outra vez, verdadeiramente feliz. Tanto quanto fui naquela época.

Fechei novamente o livro e abri esperando para ver o que vovó me indicaria.

Paella Espanhola.

— Paella? A senhora tem me desafiado muito ultimamente, hein, vó! Está muito tarde para uma receita tão trabalhosa. — sussurrei comigo mesma.

Fechei e abri outra vez e novamente caiu na mesma página.

— O que é que a senhora está pretendendo? É o vovô, não é? Ele está aí te ajudando a pregar uma peça em mim, é isso?

Nesse momento ouvi o som do meu celular indicando a chegada de uma mensagem.

Deixei o livro no balcão e fui até a minha bolsa na sala. Quando vi o nome na tela, meu coração disparou brevemente, me fazendo lembrar que eu havia esquecido.

 

– Isis:

Acho que eu devia ao menos ter dito sobre o que era o convite, não é? Me desculpe. Estou me sentindo idiota agora (risos).

Espero que esteja bem. Um beijo,

Isis.

 

Senti meu coração apertado por tê-la ignorado, mesmo que não tenha sido intencionalmente. Imediatamente disquei para chamar e esperei impaciente que ela atendesse.

— Oi. — ouvi sua voz suave depois de alguns toques.

— Ei. — eu respondi sem jeito — Me desculpe por não ter respondido antes, meu dia hoje foi bem ocupado.

— Não se preocupe. — ouvi sua risada fraca — Você está bem?

— Sim. E você?

— Estou bem.

— Isso é bom. — eu falava sem saber ao certo o que dizer.

Fiquei por alguns segundos ouvindo a sua respiração calma e paciente.

— O presente foi lindo. — finalmente consegui dizer.

— Você gostou?

— Muito. É o seu perfume na rosa?

— Sim. Me desculpe pela ousadia. — ela riu.

— Não, não, eu gostei. O seu cheiro é bom. — confessei.

Ela suspirou e eu quase pude visualizar o sorriso em seu rosto.

— E então, sobre o que é o convite para o passeio?

— Bem, eu estava pensando que talvez você quisesse fugir um pouco, já que amanhã seria o grande dia e, bem... Descansar em um lugar tranquilo e se distrair seria bom. Então, nesse fim de semana eu vou fazer um passeio com as crianças do orfanato. Vou levá-las pro meu sítio lá na serra. É um lugar bem tranquilo e bem bonito. Eu não sei se você gosta muito de passeios assim e talvez nem seja o que você estava esperando e... — ela parou para respirar e eu percebi que estava ansiosa e apreensiva por uma resposta.

— Nossa, isso é bem legal, Valentina! Não era mesmo o que eu estava esperando, mas é muito bacana essa ideia.

— Eu gosto de fazer esses passeios com eles de vez em quando, para distraí-los, sabe?

— Você sempre sendo adorável.

 A ouvi sorrir outra vez.

— Mas se você não quiser ir, não tem problema. Foi só uma ideia que tive. Talvez você esteja se sentindo sozinha. Eu só pensei que poderia ser legal.

— Na verdade, eu estou recebendo uma amiga. Ela veio da França, seria minha madrinha, mas como não vai ter mais casamento ela veio me fazer companhia.

— Ah... Eu entendo.

— Mas se ela puder ir também, eu vou adorar ir conhecer o seu sítio.

— É claro! Não tem problema nenhum, você pode levá-la sim. — de repente senti a animação tomar conta da sua voz outra vez.

— Então está combinado.

— Ótimo! Eu passo aí para pegar vocês amanhã de manhã, pode ser?

— Pode ser, mas não precisa se preocupar, eu posso dirigir até lá sem problemas.

— Você não vai querer colocar o seu carro naquela estrada, acredite em mim. — ela riu.

— Oh... Tudo bem então. Se você acha melhor assim.

— Sim. Então até amanhã.

— Até.

— Ah, não esquece de levar roupa de frio. E de calor também, o tempo muda muito rápido naquela região.

— Ok. — ri de sua empolgação.

— E talvez uma roupa de banho. Um biquíni quem sabe... Se você quiser, é claro.

