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A culpa é do destino por Chris V

Ver comentários: 7

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Palavras: 3967
Acessos: 2202   |  Postado em: 26/03/2017

Capítulo 33 - (Re)encontro

# Giovanna

 

Não tenho como mentir, eu cheguei a imaginar o pior, cheguei a imaginar que eu não veria mais a minha esposa com vida. Por mais que tenhamos que manter a fé, pensar positivo, a gente sabe bem como é a realidade, a gente sabe que os números mostram bem como a maioria dos casos de sequestro terminam.

Após o café da manhã eu me tranquei no quarto de nossa filha, ali, naquele cantinho que foi pensado e planejado com tanto carinho e amor, eu me sentia mais perto de Maria Luíza, sentia que ela estava ali comigo.

Foi até difícil segurar as lágrimas, porque inevitavelmente eu pensei em mais besteiras. Então me ocupei entre orações, conversas e canções de ninar para Anna Sophia. Desde ontem a noite ela estava inquieta em meu ventre, e quando eu cantava, ela se acalmava. As canções de ninar foram um costume que minha esposa colocou, tanto em nossa filha, quanto em mim, porque acalmava a nossa filha, e eu acabava dormindo.

Essa era de longe a pior situação que já vive em minha vida. A incerteza, o medo, a insegurança, o desespero...se misturavam, me sufocavam e me faziam chorar a cada instante. Estava tentando ser forte, estava mesmo, mas estava falhando tristemente. Sem ela eu não conseguia, sem minha esposa em me sentia vulnerável e fraca.

Sei que tem gente que tem o prazer de dizer que não depende de ninguém, e que não devemos pôr a nossa força e felicidade nas mãos de alguém, mas quando se ama, se ama de verdade, você só se sente completa quando a pessoa que faz o seu coração bater mais rápido e ao mesmo tempo mais tranquilo, está ao seu lado.

Eu simplesmente não conseguia me imaginar sem Maria Luíza, era inconcebível, ela era o que eu conhecia de vida. Tudo o que construí, todos os sonhos, todos os planos...ela fazia parte de tudo, tudo mesmo. Como conseguiria tirar de tudo isso? Impossível.

Por mais que tenha pensado, procurado motivos, eu não conseguia entender o porquê fizeram isso, por que escolheram justo Maria Luíza? Não tínhamos posses que chamassem a atenção para ato como esse. Não tínhamos grande quantia de dinheiro. E isso era outra coisa que me preocupava, se pedissem um alto valor de resgate, como eu pagaria? Não éramos ricas.

Por outro lado, minha família sim tinha posses, porém, neste caso, o alvo de sequestro seria eu, e não minha esposa. Só que aí, pensando assim, me veio à mente, aquelas gravações onde minha tia mantinha conversas no mínimo maquiavélicas.

-- Não quero apenas isso! Para mim não basta que elas se separem, eu quero o fim daquela aleijada. Quero vê-la fracassada, em derrocada. Quero-a sem nada!


-- Darei uma atenção em especial para ela. Não se preocupe querida.


-- Não poupe esforços e muito menos dinheiro.

 

Será que…? Não!

Suspirei e balancei minha cabeça, tentando mandar para longe aqueles pensamentos ruins, agora era um bom momento, era hora de realmente respirar totalmente aliviada. Não tanto, porque eu só descansaria quando pusesse os olhos na minha mulher, quando a visse, aí sim eu ficaria em paz.

Meu coração se encontrava numa euforia tão grande que eu estava até com medo de afetar Anna Sophia. Porém, não tinha como ser diferente, eu estava feliz, estava extremamente feliz. Apesar de agora estar indo até um hospital para ver Maria Luíza, o fato de terem encontrado-a, superava a minha preocupação. Eu não sabia como iria encontrá-la, nem mesmo sabia por qual motivo ela havia sido levada para o hospital. Mas...eu estava indo encontrá-la!

-- Minha filha eu acho melhor você se acalmar. – minha mãe falou girando o corpo na direção do banco traseiro para me olhar.

-- Estou tentando mãe, juro, mas tá difícil. Eu vou ver a minha esposa!

Ela sorriu.

Ainda era estranho ter a minha mãe ao meu lado. Compreendendo e aceitando por sua escolha a minha relação com Maria Luíza. Me parecia mais estranho ainda o apoio e a preocupação que ela mesma atribuiu desde o sumiço de minha esposa.

