Capítulo 6
6.
Quando acordei do choque, levantei-me num sobressalto, sentindo o peso da confusão ainda latejando na minha cabeça. Passei as mãos pelo rosto, como se o simples ato de esfregar os olhos pudesse dissipar o turbilhão de pensamentos que me assolava. Comecei a andar de um lado para o outro, o desespero crescendo dentro de mim como uma tempestade à beira de eclodir. As palavras de Phil ecoavam na minha mente como um mantra impossível de ignorar: "Será que é possível? Será que podemos esquecer alguém se nos envolvermos com outra pessoa?"
No dia seguinte, permaneci enclausurado no meu quarto. A ideia de sair, de encarar o mundo, parecia-me avassaladora. Escolhi um livro qualquer da estante, algo para ocupar a mente, mas as palavras embaralhavam-se diante dos meus olhos. Não consegui avançar mais do que algumas páginas.
Foi então que o celular vibrou sobre a mesa de cabeceira. Um som pequeno, quase insignificante, mas que naquele momento me pareceu um trovão rasgando o silêncio do quarto. Olhei para o ecrã e, ao ver uma nova notificação, um pensamento atravessou-me: Phil não perdeu tempo, enquanto lia a mensagem. As palavras eram diretas, sem rodeios. Ashley queria encontrar-se comigo.
Aceitei.
O sábado chegou depressa, e, apesar da estranha inquietação no peito, forcei-me a sair de casa. O céu estava coberto por uma névoa fina, e o ar frio parecia cravar-se na minha pele enquanto caminhava.
Durante o trajeto até ao centro da cidade, os meus pensamentos dividiam-se entre a antecipação e uma sensação incómoda de que talvez não estivesse pronta para aquilo.
Quando cheguei ao Starbucks onde combináramos, avistei Ashley assim que entrei. Estava sentada junto à janela, segurando um copo de café entre as mãos, os dedos tamborilando distraidamente na superfície do copo. Quando me viu, o seu rosto iluminou-se num sorriso caloroso.
— Fico feliz por teres vindo — disse, levantando-se e abraçando-me com naturalidade.
Por um instante, hesitei antes de corresponder ao abraço. O contacto humano, o calor da sua pele contra a minha, fizeram-me perceber o quanto eu tinha estado presa aos meus próprios pensamentos nos últimos dias.
Sentei-me à sua frente, sentindo o cheiro doce do café misturado com o perfume suave que ela usava. Os seus olhos estavam cheios de expectativa, mas também de algo mais: paciência.
— Estás bem? — perguntou, inclinando-se ligeiramente para mim.
Respirei fundo antes de responder.
— Acho que sim.
– Tive de faltar ao treino de karaté, por isso espero que valha a pena. – Brinquei, fingindo um ar sério.
Ashley arqueou uma sobrancelha e abriu um sorriso malicioso.
– Vou fazer com que valha. – Sussurrou, piscando-me o olho.
Senti um calor súbito subir-me ao rosto. Baixei a cabeça, disfarçando, enquanto mexia distraidamente no guardanapo.
– Ficas fofa quando coras, sabias? – disparou, inclinando-se ligeiramente na mesa.
Revirei os olhos, cruzando os braços.
– Sabias que no karaté também aprendemos a derrubar pessoas que nos embaraçam?
Ashley riu, levantando as mãos em rendição.
– Ok, ok! Vou parar… depois de mais um comentário.
– Nem tentes! – apontei o dedo para ela, semicerrando os olhos.
Ela riu ainda mais, pegando no menu.
– Está bem, está bem, vamos pedir antes que resolvas testar esses golpes em público.
Suspirei dramaticamente, pegando o menu também.
– Boa ideia. Mas se o café não for bom, vou praticar um golpe especial.
– Agora fiquei com medo. – Murmurou ela, rindo.
