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A culpa é do destino por Chris V

Ver comentários: 10

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Palavras: 3498
Acessos: 2385   |  Postado em: 30/03/2017

Capítulo 34 - Marcas

# Maria Luíza


Abri um pouco os olhos, mas dessa vez a claridade não me incomodou, não tanto quanto da primeira vez que acordei. No entanto, minhas costelas ainda doíam igualmente, bastava respirar profundamente para sentir uma fisgada. Ou até mesmo me mexer.

Olhei para o canto onde sabia que tinha tocado Giovanna antes, e ela não estava lá. Procurei-a rapidamente passando a vista pelo quarto, mas ela não estava, à não ser que estivesse no quarto.

-- Amor? - chamei-a.

Chamei mais uma vez, mas a minha voz era extremamente baixa, fraca, nem parecia a minha voz. Então podia ser que ela estivesse no banheiro, e não tivesse ouvido meu chamado. Tentei me arrumar na cama e senti o catéter dar uma fisgada em minha mão. Ah que droga! - falei revirando os olhos.

Completamente emburrada, me deixei ficar ali, quieta, imóvel esperando que alguém aparecesse. Ah eu não ia conseguir ficar deitada naquela cama mais um dia não! Não mesmo.

Estava pensando nas chantagens que faria para que me tirassem daqui quando ouvi a porta se abrir. Rapidamente fechei os olhos, e não precisei nem espiar para saber quem estava ali comigo,  o perfume me dava a resposta.

Me concentrei para manter os olhos fechados e para não sorrir. Eu era séria, mas quando resolvia aprontar coisas desse tipo não conseguia segurar por muito tempo, acabava sorrindo e me entregando. Nem surpresas eu sabia fazer porque eu ria sempre que me lembrava do que estava fazendo.

Senti o corpo de Giovanna se aproximar de mim, mas não o suficiente para que eu pudesse tocá-la. Mas então, senti aqueles lábios macios tocarem os meus, e nessa situação, não tinha como resistir, beijei-a com a vontade que eu tinha.

Mas acho que ela não esperava por isso, quer dizer, é claro que ela não esperava. Ela se afastou rapidamente da cama. Seu rosto estava dividido entre expressões de surpresa, emoção e felicidade.

Eu também estava muito feliz! Feliz por estar viva, feliz por tê-la ali, tão perto de mim. Feliz por ainda ter a chance de viver ao lado daquela mulher maravilhosa a vida que sempre planejamos para nós. Ah meu Deus, eu estava viva!

-- Estou de volta meu amor…

Quando eu fechei a boca, minha ruiva voltou rapidamente para perto de mim. Ela me enchia de beijos, de cheiro, me abraçava, e eu não conseguia parar de sorrir. Como era bom aquilo, não havia nada, nada nesse mundo que eu pudesse desejar mais do que isso nesse momento.

Em um dado momento a costela voltou a dar sinal, me fazendo gem*r um pouco.

-- Ai meu amor, desculpa. Está doendo? Eu te machuquei? Onde é…

-- Ei! Ei, calma!

-- Eu vou chamar a enfermeira…

Giovanna estava afoita e prestes a deixar o quarto atrás da enfermeira.

-- Amor vem aqui. - chamei estendendo a mão para ela.

-- Oi. - disse com os olhos chorosos.

-- Senta aqui um pouco. - me referia a própria cama.

-- Tem certeza? Eu acho que vou te machucar, e…

-- Vem?

A ruiva finalmente aceitou o meu pedido. Ainda estava receosa, mas sentou juntinho de mim, me olhando com os olhinhos chorosos, mas ainda sim, com todo o amor do mundo estampado neles.

-- Desculpa? - foi a primeira coisa que eu disse.

-- Ai amor… - ela choramingou e escondeu o rosto na curva de meu pescoço - Que medo que eu tive do que podia ter acontecido à você. Medo de ter te perdido, de nunca mais…

--- Xiiii. Eu tô aqui amor, eu estou aqui e nunca mais vou sair de perto de vocês, nunca mais!

Passei o braço em seu corpo e a abracei como pude.

-- E a nossa menina, como é que ela está?

Ela levantou o rosto e sorriu lindamente.

- - Está bem. Mas eu tenho a impressão de que ela vai ser igualzinha à você, inquieta, parece que tem uma bateria, funciona a 220 volts, ela não dorme.