-- Gio, eu sei que isso não vai ser muito fácil, se bem lhe conheço, eu garanto isso. Mas, por favor, tenta não invadir o hospital. – Alice falou ao volante, sorrindo.

-- Eles que não tentem me impedir.

-- A Malu tira mesmo o nosso juízo não é? É cada coisa que a gente faz por aquela ranzinza.

Eu sorri lembrando-me do sorriso torto que minha morena me lançava quando queria me convencer de algo. Bastava ela sorrir, e como num passe de mágica, as portas, as janelas, os corações, tudo se abria para ela.

-- Nem me fale disso, eu sei bem o que aquela mulher desperta. É cada loucura.

Comentei quase que em devaneio, e só me toquei de que minha mãe estava ali conosco quando ela pigarreou chamando minha atenção. Tadinha, ainda era novidade, eu tinha que ir com calma.

-- Falando em loucura, você não sabe o que foi que eu fiz. – Alice disse com sua famosa voz de suspense.

-- O quê?

A cada palavra que Alice pronunciava, eu sentia o coração acelerar. Aquela mulher era mesmo louca. Mas pensando bem, eu acho que não agiria diferente, teria invadido o lugar da mesma maneira, e ameaçado um homem de índole duvidosa. Tudo para finalmente encontrar a minha morena.

Alice correu sim um grande risco, mas eu a entendia, sabia bem que era difícil sentar, cruzar os braços e esperar as coisas acontecerem. Além disso, mesmo sabendo que ela tinha corrido risco, eu tinha muito a agradecer a ela. Alice salvou o meu bem mais valioso.

No entanto, tinha uma coisa que eu ainda não sabia, quer dizer, muitas coisas ainda não se encaixavam, mas essa em especial estava me deixando deveras curiosa.

-- Alice?

-- Oi.

-- Como você foi parar no cativeiro? Como descobriu que a Maria Luíza tava lá? – perguntei quando paramos no semáforo vermelho.

A mulher sentada ao volante moveu-se inquieta, olhou na direção de minha mãe e as duas se encararam por breves segundos. Ali tinha algo. Ah se tinha...

-- Gio, a estória é bem complicada e bem longa. Eu vou te contar, mas pode ser depois que vermos a Malu?

-- Por que não me conta agora?

-- Como ela disse filha, é uma longa estória.

-- E a senhora sabe?

-- Digamos que parcialmente sim. - ela parou um segundo e olhando para frente, disse com a voz mais imparcial possível, fria talvez – Você vai saber de tudo, mas o que Alice e eu sabemos ainda parece ser somente a ponta do iceberg. E não se preocupe com isso, porque eu também faço questão de saber de tudo, até os detalhes.

-- Vocês duas estão começando a me assustar.

-- Querida, por enquanto, se preocupe apenas com uma única coisa, na verdade, duas: Maria Luíza, e Anna Sophia.

Após aquele ultimato velado, eu me calei, não toquei mais naquele assunto. No entanto, algo me dizia que aquela estória toda ainda ia feder, e muito se levar em consideração à reação das duas.

Deixando aquela estória de lado, engatamos em uma conversa mais amena, e até reveladora. Alice passou a me contar estórias da amiga, algumas que me deixaram enciumada, como o fato de minha esposa já ter beijado Alice em uma festa só para espantar um carinha insistente. E outras me deixaram orgulhosa, como o dia em que ela defendeu um garoto na época da faculdade de ataques verbais de um grupo de garotos.

Foi divertido saber de estórias mais antigas da minha morena, principalmente aquelas mais constrangedoras. Foi aquele tipo de conversa onde você conhece fatos somente quando é com uma mãe, ou uma melhor amiga.

O caminho até o hospital não foi longo, logo chegamos. E assim que estacionamos, ficamos as três paradas, caladas. Eu só conseguia ouvir o meu coração bater completamente desconcertado, não sabia se batia rapidamente, ou se parava.

Eu estava me sentindo como se estivesse indo para um encontro, um encontro com a minha esposa, onde na verdade, era um reencontro. Sentia que era assim mesmo, um reencontro, porque o tempo que ela passou longe de mim, me pareceu bem maior do que ele realmente foi. E encontro também, porque depois do que ocorreu, eu tinha certeza de que algo seria acrescentado em nossa vida, estaríamos mais forte, diferentes.

-- Vamos? – Alice nos chamou.

-- Vamos! – concordei mais do que depressa.

