Capítulo 3
A forma como Manuela a beijava fez seu corpo responder no mesmo instante, havia tanta saudade, paixão e desejo, que por alguns minutos acabou se esquecendo até de onde estava, quando se deu conta já estavam na cama, com a bela ruiva por cima a encarado com os olhos ardendo de desejo, seu sorriso era provocante, estava meio que hipnotizada com aquela cena toda, aspirou o cheiro delicioso que exalava daqueles cabelos tão sedosos, sentiu a boca da ruiva roçando em seu ouvido, lhe provocando, dizendo o quanto estava com saudades, mas foi só quando sentiu sua mão abrindo seu roupão que pareceu despertar para a realidade, não podia fazer aquilo, mesmo seu corpo dizendo o contrário, não podia fazer isso com a Carol, estaria enganando as duas, e não era isso que queria. Respirou fundo, impediu que Manuela continuasse com as investidas em seu corpo, segurando sua mão, levantando-se rapidamente da cama enquanto ajeitava novamente o roupão.
Manuela estava estática na cama observando o comportamento estranho da loira, sem saber o que fazer muito menos o que pensar, mas tinha aquela sensação de que algo realmente não estava bem, Luísa estava nervosa, andando de um lado pro outro pelo quarto passando as mãos pelos cabelos.
- Desse jeito está me deixando nervosa. – Luísa encarou a ruiva por alguns minutos, tentando criar coragem. – O que foi Lu?
- Precisamos conversar. – suspirou, parecia que o ar não circulava naquele quarto, se sentia sufocada, seguiu para a sacada respirar um pouco, logo sentiu a presença da ruiva abraçando seu corpo por trás, se afastou do contato.
- Parece que está fugindo de mim. – encostou-se à grade de apoio ficando de frente para Luísa com os braços cruzados e uma cara nada amigável. – Desembucha logo Luísa.
- Eu não sei como te falar isso – seu olhar mal conseguia sustentar o olhar da ruiva – então vou simplesmente falar – suspirou – eu conheci alguém.
Manuela pareceu não entender muito bem o significado daquelas palavras, estava um pouco aérea ainda. – Como assim conheceu alguém?
- Bom aconteceu, eu não planejei isso, acabou acontecendo, enfim, me desculpa.
Manuela se aproximou um pouco mais de Luísa fazendo o corpo da loira ficar ainda mais tenso, tentou manter a calma, ser racional, apesar de a única coisa que queria fazer naquele momento era jogar Luísa pela sacada. – Me explica essa história direito.
Luísa parecendo ler os pensamentos da ruiva, logo se afastou da sacada, voltando para o quarto, sentou-se na cama, a ruiva continuava a encarando de um jeito que a fazia querer sair correndo pra fora daquele quarto, respirou fundo e começou a contar tudo que tinha acontecido, como haviam se conhecido e aos poucos foram se envolvendo, observava as reações da ruiva, mas a mesma parecia uma estátua, nem se movia, nunca tinha visto Manuela daquele jeito, sabia que ela era um pouco explosiva quando estava com raiva e agora começava a temer pela sua vida, acabou instintivamente se encolhendo ainda mais na cama.
Manuela estava em choque, cada palavra que saia da boa de Luísa parecia cravar uma faca em seu coração, não conseguia acreditar que aquilo estava realmente acontecendo, encarava aquela mulher a sua frente a amava tanto. – Dormiu com ela?
Nem precisaria ouvir a resposta da loira, a forma como ela desviou seu olhar para baixo, meu deus como doía, nunca pensou em sentir uma dor como a que estava sentindo no momento – Sim – a voz saiu baixa, rouca. – Desculpa, sei que foi errado, deveria ter conversando com você primeiro, não queria que fosse assim, eu juro.
Só de imaginar a loira na cama com outra fazia seu sangue ferver. – Desculpa? Você tem a cara de pau em me pedir desculpa Luísa. – sua voz foi se alterando – A idiota aqui larga tudo pra poder vir aqui te ver, te fazer uma surpresa, tentar melhorar as coisas entre a gente, pensando que a distância era o grande problema por você estar assim tão indiferente sendo que na verdade estava correndo atrás de uma vadia qualquer, mas claro – fez uma pequena pausa tentando respirar um pouco – foi sem intenção, você não fez por mal, como sempre.
Luísa pensou em falar algo, mas estava sem argumentos, no fim ela estava certa, não tinha como se desculpar por isso, foi egoísta, em nenhum momento pensou realmente nos sentimentos da ruiva, manteve-se calada com a cabeça baixa. Diante daquele silêncio da loira Manuela ficou ainda mais irritada, tentou colocar os pensamentos em ordem, pegou sua mala que havia deixado jogada perto da cama, e foi seguindo em direção à saída, olhou para Luísa sentada na cama do mesmo jeito, sentiu uma lágrima começando a descer pelo seu rosto, respirou fundo, abriu a porta e saiu, fechou a porta com tanta força fazendo finalmente Luísa olhar, mas a loira nada fez, permaneceu sentada na cama perdida em seus pensamentos.
Assim que entrou no táxi não suportou mais, permitiu que as lágrimas caíssem e chorou compulsivamente, não sabia o que fazer, sentia-se tão perdida, queria uma vida com Luísa, nunca teve dúvidas sobre o que sentia pela loira, a amava de uma forma que sabia que não iria amar outra pessoa, e isso a deixava desesperada, como seria sua vida agora, como esquecer àquela a quem seu coração resolveu se entregar, respirou um pouco mais devagar tentando recuperar o controle do seu corpo, e fez uma promessa a si mesma – Vou te esquecer Luísa.
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Carol estava tão distraída em seus pensamentos, estava com a ficha de sua paciente que havia acabado de sair aberta, mas olhava para a tela do computador e era a mesma coisa que olhar para o nada, estava assim ultimamente, no automático, o pensamento sempre distante, nem percebeu quando a amiga entrou.
Courtney estranhava o comportamento da amiga desde que voltaram de viagem, sempre calada, distante. Tentava de toda forma fazer a amiga conversar com ela, se abrir um pouco, mas ela era sempre tão fechada.
- Ei – cutucou levemente o ombro da amiga chamando sua atenção – você está bem? – Carol apenas assentiu balançando afirmativamente a cabeça e voltou a encarar o computador.
- Quer ir almoçar comigo?
Carol suspirou, encostando-se na cadeira, encarando a amiga por alguns segundos. – Estou sem fome.
Courtney se levantou, foi caminhando em direção à saída, parou por alguns segundos – Não aguento te ver assim. – Carol virou-se para encará-la. – Assim como?
- Desse jeito, parece que está de luto, quero minha amiga de volta.
Carol também queria, odiava sentir-se daquele jeito, lutava todos os dias contra aqueles sentimentos, não queria sofrer, mas era fraca, sempre acabava pensando na loira, sentia uma saudade quase que incontrolável dela, mas então se forçava a lembrar daquela noite, daquele beijo, não podia se deixar enganar, ela não valia nada, era perda de tempo e só a faria sofrer, voltou a encarar a amiga. – Tudo bem, vou almoçar com você – tentou forçar um sorriso.