-- É a minha menina!

-- Amor?

-- Oi minha vida.

-- Eu sei que ainda não é o momento, mas a minha mãe e a Alice estão me mantendo de fora de tudo que está acontecendo. E eu preciso saber… - fez uma pausa e olhou no fundo de meus olhos - Quem fez isso com você?

Abri a boca algumas vezes, incerta se deveria contar tudo agora ou depois, mas diante do olhar que ela me lançou, achei a coisa mais injusta do mundo mantê-la sem ter consciência do ocorrido. Iria contar no momento que a porta abriu novamente.

-- Giovanna viemos te…

Era Alice! Sorri, e foram por dois motivos. O primeiro dele, porque eu estava realmente feliz em vê-la outra vez. E em segundo lugar porque eu conseguia me recordar vagamente de ter ouvido a voz dela naquele lugar imundo onde me mantiveram trancada. Alice esteve lá, eu tinha certeza disso.

-- Oi. - falei.

Alice me olhou séria, ainda parada junto à porta. Não consegui compreender o que o seu olhar queria dizer. Estava prestes a quebrar aquele silêncio quando ela correu para junto de mim. Me abraçou do lado contrário que Giovanna ocupava. Ela inclusive esqueceu que eu estava machucada, porque me apertou tanto.

-- Sua...sua… - falou me olhando com os olhos lacrimejantes.

-- Que bom te ver. - falei levando minha mão até seu rosto.

-- Não me venha com isso, eu estou com raiva de você. E ainda vou fazer o que prometi todas as vezes que saí daqui…

-- O quê?

-- Isso!

-- Au! - esfreguei o braço onde ela me desferiu um tapa. - Ei! Eu estou convalescente, você não pode chegar e me bater.

-- Isso foi pouco. Quando sair daqui você vai ver só!

Ela fazia cara de brava enquanto seus olhos estavam cheios de água.

-- Vem cá vem.

Alice sentou na cama e repousou sua cabeça em meu peito. O sentimento que nutríamos uma pela outra, era realmente algo comparável ao sentimento que uma irmã teria pela outra. Comparável não, de fato nos amávamos como irmãs. Se fosse Alice no meu lugar, eu provavelmente teria surtado.

Acariciei seus cabelos enquanto ela se mantinha com a cabeça sobre meu peito. Ela chorava baixinho. Me cortava o coração ter noção do que causei à ela e à Giovanna. Falando na minha esposa, no momento que desviei o olhar para ela, vi que ela olhava de maneira estranha para mim e Alice. Não entendi, mas deixei para perguntar depois.

-- Malu? - Alice chamou-me e me olhou desconfiada.

-- O que foi que você fez?

-- Na verdade… - interrompeu Giovanna - fomos nós. A ideia foi da mamãe, mas, todas nós concordamos, eles tinham que saber.

-- Saber o quê? Quem?

-- Nós avisamos ao Murilo, e, provavelmente toda a sua família está sabendo.

-- Não acredito Alice!

Pronto! Um nó se formou em minha garganta. Não deviam ter feito aquilo. Por qual motivo tinham que avisar sobre o que acontecia ou deixava de acontecer comigo? Eles nunca se importaram, nunca procuraram notícias minhas,e foram eles que “escolheram” não ter mais uma filha. Que droga! Eu não estava precisando de mais uma prova de que eles estavam pouco se lixando para mim.

-- Não deviam ter feito isso. - falei baixando os olhos.

-- Amor é a sua família, eles precisam saber.

-- Eles não se importam comigo.

-- Quem tá perdendo são eles Malu, e de qualquer maneira, a nossa intenção era avisar a pessoa mais importante na estória, seu irmão. Então, se ele contou para seus pais, o linguarudo foi ele, ai você briga com ele, não com a gente. Somos inocentes!

Alice era mesmo muito cara de pau! Tinha argumento para tudo na vida, não era a toa que havia se tornado advogada. Olhei para aquela cara de falsa “inocente” e não consegui, lhe lancei um sorriso. Que se dane! Eles não iam aparecer mesmo.

-- Ok. Eu perdoo vocês.

As duas me sorriram e trocaram um olhar cúmplice.