— Certo, pode deixar.

— Acho que é só isso.

— Se você se lembrar de mais alguma coisa, não hesite em me ligar, até amanhã de manhã talvez eu precise de botas, protetor solar, um bote salva-vidas, um guarda-chuva à prova de balas...

— Engraçadinha!

— Estou brincando!

— Eu sei!

— Até amanhã então?

— Até amanhã. Beijo.

— Beijo.

Assim que finalizei a ligação, acabei deixando o celular cair no tapete da sala por causa do susto que levei com o miado estridente de Branca de Neve.

— Ai! Gatinha má! — a voz de Justine ecoou em meus ouvidos em seguida.

— Justine? — a vi encostada na parede à beira do acesso entre a cozinha e a sala — O que tá fazendo aí?

— Essa gata tem cara de anjinho, mas é má, muito má! — fui até ela vendo-a apertar a mão contra o peito.

— Não fale assim dela! — peguei a pequena bolinha de pêlos, que a esse ponto já me rodeava as pernas — O que foi que ela fez com você, meu amor? — eu disse afagando a gata em meu colo.

 — O que eu fiz? Foi ela quem quase arrancou minha mão! — Justine dizia indignada.

 Gargalhei.

— Eu esqueci de dizer que ela não é muito sociável.

— Percebi. — ela falou me mostrando o arranhão nas costas de sua mão esquerda.

— Não seja dramática, foi só um arranhão. Branca de Neve é um amor, só não gosta de contato com estranhos. Mas o que você estava fazendo aí?

— Eu? Nada. — ela saiu em direção à cozinha — O que vamos ter para o jantar?

— Pois eu posso deduzir que você estava ouvindo a minha conversa, tentou pegar a gata para que ela não a denunciasse e acabou sendo arranhada. — a encarei com os olhos cerrados — E não adianta mudar de assunto.

— Não estou mudando de assunto. Estou com fome.

— Me fale uma novidade? — adentrei a cozinha, onde busquei o livro e o guardei de volta na gaveta.

— E então... Onde vamos amanhã? — ela disse casual enquanto pegava um copo d'água na geladeira.

— Ah, pensei que tivesse escutado a conversa inteira! — eu disse com ironia.

— Eu escutei o que você disse, mas ainda não desenvolvi habilidades telepatas. O que ela falou?

— Ela me convidou para ir em um sítio na serra. Ela vai levar as crianças do orfanato que ela ajuda e aí achou que seria legal se eu fosse, pra eu me distrair do dia de amanhã.

— Eu imaginei que seria algo mais romântico do que um dia num sítio com crianças. Mas não deixa de ser fofo. Ela se preocupa com você.

— É, parece que sim. Da mesma forma como eu me preocupo com ela.

Justine me olhava com um sorriso indecifrável no rosto.

— Mon Dieu, permita que eu ainda esteja aqui quando a Diana admitir que está apaixonada, que meus olhos enxerguem bem para eu ver a cara de boba dela quando me confessar que está sim gostando da Valentina e que meus ouvidos estejam limpos para ouvi-la dizer que eu estava certa. Amém!

— Você é ridícula. Eu já te disse isso alguma vez depois que você chegou?

— Você me acha ridícula porque não viu a sua cara quando fala com a Valentina. — gargalhou.

A encarei sem acreditar que ela tinha dito mesmo aquilo.

— Mas vejam só... Eu acho que alguém aqui vai dormir com fome. Eu estou mesmo bem cansada para preparar o jantar. — eu disse observando a sua expressão mudar no mesmo instante.

— Não, espera aí, também não precisa disso. — dei as costas e saí rindo do seu desespero enquanto ela me seguia — Eu estava só brincando com você, mon amour! Diana, vem cá!

 

***

 

Acordei na manhã seguinte me sentindo muito bem disposta e até animada. Já havia deixado as minhas coisas prontas em uma pequena bolsa de viagem e enquanto eu terminava de me arrumar no quarto, Justine me aguardava sentada na cama segurando uma xícara de chá em uma mão e um pequeno pedaço de pão na outra.