Courtney foi em direção à amiga a puxando para um abraço. – Sabe que pode contar comigo certo? – segurava seu rosto delicadamente.
- Eu sei, obrigada. – sorriu um pouco sem jeito – Agora vamos antes que eu mude de ideia.
- Nem pense nisso – Courtney sorriu, arrastando a amiga para a fora da sala.
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Luísa acabou aceitando o convite de Mat em ficar com ele enquanto estavam passando por aquelas etapas na Austrália, sua família havia alugado uma verdadeira mansão para o garoto em Bells Beach onde seria a próxima etapa, e já que ficar sozinha naquele hotel já não tinha tanta graça depois do que aconteceu com Manuela e com o fora que levou de Carol já que a mesma não apareceu, não foi difícil tomar sua decisão, estar com Mat era como estar com uma versão mais nova e irresponsável de Rodrigo, o que importava era que ele a fazia sentir-se bem.
Luísa estava sentada na beirada da piscina deixando apenas as pontas dos pés submersas na água, estava tão triste e perdida. Mat se aproximou sentando-se ao seu lado, assim que percebeu sua presença encostou levemente a cabeça em seu ombro, recebendo um abraço carinhoso do amigo.
- O que está acontecendo gata?
Luísa suspirou, havia ido mal na primeira bateria indo direto para repescagem. – Não sei, acho que deixei minha cabeça lá em Gold Coast.
- Tentou falar com a doutora?
- Nem sei como – suspirou triste.
- Como você pode ser tão lerda e não pegar o telefone daquela gata – deu um soco de leve em seu ombro recebendo um olhar fuzilante da loira em troca, acabou rindo.
- Não tinha como ela me dar o número dela sendo que ela perdeu o celular no dia que nos conhecemos, te contei sobre isso seu besta.
Mat pareceu ficar pensativo por alguns minutos – Ela disse que trabalhava na capital certo?
- Sim, por quê?
- Podemos ir lá procurar por ela – sorriu.
- Mat quantas clínicas acha que existe na capital? Quer ir a cada uma delas perguntando se tem alguma Carol trabalhando lá?
- Tem uma ideia melhor? Vamos vai ser divertido – tentou animar um pouco a loira.
- Às vezes me pergunto o que você tem na cabeça – sorriu.
- Mulheres, bebidas e ondas perfeitas – fez uma breve pausa – não nessa ordem necessariamente – sorriu – pensa rápido – disse enquanto empurrava Luísa para dentro da piscina. A loira mal teve tempo para reagir, quando percebeu já estava caindo na água. – Seu idiota você me paga – gritou assim que voltou a superfície correndo atrás do amigo.
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Luísa tinha um novo objetivo, a ideia de Mat afinal não era tão ruim assim, todos os dias, quando voltava dos treinos ou da competição ligava nas clínicas de fisioterapia da capital, procurando saber se havia uma profissional com o nome Carol que trabalhasse lá, como não era um nome tão comum, seria bem mais fácil reduzir a lista de clínicas a visitar assim que terminasse essa etapa. Finalmente conseguiu voltar a se concentrar na competição, se recuperando, já estava indo para as quartas de finais. Foi trazida de volta a realidade quando uma moça atendeu sua ligação – Em que posso ajudar?
- Queria marcar um horário com a doutora Carol. – houve um breve silêncio, então a moça continuou – Para que dia deseja marcar? – mal pode conter sua felicidade, depois de tantas tentativas, finalmente havia achado, tinha que ser ela, pensou. – Para a próxima segunda, pode ser?
- Temos um horário disponível às 9h.
- Ótimo. Perfeito. – mal conseguia conter a animação, finalmente iria poder ver sua amada novamente, imaginou que ela pode ter ficado com medo, tudo aconteceu tão rápido, ela deve ter surtado e fugiu como sempre. – Agora eu te pego fujona – sorriu com esse pensamento.
Carol havia tomado uma decisão, ficar do jeito que estava nos últimos dias não dava mais, mal se reconhecia, não podia continuar daquele jeito, precisava de um novo começo, respirou fundo, tomou coragem e fez uma ligação.
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Manuela caminhava distraidamente pelas areias de Copacabana, o sol ainda nem havia aparecido, gostava de andar pela praia essa hora, tinha uma paz que confortava um pouco sua alma inquieta. Olhava para o mar e parecia ver Luísa surfando linda como sempre, sentiu seu coração pesar com esses pensamentos, há dias não se falavam, esperava que Luísa tentasse falar com ela, mas foi outra decepção, a loira nem a procurou novamente, devia estar feliz com a outra agora, sentiu seu corpo queimar de raiva com esse pensamento. Queria tanto esquecê-la, arrancar do peito tudo o que sentia por ela, seria tão mais fácil lidar com tudo, ultimamente seu único foco era o trabalho, era sempre a primeira a chegar e a última a sair, seu pai até chegou a reclamar que a filha estava trabalhando muito, mas ele não sabia que essa era a única forma de esquecer um pouco, de não ficar pensando tanto em Luísa. Acabou não falando nada para os pais sobre o que aconteceu quando viajou, mas todos perceberam que ela estava diferente.
Sara estava se preparando para entrar no mar, amava pegar onda nesse horário, mas parou o que estava fazendo ao perceber a presença da bela ruiva passando, ficou fascinada, nunca tinha visto uma mulher tão linda, largou suas coisas ali mesmo e saiu apressada tentando alcançar à ruiva.
- Oi – estava um pouco sem fôlego pela breve corrida. Manuela encarou a morena por alguns instantes, pareceu surpresa por ter alguém ali àquela hora, mas não deu atenção, continuou andando calada.
- Gosta de caminhar pela praia esse horário? – nada, nenhuma palavra saia da boca da ruiva. – Eu gosto de pegar ondas, sempre tem ondas perfeitas essa hora.
Essas palavras pareceram despertar algo em Manuela, Luísa sempre dizia isso, por muitas vezes ficou vendo a loira pegar ondas enquanto ficava sentada na beirada admirando. Sara ao perceber algum tipo de reação da ruiva se animou – Gosta de surfar?
- Odeio. – foi a única coisa que saiu da boca da ruiva, que tratou de sair logo daquele lugar deixando a morena no mínimo intrigada com suas reações. – Linda – sorriu – muito linda. – voltou para o lugar onde estavam suas coisas, pegou sua prancha e caiu no mar.
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Luísa estava tão animada, era o fim de semana da final e isso significava que na segunda iria ver a sua bela doutora, ria sozinha com esse pensamento. Acordou bem cedo, tomou um banho demorado, ainda tinha algumas horas antes de a competição começar, tentou se arriscar na cozinha, mas mesmo com toda essa animação continuava péssima, lembrou-se de Manuela, a ruiva sempre a mimava trazendo seu café da manhã na cama, tinha vontade de ligar para ela, a forma como terminaram foi tão ruim, mas o que poderia fazer, havia feito tudo errado e agora estava sem Manuela e Carol havia sumido. Tratou logo de afastar esses pensamentos, não podia desanimar agora, logo iria encontrar a morena novamente e acertar tudo entre elas. Pegou suas coisas, sua prancha, e saiu em direção à praia.
