Carol tentou quebrar o clima tenso estendendo a mão para a loira – Prazer – forçou um sorriso, porém Luísa continuava estática sem reação.

Courtney apareceu abraçando a loira por trás, depositando um beijo em seu pescoço, cena que não passou despercebida por Carol que ficou visivelmente incomodada. – Ei não vai me apresentar seu... – parou no mesmo instante que percebeu a presença da amiga, desvencilhou-se do abraço indo na sua direção e quase a deixou sem ar de tão apertado que foi o abraço. – Carol, minha linda – gritou em seu ouvido - estava tentando te ligar.

- Vocês se conhecem? – Rodrigo encarava as duas sorrindo.

- Sim, nós trabalhávamos juntas lá na Austrália – enquanto Courtney estava toda animada, Carol apenas balançava a cabeça afirmativamente concordando com a amiga.

Mat se aproximou do grupo, estranhou o comportamento de Luísa até finalmente reconhecer Carol que estava de mãos dadas com Rodrigo, passou o braço por trás pousando a mão no ombro da loira – Ei, tudo bem?

Luísa que até então estava sem reação, olhou para o amigo, tentava segurar o choro. – Me tira daqui.

Carol observava as reações da loira enquanto Courtney e Rodrigo conversavam animadamente, nem perceberam quando os dois se afastaram, queria descobrir o que se passava na cabeça de Luísa, havia ficado tão surpresa quanto ela, nunca iria imaginar que a loira era irmã de Rodrigo, não sabia se seria capaz de lidar com essa revelação, queria manter distância dela, porém agora iria ser difícil, e para ajudar seu corpo reagiu no instante em que a viu, sentiu uma vontade quase incontrolável em abraça-la outra vez, e só em imaginar esse contato seu corpo ardia de desejo.

- Cadê a Luísa? – Rodrigo finalmente pareceu notar o sumiço da irmã. Courtney olhou ao redor procurando pela loira. – Deve ter saído com Mat, esses dois amam sumir juntos – e correr atrás de mulher, ficou incomodada com esse pensamento.

- Vamos comer algo então, você deve estar com fome? – sorriu para Courtney – O que acha amor? – Carol forçou outro sorriso, estava difícil se manter naquela conversa sendo que seus pensamentos estavam bem longe – Vamos.

 

******

Mat e Luísa pararam em um quiosque em frente à praia, o rapaz voltava com duas águas de coco, entregou uma para a amiga e sentou-se a sua frente a encarando por alguns segundos. – Então aquele cara lá é o seu irmão? – Luísa apenas assentiu sem ânimo algum – E a doutora está com ele?

- É o que parece – tomou sua bebida desanimada, olhando as ondas se formando pelo horizonte.

- E você vai fazer o que a respeito?

- Como assim?

- Vai aceitar isso numa boa?

- O que eu posso fazer Mat?

- Ir atrás dela, conquista-la – sorriu.

- Só tem um problema nessa sua lógica besta – fez uma pausa – é o meu irmão, não posso fazer isso.

- Vai ficar assim sofrendo por ela então?

Luísa encarou o amigo por alguns segundos – Não posso magoá-lo – suspirou.

- Com tanta mulher linda por aqui – encarava enquanto duas belas mulheres passavam por eles de biquíni – logo você se interessa por outra – sorriu.

- Você não tem jeito – sorriu.

******

Estavam em um restaurante próximo a praia, Rodrigo havia saído por alguns minutos para atender uma ligação urgente do hospital.

- Você nem para me contar que estava namorando o irmão gato da Lu – sorriu.

A forma como a amiga se referia a loira a deixava muito irritada. – Que história é essa de Lu?

- Como assim?

- Oras, fica falando da garota com tanta intimidade, viraram melhores amigas agora?

- Own que fofa, está com ciúmes? – zombou da amiga deixando Carol ainda mais irritada – Não se preocupe seu posto de melhor amiga está garantido – sorriu – meu interesse nela é outro.

- Que interesse?

Courtney estava ansiosa para conversar com a amiga sobre Luísa, não disfarçou essa animação quando começou a falar – Bom digamos que ela é mais que uma amiga, a gente se diverte bastante se é que me entende – piscou para a morena.

- Mas você nem gosta de mulher.

- Não se pode dizer que não se gosta de algo sem experimentar não é mesmo?