Descemos do carro e andamos pelo estacionamento ainda caladas. Alice e minha mãe andavam uma de cada lado, me deixando no meio. As duas tinham os braços enroscados aos meus, e eu não sabia se aquilo era para evitar que eu corresse tempestivamente caso tentassem me impedir de entrar, ou se era para me passar forças. Os dois talvez.

Quando chegamos à recepção, para meu total alívio e agrado, após a identificação, recebemos o pequeno adesivo de papel onde se lia visitante. No entanto, minha esposa ainda não estava podendo receber visitas no quarto, e para tal, o médico que a acompanhava teria que liberar a minha entrada para que eu pudesse ver minha esposa.

Sentei naquela cadeira da sala de espera, e praticamente não conseguia me conter, eu sentava, segundos depois levantava e andava quase em círculos, depois sentava novamente. Minha mãe acompanhava meus movimentos, assim como Alice e Elisa, e as três me olhando me deixava ainda mais nervosa. Que droga! Onde se meteu aquele médico?

Sentei e me mantive sentada por mais tempo quando meus pés começaram a doer levemente.

-- Vocês são familiares da paciente Maria Luíza de Andrade Lemos?

Levantei rapidamente parando a pouquíssimos centímetros do médico.

-- Sim. Eu sou esposa dela. Eu posso vê-la?

Não sei se era a minha tensão, ou se cheguei mesmo a ver um olhar atravessado do homem rechonchudo quando me apresentei como esposa da paciente dele. O que é, homofobia uma hora dessas? Sério isso? Na hora perdi qualquer admiração ou respeito que poderia ter por ele.

-- Ela está sob efeitos de sedativos, nesse momento ela está dormindo. Mas vou permitir visitas. – olhou para todas nós e continuou – Três pessoas no máximo, e seja breve, o horário de visitas encerrará em breve.

-- Como ela está doutor? – Alice tomou a minha frente e perguntou.

-- Como eu disse, está sob efeito de sedativos, no entanto, seu estado é estável. Ela chegou aqui desacordada e bastante machucada, a princípio suspeitamos de traumatismo craniano, mas os exames ajudaram a descartar, no entanto ela precisa ficar no hospital para que possamos acompanhar a sua melhora. Afinal ainda é uma lesão na cabeça, além de duas costelas fraturadas e diversas escoriações.

Senti um enorme aperto no peito. Eles machucaram ela? Por quê?

-- Por quanto tempo ela ficará aqui? – perguntei.

-- Ainda não sabemos senhora, vamos acompanhar a melhora dela, vamos ver como ela reage aos medicamentos.

Dito isso, o homem pediu licença e saiu após nos indicar o quarto. O combinado foi que entraria: minha mãe, Alice e eu. Elisa gentilmente concordou em esperar para fazer uma visita amanhã.

Encaminhamos-nos para o corredor, e quando paramos em frente à porta, Alice segurou minha mão dando um leve aperto. Olhei para ela tentando sorrir, mas sei que não saiu nada natural, eu estava tensa agora.

Pus a mão na maçaneta e apertei-a levemente antes de girá-la numa calma que me era estranha. Quando a porta estava totalmente aberta, eu não conseguia levantar a cabeça e olhar para dentro do quarto. Entrei dessa maneira sendo seguida pelas duas.

-- Meu Deus...

Quando minha mãe disse aquilo meu coração ficou pequeno dentro do peito. Ergui a cabeça rapidamente para me deparar com a cena que deixou meu coração em frangalhos. Não! O que fizeram com ela?!

Minha esposa estava pálida, completamente pálida. Braços e rosto colorido por arranhões e manchas que variavam do vermelho ao roxo. Havia um grande corte em seu lábio inferior. Os olhos estavam inchados e em um tom roxo. Os nós de seus dedos estavam machucados, como se ela tivesse tentado se defender.

Meu coração ficou muito apertado. Não conseguia entender, não conseguia compreender por qual motivo machucaram tanto ela. Por que fizeram isso com ela?

Me aproximei olhando-a mais de perto. Sentindo um medo absurdo de machucá-la mais ainda, eu toquei delicadamente a sua mão – não estava quentinha como lhe era normal. Agasalhei a sua mão na minha e sentei na cadeira que havia próxima a sua cama. Nesse momento eu desabei, deixei as lágrimas caírem sem pudor.

-- Meu amor...graças a Deus você está aqui...