O dia que começava a se formar estava tão lindo, o sol já dava os primeiros sinais, tornando aquela atmosfera ainda mais envolvente. Luísa estava deitada na areia, os cabelos bagunçados ainda molhados, a respiração ainda um pouco ofegante, ainda pouco estava se aventurando naquele mar pegando ondas perfeitas, fechou os olhos, sentiu uma paz que há dias não sentia. Pensava em Carol, mal podia controlar a saudades que batia forte em seu peito, abriu os olhos novamente, observou ao redor, continuava tudo calmo e quieto, podia jurar que ouviu alguém chamando seu nome. Fechou os olhos outra vez, aqueles olhos doces a encaravam, tinha um semblante calmo, sorria carinhosamente para ela, mesmo assim sentia seu coração acelerar cada vez mais, sentiu um toque em seu ombro e levantou bruscamente, se sentiu um pouco desorientada, tentava focar em algo, o sol já reinava forte, havia perdido a noção do tempo. – Ei tudo bem? – finalmente reconheceu a voz do amigo – Mat? – ainda tentava ajustar a visão naquela claridade. – Estou aqui, vem – se aproximou de Luísa, amparando seu corpo por alguns instantes.
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Manuela resolveu fazer uma pausa por alguns minutos, havia passado a manhã toda na cozinha ajudando na preparação dos pedidos, estava cada vez mais decidida que essa seria a área que iria seguir, queria fazer cursos, se aperfeiçoar, mas por enquanto estava feliz como assistente do chef, estava sendo um ótimo aprendizado. O restaurante tinha uma vista linda da praia, permaneceu na área externa admirando a paisagem, perdida em seus pensamentos, não percebeu quando alguém se aproximava. – Oi ruiva – parou próxima onde a outra estava. Manuela olhou surpresa, tentou forçar sua memória e lembrar-se de onde conhecia aquela moça.
- A gente se esbarrou esses dias na praia. Lembra? – sorriu para a ruiva. Manuela lembrava vagamente desse dia, porém só agora reparava na bela morena, aqueles belos olhos a encarado desafiadores, os lábios volumosos entreabertos formando um sorriso displicente, era muito linda pensou. – Não. – enfim respondeu voltando a se concentrar na vista, porém tais olhares não passaram despercebidos pela morena. – Trabalha aqui?
Manuela continuava encarando o mar, as ondas se formando, a moça ao seu lado era linda, em outros tempos provavelmente estaria flertando com ela, mas ultimamente tudo parecia tão sem sentido que não tinha ânimo para nada, muito menos para conhecer outra mulher. – O que você quer? – a frase acabou saindo mais rude do que pretendia, não queria ser indelicada, apenas estava sem paciência para qualquer tipo de joguinho que a outra tivesse em mente. Sara ficou um pouco surpresa com a pergunta no começo, desde a primeira vez que viu a ruiva a mesma não tinha sido nem um pouco amigável, só que era mais forte que ela, não conseguia controlar – Você – sorriu, voltando a encarar a ruiva. Acabou rindo meio que involuntariamente, mas logo já fechou a cara outra vez. – Estou indisponível no momento.
Sara não era uma mulher que desistia fácil, gostava de desafios, e era isso o que a ruiva estava se tornando, um belo desafio. – Você não sabe para o que.
Manuela já havia se distraído novamente em seus pensamentos quando a morena voltou a falar, não entendia como ela podia continuar ali sendo que não estava sendo nem um pouco gentil. – Está falando do que?
- Eu disse que quero você – fez uma pequena pausa encarando a ruiva de um jeito bem provocante – mas não sabe exatamente para o que. – sorriu.
- E o que seria? – resolveu entrar na conversa da morena, não tinha nada melhor para fazer mesmo.
- Quero te levar para sair, aceita?
- Não. – respondeu mais rápido do que pensou. A garota até parecia ser legal, mas nem de longe seria uma boa companhia, já sua cabeça andava longe, perdida em pensamentos no seu amor não correspondido.
- Isso é uma pena, pois vou continuar vindo aqui e te atormentar até você dizer sim. – sorriu animada para a ruiva.
Manuela pensou por alguns instantes, ela não seria louca de fazer isso realmente, ou seria? Mal a conhecia. – Faria isso mesmo?
- Claro, pode apostar que sim. – piscou para ela.
Manuela respirou fundo, era só o que faltava agora essa garota atrás dela, se já não bastassem seus problemas atuais ainda teria que lidar com essa doida. – Tudo bem, eu saio com você, mas depois você me deixa em paz, ok?
- Se esse ainda for o seu desejo depois, tudo bem, te deixarei em paz. Te pego amanhã a noite ruiva – sorriu e foi saindo de perto da ruiva.
- Eu tenho um nome sabia? – não sabia o porquê, mas aquela garota conseguia a irritar fácil.
- Claro que sei Manu – voltou a encarar a ruiva por alguns segundos, sorrindo – mas gosto de te chamar de ruiva – continuou sua caminhada rumo ao interior do restaurante.
- Mas eu não sei o seu nome – já estava quase gritando, visto que a morena já havia se afastando bem do local onde estava.
- Sara. Te vejo amanhã ruiva. - que garota mais abusada pensou, mas agora não tinha como fugir, havia aceitado o convite, iria ter que aturar essa garota por mais uma noite.
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Rodrigo estava com pressa, havia acabado de desembarcar voltando de viagem de São Paulo, tinha ido para uma consulta de um paciente que estava tratando já há alguns meses, porém precisou voltar antes, um garoto de 8 anos que estava com um quadro de inicio de pneumonia teve uma crise e a mãe ligou para ele desesperada, pediu que levasse o menino para o hospital que já estava a caminho, e agora corria contra o tempo, tentava enviar uma mensagem no celular enquanto andava apressadamente quando esbarrou acidentalmente em alguém, sentiu um leve incomodo no ombro, porém quando reparou melhor ao seu redor avistou uma bela moça caída no chão com suas bagagens em volta.
- Perdão moça, não te vi, me desculpa.
- Se não tivesse prestando atenção no celular provavelmente teria me visto. – sentia uma dor aguda na testa, levou a mão até o ponto onde estava dolorido – Ai!
Rodrigo prontamente se abaixou e tentou ajudar a moça, viu que a mesma tinha um leve corte na testa, provavelmente provocado quando a mesma deu de encontro com seu ombro, se sentiu culpado por isso. Passou o dedo ao redor do machucado – Não foi um corte profundo, só limpar bem e pode tomar um analgésico se ficar com dor.
- Que ótimo, agora além de me atropelar vai ficar me dizendo o que eu tenho que fazer também, eu mereço mesmo. – se levantou com a ajuda do rapaz mesmo não gostando disso, e já tratou de ir pegando suas coisas espalhadas pelo chão.
Rodrigo tentava ajudar a moça, pegando suas coisas, queria dizer algo para quebrar aquele clima ruim, porém não sabia o que dizer, apenas ajudou a moça em silêncio e viu partir seguindo seu rumo. Ficou parado por alguns minutos pensativo, mas logo foi trazido a realidade quando seu celular começou a tocar insistentemente, era do hospital, precisava se apressar, estava seguindo seu caminho quando olhou outra vez para o chão e reparou que a moça havia esquecido algo, se aproximou para pegar, era uma carteira, abriu instintivamente, todos seus documentos estavam ali, olhou ao redor tentando avistar a moça novamente, mas nenhum sinal dela, colocou a carteira dentro da sua bolsa e seguiu apressado em direção a saída.