- Vocês estão juntas?

- Não exatamente – fez uma pausa – nós temos ficado esses dias todos desde que passei a viajar com eles, um dia eu ficava com o Mat, outro dia com ela – suspirou – até que percebi que gostava mais quando estava com ela, não sei explicar, ela é encantadora – sorriu.

Carol sabia exatamente como a loira podia ser encantadora, e só de imaginar ela e a amiga juntas, sentiu o sangue ferver de raiva, ela estava certa, Luísa não valia nada, devia ficar com qualquer uma que aparecesse em seu caminho.

- Se eu fosse você parava com essa palhaçada logo. – acabou soando mais rude do que gostaria.

- Como assim? – Courtney estava surpresa com as reações da amiga, não conseguia entende-las muito bem.

- Está na cara que essa Luísa não vale nada e que você vai quebrar a cara.

Courtney estava achando fofa a preocupação da amiga – Não é bem assim, não temos nenhum compromisso então ela é livre para fazer o quer assim como eu – ficou pensativa por alguns segundos – mas ultimamente confesso que já não tenho achado tanta graça nessa liberdade toda, não gosto da ideia de dividi-la com outra, e apesar de que eu deveria estar surtando com isso – sorriu – meu único pensamento é me acertar com ela. Acho que ela sente ciúmes de mim, pode ser um sinal de que talvez ela também esteja afim não acha?

Carol não estava reconhecendo a amiga nessas últimas palavras, ela que sempre odiava compromissos, dizia que nunca iria se apaixonar e agora falava igual uma boba toda apaixonada, e o pior, pela mesma mulher por quem seu coração ainda batia forte, sentia um misto de sensações, estava tão perdida quanto à amiga. – Acho que você deveria ir com calma para não se machucar, não fui com a cara dessa garota.

Rodrigo estava voltando para a mesa quando esbarrou sem querer em alguém, sorriu ao ver quem era – Oi Manu, como você está?

Manuela ficou surpresa ao ver Rodrigo ali, logo pensou em Luísa e começou a olhar ao redor – Estou bem e você?

- Bem também – sorriu – procurando a Lu?

Manuela ficou sem graça e acabou admitindo na forma como sorriu sem jeito.

- Ela não está aqui – Manuela pareceu aliviada – no restaurante, mas já chegou de viagem.

Rodrigo não sabia exatamente o que aconteceu entre as duas, havia pagado a viagem de Manuela como um presente para a irmã já que ela estava indo tão bem no campeonato, porém a ruiva voltou antes e depois disso nunca mais a irmã comentou sobre ela, imaginou que tinham se desentendido, mas podia ver no olhar da moça o quanto ela gostava da sua irmã. – Você devia aparecer por lá, visita-la, acho que ela iria gostar.

- Tenho que ir – tentou desconversar – o restaurante está cheio, foi bom te ver.

Rodrigo observou Manuela se afastando rapidamente, ela era linda, não entendia como sua irmã podia deixar uma mulher dessas escapar, sorriu com esse pensamento.

 

******

Luísa resolveu ir visitar o irmão no hospital, sabia que tinha agido de forma estranha no aeroporto e Rodrigo já havia ligado várias vezes, mas ela não atendeu, a verdade é que estava tentando criar coragem para encarar o irmão, o amava incondicionalmente e saber que agora ele estava com a mulher que gostava lhe partia o coração, mas precisava ser forte e encarar isso de frente.

Como sempre o irmão estava preso em um atendimento de urgência, resolveu esperar em sua sala, não tinha ninguém, estava sentada em sua mesa, nela tinham várias fotos, dos dois juntos, do pai, passou com carinho o dedo indicador na foto, como morria de saudades do pai, reparou então em uma foto nova, dele com Carol, os dois sorriam tão felizes, isso só a deixou mais triste ainda, fechou os olhos deixando seu corpo cair encostado na cadeira, ficou pensando nos últimos acontecimentos, talvez se tivesse agido diferente no começo as coisas poderiam ser diferentes agora.

Carol caminhava pelo corredor, estava estressada, essa versão boba e apaixonada da amiga a tirava do sério e nem conseguia disfarçar, sabia que no fundo Courtney não tinha culpa, morria de ciúmes da loira e não queria admitir, pensava que se visse aquela safada na sua frente agora iria lhe encher de tapas. Assim que abriu a porta não acreditou no que estava vendo, só podia ser brincadeira ou essa mulher a estava perseguindo, já iria fechar a porta e recuar quando aqueles olhos a encaram fazendo seu corpo todo parar.