Eu ouvia a conversa das outras duas mulheres no quarto, no entanto era paralelo, eu não conseguia prestar atenção, ouvir nada, eram só sussurros. Tudo o que eu conseguia fazer, era olhar para a face tão machucada da minha morena. Ainda sim, cheia de hematomas, o rosto inchado, ela era linda. Era a mulher mais linda que já tinha posto os olhos.

-- Querida, nós já estamos indo. – minha mãe disse tocando o meu ombro.

-- Já?

-- Sim, a enfermeira veio nos avisar que a partir de agora, só pode ficar no quarto quem for acompanhante da paciente. Você vai ficar?

Olhei para a Maria Luíza, tão indefesa naquela cama.

-- Claro mamãe, eu vou ficar com ela.

-- Tem certeza de que consegue ficar aqui? Eu acho melhor você ir para casa, precisa se cuidar e ficar de repouso, eu fico aqui com ela.

-- Não mamãe, eu ficarei aqui com ela.

-- Tudo bem.

-- Amanhã eu passo aqui, trago roupas pra você e a gente pode revezar enquanto você vai a casa, descansa um pouco.

-- Obrigada Alice.

-- Não precisa agradecer. – sorriu docemente.

-- Qualquer coisa que precisar nos ligue. – minha mãe falou.

Dona Celina tocou apenas a mão da nora antes de sair do quarto, já Alice, depositou um beijo singelo e carinhoso na testa da amiga, e sussurrou “Eu ainda vou te bater por isso”.

Quando as duas saíram, eu passei a conversar com Maria Luíza. Mesmo ela sedada, dormindo tranquila, eu falava como se estivéssemos em casa, tendo uma conversa amena durante o café da manhã.

Eu segurava a sua mão torcendo para que ela apertasse minha mão de volta, me mostrasse que estava me ouvindo. Queria que ela acordasse.

Algumas horas depois, uma enfermeira veio ao quarto, checou alguns aparelhos, verificou o cateter, me sorriu e saiu dizendo que podia chamá-la caso precisasse.

Aquela era a primeira vez que eu acompanhava alguém no hospital. Normalmente eu estava do outro lado, nos bastidores, e inclusive já estive no lugar que hoje minha esposa estava. Isso até me fazia lembrar do dia que ouvi a conversa entre ela e minha mãe enquanto fingia ainda estar dormindo.

Como eu queria que agora ela estivesse fingindo, só para me dar o troco pelo que eu fiz em outra ocasião. Sorri com esse pensamento. Ela só se fazia de durona, na verdade era uma verdadeira molenga, e eu sei que ela não conseguiria fingir estar dormindo enquanto eu estava tão aflita ali.

Olhei para a sua mão esquerda e passei o dedo indicador suavemente pela marquinha de sua aliança. Não sabia se o objeto havia sido retirado no lugar onde ela tivera sido mantida, ou no momento de sua internação no hospital, mas nesse momento, só o que restava era a marquinha.

Repousei a cabeça na cama. Deixando sua mão bem próxima de minha face. Eu podia sentir o cheirinho dela, e aquilo meu deu um pouco de paz. Fechei os olhos e respirei fundo soltando o ar vagarosamente logo em seguida.

-- Eu tive tanto medo de te perder…

Passei algumas horas acordada, dividida entre idas ao banheiro e olhar cheia de expectativa para a minha esposa. Olhava atentamente, na esperança de um mínimo sinal de que ela estava prestes a acordar.

Ela dormia tão serena...

Já era madrugada quando peguei no sono ali mesmo, debruçada sobre o seu leito, o mais perto possível que eu podia ficar dela.


# Maria Luíza


Senti um pouco de dificuldade, me esforcei um pouco para enfim conseguir abrir os olhos. A claridade me atingiu em cheio, me fazendo fechar rapidamente os olhos outra vez. Em minha boca eu sentia um gosto amargo, beirando à algo semelhante à ácido.

Onde eu estava? O cheiro era estranho, bem estranho e irreconhecível.

Tentei mexer uma de minhas mãos e senti algo impedindo, como se ela estivesse presa. Tive medo de abrir os olhos outra vez e a claridade praticamente me cegar novamente, portanto, movi os dedos devagar, bem devagar para conhecer os limites de meu movimentos.