-- Eu vou lá fora, preciso avisar a Elisa, ela deve estar preocupada com o fato de eu ter vindo buscar a ruiva e não ter voltado mais. Gio, - olhou bem na direção da minha esposa - você ainda precisa ir pra casa, lembra?

A ruiva ao meu lado fez cara de drama e as duas ficaram se encarando por alguns segundos, até que Alice me beijou a testa e deixou o quarto.

-- Você precisa ir pra casa amor, eu vou ficar bem. - falei segurando a sua mão.

Giovanna me olhou sem nada dizer e eu me prendi naqueles olhinhos azuis. Reconheci todos os sentimentos que eu carregava dentro de mim dentro daquelas íris. Como pode uma pessoa dizer que te ama apenas com olhar? Assim, dessa maneira?

-- Eu amo tanto, mas tanto você. - eu disse.

-- Eu também te amo, com toda a minha alma, com todo o meu ser…

Lá estavam os olhos chorosos outra vez.

Com a mão livre do catéter, puxei para mim. A mão em sua nuca, fazia um movimento leve, mas ainda sim, decidido a trazê-la para perto de mim. Quando ela estava a centímetros de meu rosto, quase com o seu colado ao meu, pronunciei: “Minha vida!”.

Em seguida, distribuí pequenos beijos em seu rosto, me deliciando com o cheiro e a maciez de sua pele. Giovanna não esperou que eu chegasse até a sua boca, ela mesma me beijou. Com carinho, com amor, mas cheio de saudades. Me dava a impressão de que naquele beijo, ela queria mesmo comprovar que eu estava ali.

Perdi completamente a noção do tempo, do espaço, e até mesmo das dores que ainda estavam instaladas em meu corpo. Tudo sumiu dentro daquele beijo. Era somente nós duas, só eu, a mulher da minha vida, nessa, e em todas as outras vidas que eu viesse a ter.

-- Olha só quem acordou…

Nos separamos sorrindo e olhamos para a porta. Era uma enfermeira, muito simpática por sinal, que nos olhava da porta.

-- O doutor está vindo para fazer a visita do dia - se aproximou - e ficará muito feliz em lhe ver acordada.

-- Ela é uma tremenda dorminhoca Bianca.

Giovanna sorria para a enfermeira.

-- Não é pra menos, com as suas cantigas, não há quem não durma.

As cantigas! Eu me lembro! Giovanna cantava para mim as canções de ninar que eu cantava para Anna Sophia. Eu achei que era sonho.


Aquela manhã foi bastante movimentada em meu quarto. um tempo depois que Bianca entrou, o médico também entrou. Enfermeira, médico, exames, visitas. No entanto, eu me negava a dormir outra vez, mesmo sentindo o corpo um pouco cansado, eu me recusava a ceder ao sono.

Ah, eu tive bastante trabalho para fazer Giovanna ir para casa. A ruiva insistia em ficar ao meu lado. Eu até balançava um pouco, tava precisando mesmo dela comigo, mas, não dava pra ser egoísta, alí não era lugar para ela. Eu sei bem o quanto a barriga e sua coluna a incomodavam, não dava para ficar sentada em uma poltrona o dia inteiro.

Quem estava comigo agora era Alice, ela que me fazia companhia. Só que meu quarto nunca estava vazio, sempre tinha algum médico ou alguma visita, e eu, estava louca para ficar à sós com Alice, estava louca para saber como estava o mundo lá fora, e principalmente, o que tinha acontecido com Henrique e Carmem.

Meu irmão ligou, disse que logo mais a tarde estaria aqui para me ver. Ele e a esposa viriam, e prometeram ficar uns dias na cidade, eles, e João Pedro.

-- Alice, precisamos conversar. - eu disse assim que um professor da escola deixou meu quarto.

-- Sim, nós precisamos sim. Que loucura foi tudo isso? Será que você pode me explicar?

-- Senta, é bem longa.

Contei para a Alice o que vinha acontecendo desde a primeira ligação misteriosa que eu tinha recebido. Falei sobre o primeiro encontro à qual eu fui às cegas, e acabei dando de cara com Carmem e Henrique. Juntos! Lado a lado! Falei das chantagens, os comandos e todo o plano.

-- Por que você não me contou nada Maria Luíza? Percebe como tudo isso poderia ter sido evitado se você não tivesse agido sozinha?

