Capítulo 20 - Canto da Sereia
Vai saber o que tanto essa menina ainda queria me mostrar, estava até parecendo comigo uma viciada em trabalho, mas tenho que admitir que aquele dia estava sendo maravilhoso, até trabalhar ao lado de Iara era algo incrivelmente agradável.
O combinado seria que ao chegarmos ao sitio tomar um banho enquanto Iara prepararia alguma coisa rápida para o jantar e depois iríamos para o estúdio onde ela me daria umas explicações gerais de revelação de fotos e algumas coisinhas no computador sobre as fotos digitais. Eu estava sim empolgada, mas acho que minha mente já estava mais voltada pra outro tipo de aprendizado.
Chegamos e fomos logo pro banho. Eu demorei bastante, pois precisava me dar um pouco de tempo pra organizar minha mente, ainda teria muitas horas ao lado de Iara naquele dia e não tinha a mínima idéia de como seriam essas horas, justo eu que sempre tinha tudo calculado.
Desci e ela já estava com tudo prontinho, uma macarronada com um molho delicioso e um suquinho de laranja, nada alcoólico, pois como ela disse iríamos trabalhar ainda. Conversamos mais um pouco e fomos pro estúdio. Putz será que ela não cansava de trabalho não é?
Ela me mostrou como fazia a revelação de algumas fotos, mostrou as que já tinham sido reveladas do grupo trabalhando e de algumas plantas. As fotos eram realmente lindas. Mostrou-me praticamente tudo só não me deixou ver uma salinha que ela comentou que eram exclusivas de um trabalho que ela estava fazendo e algumas fotos mais pessoais, fiquei morrendo de curiosidade, quando ela disse fotos pessoais pensei até em fotos de ex, imagine o tanto de foto de mulher linda que ela deveria ter.
Eu juro que tentei me concentrar em tudo o que ela dizia quando sentamos em frente ao computador pra que ela me ensinasse alguns truques pra fotos, mas parece que meu cérebro deu curto e tudo que eu conseguia ouvir era, blá, blá e blá enquanto eu ficava olhando seus lábios se moverem e pensando no quanto eu queria beijá-los.
-Malu ta tudo bem, você entendeu?
-Desculpa Iara acho que me perdi?
-Você me pareceu tão distante de repente, ta cansada?
- Não tava distante, tava aqui pertinho.
Acho que logo ela entendeu o que eu estava dizendo, pois vi em seu olhar certa malicia e ela começou a se aproximar, senti seu corpo juntinho do meu e me entreguei aquele contato e aquele beijo urgente. Ela me aproximou da bancada e suas mãos começaram a percorrer meu corpo, eu senti todo meu corpo ardendo de vontade. Seus beijos se tornavam cada vez mais urgentes e sua não subiu por baixo do meu vestido, eu queria ter coragem pra ter a mesma ousadia, mas a minha mente que há alguns instantes atrás parecia tanto desejar o que estava acontecendo, agora parecia ter travado em seu modo super recatado e ferrou tudo.
-Iara espera.
Ela custou um pouco a associar o que eu dizia só entendeu mesmo, quando me afastei um pouco e pedi que parasse.
-Que foi Malu? Fiz algo que te chateou?
Putz! Por que ela tinha que ser assim tão fofa e preocupada sempre? Como dizer a ela que de repente tive medo que depois que ela tivesse o que queria, fosse simplesmente não querer mais nada, seria uma situação muito complicada, pois teríamos muito tempo ainda de trabalho juntas. Mas meu maior medo era de ser um fracasso total na cama com outra mulher, afinal minha experiência estava limitada a uma breve pegação em um banheiro e ela pelo visto entendia bem demais do assunto. Tentei escolher as palavras, mas estava tão nervosa que escolhi as mais erradas possíveis.
- Iara não ta certo, isso pode atrapalhar nosso trabalho.
Vi o olhar de total decepção que ela me lançou antes de dizer.
-Seu trabalho esta acima de tudo sempre não é doutora! Tudo bem não se preocupe, pois não vou atrapalhar sua pesquisa.
Ela já disse isso me dando as costas e deixando-me sozinha no estúdio. Eu me senti o pior de todos os seres a mais idiota de todas. Sentei e comecei a chorar afinal o que eu estava fazendo, essa não era a razão do meu medo, meu trabalho era sim muito importante, mas eu amava aquela menina e por mais que eu quisesse fingir que não eu a queria muito em minha vida e só estava com medo de perde-la depois que algo mais acontecesse entre nós, eu não suportaria continuar a vê-la todos os dias sem poder senti-la.
Fiquei ali mais um tempo com toda a minha covardia, e acabei notando que a porta da tal salinha com fotos pessoais não estava trancada, levantei e decidi dar só uma olhadinha. Curiosidade maldita isso poderia me render mais problemas ainda. Entrei e minha surpresa foi enorme quando vi varias fotos minhas espalhas. Diferentes ângulos e cores, lindas fotos em que ela me fotografou trabalhando concentrada, sorrindo, pensando enfim muitas fotos me retratando. Isso me fez chorar mais uma vez, pois me dei conta de que minha idiotice era maior ainda, eu tinha deixado uma mulher que gostava mesmo de mim sair por aquela porta.