Para meu espanto, o tempo parecia ganhar asas sempre que estava com Ashley. Havia algo nela que me fazia esquecer do mundo lá fora — talvez fosse a leveza com que encarava a vida ou a paixão com que falava dos seus sonhos. Era determinada, destemida, e isso transparecia em cada gesto, em cada sorriso confiante.
Com ela, eu não sentia a necessidade de reviver o passado ou de encontrar respostas para perguntas sem solução. Ashley não exigia promessas, nem fazia perguntas difíceis — simplesmente estava ali, presente, sem pressa, sem pressões.
Mas, no fundo, eu sabia que a pressa vinha de mim. Desde que Claire tinha apagado as fotos, um vazio estranho se instalara dentro de mim, um sentimento de urgência que eu não sabia explicar. Era como se, ao apagar aqueles momentos, ela estivesse a reescrever a nossa história, a apagar-me junto com eles.
Talvez por isso, aproveitei o encanto que Ashley me despertava. Deixei-me levar pela sua energia, pelo seu jeito fácil de rir, pela forma como tornava os dias mais leves. E então, sem perceber bem quando ou como, continuei a sair com ela — não apenas para esquecer Claire, mas porque, pela primeira vez em muito tempo, queria mesmo estar ali.
Naquela noite de sábado, acompanhei Ashley ao aniversário de Hannah. A festa estava animada, mas em certo momento senti necessidade de respirar e escapei para a varanda. O ar fresco da noite ajudava a organizar os meus pensamentos, até que senti um par de braços envolver-me por trás, fazendo-me sobressaltar.
Antes que pudesse reagir, Ashley inclinou-se e sussurrou ao meu ouvido:
— Bia, eu quero beijar-te.
O arrepio que percorreu a minha pele denunciou-me, e eu odiava como o meu corpo parecia entender coisas que a minha mente se recusava a aceitar.
— E não digas que não — continuou, a voz baixa e segura. — Eu sei que tu também queres.
Fechei os olhos por um instante antes de me virar para ela.
— Ash, nós já falámos sobre isto… Eu não me quero envolver com ninguém. — A minha voz saiu mais suave do que eu pretendia. — Tu estás bêbada? — questionei, tentando perceber se aquilo era um impulso passageiro ou algo mais.
Ashley sorriu de leve, mas havia algo no seu olhar que me fez prender a respiração.
— Por favor, Bia.
O som da festa ao fundo parecia distante, como se tivéssemos entrado numa bolha onde apenas existíamos nós duas.
— Eu irei embora em menos de seis meses… — soltei, num murmúrio quase inaudível.
Ela inclinou ligeiramente a cabeça, os olhos fixos nos meus.
— E então? Isso significa que não podemos aproveitar enquanto ainda estamos aqui?
Os seus olhos tristes encontraram os meus, e por um momento, todo o barulho da festa pareceu desaparecer.
— Sinto-me atraída por ti, Bia…
Engoli em seco, sem saber o que responder. A proximidade entre nós era sufocante, mas de um jeito que fazia o meu coração bater mais rápido.
— Diz-me que não sentes vontade de me beijar... — a sua voz soou quase como um desafio, enquanto os seus dedos roçavam suavemente os meus lábios.
O simples toque fez um arrepio percorrer a minha espinha.
— Afasta-me, se não quiseres. — Segredou, aproximando-se lentamente, os olhos presos aos meus.
Mas eu não me afastei.
Antes que pudesse reagir, os seus lábios tocaram os meus num beijo gentil, hesitante, como se esperasse pela minha resposta.
O meu coração pulou no peito. E foi aí que me afastei ligeiramente, tentando recuperar o fôlego.
— Ash… eu não quero magoar-te. — Murmurei, sem coragem de a encarar por muito tempo.
Ela sorriu de leve, mas a determinação brilhava no seu olhar.
— Não vais. — Sussurrou, puxando-me pela cintura com um toque firme.