- Oi – Luísa sorriu para ela, porém a morena continuou parada na porta sem dizer nada – vai fingir que não me conhece agora também? – seu tom foi propositalmente irônico.

- Antes não tivesse conhecido mesmo. – a loira tinha o poder em deixa-la irritada tão fácil.

- O quê eu te fiz Carol – suspirou demonstrando certo cansaço, não entendia essas reações da morena.

- Você não presta.

- Por que diz isso?

- Parece meio óbvio, agora fica iludindo a Courtney.

- Eu iludi você? – Luísa foi se levantando e se aproximando aos poucos, deixando Carol ainda mais nervosa com essa aproximação.

- Não se faça de desentendida Luísa, esse seu joguinho é ridículo.

- Mas eu realmente não entendo – puxou Carol para dentro da sala, fechando a porta atrás dela, deixando os braços em volta com as mãos espalmadas na parede como se tentasse prender a morena naquele pequeno espaço que havia entre seus corpos – você simplesmente sumiu, fiquei te esperando aquele dia no hotel, você não apareceu.

Carol podia sentir o perfume delicioso da loira confundindo seus sentidos, tentou manter a calma e disfarçar o quanto a sua presença a deixava abalada. – Quem disse que eu não apareci?

Agora Luísa estava confusa, tinha certeza que a morena não havia aparecido, Carol percebeu essa confusão no olhar da loira. – Mas você já estava muito ocupada com outra.

Ela só podia estar falando de Manuela, pensou, isso passava a dar sentido no sumiço da morena e o porquê desse comportamento dela, realmente foi muita falta de sorte Carol ter visto as duas juntas, e agora estava nessa situação toda.

- Vai negar? – Carol não tentou esconder o ódio que sentia ao se lembrar daquele dia.

- Não vou – Luísa se afastou por alguns instantes, pensativa – mas não é o que você pensa – voltou a encará-la.

Parecia haver sinceridade em seu olhar, mas ainda lembrava muito bem daquele beijo. – Não tenho que pensar em nada, vi você aos beijos com outra na sacada do hotel.

- Não acho que vai fazer alguma diferença, mesmo assim vou tentar explicar – suspirou – eu estava te esperando, estava feliz por finalmente ter ficado com você – só em lembrar-se das duas na praia, Carol sentiu seu corpo todo tremer – só que eu fiz tudo errado – voltou a se aproximar da morena que continuava calada – eu tinha uma namorada quando te conheci, eu não esperava me apaixonar por você, mas aconteceu, e não lidei com isso da melhor forma, não quis terminar por telefone achando que seria muito impessoal, afinal nós tínhamos uma história sabe, mas eu não podia negar o que meu coração estava sentindo, eu queria ter resolvido tudo antes para que nós pudéssemos ter uma chance de dar certo, aquele dia no hotel, ela apareceu de surpresa, nunca iria imaginar que ela iria lá me ver, quando me avisaram que tinha uma mulher me esperando eu achei que era você, quando vi era ela, me pegou de surpresa, realmente nos beijamos, ela chegou toda animada nem me deu tempo para processar tudo, porém quando percebi o que estava acontecendo eu parei, conversei com ela e contei tudo o que tinha acontecido, nós não estamos mais juntas.

Carol tentava processar tudo aquilo, será que tinha se precipitado, ainda assim Luísa deveria ter falado que tinha uma namorada, não sabia se tudo que ela falou era verdade apesar de seus olhos transmitirem sinceridade, mas agora não fazia diferença, estava com Rodrigo e deveria esquecer Luísa de vez. – Isso já não importa mais – suspirou.

- Eu sei – Luísa se aproximou um pouco mais, pousando sua mão delicadamente na cintura da outra provocando uma reação imediata em seu corpo enquanto encarava aquela boca que tanto desejava.

Carol estava sem reação, sentiu seu corpo arder ao toque da loira, sabia o que ela queria, e por mais que sua razão lhe implorasse para que fugisse seu corpo não saia do lugar, fechou os olhos quando sentiu aqueles lábios que tanto desejava colando nos seus, correspondeu ao beijo passando as mãos em volta do pescoço da loira a puxando para mais perto, sentindo o corpo dela pressionando o seu, perdeu o juízo de vez.