Movi a mão até que encostei em algo. Era quente, macio...era...sorri, sorri sentindo meu peito inflar, uma alegria e felicidade enorme tomar conta de cada parte de meu corpo. Não precisava abrir os olhos para ter a certeza de que minha mão tocava Giovanna. A minha Giovanna.

Foi ai que todos os acontecimentos vieram com força total, me atingindo em cheio e me fazendo lembrar o motivo pelo qual meu corpo protestava, doía. Suspirei e senti minhas costelas doerem, me fazendo apertar os olhos em resposta.

Meus olhos arderam, mas dessa vez não era a claridade que me incomodava, era mais que isso. As lágrimas queriam descer sem licença. Lembrar de tudo, de todas as palavras, de todo o medo, a angústia, e enfim a libertação… Não tinha preço!

Seria aquilo um sonho então? Minha ruiva estava mesmo ali? Eu estava em um hospital?

Para tirar a dúvida, mexi a mão o máximo que podia. Toquei seus cabelos. Eram macios como eu me lembrava. Afaguei seus cabelos até chegar ao seu rosto. Macia! Sorri. Lentamente movi o dedo indicador até encontrar no meio de sua testa uma ruguinha ali.

Fiquei ali fazendo carinho até que senti um cansaço se aproximar de mim de maneira sorrateira. Acabei adormecendo.


**********

# Giovanna

Hoje faziam dois dias que Maria Luíza estava naquela cama. O médico disse-me que ela se recuperava bem. Fizeram novos exames, mas não encontraram nada novo, seu corpo respondia bem à medicação.

O que me deixava preocupada, é que ela dormia, dormia quase o tempo todo. Por duas vezes ela abriu os olhos, mas foi tão rápido, tão rápido, que aposto que ela nem me vira. Logo ela fechava os olhos novamente, caia em um sono profundo, e me deixava alí, encarando-a, torcendo para que ela acordasse de vez em breve.

Eu ficava ali o dia inteiro, só saia do lado daquela cama quando Alice chegava pela manhã. Ela inclusive tinha que relutar muito para que eu finalmente aceitasse que precisava ir para casa e descansar, por minha filha.

Custava aceitar para sair dali, porque quando estava longe, eu não ficava tranquila, ia para casa mas meu coração e minha mente ficavam ali, naquele quarto. Além disso, eu queria estar ali quando ela acordasse, queria que a primeira coisa que ela visse quando finalmente abrisse os olhos, fosse eu.

Não era muita pretensão, afinal, se fosse eu no lugar dela, nada me deixaria mais feliz do que encontrar os olhos dela. Eu a conhecia muito bem para saber que a sua primeira preocupação ao acordar seria eu e a nossa filha. Por tudo isso, eu queria estar ali, queria ganhar o seu primeiro sorriso.

Algumas vezes eu fiquei verdadeiramente envergonhada por ter sido pega no flagra pela enfermeira. Ela era novinha, mas pelo pouco que conversamos, percebi que ela era uma boa moça, além disso, ela cuidava tão bem de minha esposa. A enfermeira Bianca, sempre tratava de me tranquilizar, algumas vezes inclusive ela gentilmente falava com minha esposa, encorajando-a a acordar.

Não faziam mais do que 10 minutos desde que Alice me mandara uma mensagem avisando sobre sua chegada ao hospital. Estava lá fora, esperando que eu saísse para entrar, no entanto, lá estava eu novamente, tendo que sair, mas desejando ficar.

Aproximei-me do leito de minha morena, e me abaixei, ficando na altura de seu rosto. Passei lentamente a mão pelos cabelos negros e olhei atentamente para cada traço dela. As marcas roxas agora começavam a sumir, deixando somente os arranhões e o corte em sua boca.

-- Meu amor, eu estou indo para casa, mas não se preocupe, eu volto correndo para ficar com você. Tudo bem?

Selei nossos lábios com um certo medo de machucá-la.

-- Eu amo muito você, muito!  - falei em seu ouvido.

Recolhi minhas coisas e sai do quarto. Andei pelo corredor com a velha sensação de vazio. Alice estava sentada ao lado de Elisa, essa sempre ia vê-la pela manhã.

-- Bom dia! - cumpromentei-as.

-- Bom dia Giovanna. - as duas me responderam.

-- Como ela está? - perguntou Elisa.

-- Ainda dorme. Não sei, mas apesar de os médicos me dizerem que toda essa sonolência dela é efeito dos remédios, eu não consigo ficar tranquila.