Não demorou muito para chegar ao hospital e foi logo ver o menino, depois de algumas horas conseguiu estabilizá-lo, nem sentiu o dia passar, já havia anoitecido quando finalmente conseguiu alguns minutos para descansar em sua sala, seu corpo pedia algumas horas de sono, estava sentado na cadeira, revendo algumas anotações médicas, suas malas estavam jogadas em um canto da sala, parou por alguns instantes pensativo, foi até seus pertences pegando a carteira da moça que havia esbarrado no aeroporto mais cedo, voltou a examiná-la procurando alguma forma de poder entrar em contato com ela, sorriu ao encontrar um cartão com um número. Não perdeu tempo, pegou seu celular e tratou de discar logo o número. Não demorou muito e a mesma voz doce pela qual havia se encantado no aeroporto atendeu – Alo.
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Luísa estava ansiosa, havia chego bem antes do horário marcado e agora aguardava na sala de espera. Mal teve tempo de comemorar com Mat, os dois saíram vitoriosos da última etapa e já despontavam como líderes em suas categorias no ranking mundial. Deixou o amigo dormindo no hotel, já que o mesmo havia passado a noite farreando com mulheres e bebendo muito como sempre, ele até tentou convencê-la a ficar com uma das meninas que haviam demonstrado certo interesse em Luísa, mas ela resolveu ficar na sua, até porque a única mulher que dominava seus pensamentos no momento era Carol, sua linda Carol, sorriu feito uma boba apaixonada só em se lembrar da bela morena, e agora estava prestes a matar a saudades da sua amada, olhou para o relógio novamente, ainda faltavam 15 minutos.
Demorou o que pareceu uma eternidade para que a recepcionista chamasse o seu nome indicando que podia entrar. Sentiu seu coração batendo em um ritmo ainda mais acelerado, a cada passo que dava em direção a sala parecia que ele ia sair pela boca, suas mãos estavam frias, tremendo. Assim que chegou a porta estava encostada, foi abrindo aos poucos, viu uma morena sentada, e logo uma decepção tomou conta do seu corpo. – Por favor, entre.
Luísa estava no automático, tinha tanta certeza que seria a sua Carol que iria encontrar, como pode se equivocar tanto assim, suspirou triste.
- Você está bem?
A mulher que estava a sua frente era linda, do tipo que deixava qualquer homem ou mulher sem rumo, mas infelizmente não era a sua Carol.
- Desculpe, achei que iria encontrar outra doutora Carol.
A morena riu com o comentário. – Na verdade meu nome é Courtney, acabei assumindo os compromissos da Carol, pois ela teve que viajar.
Então realmente era a sua Carol, só podia ser, pensou, que infelicidade, por tão pouco se desencontraram. – Sabe para onde ela foi ou quando ela volta?
- Não sei dizer – arqueou uma das sobrancelhas, fazia isso quando estava curiosa com algo – ela tirou licença por tempo indeterminando.
- Entendo, obrigada então – foi se levantando e saindo, deixando Courtney sem reação. Que menina doida, foi à conclusão que a morena chegou, Carol conhece cada gente estranha, eu hein, suspirou e tentou se concentrar na ficha do seu próximo paciente.
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Manuela estava exausta o dia havia sido puxado na cozinha, o restaurante esteve cheio praticamente o dia todo e agora só restavam poucos clientes, já estava quase na hora de fechar, conversava com seu pai que insistia para que ela fosse para casa descansar que ele cuidava de tudo, porém interromperam a conversa ao notarem a presença de uma bela mulher se aproximando. – Imagino que esteja pronta – sorriu, parando bem próxima à ruiva, encarando-a com um olhar cheio de malícia.
Sara estava simplesmente linda, usava um vestido preto que parecia ter sido desenhado sob medida para o seu corpo valorizando ainda mais as belas curvas da morena, o decote era generoso, mas sem ser vulgar apenas incitava quem ali se perdesse ao olhar a querer descobrir um pouco mais, os cabelos presos em um coque delicado deixando alguns fios displicentes soltos, os belos olhos verdes pareciam estar ainda mais vivos e aquela boca era um convite perfeito para perder a cabeça de vez, Manuela suspirou ao admirar Sara por alguns segundos, e depois voltou à realidade ao perceber que na correria havia de fato se esquecido do encontro com a morena. – Desculpa, tivemos um dia cheio hoje, ainda tenho que ajudar o meu pai a fechar.
Carlos que até então estava calado apenas observando não conseguiu se conter. Sua filha ultimamente só queria saber de trabalho, parecia ter perdido aquela alegria de viver, não sabia o que tinha acontecido entre ela e Manuela, mas sabia que a filha precisava se divertir um pouco, e aquela moça parecia ser uma ótima companhia pensou. – Pode ir filha, você sabe que o velho aqui da conta de fechar tudo sozinho, vai lá, divirta-se, você merece um descanso – fez um afago carinho no rosto da filha.
- Então vamos? – Sara que até então estava calada, estendeu a mão para Manuela esperando uma reação da ruiva.
- Eu nem me arrumei – apontou para si mesma, ainda estava de doma.
- Você fica linda de qualquer jeito – sorriu e se aproximou ainda mais sussurrando no ouvido da ruiva – na verdade acho tão sexy quando está vestida assim – se afastou piscando maliciosamente para Manuela, que sentiu o corpo todo arrepiar e seu rosto corar.
- Bom deixa eu pelo menos me trocar, já volto. – saiu apressada, odiava ficar em situações como aquela, quando ficava sem reação.
Sara estava se divertindo com as reações da ruiva, estava satisfeita, sabia que tinha causado o impacto que queria na ruiva, seus olhares nada discretos não escondiam o desejo que sentia, mesmo que suas palavras insistissem em dizer o contrário, sabia que estava no caminho certo, essa ruiva geniosa ainda vai ser minha, sorriu com esse pensamento.
- Fique a vontade minha filha, posso te oferecer algo?
Sua filha, pensou e sorriu, olhou para aquele senhor simpático parado a sua frente com um sorriso amistoso no rosto. – Estou bem senhor, muito obrigada.
- Por favor, me chame de Carlos, venha menina, vamos aguardar no meu escritório. – repousou a mão delicadamente em seu ombro enquanto indicava o caminho. Sara foi seguindo seus passos, olhando ao redor procurando por Manuela.
Manuela tomou um banho rápido, estava irritada por ter se esquecido, e agora a outra estava toda arrumada e ela só tinha uma calça jeans no armário que era melhor do que o short amarrotado que seria sua outra opção concluiu. Vestiu a calça, colocou uma blusa de seda vermelha, era um pouco transparente, olhou-se no espelho, é o melhor que consigo fazer, pensou irritada, saindo do vestiário. Voltou para o salão principal, ainda havia alguns clientes, porém nem sinal do seu pai, muito menos de Sara, será que ela teria desistido? Suspirou aliviada enquanto caminhava em direção ao escritório do pai, parou por alguns instantes diante da porta ao escutar risadas vindas do recinto, bateu e entrou, ficou surpresa ao se deparar com Sara conversando animadamente com seu pai.