Havia uma mistura de desejo, saudade e até raiva naquele beijo, Carol mordeu com força o lábio inferior da loira sentindo na mesma hora um leve gosto de sangue, Luísa nem se importou, estava tão vidrada no beijo, em sentir Carol tão entregue, passava a mão pelo seu corpo, abriu o zíper da calça facilmente colocando sua mão por dentro tocando-a ainda por cima da calcinha fazendo a morena soltar um gemido delicioso, poderia amá-la ali mesmo, pensou, mas então se lembrou do irmão e sentiu seu corpo todo ficar tenso, parou com os beijos e se afastou rapidamente ainda sem fôlego – Eu não posso me desculpe.

Carol ficou sem entender, viu a loira se aproximar mais uma vez, porém passou por ela rapidamente saindo da sala apressada, a morena ainda estava com o corpo em chamas com aquelas carícias todas, teria cedido aos encantos da loira facilmente, queria que ela tivesse continuado, sentia uma necessidade quase que insuportável em estar com ela, viu a porta se abrindo, por alguns minutos se animou pensando que a loira tinha voltado, mas foi Rodrigo quem entrou, sentiu vergonha ao encará-lo, ele não merecia aquilo, se ajeitou rapidamente e foi caminhando em direção à saída.

- Oi amor, disseram que a Luísa estava aqui, você a viu? – se aproximou para dar um beijo nela, mas ela desviou.

- Não vi, depois a gente se fala, preciso ir.

Rodrigo observou a morena saindo, sem entender nada, pegou o telefone e ligou para a irmã.

Luísa já estava fora do hospital quando sentiu seu celular vibrando, viu que era o irmão ligando, mas não tinha coragem para falar com ele no momento, quase havia feito uma loucura, não podia ficar perto de Carol, chegou a essa conclusão, pois seu corpo agia por vontade própria, seguiu caminhando sem rumo.

******

 

- Vai sair comigo mais tarde?

Manuela estava na parte externa do restaurante, mal havia conseguido se concentrar depois do seu encontro com Rodrigo, a notícia de que Luísa tinha voltado mexeu com ela mais do que gostaria admitir, Sara tentava de todas as formas lhe animar, mas isso só a estava irritando ainda mais.

- Estou cansada.

- Te faço relaxar – se aproximou da ruiva abraçando-a por trás, beijando sua nuca.

Mesmo seu corpo respondendo aos carinhos da morena, seus pensamentos estavam longe, não conseguia encará-la.

- Fica para outro dia – se desvencilhou do abraço, deixando a morena visivelmente chateada. – Tenho que voltar agora – já ia se afastando.

- Está tudo bem? – sentiu a morena segurando levemente seu braço a forçando a encara-la novamente.

- Está sim, eu te ligo depois. – deu um selinho na boca da morena e saiu, deixando Sara perdida em seus pensamentos.

Tentou se concentrar e voltar a trabalhar, mas estava sendo impossível, perdeu o ritmo na cozinha entregando vários pratos com defeitos, carnes fora do ponto, levou uma bela erguida do chef que a dispensou da cozinha. Estava tentando evitar encontrar o pai, pois provavelmente ele iria lhe encher de perguntas sobre o que estava acontecendo, e também não queria voltar para casa, foi para o único lugar que gostava de ir quando queria ficar sozinha. Sentiu seu coração bater acelerado ao perceber quem estava ali admirando as ondas, Luísa estava sentada na beirada, encolhida, abraçando os joelhos, perdida em seus pensamentos que nem percebeu a ruiva se aproximando.

Manuela estava indecisa, não sabia se ficava ou ia embora, não conversaram mais desde aquele fatídico dia na Austrália, e seu coração ainda estava muito magoado, mas também sentia uma saudade que não sabia explicar, acabou se aproximando um pouco mais e sentando-se ao lado da loira.

Luísa percebeu a presença de alguém ao seu lado, ficou surpresa ao ver quem era, estava há tanto tempo sem falar com Manu que não sabia o que dizer, ela parecia uma estranha para ela agora e essa sensação era horrível. – Oi.

- Chegou hoje?