— Como se chama isso aqui mesmo? — disse encarando em deleite o pão em sua mão.

— Pão de queijo. — respondi sem deixar de me analisar no espelho.

— Isso... — tentava falar com dificuldade pela boca cheia — Isso é muito bom. Por que você nunca me deu isso antes?

Eu ri em negação.

— Suas coisas já estão prontas? A Valentina vai passar aqui daqui a pouco.

— Aham... Eu já estou pronta. Não preciso me arrumar para ninguém mesmo.

Revirei os olhos e ouvi sua risada debochada ecoar pelos meus ouvidos.

— Seu celular. — ela disse pegando o aparelho em cima da cama para me entregar — É a Isis. Quem é Isis?

— Oi. Bom dia! — eu atendi tentando me manter calma para não denunciar o meu excesso de entusiasmo.

— Bom dia! Já estou aqui embaixo. Quer que eu suba para ajudar com alguma bolsa?

— Não, não precisa. Nós já vamos descer.

— Tudo bem então. Até já.

— Até. — eu disse terminando a ligação.

— Até a sua voz fica boba quando fala com ela.

— Não comece com isso de novo. Vamos logo que ela já está esperando. — puxei-a da cama.

— Por que no seu celular está Isis se você a chama de Valentina? — perguntou enquanto pegávamos nossas coisas para sair.

— Porque, com exceção dos seus clientes, aparentemente eu sou a única que a chama assim.

— Uh... Eu já disse que isso é sensual?

— Sim, você já disse. Vamos logo!

— Como eu devo chamá-la? Será que ela tem preferência por algum dos nomes?

— Mon Dieu, Justine! — eu disse, já irritada.

Cerca de cinco minutos depois estávamos na portaria do prédio. Cumprimentamos Seu Jair, o porteiro, e logo que saímos a avistei recostada na porta do carro, do outro lado do prédio, ainda dentro do condomínio. Esse era um carro diferente e não pude deixar de demonstrar a minha surpresa.

Assim que ela nos viu acenou e sorriu. Foi inevitável reparar em como ela estava linda com os cabelos soltos, óculos escuros e uma calça que, pelo contorno apertado, deveria estar no mínimo um número abaixo do seu.

— Aquela é Valentina? — Justine cochichou enquanto nos aproximávamos.

— Sim.

— Deus é sempre tão bom com você. Agora eu entendo, Jesus, eu entendo muito o seu desespero, Diana.

— Pare com isso. — eu murmurei sorrindo para disfarçar — Não se atreva a fazer nenhuma gracinha, por favor!

— Eu estou impressionada demais para fazer isso, não se preocupe.

— Oi outra vez. — eu disse quando chegamos ao seu encontro.

— Oi. — ela sorriu, revelando uma de suas mãos que até então eu não tinha notado que estava escondida atrás de seu corpo — Como eu havia prometido.

Suspirei surpresa ao vê-la estender a rosa para mim.

— Você não existe. — sorri sem jeito e peguei a delicada flor — Obrigada.

Ficamos por poucos segundos em um mundo que parecia ser só nosso, como acontecia quando estávamos juntas, conectadas uma à outra. E então Justine nos trouxe de volta ao pigarrear para nos lembrar de sua presença.

— Ah, essa é a Justine. A minha amiga que lhe falei ontem.

— Olá, Justine. É um prazer conhecê-la. — Valentina estendeu sua mão, que foi tomada de imediato pela loira ao meu lado.

— Igualmente, Isis.

— Fico feliz que vocês tenham aceitado o meu convite. Espero que gostem do passeio.

— Tenho certeza que vai ser ótimo. — respondi.

— Posso guardar as suas bolsas?

— Por favor. — assenti, entregando a minha bolsa e a de Justine para que ela as guardasse no porta malas.

— Mon Dieu... — minha amiga suspirou ao ver Valentina se inclinar para guardar as bolsas.

— Pare de olhar... Não olhe assim para ela, Justine! — a repreendi num cochicho.

— Me desculpe, foi sem querer. Você também deveria disfarçar melhor.