-- Os remédios são fortes Gio, mas você vai ver logo ela vai acordar. - Elisa falou novamente.

-- Começo a acreditar que o dia em que tive a sensação de tê-la sentido me tocar foi um sonho mesmo. Ela dorme tão profundamente.

-- Não fica assim, não gosto de te ver com essa carinha triste. Vá para casa, a sua mãe disse que estaria lá quando você chegasse, descanse, e daqui a pouco você volta para ficar com ela.

-- Promete que me liga se acontecer alguma coisa Alice?

-- Prometo sim, mas nada vai acontecer, fique tranquila.

-- Mas se ela acordar, assim que ela acordar, você me avisa, não é?

-- Aviso, pode deixar.

Abri minha bolsa com o intuito de verificar se meu celular estava ligado e devidamente carregado. Revirei a bolsa toda até me dar conta de que havia esquecido o aparelho no quarto, provavelmente na poltrona que eu costumava ficar sentada.

-- Eu esqueci... - disse enquanto olhava dentro de minha bolsa novamente.

-- O quê? - perguntou Alice.

-- Meu celular, acho que esqueci no quarto.

-- Deixa que eu pego ele pra você. - se prontificou Elisa.

-- Ah, não precisa, deixa que eu vou lá. E aí quando eu sair vocês podem ficar com ela.

-- Tudo bem.

-- Eu já volto.

Voltei pelo mesmo corredor - que sempre me passava a impressão de ser frio - a passos um pouco mais rápidos do que o normal. Entrei no quarto com a velha esperança de encontrar Maria Luíza acordada. Porém, ela ainda dormia. Dei a volta na cama e encontrei meu celular onde imaginava que tinha o deixado, na poltrona.

Já ia sair do quarto, mas para me despedir, não resisti, e cedi a vontade de beijar mais uma vez os lábios da morena. Me aproximei e encostei nossos lábios. Só que para minha total surpresa, os lábios de Maria Luíza se entreabriram. Pude sentir uma de suas mãos em minha cabeça, me puxando para ela.

Parei o beijo imediatamente e meio atordoada, tratei de me distanciar rapidamente.  Fiquei de pé novamente e olhei para ela, que...sorria. Estava acordada e sorrindo.

Levei as mãos à boca. Eu desejei tanto, mas tanto que ela acordasse e agora que ela estava alí, me olhando e sorrindo eu perdi um pouco a noção das coisas.

-- Oi. - ela disse com a voz fraca.

Meus olhos começaram a arder nesse exato momento.

-- Amor, você…

-- Estou de volta meu amor…

Sorri meio que chorando. Me aproximei de sua cama e a abracei, cheirei, beijei fiz tudo o que queria enquanto ela sorria e eu me dividia no receio de machucá-la.

Emocionada, me afastei mais uma vez e olhei em seus olhos. Ah meu Deus, minha mulher! Me perdi naquele novo encontro, no reencontro com a mulher da minha vida.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Boa noite meninas!
Olha eu aqui! Como vocês estão? Mais um capítulo pra vocês. Creio eu, que agora estamos caminhando para a parte final da estória. Eu ia dizer que provavalmente mais uns 5 capítulos, mas eu tenho aquela coisa com números pares, sabem? Então veremos...

Mas meninas, me digam ai, o que estão achando da estória? Me deem suas opiniões, me digam o que esperam, esse tipo de coisa. Combinado?

Ah, muito obrigada pelos comentários de vocês, e muito obrigada às meninas que saíram da moita. Por favor, não voltem, adoro a companhia de vocês aqui!

Um beijo na bochecha!

 


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Comentários para 33 - Capítulo 33 - (Re)encontro:
rhina
rhina

Em: 02/04/2017

 

Oi

Boa noite 

quanta ternura. ....amor. ....paixão unindo estas belas mulheres 

amei o capítulo 

a história delas é linda.....

rhina

Responder

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Suzi
Suzi

Em: 30/03/2017

Que angústia nossa Giovana passou, tadinha.

Espero que Malu fique bem logo e finalmente elas tenham paz e tranquilidade para esperar o nascimento de Sophia.

Um beijo

 

Suzi


Resposta do autor:

Verdade. Foi uma fase bem tensa na vida delas!

Estamos todas na torcida de recuperação de Malu. Elas estao mesmo precisando curtir, já já a gravidez chega ao final. Como será a chegada de Anna Sophia hein? Duas mamães babonas com certeza a gente vai ver...