- Sim.

O silêncio entre as duas era perturbador. – Desculpe, não sabia se devia te procurar. – Manuela a encarou um tanto intrigada – Quer dizer, não sabia se você iria querer me ver. – a ruiva suspirou – Posso ir embora se estiver te incomodando.

- Não me incomoda – finalmente se pronunciou.

- Você está bem? – Luísa criou coragem em perguntar, mas logo se arrependeu ao receber um olhar nada amigável da ruiva.

- Acho um pouco difícil estar bem, não acha?

- Sim, tem razão – suspirou e voltou a encarar o mar.

- Você se arrepende?

Luísa voltou a encara-la. – Todos os dias – suspirou – queria ter feito diferente, mas agora não posso voltar atrás, o jeito é lidar com as consequências.

Havia tanta tristeza no olhar de Luísa que isso mexeu com Manuela, pensou que talvez a loira estivesse sofrendo tanto quanto ela, que havia cometido um erro e se arrependeu, talvez ainda sentisse o mesmo por ela, ficou perdida com esses pensamentos. – Sinto muito por isso.

- Eu também sinto por ter te magoado, você não merecia, espero que um dia me perdoe por isso – foi se levantando acompanhada pelos olhares atentos de Manuela. – Foi bom te ver Manu – sorriu e foi se afastando aos poucos.

Manuela sentiu uma vontade enorme em correr atrás da loira, abraça-la, conforta-la como em tantas vezes havia feito quando ela estava triste, sentir aquele corpo que tanto desejava outra vez junto ao seu, mas nada fez, permaneceu sentada e calada, pensando nas palavras que a loira disse.

 

******

Courtney estava impaciente andando pela sala, Mat apenas observava a morena andando de um lado para outro enquanto estava sentado no sofá saboreando uma deliciosa maçã. – Vai fazer um buraco no chão se continuar desse jeito – sorriu.

Courtney retribuiu com um olhar nada amigável – Você não fica preocupado não? Ela não atende o celular, disse que ia ver o irmão, mas não passou por lá, onde é que ela se meteu?

- Talvez tenha conhecido alguém – provocou.

- Acha mesmo? – Pela primeira vez se sentia insegura, e odiava essa sensação.

- O que eu acho é que a loira te pegou de jeito – soltou uma bela risada enquanto via a morena se aproximando e sentar-se ao seu lado encostando a cabeça em seu ombro.

- Também acho – acabou confessando – o que eu faço Mat?

Mat fazia carinho em seus cabelos, gostava das duas, sabia que Luísa gostava da doutora que agora estava indisponível, talvez se Courtney insistisse conseguisse fazer a loira tirar a doutora da cabeça – Acho que você devia conversar com ela.

- Ela comentou algo com você? – a morena se animou com esse pensamento.

- Só acho que vocês deviam conversar.

Logo ouviram um barulho na porta e Luísa entrando para alívio da morena que a puxou a fazendo perder o equilíbrio e cair no sofá, que rapidamente se aproveitou ajeitando-se no colo da morena que fazia carinho em seus cabelos. – Posso saber onde senhorita estava?

Luísa achou engraçado o jeito de Courtney – Estava dando umas voltar por ai.

- Que legal, sai para passear e nem me leva, estou vendo mesmo que todas aquelas promessas em me levar a lugares incríveis aqui era só conversa mesmo. – a loira acabou rindo. – Claro que não linda, ainda vou te levar para conhecer esses lugares, eu só estava dando uma volta na praia.

Courtney reparou que o lábio da loira estava um pouco inchado, parecia que havia levado uma bela mordida ali, sentiu seu sangue ferver na mesma hora – Sei muito bem que tipo de volta é essa – levantou-se e foi subindo em direção ao quarto deixando Mat e Luísa se encarando sem entender nada.

- Ela está bem? – Luísa voltou a encarar o amigo.

- Acho que sim – sorriu – ela sempre tem essas oscilações de humor, até parece que não se acostumou ainda.

- Isso é – relaxou mais uma vez, deitando no colo do amigo. – vi a Carol – suspirou.

- Como foi?

- Acabamos nos beijando, e eu quase cometo uma loucura, essa mulher ainda vai me deixar doida.

- Para quem disse que iria ficar longe, está indo muito bem gata – seu tom foi irônico.