- Oi filha, entre – disse o homem sorridente enquanto encarava a Manuela.
- Estou pronta, vamos? – ainda estava desconcertada com aquela cena toda. O que esses dois conversaram tanto pensou intrigada.
- Claro – Sara se levantou, aproximou-se de Carlos dando-lhe um beijo no rosto – Foi um prazer Carlos, espero encontra-lo mais vezes. – sorriu.
- O prazer foi meu minha filha, apareça sempre que quiser, vou adorar te receber – levantou-se e deu um abraço na morena, para espanto de Manuela que continuava sem entender nada, saio por alguns minutos e esses dois viram amiguinhos de infância, suspirou impaciente diante da porta, fato que não passou desapercebido por Sara, que se divertia ainda mais com a situação toda.
- Divirtam-se meninas.
- Tchau pai.
Seguiram em silêncio em direção ao estacionamento, Manuela tentava de todas as formas evitar ficar encarando a morena, o que estava sendo um pouco difícil já que a mesma caminhava sensualmente um pouco a sua frente, assim que entraram no carro não conseguiu mais ficar quieta. – Vai me levar onde?
- Surpresa – disse em um tom suave enquanto manobrava agilmente para fora do estacionamento.
- Não gosto de surpresas.
- Aparentemente você não gosta de muitas coisas – fitou a ruiva por alguns instantes, mantendo o sorriso nos lábios.
- Se está querendo me impressionar levando nesses restaurantes caros, vai perder o seu tempo.
- Quero te impressionar sim – fez uma breve pausa encarando a ruiva – mas de outras formas – piscou para ela, deixando Manuela mais uma vez sem reação.
Manuela resolveu ficar quieta, a morena estava afiada, cada comentário seu era rebatido facilmente pela outra, o seu habitual mau humor não iria afastá-la dessa vez, ficou admirando a cidade conforme seguiam para seu caminho incerto, a noite estava gostosa, não fazia tanto calor como em outros dias, ficou tentando decifrar seus sentimentos, ultimamente nada fazia sentido em sua vida, estava perdida, nem percebeu quando pararam em um bairro mais simples, que não se recordava qual era, não lembrava de já ter estado ali, foi trazida de volta a realidade quando ouviu a morena a chamado. – Vamos?
Reparou no local conforme entravam, não havia nenhum luxo, nada de exageros, era um lugar simples, porém reconfortante, que trazia uma sensação boa, como estar em casa, gostou do lugar. Assim que entraram viu uma mulher que aparentava ter cerca de 40 anos, rosto afável e olhos gentis se aproximando e envolvendo Sara em um forte abraço. – Minha menina – depositou um beijo em seu rosto – Que saudades – apertou sua bochecha de leve.
- Saudades também tia – se afastou gentilmente do abraço, encarando Manuela – trouxe uma amiga para comer as maravilhas que a senhora faz – sorriu.
- Mas que alegria! – se aproximou de Manuela lhe dando um abraço apertado também – Venham minhas lindas – pegou na mão de cada uma forçando-as que a acompanhasse – hoje vocês irão comer como rainhas – sorriu.
Sentarem em um local mais reservado e Manuela não pode conter sua curiosidade. – Ela é sua tia?
- A considero como se fosse ela me ajudou muito quando vim morar aqui no rio.
Manuela havia gostado muito do local, mas ainda não conseguia entender Sara. – Afinal por que essa roupa?
- Algo de errado com ela? – sorriu.
- Não, mas, bem aqui não é exatamente um lugar que pede esse tipo de roupa.
- Não me vesti para o lugar – pegou uma taça de vinho que havia pedido, sorveu o líquido lentamente sendo observada atentamente por Manuela – me vesti para você.
Manuela sentiu sua garganta secar com esse comentário, bebeu o líquido todo em uma única virada. A conversa entre as duas passou a fluir naturalmente, Manuela teve que admitir, estava adorando, o lugar, a comida divina com um tempero baiano maravilhoso, conheceu um pouco mais sobre Sara que era de origem de Salvador e estava no rio a apenas um ano, tentando se tornar surfista profissional, o que era muito difícil, pois na maioria das vezes faltavam patrocinadores e os profissionais tinham que se bancarem sozinhos, não era uma vida fácil realmente. Pela primeira vez em muitos dias se divertiu, riu, jogou conversa fora, comeu deliciosamente bem, e finalmente não estava pensando em Luísa, pelo menos não naqueles momentos.
Estavam de volta no carro, o clima permanecia descontraído entre as duas. – Quer que eu te leve para onde? – Sara não escondia seu olhar de desejo, o que não passou despercebido pela ruiva. – Acho melhor ir para casa, já está tarde.
- Claro. – Sara não queria apressar as coisas com Manuela, preferia ter calma, sabia que a outra era bem arredia quando pressionada.
Não demorou muito para chegarem ao local, Manuela parecia estar desconfortável com a situação, não sabia exatamente o que fazer. – Obrigada.
Sara a encarou por alguns segundos, a noite havia sido perfeita, percebeu que a ruiva realmente tinha se divertido, deixando as armaduras de lado um pouco, mas agora parecia ter voltado à realidade, se fechando outra vez, não a deixaria ir embora assim, resolveu arriscar, tirou o cinto de segurança, passou a mão agilmente pelos cabelos da ruiva alcançando sua nuca, puxando-a instintivamente ao seu encontro, pegando Manuela de surpresa que sem reação acabou se deixando levar, fechou os olhos e sentiu aqueles lábios macios da morena roçando nos seus delicadamente, como se estivessem pedindo permissão para o beijo, não resistiu, capturou aqueles lábios com desejo se permitindo sentir outra vez a boca doce de uma mulher. Sara se animou ainda mais com aquelas investidas da ruiva, foi passando a mão pela sua cintura, apertando de leve, sentindo o corpo da outra responder ao seu toque, o beijo se tornou mais urgente deixando as duas sem fôlego ao se afastarem por alguns segundos.
Foram entrando na casa se agarrando pelo corredor, Manuela empurrou a morena contra a parede, colando em seguida seu corpo no dela, pressionando sua coxa por entre as pernas da morena fazendo a mesma ir à loucura, deixando escapar alguns gemidos entre os beijos ardentes. Manuela não resistiu, subiu um pouco seu vestido, subindo com a mão pela sua coxa até tocá-la por cima da calcinha, sentiu o quanto ela estava excitada, enfiou a mão por dentro da peça a tocando profundamente, sentiu seu ombro arder e quando reparou viu que a morena estava lhe dando uma bela mordida, aquilo com certeza deixaria marcas, puxou seu cabelo instintivamente, fazendo aquele belo par de esmeraldas a encararem por alguns instantes, tinha um sorriso safado naquela boca perfeita, voltou a beijar a morena com volúpia.