Desta vez, o beijo foi mais intenso, mais ousado. O calor da sua boca misturou-se ao meu, e quando a sua língua encontrou a minha num movimento lento e provocador, qualquer resistência que eu ainda tinha se desfez.
A minha mente gritava que aquilo era um erro, mas o meu corpo… o meu corpo dizia outra coisa.
Depois daquele beijo, Ashley e eu mantivemos uma amizade colorida, algo que, confesso, era ao mesmo tempo confortável e confuso. A partir daquele momento, as nossas tardes de domingo tornaram-se quase um ritual. Passeávamos pela cidade, íamos ao cinema ou almoçávamos juntas, sempre num clima descontraído, mas com uma tensão subtil que nunca desaparecia por completo. Como aos sábados tinha os meus treinos de karaté, que nunca faltava, tentava compensar comparecendo a todos os seus espetáculos. Phil, sempre solícito, fazia questão de me levar, como se soubesse que eu precisava daquele apoio, mesmo que nunca o dissesse em voz alta.
No dia em que fiz 18 anos, Phil decidiu organizar um jantar de aniversário para mim. A festa estava marcada para as 20h, mas, às 19h, eu ainda nem tinha tomado banho. Estava no meu quarto, a tentar decidir o que vestir, quando ouvi alguém bater à porta.
- Entra! – disse, distraidamente.
A porta abriu-se e Ashley apareceu, com um sorriso largo no rosto e um embrulho nas mãos.
- Parabéns, gata! – exclamou, abraçando-me com um entusiasmo que quase me fez perder o equilíbrio. Sentiu o seu perfume suave, algo doce e floral, e por um momento, deixei-me levar pelo calor do seu abraço.
- Obrigada – respondi, sorrindo, enquanto ela me beijava a face.
Ashley afastou-se um pouco, mas manteve as mãos nos meus ombros, olhando-me com uma expressão que eu não conseguia decifrar.
- Falaste com o Phil? – perguntei, tentando disfarçar o meu nervosismo.
- Sim, ele disse que vai primeiro. Acho que tem de dar boleia a alguém... Por isso, vais comigo. – Fez uma pausa dramática e ergueu o embrulho que trazia. – Queres abrir o meu presente agora?
Franzi a testa, lembrando-me da conversa que tivéramos dias antes.
- Eu disse-te que não queria presentes – retorqui, cruzando os braços.
Ela riu, um som leve e melodioso, e aproximou-se mais um passo.
- Achas mesmo que ia perder a oportunidade de te dar algo no teu aniversário? Toma. – Estendeu-me o embrulho, e eu não consegui evitar um sorriso ao sentir o papel macio sob os meus dedos.
- Gravaste um CD para mim? – perguntei, enquanto rasgava o papel do embrulho com cuidado, tentando disfarçar a surpresa.
- Sim... – respondeu Ashley, com uma voz suave e tímida. – Pensei que podia servir como recordação.
Levantei os olhos para ela e notei uma expressão magoada no seu rosto, como se aquela frase tivesse um significado mais profundo do que eu conseguia perceber naquele momento.
- Gostei muito – disse, com sinceridade, enquanto segurava o CD nas mãos. A capa era simples, mas feita com cuidado, e senti um aperto no peito ao pensar no esforço que ela tinha dedicado àquele presente.
No entanto, a minha atenção rapidamente se voltou para o celular que estava pousado na cama. Verifiquei a minha rede social pela centésima vez, esperando ver uma mensagem de Claire. Nada. Ela ainda não me tinha enviado os parabéns, e aquela ausência deixava-me apreensiva, como se algo estivesse errado.
- Bia... – Ashley suspirou, quebrando o silêncio. Antes que eu pudesse reagir, esta puxou-me pela cintura, aproximando-se de mim. – Eu não aguento mais...