- Eu sei – Luísa fez uma careta pra ele – é que não consegui evitar, mas eu vou, quer dizer vou tentar pelo menos – sorriu.

 

******

Luísa acabou adormecendo no colo do amigo enquanto assistia a um dos filmes de luta que Mat gostava, ela sempre dormia nesses tipos de filme, quando acordou estava sozinha na sala, o amigo havia sumido, presumiu que estava sozinha na casa e os dois haviam saído, convidou para que ficassem morando com ela enquanto iriam participar da etapa no rio que iria começar só dali a três semanas, então ainda tinham tempo de curtir uma folguinha antes de voltarem à rotina de treinos puxados. Subiu para o quarto, e foi logo tomar um banho, assim que saiu ouviu uma batida lenta começar a invadir o quarto, gostava daquela música, estava tentando se lembrar, quando perdeu o rumo ao notar Courtney parada a poucos centímetros, usando lingerie cor preta, toda rendada, aquela cena a deixou sem palavras, ela estava linda. Viu quando ela se aproximou segurando sua mão a puxando e fazendo sentar-se na beirada na cama, o ritmo da música começou a ficar mais envolvente, e agora se lembrava de qual música era, The Pussycat Dolls – Stickwitu, Courtney passou a se mover graciosamente pelo quarto, dançando sensualmente para ela, seus movimentos eram sutis, envolventes, Luísa estava hipnotizada com aquela cena, conforme a música foi chegando ao refrão, viu ela se aproximando, sentando em seu colo, rebol*ndo de uma forma que a estava enlouquecendo enquanto cantava parte da música em seu ouvido, tentou passar a mão em seu corpo apertando sua cintura, mas foi interrompida pela morena que sussurrou em seu ouvido – Só vai me tocar quando eu deixar – passou a língua entre os lábios da loira a deixando sem reação, enquanto se levantava, virou-se e foi descendo lentamente o zíper do corpete, se livrou da peça ficando apenas de calcinha e cinta liga, voltou a se aproximar da loira, a fez deitar na cama se livrando da toalha que usava, ficando por cima encarando aqueles olhos que pareciam famintos, sorriu se aproximando, fingindo que iria beijá-la, mas desviou – Você me quer? – Luísa mordeu o lábio, demonstrando o quanto desejava aquela mulher – Quero – sua voz saiu rouca de desejo.

Courtney escalou o corpo da loira, parando em seu rosto, sentando-se nele, afastou delicadamente a peça íntima expondo seu sex* ao alcance da boca da loira que ficou imediatamente inebriada com o cheiro delicioso que exalava da morena. – Me ch*pa vai – seu tom era absurdamente sexy, Luísa sentiu seu íntimo explodindo de tanto tesão – quero goz*r nessa sua boca gostosa.

Luísa nem precisou de outro incentivo, passou as mãos pelas coxas da morena, segurando a trazendo para mais perto e começou a explorar cada parte do seu sex*. Courtney ao sentir aquela língua lhe invadindo, entrou em êxtase, apoiou-se na cabeceira da cama para não perder o equilíbrio e rebol*va freneticamente na boca da loira tentando prolongar ao máximo aquele contato que a fazia gem*r sem pudor algum. A loira intercalava entre passeios ousados com a língua pelo seu sex*, provocando-a, em outros momentos sugava seu clit*ris com tanta vontade que levava a morena a loucura. Luísa foi mantendo o ritmo, não demorando muito para sentir as convulsões começarem a se espalhar pelo corpo da morena que explodiu em um orgasmo maravilhoso, ficando ofegante enquanto encarava a loira que lhe devolvia um olhar de cobiça com um sorriso safado estampado naquele rosto perfeito. Rapidamente a loira inverteu as posições, a deixando por baixo, sentiu seu corpo nu pesando sob o seu provocando uma sensação muito gostosa, logo sentiu sua calcinha sendo tirada rapidamente, nem teve tempo em se recompor e já sentiu dedos ágeis a invadindo, seu corpo ainda tremia, puxou a loira para um beijo apaixonado enquanto sentia ela se movimentando habilidosamente em seu corpo, gozou rapidamente em seus dedos, mal conseguia respirar e já sentia Luísa a torturando mais uma vez, sugando seu seio com vontade, mordendo o bico, passando a língua em volta a provocando, olhou para a loira – Você não cansa não? – sorriu