— Eu não estou olhando!

— Está sim.

— Não estou nada!

— Admita, nós duas estamos.

— Estão o que?

Valentina fechou o porta malas de repente e nos encarou, fazendo com que saltássemos num susto.

— Empolgadas! — eu disse a primeira coisa que me veio em mente — Nós estamos realmente muito animadas com esse passeio.

Valentina nos fitou sorrindo e por um momento tive a impressão de que ela tinha ouvido tudo o que havíamos dito.

— Ótimo! — ela assentiu — Então vamos lá!

Vamos... Vamos ver o que esse passeio nos reserva.

 

...

 

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:
E Então? Espero que tenham gostado! 
(Me desculpem qualquer erro.) 

Bom, pessoal, não vou ficar aqui me desculpando e enchendo vocês com as minhas lamentações. Eu tive problemas que me impediram de postar e por isso fiquei esse tempão sem atualizar. Pensei seriamente em desistir de postar, confesso. Quando tudo começa a dar errado a gente desanima. 
Mas fiz um esforço, por mim mesma, porque sei que essa ainda é uma das poucas coisas que me restam de bom e me fazem bem. E também porque eu não queria desapontar vocês, que sempre me deram tanto apoio e incentivo e foram pacientes e atenciosas comigo. 
Eu fiquei muito mal por não ter conseguido postar durante tanto tempo. Mas hoje finalmente consegui e tô muito feliz mesmo, vocês não têm noção. Tô feliz mesmo achando que tenha ficado tãoo bom, mas pelo menos consegui rsrs 
Peço desculpas principalmente por não ter respondido aos comentários. Gente, mil perdões! Eu responderei vocês logo, logo. Não deixarei ninguém sem resposta, seria muita falta de educação e de consideração da minha parte e eu não faria isso de propósito, não mesmo!  
Então é isso. Só peço que me mandem boas vibrações porque tô precisando viu rsrs Para que tudo dê certo e eu consiga manter a frequência das postagens. Amém! 
Muito obrigada por estarem aqui (quem ainda estiver kkk), por não terem desistido e por continuarem me dando apoio. 

E por isso, tenho um presente para vocês. Fiz aniversário essa semana e o meu presente foi conseguir finalizar 2 capítulos. Então vou repassar o presente à vocês rsrs 
Segue o próximo! 

Até breve!!! 

Paz, amor e beijo à todxs! <3

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Comentários para 10 - Uma Amiga, Uma Rosa e Um Convite:
fsari
fsari

Em: 11/09/2017

Então, agora são 02:16 da manhã eu deveria estar dormindo mas estou relendo pela a quarta vez esses três ultimos capitulos e eu preciso agradecer por eles, obrigada por postar eles apesar de ser seu aniversário (feliz aniversário a proposito) e deixar uma mensagem pra quando vc se sentir desanimada a postar, talvez existam outras como eu que estejam lendo ou irão ler mas sem postar algum comentário pelo o motivo que for quando tudo na vida começar a dar errado, lembre-se da gente, tanto as que comentam em cada capitulo ou não. Falando só por mim mesma eu senti bastante falta dessas duas até me assustei quando vi novos capitulos e fiquei animada, ta certo que talvez vc não possa ver a animação nos nossos rostos mas tenha certeza que a animação vai estar aqui e que tudo se ajeite pra vc bjs.

 


Resposta do autor:

Oiiii

Olha, muito obrigada por essas palavras. Eu realmente me sinto muito motivada quando vocês me dizem o que acharam, quando gostam dos capítulos, quando conseguem sentir o que tento passar pra vocês com o que eu escrevo.

Infelizmente minha vida anda bem conturbada em relação à muitas coisas e isso tem me atrapalhado manter uma frequência na atualização.

Mas não penso em desistir, justamente por vocês que ficam aguardando com paciência e sempre vêm aqui me mostrar um pouco de carinho.

Obrigada por não desistir rsrs

Espero conseguir voltar em breve.