Decidi parar de chorar e ir atrás dela. Procurei pela casa toda e nada. Lembrei que ela tinha dito que a água tinha o dom de acalmá-la então lembrei que quase na divisa do sítio passava um pequeno rio ela provavelmente estaria lá. Não era longe dava pra ir caminhando numa boa. Nem precisei de lanterna, pois a lua estava cheia e tão iluminada que dava pra ver o caminho perfeitamente, agora ela só torcer pra que ela estivesse mesmo lá. À medida que me aproximava comecei a ouvir uma música suave, não conseguia distinguir o que ela dizia, pois parecia não ser em nenhuma língua que eu conhecia. Fui andando devagar e o que vi me fez entender o porquê do nome dela ser Iara. Ela estava sentada em uma pedra completamente nua, com os cabelos negros soltos cobrindo os seios e cantava, com a voz mais doce que eu já tinha ouvido. Acho que ela não notou minha chegada, mas se notou me deixou completamente à vontade para agir.
Despi-me e entrei na água, não sei se era seu canto, mas naquele momento nada mais me importava tudo que eu queria era poder chegar até ela e deixar claro que eu a queria muito. Ignorando todos os meus medos entrei na água e ela parou de cantar e mergulhou, vindo nadando em minha direção, ficamos nos olhando bem de pertinho e eu a abracei.
- Me desculpe...
Ela não permitiu que eu continuasse a falar e logo me beijou. Senti a suavidade de sua mão e minha nuca enquanto a outra percorria suavemente as minhas costas. Eu já não tinha mais medo e retribui a caricia com naturalidade, fomos juntas até a margem onde ela me deitou sobre a toalha que havia levado. Deitou sobre mim com a sua perna entre as minhas, meu corpo todo reagiu aquele contato, seus beijos deixaram meus lábios e se espalharam pelo meu corpo e eu gemia baixinho com o contato de seus lábios em minha pele nua. Senti quando ela beijou tatuagem e depois seguiu seu contorno com os dedos, logo sua boca voltou o encontro da minha, mas sua mão continuou o curso da tatuagem até meu sex* completamente molhado.
Seus dedos pareciam ter vida própria e me tocavam arrancando ainda mais gemidos. Eu sussurrava palavras que definitivamente eu não diria em nenhuma outra situação, mas que naquele momento expressavam todo meu prazer. Ela aproximou os lábios de meus ouvidos e sussurrou.
-Me deixa sentir seu sabor?
Com aquela voz, naquele tom e naquela situação ela poderia estar pedindo a minha alma que ela poderia levar sem piedade, eu estava completamente entregue. Ela desceu os lábios beijando meu corpo até que a senti em meu sex*, sua língua em uma gostosa exploração, ela se movia com ritmo e precisão e meu corpo já não respondia a qualquer resquício de razão apenas o prazer imperava e meu corpo estremecia sem controle e cheguei ao ápice quando ela introduziu os dedos, achei que fosse explodir de tanto prazer, aquela era uma sensação completamente nova pra mim e eu estava amando vivenciar tudo aquilo.
Era incrível como ela parecia estar sentindo muito prazer ao me ter entregue em seu braços. Ela parecia ter sugado minhas forças, mas eu nunca havia me sentido tão bem e tão completa em minha vida, ela voltou aos meus lábios e eu senti parte de meu sabor em seus beijos. Acho que foi só nesse momento que me dei conta de que estávamos nuas e ao ar livre e isso simplesmente não me incomodou eu estava completamente bem, pois estava com ela. O silencio foi quebrado por ela.
-Malu ta tudo bem? Eu machuquei você?
-Olha bem pra mim menina e diz se estou com cara de quem não gostou.
Ela sorriu do comentário e pareceu mais aliviada por ver que eu estava bem o suficiente até pra zuar com a cara dela.
-Verdade ta com cara de boba sabia.
-Nuss! Devo mesmo estar né, mas também olha só o que você faz comigo menina.
Ela fez a cara mais sem vergonha e perguntou.
-O que eu faço com você minha doutora?
Mas acho que ela não esperava por uma resposta muito romântica da minha parte, tanto que vi seus olhos brilharem e um sorriso lindo surgir em seus lábios, quando respondi.
-Você me faz feliz, minha menina.
-Que romântica a minha doutora esta essa noite.
-Poxa eu só queria poder retribuir todo esse prazer que tive.
-Mas quem disse que não foi prazeroso pra mim, e você não tem com que se preocupar doutora, sei bem que você aprende bem rápido.
Fiquei tímida, mas não deixei ser vencida pela timidez mais uma vez e nem Iara me deu tempo, pois me beijo com muita vontade e o clima prometia esquentar mais. Mas logo ela parou e me olhou com uma carinha de menina levada.
-Malu eu não quero quebrar o romantismo do momento, mas to ficando com frio o que acha de continuarmos nossa festinha no quarto.
Respondi com um sorriso e mais beijos.
-Tudo bem, afinal será bem complicado explicar pra equipe se nos duas tivermos uma pneumonia.
Encontramos nossas roupas meio jogadas, nos vestimos e voltamos de mãos dadas pra casa. Ainda havia um pouco de medo em mim, mas eu não deixaria isso estragar um momento tão mágico entre nós duas.
Fim do capítulo
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