Não demorou muito para finalmente chegarem ao quarto, Sara empurrou a ruiva em direção à cama que já ia protestar, mas ficou paralisada ao ver a morena começar a se despir delicadamente, peça por peça, com uma sensualidade que a deixou sem fôlego, ela era muito linda, viu ela se aproximando, se livrou rapidamente das suas roupas, puxando a morena para junto ao seu corpo. Sara passou a explorar o corpo da ruiva, lambia delicadamente cada um daqueles seios perfeitos, sugava com vontade enquanto via a ruiva se contorcer de desejo com suas carícias, foi descendo com a mão pelo seu corpo até chegar ao seu sex* a essa altura bastante molhado, a tocou sem pudor vendo a ruiva gem*r deliciosamente, não resistiu, foi descendo distribuindo beijos e mordidas por onde passava, Manuela se agarrava ao lençol a cada carícia recebida pela morena, sentia seu sex* pulsando de tanto desejo e quando sentiu aquela boca explorando seu íntimo quase enlouqueceu. Sara estava inebriada, a ruiva era simplesmente deliciosa, sentiu um puxão em seu cabelo, olhou para a ruiva, seu olhar transbordava desejo. – Também quero sentir você – sua voz saiu falhada e rouca, provocando arrepios pelo corpo todo da morena. Sara parou por alguns instantes, foi engatinhando em direção à ruiva, roubou-lhe mais um beijo, e agilmente virou-se ficando de quatro por cima, presenteando a ruiva com uma visão deslumbrante. Sara jogou sensualmente seus cabelos para trás, piscou para a ruiva e voltou a devorar aquele sex* que tanto ansiava, logo sentiu a língua ávida da ruiva explorando seu íntimo também, não resistiu e deu uma bela mordida na coxa da ruiva. Manuela sentiu um misto de dor e prazer o que a deixou ainda mais excitada, penetrou sem rodeios a morena que lhe devolveu um gemido delicioso, continuou com as investidas enquanto a morena a ch*pava com vontade, não iria suportar por muito tempo estava quase goz*ndo, logo sentiu dedos ágeis a invadindo, sentia seu corpo todo vibrando, ambas intensificaram os movimentos, seus gemidos se confundiam ecoando pelo quarto, atingiram um orgasmo maravilhoso juntas.
Estavam ofegantes, Sara deixou seu corpo repousar sob o da ruiva, se encaravam em silêncio, então a morena a puxou para mais um beijo envolvente.
******
Era o último dia na capital, no dia seguinte teriam que viajar para Margaret River onde seria a última etapa na Austrália, Mat reservou a cobertura de um luxuoso hotel para ficarem, e nesses três dias que estavam lá era uma festa atrás da outra, cheia de mulheres e bebidas, infelizmente Luísa não estava muito no clima de festa, estava na sacada com uma taça de champanhe na mão, não costumava beber, porém esses últimos dias estavam sendo péssimos, não conseguiu encontrar Carol e agora já não tinha tanta certeza se iria encontra-la novamente, olhou para a taça em sua mão e virou em única vez.
Courtney estava entediada, havia aceitado o convite de Mat, achou que os dois iriam ter mais uma noite divertida juntos, porém aquela festa estava um tédio, praticamente só tinha mulheres e alguns garotos que não chamaram sua atenção, pegou uma taça de vinho e estava disposta a ir embora, porém parou ao ver a sacada, ficou curiosa em ver a vista de lá. Ao se aproximar percebeu a presença de outra pessoa ali, ela estava tão perdida em seus pensamentos que nem percebeu sua presença. – Entediada também? – sorriu.
Luísa se virou para encarar a morena, ficou com a sensação de que a conhecia de algum lugar. – Acho que não estou muito no clima de festa – sorriu – e você? Qual a sua desculpa?
- Achei que teria uma noite divertida com o Mat, mas não tenho paciência para concorrência – suspirou irritada.
Luísa achou engraçado e passou a reparar um pouco mais na morena, usava um vestido colado bem curto, um decote provocante, realmente era muito linda pensou. – Acredite, você não tem concorrência – sorriu – o Mat que não bate muito bem da cabeça.
Courtney sentiu seu ego inflar com aquele elogio, percebeu os olhares da loira em seu corpo e começou a achar aquela festa interessante outra vez. As duas passaram a conversar animadamente ao embalo de muita bebida, porém ao contrário de Courtney, a loira não estava nem um pouco acostumada com tanto álcool, mas a sensação de liberdade que a bebida lhe trazia era o convite perfeito para continuar, naquele momento não queria pensar em mais nada, seu único interesse era a bela morena com quem conversava com entusiasmo. – Quer ir pro meu quarto? – Luísa se aproximou ainda mais, estava um pouco zonza, então se encostou bem próxima à morena enquanto a encarava, podia sentir o hálito de vinho que exalava da sua boca.
- Para fazer o que? – Courtney resolveu entrar no jogo da loira, pelo menos por enquanto, estava curiosa para saber onde iriam chegar.
Luísa encostou levemente em seu rosto enquanto sussurrava em seu ouvido – Vamos lá e você descobre – sua voz acabou saindo mais rouca que o natural combinado com aquele breve contato, fez a morena se arrepiar toda.
Assim que entraram no quarto, Luísa não perdeu tempo, puxou Courtney pelo braço trazendo seu corpo para junto do seu, enroscou os dedos em seus cabelos enquanto avançava em seus lábios pegando a morena de surpresa, que inicialmente pensou em se afastar, mas a outra a pegou de jeito prendendo seu corpo contra a parede acabou enfim cedendo aos beijos da loira. Não sentindo mais resistência por parte da morena, Luísa foi guiando as duas em direção à cama em meio a beijos e carícias ousadas, fez a morena deitar, ficando então por cima, mordia seu pescoço enquanto esfregava seu corpo no dela. – Tira esse vestido, quero te ver – Luísa sussurrou sensualmente deixando Courtney ainda mais excitada. Ficou de joelhos na cama, observando enquanto a morena se sentava abrindo o fecho atrás tirando a parte de cima do vestido deixando os seios à mostra. – Você é muito linda – avançou rapidamente em direção à morena capturando um dos seios descobertos, enquanto puxava o restante do vestido se livrando finalmente da peça. Courtney estava entregue, viu enquanto a loira descia lentamente, distribuindo beijos em seu corpo, parando na última peça que vestia, respirou fundo quando viu a loira tirando sua calcinha lentamente com a boca, ela sabia como provocar, ficou admirada ao ver a loira se despindo com uma agilidade e ao mesmo tempo tão sensual, nunca imaginou que iria sentir tanto tesão ao ver uma garota nua. Luísa não perdeu tempo, se encaixou rapidamente por entre as pernas da morena que sentiu como se fosse uma explosão em seu corpo ao sentir a língua da loira invadindo seu sex*, sentia as mãos da loira segurando firme em suas coxas enquanto aprofundava ainda mais aquele movimento delicioso m seu íntimo, gemia sem controle algum. Luísa sugava delicadamente seu clit*ris enquanto a invadia lentamente com os dedos em um ritmo cadenciado fazendo a morena perder o controle de vez, toda vez que sentia que ela iria goz*r diminuía o ritmo e as carícias, prologando ainda mais aquele momento. Courtney fechou os olhos, aquela tortura estava deliciosa, seu corpo experimentava sensações que jamais havia imaginado, sentiu a loira escalando seu corpo, mas sem deixar de penetrá-la, agora já em um ritmo bem mais acelerado, seu corpo respondia desesperado. Encarava aqueles olhos fascinantes que estampavam puro desejo, sentia o corpo dela roçando contra o seu, não resistiu e sentiu o corpo todo tremer em espasmos espalhados em um orgasmo tão intenso que acabou fechando os olhos por alguns segundos. Logo sentiu as carícias da loira em seu corpo novamente, abriu os olhos e a mesma a encarava com um sorriso safado no rosto, acabou rindo. – Calma – ainda estava um pouco ofegante – preciso de um tempo – sorriu.