- A culpa é sua que me provocou, agora aguenta – foi descendo com a mão por entre as pernas da morena mais uma vez, porém sem sucesso já que a mesma interrompeu o avanço encarando a loira, olhava seu corpo com desejo, queria tocá-la, sentir seu corpo reagir aos seus toques. Luísa que inicialmente ficou sem entender a atitude da morena logo percebeu seus olhares em seu corpo e sorriu – Quer me tocar? Fica a vontade – piscou para ela. Courtney começou um pouco tímida passando a mão pelos seios, apertando de leve, mas ao ver as reações da loira foi se empolgando mais, desceu com a mão por entre suas pernas e ficou surpresa ao notar o quanto a loira estava molhada, passou o dedo por toda extensão ganhando em troca um gemido maravilhoso da loira que a puxou para mais perto sussurrando em seu ouvido – Quer me fazer goz*r? É só continuar me tocando assim – suspirou, provocando arrepios em Courtney que continuou com as carícias provocando reações no corpo da loira que a deixou fascinada, não demorou muito para sentir o gozo da amada em seus dedos. Luísa a puxou para um beijo demorado enquanto seu corpo se recuperava. – Isso foi muito gostoso – Luísa a abraçou de forma que ficou fazendo carinho em seus cabelos enquanto a morena repousava com a cabeça em seu peito, seus corpos ainda estavam entrelaçados. – Foi sim – a morena respondeu, ficando pensativa por alguns segundos, estava feliz, a loira a fazia se sentir diferente, lhe provocando sentimentos que pensava que nunca viveria, porém sabia como ela era, será que as duas poderiam ter algo mais sério, não queria afasta-la, mas também não queria ficar dividindo-a com outras a queria só para ela. Luísa pareceu perceber o silêncio da morena. – O que foi? – Courtney a encarou por alguns segundos. – Eu gosto de você Lu.

- Também gosto de você linda – roubou-lhe um beijo rápido.

- Quero dizer que gosto de você a ponto de não querer ficar te dividindo com outras – suspirou e voltou a encostar-se em seu peito, não queria encará-la.

Luísa ficou tensa, não imaginava que Courtney estava se envolvendo a esse ponto, sempre achou que a morena nunca deixaria a vida de curtição. – Achei que você gostava de curtir apenas, sem compromisso.

- Eu gostava, mas acho que com você isso não funciona mais – levantou-se se sentando na beirada da cama, ficando de costa para a loira – Eu sei que você ficou com outra hoje, e isso me deixou mal, acho que não sei lidar muito bem com isso.

Como ela sabia que havia ficado, ou melhor, quase ficado com Carol, será que Mat abriu a boca? Ficou pensativa. Courtney pareceu adivinhar seus pensamentos. – O Mat não me falou nada, se não reparou alguém deu uma bela mordida na sua boca e que eu saiba não fui eu.

- Não sei o que dizer.

- Não precisa dizer nada, eu sei que você não quer nada sério comigo. – suspirou triste e começou a se levantar, mas foi impedida por Luísa que a abraçou por trás.

- Calma, eu não disse isso, só quis dizer que não esperava por isso.

Courtney se virou para encarar a loira. – A Carol disse que eu iria quebrar a cara com você – sorriu, passando a mão levemente em seu rosto – acho que ela tem razão.

Só em ouvir esse nome Luísa sentiu arrepios percorrendo seu corpo, sabia que tinha que esquecê-la, não podia continuar naquela loucura, só iria machucar seu irmão, talvez Courtney fosse uma saída para aquilo tudo, gostava de estar com ela, lógico que seu coração não batia feito louco por ela como batia quando estava perto de Carol, mas podia tentar quem sabe não acabava esquecendo a doutora. – Nós podemos tentar o que acha? – viu o rosto da morena se iluminar – Está falando sério?

- Estou sim – puxou a morena para um abraço demorado – gosto de estar com você, acho que podemos tentar fazer dar certo – sorriu.

 

Courtney não conseguia conter a alegria que estava sentindo – Também gosto de estar com você – puxou a loira para mais um beijo – E agora você vai ser só minha – sorriu, empurrando-a de volta a cama, ficando por cima, sentindo o desejo florescer entre as duas outra vez.

Fim do capítulo