Olhei-a confusa, tentando perceber o que se passava. Antes que pudesse dizer algo, senti os seus lábios no meu pescoço, suaves, mas determinados. Um arrepio percorreu-me a espinha, e eu engoli em seco, tentando manter a compostura.
— Ash, estamos atrasadas – tentei dizer, mas a minha voz saiu fraca, quase um sussurro.
Ela ignorou as minhas palavras, apertando-me ainda mais contra o seu corpo.
— Quero sentir-te mais... – sussurrou, os lábios agora próximos do meu ouvido. A sua voz estava carregada de uma intensidade que me deixou sem fôlego.
— Eu... não estou preparada – consegui dizer, com dificuldade, enquanto tentava afastar-me.
Ashley suspirou, mas não desistiu. Em segundos, os seus lábios voltaram ao meu pescoço, e desta vez senti uma leve mordida no lóbulo da minha orelha. Um gemido escapou-me antes que eu conseguisse controlá-lo, e as minhas pernas fraquejaram. As suas mãos moveram-se para dentro do meu top, e eu senti o calor da sua pele contra a minha, perdendo rapidamente a noção do que era racional.
— V-vamos parar? – gaguejei, com a voz rouca e hesitante.
Ashley olhou-me nos olhos, e por um momento, parecia que ia recuar. Mas, em vez disso, desapertou o meu sutiã, ainda por dentro do top, e baixou-se lentamente, os seus lábios encontrando a minha pele. Perdi toda a coerência quando senti a sua língua a explorar o meu corpo, e as minhas mãos agarraram-se a ela, sem saber se queria afastá-la ou puxá-la ainda mais para perto.
E então um som agudo surgiu no ar como um aviso. Assustei-me, e num impulso, afastei-me de Ashley, empurrando-a.
— Phil... está tudo bem? – perguntei, ofegante, ao atender a chamada.
Do outro lado da linha, Phil ficou em silêncio por alguns segundos, como se estivesse a processar o tom da minha voz.
— Interrompi alguma coisa? – questionou, desconfiado.
— Não, nada. Saí a correr da casa de banho – menti, evitando olhar para Ashley, que agora estava de braços cruzados, com uma expressão que misturava frustração e mágoa.
— Bia, já devias estar a caminho. É má educação não estares aqui para receberes os convidados – declarou apreensivo.
— Desculpa, atrasei-me. Já vou sair de casa. Dá-me uns minutos – respondi, tentando controlar a minha respiração.
— Tudo bem. Não te distraias com a motorista – disse ele, com uma gargalhada que me fez revirar os olhos.
— Haha, que engraçadinho... Até já – respondi, secamente, antes de desligar.
Voltei a olhar para Ashley, que ainda estava de braços cruzados, com um olhar que me fazia sentir culpada, mesmo sem saber bem porquê.
— Estamos atrasadas – disse, com firmeza, tentando ignorar o turbilhão de emoções que ainda me dominava. – Vou tomar banho. Fica aqui e vê se te acalmas.
Sem esperar por uma resposta, saí do quarto e dirigi-me à casa de banho, sentindo o meu coração a bater descontroladamente e a minha mente a tentar processar o turbilhão de emoções que Ashley tinha despertado em mim. A água quente do chuveiro escorria pelo meu corpo, mas não conseguiu lavar a confusão que sentia. Cada gota parecia trazer de volta o toque dos seus lábios, o calor das suas mãos, e a intensidade daquele momento que eu não sabia se queria esquecer ou reviver.
Quando voltei ao quarto, já de banho tomado e vestida, encontrei Ashley sentada na cama, com algo nas mãos. Ela observava-o com uma atenção que me deixou desconfortável. Caminhei até à secretária e peguei na escova de cabelo, tentando ignorar a tensão no ar.
- Isto é fofo – disse ela, segurando uma foto de Claire. – Posso chamar-te de Bih?
- Não! – respondi, virando-me bruscamente na sua direção. A minha reação foi mais forte do que eu esperava, e Ashley assustou-se, os seus olhos arregalando-se por um instante.