- Temos a noite toda – sorriu, passando a língua por entre os lábios da morena, dando início a um beijo exigente.
******
Luísa abriu os olhos e sentiu que sua cabeça iria explodir, tentou se mexer, mas foi pior, a dor ficou ainda mais insuportável. Sentiu alguém envolvendo seu corpo, se virou com muita dificuldade e viu a bela morena dormindo ao seu lado, aos poucos foi se lembrando do que havia acontecido, com muito cuidado foi se levantando da cama, o quarto estava uma bagunça, roupa espalhada por todo lado, vestiu um roupão e foi saindo do quarto, encontrou Mat na sala fazendo seus exercícios matinais. – Bom dia gata.
- Ai, fala mais baixo.
- Alguém acordou de ressaca hoje – sorriu.
Olhou para o amigo, ele parecia estar ótimo, nem parece que estava na farra no dia anterior. – Como consegue ficar bem assim? Parece que alguém estourou meus miolos – finalmente conseguiu um lugar para sentar, fazia pressão com os dedos na cabeça tentando aliviar um pouco a dor.
- Muitos anos de prática, vem cá vou te ajudar.
Voltou com um copo de água e duas aspirinas. – Isso vai melhorar a dor de cabeça.
Courtney acordou, olhou ao redor e não viu a loira, será que tinha bebido tanto assim para ficar imaginando coisas, mas viu sua roupa toda espalhada pelo quarto e rapidamente vestiu-se, ao sair do quarto se deparou com Mat e Luísa conversando, pela primeira vez ficou um pouco constrangida com a situação. – Bom dia – saiu um pouco mais tímido do que gostaria.
Mat olhou para Courtney, depois encarou Luísa, e começou a rir sozinho. – Bom dia gata.
- Bom, acho que vou indo então, até mais. – não sabia o que dizer, afinal já havia dormido com os dois, iria ficar ali para o café agora, seria no mínimo estranho.
- Calma, senta aqui com a gente, come algo primeiro.
Courtney acabou cedendo, se aproximou dos dois sentando-se ao lado de Luísa que continuava de cabeça baixa parecendo alheia a tudo em volta. – Está tudo bem?
Luísa encarou a morena por alguns instantes, e forçou um sorriso. – Está sim, apenas estou morrendo de dor de cabeça.
- Ela é fraquinha para bebida, não está acostumada a beber tanto – completou o amigo se divertindo com aquela situação.
- Me da sua mão. – Luísa encarou a morena por alguns segundos sem entender, então Courtney pegou sua mão e apertou fortemente por alguns segundos um ponto entre os dedos, causando um alívio imediato na dor.
- Uau, caramba, como fez isso? – Luísa encarava-a admirada.
- Acupuntura – sorriu.
- Isso é muito bom, obrigada.
- Bem que você podia vir com a gente.
As duas mulheres olharam para ele surpresas. – Como assim? – indagou Courtney.
- Sempre estamos nos machucando ou com dores, nossos treinos são muito puxados, alguém com seus talentos – Mat piscou para ela – seria muito útil. – sorriu.
- Estão querendo me contratar?
- Sim, o que acha?
- Acho que seria loucura deixar meu trabalho assim.
- Loucura seria deixar de viajar por esses lugares lindos que vamos competir, vai conhecer praias maravilhosas, e ainda estar na companhia de ótimas pessoas – sorriu apontado para si mesmo e para Luísa que agora estava rindo, pensando o quanto seu amigo era maluco.
Courtney pensou por alguns segundos, olhou para os dois, e chegou à conclusão que estava perdida, pois aquilo não iria prestar nem um pouco, sorriu. – Eu aceito.
Luísa ficou um pouco surpresa, não imaginou que a morena fosse aceitar essa proposta maluca do amigo, mas acabou ficando na sua.
- Ótimo, então faça as suas malas que partimos hoje à tarde – sorriu.
******
Courtney não podia reclamar, estava sendo maravilhoso ficar na companhia dos dois, acabou adquirindo um carinho especial por ambos, mas nem tudo era farra, procurava fazer um bom trabalho com os dois contribuindo ainda mais com o alto desempenho que eles vinham demonstrando durante a competição. Claro que acabava um dia se rendendo aos encantos de Mat, no outro acabava nos braços de Luísa, e essa relação meio doida estava indo muito bem, por que ali naquele meio, nenhum dos três queria se envolver, então devia ser por isso que se davam tão bem concluiu.
- Oi sua chata, quero te ver, estou com saudades.
Carol atendeu a ligação da amiga, mal se falavam nos últimos dias devido a correria, estava em um emprego novo, trabalhando em um grande hospital.
- Também estou com saudades, mas você sabe que está corrido aqui, emprego novo, sabe como é.
- Eu sei, também tenho novidades, logo vou ir te ver.
- Como assim?
- Estou trabalhando com uns surfistas que conheci naquele evento que a gente participou, sabe?
Só de lembrar Carol sentiu um arrepio percorrendo seu corpo, claro que se lembrava, ainda não havia conseguido tirar Luísa dos seus pensamentos infelizmente. - Sei.
- Então, a próxima etapa vai ser ai no rio, então vai dar pra gente se ver.
Se a próxima etapa seria no rio, significava que Luísa estaria lá, e tudo o que não queria era vê-la novamente, iria evitar ao máximo que isso acontecesse, ainda mais agora que as coisas estavam começando a se ajeitar novamente, tinha conhecido alguém especial, que a estava ajudando muito nesse novo recomeço e que merecia sua atenção, suspirou pensativa. – Tenho que ir Courtney, depois a gente se fala, se cuida e juízo sua doida – sorriu.
- Juízo é o que eu mais tenho – gargalhou – mas pode deixar se cuida também, beijos.
******
Manuela acordou, olhou para o relógio, sentiu certo alívio, estava no seu dia de folga, olhou para o lado e não viu nenhum sinal de Sara, se trocou rapidamente indo para a sala, haviam passado a noite juntas outra vez, estavam começando a se entender, gostava dela, fazia esquecer-se um pouco das mágoas guardadas no coração, queria ir com calma, não queria iludi-la foi clara com ela abrindo o jogo que ainda estava se recuperando de uma decepção amorosa e que seu coração ainda não havia se curado totalmente, mas a morena parecia disposta a ter paciência e tentar. Viu que Sara estava sentada no sofá da sala, a TV ligada, quase congelou quando viu aquelas imagens, era uma reportagem sobre o campeonato mundial de surfe que estava acontecendo na Austrália, e trazia como destaque Luísa e outro rapaz loiro muito bonito, no título da matéria dizia “Casal de ouro” já que ambos haviam vencido as três etapas na Austrália e muitos especulavam que havia certo romance ali já que não se desgrudavam, sentiu seu sangue ferver na mesma hora. – Desliga essa porcaria.