-- Eu tive medo de envolver mais alguém, das coisas saírem dos trilhos, de eles descobrirem… - suspirei - foi tanta coisa.

-- Você nunca esteve sozinha, então não tente nunca mais fazer algo sozinha.

-- Desculpa por isso.

-- Desculpa nada, isso não vai ficar assim não, vou cobrar com juros e correção monetária tudo o que me fez passar.

-- Eu te amo! Sabia disso, não sabia?

-- Não tente me comprar com palavras bonitas, isso não vai funcionar. - falou tentando fazer uma cara séria, e cruzando os braços diante do corpo.

-- Mas eu estou falando sério. Eu te amo! E tenho muito à te agradecer, afinal, mais uma vez desde que nos conhecemos você salva a minha vida.

-- Não há de quê. - falou fazendo biquinho.

-- Boba!

-- Chata! - revirou os olhos - Eu também te amo. Sua chata!

Sorri diante da birra da Alice.

-- Agora, me conta uma coisa: Henrique e Carmem foram presos, não foram?

Alice arregalou os olhos, desviou o olhar para o chão, para as próprias mãos e para qualquer outro lugar, menos para mim.

-- Alice?

-- É...bem, o Martins tá tentando…

-- Eles estão soltos? - perguntei exaltada.

Ela soltou o ar todo de uma vez.

-- Calma, eu explico. De alguma maneira ridícula e inexplicável o miserável do Henrique conseguiu fugir, mas...Martins e o seu pessoal conseguiram o pegar no aeroporto. Ele entregou a velha em depoimento, e ela está presa, temporariamente, mas presa. Como não foi pega em flagrante, na minha experiência, acho que ela não fica muito tempo trancafiada. Além do mais, ela tem um bom advogado trabalhando para ela, e estranhamente, Henrique também tem um.

-- Não acredito nisso!

Fechei os olhos e respirei fundo. Eu jamais ficaria tranquila se aqueles dois estivessem soltos por ai.

-- Você também é uma ótima advogada Alice, você pode fazer algo, pode evitar que eles sejam soltos. Fala com a Márcia, ela tem muita coisa, vocês podem trabalhar juntas.

-- Ok, tudo bem, eu falo. Fica calma! Agora por favor, se concentra na sua recuperação e em voltar logo pra casa, deixa que eu cuido do resto.

Difícil manter a calma agora.


**********


Se passou mais um dia até que eu finalmente pudesse deixar o hospital. O médico fez inúmeras recomendações, como movimentos limitados e cadenciados, nada de peso ou esforço. Além disso prescreveu alguns remédios como anti-inflamatórios e analgésicos para dor. Eu não precisaria fazer repouso absoluto desde que tomasse cuidado com os tais movimentos do tronco, e aí minha recuperação total se daria de 4-6 semanas.

A maior parte das escoriações estavam sumindo gradativamente. O corte em meu lábio inferior ainda estava visível e um pouco dolorido. Tirando isso, estava tudo bem, exceto quando eu ria, ou tossia.

Era início de tarde quando pus os pés em casa. Sorri por finalmente estar ali. Como era bom estar em casa. Fui recebida no portão por uma Nala exultante, que não parava de abanar o rabo um instante sequer. Fiz menção de pegá-la no colo, porém, a ruiva me deu um leve cutucão e me olhou meio atravessado. Era melhor não cutucar a minha ferinha.

Dona Celina estava instalada em nossa casa, assim como meu  meu irmão, Letycia, e meu sobrinho - que eu também não podia pegar no colo. Como eu veria uma gostosura daquela como o Pedro, e o não colocaria no colo? Maldade comigo isso aí.

Na sala de casa, estavam todos a me esperar. Todos sorriram e me disseram em uníssono “Seja bem vinda de volta”. Sorri e andei lentamente até cada um deles e os abracei. Pedro balançou os bracinhos em minha direção, fiquei sentida por não poder pegá-lo no colo.

Ficamos acomodados na sala, conversamos por algum tempo, mas eu ainda não estava 100% por cento. Meu corpo ainda pedia descanso, e Giovanna percebeu isso no instante que encostei minha cabeça em seu ombro. Com delicadeza e gentileza, ela se despediu de todos e me levou para o quarto.