Um beijo Suzi!

Responder

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mtereza
mtereza

Em: 29/03/2017

Confesso que chorei nesse final de capítulo o amor delas é tão lindo amei bjs


Resposta do autor:

Oi Mtereza!

Sério?! Elas emocionam a gente mesmo, pelo menos eu sempre me emociono. Devia existir mais amor como esse, seria um mundo bem melhor. Elas são lindas juntas, lindas. 

Beijos flor, até o próximo.

Responder

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Rita
Rita

Em: 28/03/2017

OMG "estou de volta meu amor" Se segura coração!!!


Resposta do autor:

Olá Rita!

Ownt *----*
Eu achei tão fofinho isso! Foi um perrengue para Giovanna ver a esposa tão machucada e desacordada, mas ai, vem a morena beijando, e surpreendendo geral. 

Beijo

Responder

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Mille
Mille

Em: 27/03/2017

Ola Chris

Demorei mais terminei de ler.

Que bom a Maria Luiza ter acordado e toda assanhada a saudade falou mais alto e ter os lábios dá mulher que ama foi o melhor remédio.

Queremos que Carmem e o FDP paguem pelo que fez com as meninas, o momento de sofrimento delas não terá preço, mais é recompensando se os causadores forem presos.

Bjus e até o próximo


Resposta do autor:

Olá Mille!

Essa mulher é um assanhamento só, não é não? Mas, é um bom sinal, tá se recuperando. Um beijo da mulher amada, não importa a situação, é sempre a melhor coisa, não é mesmo? 

Esses dois não podem sair impunes não, prisão pra eles. Verdade que os momentos ruins não serão apagados, mas com eles presos, além de pagarem por tudo que fizeram, deixarão o coração das meninas mais tranquilos, e ai sim aproveitarem de verdade a grande família delas.

Beijos flor, até o próximo.

Responder

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patty-321
patty-321

Em: 27/03/2017

Só tenho a tecer elogios a estória e a sua forma de escrever. Bom demais. Quanta emoção no reencontro. Malu se recuperando, todo o cuidado dá Gio e amigas. Aos poucos ela retorna e a emoção e alegria dá Gio foram as minhas tb, pois vc transmitiu nas palavras. Bjs
Resposta do autor:

Ownt! Obrigada Patty. Fico muito feliz por isso, e até te agradeço por ter me feito companhia desde o início da estória. 

Malu agora ficará sobre uma intensa vigilância para se recuperar logo. Alô felicidade né? Elas estão merecendo momentos de alívios maiores.

Gente, vou te falar, não há nada mais legal e entusiasmante do que ler que você conseguiu passar emoção na sua escrita, não há. 

Beijos flor!

Responder

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LeticiaFed
LeticiaFed

Em: 27/03/2017

Oi, Chris! 

Lindeza de capítulo, uau! Dá para sofrer junto com Giovanna, a angústia de rever Maria Luiza toda machucada e desacordada por alguns dias. E Alice, baita amiga mesmo. Enfim, meio triste em ver que estamos indo para a reta final. E se a querida autora tem "aquela coisa com numeros pares", acho que 40 é um numero bem mais simpático que 38, o que nos levaria a mais sete capítulos. Só acho...rsrsrs Vou ficar quieta que daqui a pouco ela resolve parar no 36...

Palpites e desejos para os próximos? Esperar ate Anna Sophia nascer, claro. Ver um pouco mais dos casais paralelos e quem sabe um epílogo ou capitulo final com uma amostra de alguns anos adiante. Tudo muito fofo, chega de sofrimento pra essas meninas. Ah, e uma vez fora da moita não se volta, né? Desculpa não comentar no anterior, correrias da vida. Beijo grande!


Resposta do autor:

Olá Leticia!

Apesar de não ter grandes revelações, ou muita ação, eu adorei escrever esse capítulo. Gostei do resultado final. E quem bom que você também gostou. Não fica triste não, tem mais um capítulos por ai, e provavalmente o número par vá ser o 40 mesmo. Além disso, a gente pode pensar em uma outra temporada, uma nova estória...
kkkk não vou parar no 36 não, pode ficar tranquila.

Gostei das suas ideias, vou organizar elas e ver como fica. E chega de sofrimento mesmo! Alô felicidade! Que bom que voltou nesse capítulo, entendo bem a tal correri da vida, acontece ;)

Beijo flor!

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