- É por causa dela que te afastas? – perguntou, erguendo a foto como se fosse uma prova.
Suspirei profundamente, sentindo um nó apertar no meu estômago. Caminhei até ela e, com cuidado, tirei a foto e o fio de prata das suas mãos.
- Não vou falar sobre isso – disse, com uma firmeza que não sentia por dentro.
Ashley olhou-me fixamente, os seus olhos brilhavam com uma mistura de mágoa e frustração.
- Bia, acho que já percebeste o que sinto por ti... – sussurrou, a voz quase a quebrar. – Não quero que vás embora.
- Ashley, eu nunca te prometi nada – respondi, mantendo a voz firme, apesar do tremor que sentia nas mãos. – Fui clara contigo desde o início. Eu vou voltar. A minha intenção nunca foi ficar. Tenho coisas a resolver lá.
- Achas que ela vai receber-te de braços abertos? – perguntou, com um tom que misturava desafio e dor. – O Phil contou-me um pouco dessa história...
- O Phil fala demais – retorqui, perplexa, abanando a cabeça. – Claire está magoada, eu sei disso. Mas ela é a minha melhor amiga. Ela vai ouvir-me... Tudo o que quero agora é manter essa amizade.
- Amizade? – repetiu, com um riso amargo. – É mesmo só amizade?
- Sim, já a esqueci – menti, desviando o olhar para evitar que ela visse a verdade nos meus olhos.
Ashley levantou-se, aproximando-se de mim com passos lentos, como se cada movimento fosse uma acusação.
- Estás a tentar enganar quem? A mim ou a ti mesma? – perguntou, com uma voz carregada de mágoa. – Vais abandonar alguém que está apaixonada por ti, por uma pessoa que, ao que tudo indica, não sente o mesmo que tu? Vais passar a vida inteira na sombra dela?
As suas palavras atingiram-me como um golpe profundo, cortante, que me tirou o ar e fez com que um nó apertado se formasse na minha garganta. Senti as lágrimas a acumularem-se nos meus olhos, a pressionarem por trás das pálpebras, como se a dor que ela transmitia com cada palavra tivesse encontrado um eco dentro de mim. Era uma mistura de culpa, mágoa e uma tristeza que eu não sabia como nomear. Tentei engolir em seco, mas o aperto no peito não desaparecia, e a vontade de chorar tornava-se cada vez mais difícil de conter.
- Eu não sei o que o Phil te contou – respondi, com uma voz que mal reconheci como minha. – Mas a única coisa que quero agora é explicar-lhe o porquê de ter vindo para cá. Desculpa, Ashley, mas enquanto não resolver isto, não consigo entregar-me completamente a outra pessoa.
Ela ficou em silêncio por um momento, os seus olhos indagaram os meus, como se tentassem encontrar alguma falha na minha máscara de firmeza.
- Então é isso? – perguntou, finalmente, com uma voz quebrada. – Vais deixar-me aqui, a tentar esquecer-te, enquanto tu vais atrás de alguém que pode nunca te querer da mesma forma?
- Não é assim – tentei explicar, mas as palavras pareciam insuficientes. – Eu gosto de estar contigo, mas não consigo dar-te o que queres... Não agora. No futuro, não quero arrepender-me de nada. Não foste tu que disseste que o arrependimento é um dos piores sentimentos que uma pessoa pode ter? Então, eu não quero sentir isso.
Ashley olhou-me por um momento, as lágrimas escorrerem-lhe pelo rosto, e eu senti o coração a partir-se ao ver a dor que tinha causado.
- Espero que valha a pena – sussurrou, antes de se virar e sair do quarto, deixando-me sozinha com o peso das minhas escolhas e a certeza de que, de alguma forma, tinha magoado as duas pessoas que mais importavam para mim.