Sentia como se eu tivesse corrido uma baita maratona, estava cansada como tal. Giovanna cuidadosamente tirou minha roupa e me fez sentar na cama enquanto enchia a banheira. Fiz como ela me pediu, e enquanto isso, fiquei a admirar meus pulsos, as marcas das algemas ainda estavam ali.

Por um instante me permiti pensar, me perguntar o que teria sido de mim se Alice não tivesse aparecido lá.

-- Amor? - chamou-me a ruiva.

-- Oi.

-- Pronta para um banho morno?

-- Com você? - sorri - Sempre.

-- Sem terceiras intenções amor. Você está se recuperando, e dessa vez eu não vou cair nos seus encantos, ouviu bem?

-- Nem um pouquinho? - perguntei mostrando os dedos.

-- Não senhora. Agora vem.

Giovanna caminhou até mim e me fez apoiar em seu corpo. Eu adorava os cuidados dela. Aquela mulher sempre cuidou de mim, desde a primeira vez que nos vimos, onde ela prometeu cuidar de mim. Ela fazia isso até hoje, com maestria e todo amor do mundo.

Estava até chateada. Era eu quem deveria estar cuidando dela, e não o contrário.

Gio me fez entrar na banheira. Fechei os olhos sentindo um alívio enorme quando senti “água de verdade” pela primeira vez em no mínimo 4 dias. A água morna de início fez os pelinhos de meu corpo arrepiarem, depois, foi começando a me relaxar.

Sentada a beira da banheira, com a ajuda de uma esponja suave, minha esposa percorria meu corpo. Fechei os olhos e me concentrei nas sensações. Ela estava silenciosa, extremamente silenciosa. Abri os olhos e olhei e sua direção, ela olhava para as marcas em meu corpo.

-- Amor? - chamei-a.

-- Eu jamais vou entender ou perdoar o que fizeram com você. Te machucaram tanto… - ela tinha a voz chorosa - Foi covardia, não precisavam ter feito isso.

-- Já passou meu anjo, eu estou aqui, estou bem. E isso são só marcas, mas não são permanentes, já elas vão desaparecer.

-- Mas e as que ficaram aqui? - perguntou levando a mão ao peito.

Ah! Se ela soubesse de toda a verdade. Conhecendo como eu a conheço, tenho certeza de que ela mesma se culparia pelo que aconteceu. Mas a verdade é que a culpa não era de ninguém, só que pessoas ruins entraram em nossas vidas, apenas isso.

-- Entra aqui comigo. Por favor.

Depois de pensar por alguns segundos, ela acabou tirando a própria roupa e aceitando entrar na banheira comigo. Ela também precisava de carinho, de cuidados, e eu daria isso à ela.

Giovanna ficou completamente nua a minha frente e eu não pude deixar de admirar o seu barrigão. Ela ficara tão linda diante da maternidade. Mais linda ainda.

Fiz com que ela se sentasse entre minhas pernas. Peguei a esponja que antes ela usava, a umedeci e comecei a jogar suavemente a água por seus ombros. Uma música me veio a mente, e baixinho eu comecei a cantar para ela.

Seu corpo junto ao meu me fazia sentir completa, tê-la ali, tão minha, era inexplicável. Em nossas vidas aconteceram muitas coisas, algumas boas, outras nem tanto assim. Coisas ruins também aconteceram, mas o melhor de tudo isso, é que sempre saíamos mais unidas, mais forte e com o nosso amor cada vez mais sólido.

A cada coisa que me acontecia eu tinha a certeza de que a sua mão sempre estaria alí para me levantar, e eu sempre estaria para ela, sempre.

Beijei seu ombro e ela repousou a cabeça em meu peito. Nesse momento, baixinho cantei em seu ouvido.


Deixa que eu te cuido, te mimo, te amo

Deixa que eu te leve desse pra outro plano

Onde tenha as ondas quebrando no mar

E o nosso corpo não se canse de dançar


Onde o menos seja mais

Pois todo amor e paz estão

Nas coisas mais simples

Na pureza de um sorriso

No céu de um paraíso

E uma lua pra eu poder roubar


Pra ela, que fica sempre na janela

Admirando o brilho dela

E eu me apaixonando pelo teu olhar


Que brilha tanto que eu vou te contar

Que bem que poderia acompanhar

A tal da lua que eu quis roubar

E ser meu céu




-- Nenhuma dessas marcas que ainda estão em meu corpo são tão significativas quanto as que eu carrego no coração e na mente desde a sua chegada. Essas que você carrega aqui - pus a mão sobre o seu peito - nós vamos apagar, nós vamos superar tudo isso meu amor. As marcas que você me deixou é que são muito mais poderosas.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Boa noite meninas! Como é que vocês estão?