Grande beijo pra você S2

Responder

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BiaRid
BiaRid

Em: 20/04/2017

Ei obrigada por continuar escrevendo, estou curtindo muito a história e acho q te odiaria se parasse kkk Mas sério, se te faz bem escrever faça isso por vc mesma tbm. S2


Resposta do autor:

Eu que agradeço a você por ler!

Não pretendo desistir não! 

Muito obrigada!!!

Beijo no coração ♥♥♥

Responder

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JanBar
JanBar

Em: 13/04/2017

Sweet, PARABÉNS! Você é que faz aniversário e a gente é quem ganha o presente? Adorei isso! Hahaha... Estou feliz por você não ter desistido dessa história. A cada capítulo fico mais envolvida e apaixonada pelas personagens e pela sua escrita. Boas vibrações e inspiração sempre! É redundante dizer, mas A-DO-RO seu trabalho! ;-) Beijo grande e tudo de bom, Janice 


Resposta do autor:

Obrigada! *-*

Pois é rsrs Mas foi presente pra mim também conseguir terminar os capítulos e postar rsrs

Amém! 

Muito obrigada!!!

Beijo no coração ♥♥♥

Responder

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Nina
Nina

Em: 12/04/2017

Oiiie,parabéns pelo aniversário ,também faço niver esse mês e já considero seus caps um presente, maravilhosos!! Quanto ao caos que diz está passando, relaxa, até as coisas ruins servem pra nós mostrar como podem melhorar sempre, certa vez li que pelo menos 45 dias que antecedem o aniversario atravessamos um inferno astral, que logo é seguido de uma onda de coisas boas, calmaria, então se prepara que coisas boas estão vindo, ao menos é o que desejo de coração, grande beijo. 


Resposta do autor:

Oi! Obrigada!!! 

Ah, que bom! rsrs Parabéns pra você também! ♥

Assim espero, que essa onda de caos passe logo rsrs

Muito obrigada pela paciência e pelo carinho.

Beijo no coração ♥♥♥

 

Responder

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Vanessaduda
Vanessaduda

Em: 12/04/2017

Obrigada!!! 


Resposta do autor:

Eu que agradeço! 

Beijo no coração ♥♥♥

Responder

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ReSant
ReSant

Em: 10/04/2017

Feliz aniversario coração, fiquei tão feliz quando vi que vc tinha atualizado, não desista de postar essa historia guria, tu não tem noção do quanto ela é boa, eu fico imaginando sempre o desfecho da Isis, torço muito por essas duas, elas são fofas juntas...

eu adorei a amiga Justine, ela parece ser uma comedia, pessoas assim eu adoro, são elas que deixam nossas vidas mais feliz...

espero que vc resolva seus lances e não desista dessa bela historia, faz um esforço, faz isso por nós kkkk, valeu e abraço


Resposta do autor:

Muito obrigada pelas felicitações *-*

Estou tentando sempre não desistir e melhorar sempre.

Muito obrigada!!!

Beijo no coração ♥♥♥

 

Responder

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mtereza
mtereza

Em: 10/04/2017

Parabéns felicidades e muita luz e paz . Ansiosa por esse passeio e adorei a Justine 


Resposta do autor:

Amém! Muito obrigada!!!

Responder

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LuBraga
LuBraga

Em: 09/04/2017

Eita que esse passeio promete...rsrs

Feliz Aniversário Sweet, muita luz em sua vida!!!

Bjs


Resposta do autor:

Obrigadaa! To precisando mesmo rsrs

Beijo!

Responder

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Suzi
Suzi

Em: 09/04/2017

Oiii linda!!! Parabéns pelo seu aniversário!!! Um abraço bem apertado.kkk e muitos bjsss kkkk

Espero que tudo se ajeite para você, tenha Fé!!

E.o capítulo pode ter demorado mas está ótimo, Justine é uma peça. Kkkkkk Amei as duas discutindo se estavam ou não olhando Isis.

Lindona parabéns novamente, 

Estaremos sempre a disposição se precisares viu????

 

 Mais um bj kkk

 

Suzi


Resposta do autor:

Oii! Muito obrigada!!! Amém! rsrs

Beijo no coração ♥♥♥

Responder

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