Sara que até então não havia percebido a presença da ruiva, se assustou com a reação da mesma. – Bom dia pra você também.
- Tira desse canal Sara.
- Por quê?
- Que saco! Vou trabalhar depois a gente se fala, tchau. – saiu tão rápido da sala que Sara mal teve tempo para argumentar algo, mas você está de folgo hoje, pensou a morena.
******
Luísa estava recebendo uma massagem maravilhosa de Courtney, estava deitada de bruços enquanto a morena estava sentada em seu quadril, pressionando um ponto que estava dolorido em seu ombro. – Você é muito boa, sabia?
Courtney riu – Sim eu sei.
Luísa se virou rapidamente a pegando de surpresa, invertendo as posições na cama, conhecia aquele olhar da loira, sabia onde iriam chegar, sorriu. Estavam se beijando com certa empolgação, Luísa já passava a mão pelo corpo da morena, porém ouviu seu celular tocando. – Não vai atender – indagou a morena entre os beijos envolventes da loira.
– Tenho algo mais interessante em mente agora – sorriu para a morena.
– Pode ser importante, vai atende, não vou a lugar algum – piscou para a loira.
- Não vai mesmo – roubou mais um beijo da morena e levantou-se rapidamente pegando o aparelho que estava em cima da mesa, sorriu ao ver quem era. – Oi maninho lindo.
- Oi Lu, saudades.
- Também estou, mas amanhã já estou voltando, vai me pegar no aeroporto?
- Claro, estarei lá quando você chegar, e vou levar alguém especial para você conhecer – sorriu com esse pensamento, estava completamente apaixonado, a moça com quem esbarrou outro dia no aeroporto havia definitivamente roubado seu coração, e para sua alegria nesses últimos dias estavam se entendendo finalmente.
- Meu maninho está apaixonado, que lindo – falou em tom de deboche rindo do irmão.
- Estou mesmo, ela é maravilhosa, você vai amá-la tenho certeza.
- Claro que vou, se ela te faz feliz então já virei fã dessa garota.
- Agora tenho que ir, tem uma consulta daqui a pouco, mas estou ansioso pra te ver.
- Também estou Rô, amanhã quero aquele abraço apertado.
- Vou te sufocar de tão apertado que vai ser – sorriu.
- Se cuida maninho, te amo, beijos.
- Também te amo linda, beijos.
Voltou a encarar Courtney que agora estava completamente nua na cama, seu corpo reagiu no mesmo instante essa mulher é maravilhosa pensou, não perdeu tempo e se jogou nos braços da morena.
******
Luísa estava ansiosa, não conseguiu dormir direito, ficava tendo aqueles sonhos esquisitos com aquela mulher, estava inquieta, passou praticamente a viagem toda acordada, logo estariam pousando no aeroporto do rio, olhou pela janela e pode ver as praias maravilhosas que tanto estava com saudades, enfim estava em casa outra vez, acordou Courtney que adormecia ao seu lado, havia criado um carinho especial por ela, gostava do seu bom humor e alto astral, a fazia esquecer-se um pouco dos seus problemas, e o melhor é que sabia que a morena não era de se envolver, então não teria problema, pois sabia que ambas curtiam a companhia uma da outra e não passava disso, pelo menos para ela isso estava bem claro. Courtney olhava admirada, a cidade toda era tão linda, não via a hora de poder conhecer todos os pontos turísticos que a loira falou e jurou leva-la para conhecer, segurou na mão da loira com carinho, nesses últimos dias passou praticamente todos com Luísa, parou de ficar com Mat que acabou se tornando mais um amigo e confidente, e ultimamente curtia apenas a companhia da loira. Sentiu um friozinho na barriga quando o avião finalmente pousou, não era muito fã em viajar de avião, havia tentando ligar para a amiga, queria encontra-la, mas não conseguiu, depois iria dar um jeito de encontra-la, nem que fosse atrás daquela cabeça dura no hospital, sorriu com esse pensamento, amava a amiga como se fosse sua irmã mais nova.
Assim que desembarcaram o trio conversava animadamente, Mat falava animado de uma aeromoça que havia conhecido na viagem, e as duas riam com as besteiras que ele falava quando dizia que estava apaixonado, por que era o que sempre dizia quando conhecia uma mulher nova. Logo Luísa avistou o irmão e acenou animada para ele. – Hum... você não tinha dito que seu irmão era tão gato.
- Tira o olho que ele tem namorada – Courtney riu, imaginou que Luísa podia estar com ciúmes, e para sua surpresa acabou gostando dessa ideia.
Luísa largou suas coisas no meio do caminho e saiu correndo em direção ao irmão, pulou em seu colo, pendurando-se em seu pescoço fazendo os dois quase perderem o equilíbrio e irem ao chão. – Isso tudo é saudades? – sorriu para a irmã que o enchia de beijos.
- Quero que conheça alguém – Luísa se desvencilhou do abraço e ao reparar na moça que estava ao lado do seu irmão, ficou sem totalmente sem rumo, percebeu que a mesma a encarava com o mesmo tom incrédulo.
- Carol, essa é a Luísa, minha irmã – fez uma pausa – Lu, essa é a mulher de quem te falei, ela não é linda?
Fim do capítulo
Meninas lindas, desculpe a demora em postar, esses dias foram bem corridos, mas tentei compensar um pouco escrevendo um capítulo mais longo.
Comentem, me digam o que estão achando..
Bjss!!
Comentar este capítulo:
Mille
Em: 20/03/2017
Agora o mundo da Luisa caiu com essa descoberta que a Carol é namorada do irmão.
Carol se realmente amar o Rodrigo não irá se abalar mais acho que a loira tem um espaço grande no coração dela.
Sara foi insistente mais espero que a ruiva tire logo a Luísa do pensamento e ser feliz com a Sara.
Bjus e até o próximo
Resposta do autor:
Sim, vai ser complicado ela lidar com isso tudo.. Não vai ser fácil para a Carol também, é difícil quando a razão te manda fazer uma coisa e o coração pede totalmente o oposto..
A Manu estava precisando de alguém como a Sara para dar uma levantada no astral, a química entre as duas é ótima, mas infelizmente nem sempre controlamos nossos sentimentos...
Obg pelo comentário, até o próximo , bjss!!
JeeOli
Em: 19/03/2017
Nao sei o que vai acontecer mas entre Manu e Carol gosto mais da ruiva, mas ja nao quero ela com a Luisa e essa pelo visto ainda vai sofrer um muito com o namoro do irmao com a garota que ela gosta
Resposta do autor:
Confesso que a Manu é uma das minhas personagens favorita, muita coisa ainda vai acontecer nesse rolo todo, mas fato a Luísa vai ficar totalmente sem rumo com esse envolvimento do irmão com a mulher que ela ama..
Obg por estar sempre comentando, fico muito feliz.. bjss!!
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