Voltei com mais um capítulo quentinho. Espero vocês nos comentários, tá certo?
Ah, meninas, uma observação rapidinho..o texto tá saindo quase sem formatação nenhuma porque como estou impossibilitada de usar o word, estou escrevendo em documento online, ai quando coloco pra cá, desformata tudo. Tudo bem?

Um beijo na bochecha!

 

A música que Malu canta:
https://www.youtube.com/watch?v=d92-2HC6vm4


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Comentários para 34 - Capítulo 34 - Marcas:
Mille
Mille

Em: 25/07/2020

Oi Cris
Olha quem está aqui kkkkk mega saudades viu, espero que esteja tudo bem com você e sua família.
"As letras que viram palavras, que viram frases, que viram histórias, que tocam nossos corações." Muita inspirações para continuar sempre nos presenteando com suas histórias. Feliz dia do escritor

Bjus

Responder

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Mille
Mille

Em: 26/09/2018

Oi Chris

Não desisto espero que lhe aborrecer. 

544 dias de saudades, pois é,o tempo passa ligeiro e nem notamos, como já falei em outros comentários espero que esteja bem e que esse tempo ausente seja por motivo de tempo ou a falta de inspiração. 

Desejo que retorne estou louca para ver a pequena ruivinha nascendo e deixando as mamães mega felizes.

Bjus e até o próximo capítulo 

Responder

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Mille
Mille

Em: 25/07/2018

Oi Chris saudades moça volte por favor 

Hoje é dia do escritor

"Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida" Clarice Lispector

Parabéns e muitas inspirações para novas e velhas escritas.

Responder

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LeticiaFed
LeticiaFed

Em: 24/07/2018

Olá, Chris

Acompanho sua história que é muito boa. Você parou de postar há muito tempo, mas ainda a tenho guardada nos favoritos na esperança de que retorne. Você pretente concluir? Me parece estar no final, gostaria de ver Anna Sophia e o desenlace dos problemas enfrentados. De qualquer forma, espero que esteja tudo bem contigo. Beijo grande!

Responder

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Mille
Mille

Em: 23/05/2018

Oi Chris não desistir viu, olha eu aqui de novo.

Espero que esteja tudo bem contigo e que sua ausência seja decorrer de tempo ou até falta de inspiração. Torcendo para o seu retorno e espero que volte para colocar os dois pilantras atrás das grades.

Bjus e até o próximo capítulo 

Responder

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Mille
Mille

Em: 02/11/2017

Oi Cris

Olha quem chegou para te perturbar euzinha!!!!!

Tudo bem contigo??? Saudades!!!!

Bjs e um ótimo feriado

Responder

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LeticiaFed
LeticiaFed

Em: 04/04/2017

Mas será possivel que a Carmen e o Henrique vão se safar com penas leves? Ou sem penas? Afff! Mas confio na Alice... Capitulo mais leve depois de todo stress e sofrimento dos últimos. Vamos deixar nossas meninas curtindo o finzinho da gravidez sem grandes sobressaltos, né autoras? Comportem-se! rsrsrs

Beijo, boa semana!

Responder

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patty-321
patty-321

Em: 31/03/2017

Malu tem razão.as marcas q o amor deixa sao maiores mais fortes q as marcas dá violência. Bjs

Responder

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Mille
Mille

Em: 31/03/2017

Olá Chris

Muito bom ter a Malu bem e se recuperando, mais teremos outra batalha para deixar Henrique e Carmen presos, e acho quem irá se ferrar é o Henrique embora tenha um ótimo advogado ele ficará mais tempo que a Carmen. 

Gio com ciúmes da Malu e Alice, deixa disso ruiva o que existe entre elas é amor fraternal.

Bjus e até o próximo

Responder

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Pryscylla
Pryscylla

Em: 30/03/2017

Eu me encanto com o amor das duas :)

Bjus 

Responder

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