Durante o jantar de aniversário, não consegui resistir e voltei a verificar as minhas redes sociais, deslizando o dedo pela tela com uma mistura de esperança e ansiedade. Quando vi a notificação, o meu coração acelerou: era uma mensagem de Claire. Apenas duas palavras – "Feliz aniversário" –, mas foram o suficiente para me deixar radiante. Sorri sozinha, como se aquela simples frase tivesse o poder de apagar meses de silêncio entre nós.
Sem pensar duas vezes, respondi: "Precisamos de conversar."
O meu dedo pairou por um momento, hesitante, antes de carregar em "enviar". A mensagem foi entregue, e pouco depois, vi o ícone que indicava que ela a tinha visualizado. Mas os três pontinhos que mostravam que ela estava a escrever nunca apareceram. O silêncio que se seguiu foi como um balde de água fria. Fiquei ali, a olhar para a tela, com uma sensação de vazio no peito, enquanto a minha mente começava a divagar.
Ela tinha lido a mensagem. Porque não respondia? Estaria a pensar no que dizer? Ou será que não queria falar comigo? Cada segundo que passava sem resposta aumentava a minha ansiedade, alimentando as dúvidas que já habitavam a minha mente há meses.
Fechei os olhos por um momento, tentando acalmar os nervos. O reencontro com Claire estava cada vez mais próximo, e agora, mais do que nunca, sabia que precisávamos de falar. Mas a incerteza do que ela sentia, do que pensava, deixava-me inquieta. Será que ela ainda se importava? Será que ainda havia espaço para nós, para a nossa amizade, depois de tudo o que tinha acontecido?
Guardei o celular, tentando concentrar-me no jantar e nas pessoas à minha volta, porém a minha mente não parava de voltar para aquele "Feliz aniversário".
No avião sentia-me apreensiva, a minha vontade era correr ate casa de Claire porem eu sabia que teria de manter a calma.
Os meus pais esperavam-me no aeroporto, e assim que os vi, uma onda de alívio e saudade invadiu-me. Corri para os braços deles, abraçando-os com uma força que só a distância e o tempo conseguem explicar. O cheiro familiar do perfume da minha mãe e o abraço firme do meu pai trouxeram-me uma sensação de conforto que há muito não sentia. Depois de alguns minutos de conversa, em que tentaram saber de tudo e mais alguma coisa sobre a minha estadia, caminhámos juntos em direção ao parque de estacionamento.
- A tua mãe estava muito ansiosa pelo teu regresso – comentou o meu pai, enquanto abria a porta do Audi prateado para eu entrar.
- Eu também estava muito empolgada com a viagem – respondi, enquanto me sentava e puxava o cinto de segurança. – Tanto que nem dormi direito estes últimos dias.
O meu pai sorriu, fechando a porta do carro e entrando no lugar do condutor. Assim que ligou o motor, a minha mãe, sentada ao lado dele, virou-se para mim com um brilho nos olhos que eu conhecia bem.
- Logo teremos um jantar com alguns convidados – anunciou, com um tom que tentava parecer casual, mas que eu sabia esconder algo mais.
- Jantar? Que tipo de jantar? – perguntei, já desconfiada. – Mãe, eu estou cansada... – resmunguei, cruzando os braços.
Sabia bem como aquelas "ocasiões especiais" funcionavam. Quando a minha mãe se metia a organizar algo, um simples jantar transformava-se inevitavelmente numa festa com direito a convidados, decoração exagerada e aquela pressão para que tudo fosse perfeito.
- Para mais, tenho quase a certeza de que não tenho roupa adequada – acrescentei, tentando encontrar uma desculpa para evitar o inevitável.
Esta virou-se novamente para mim, com um sorriso que era ao mesmo tempo doce e determinado.
- Não te preocupes com a roupa, querida. Já renovei o teu guarda-roupa – disse, como se isso fosse resolver todos os meus problemas.
Olhei para ela, tentando não revirar os olhos – afinal, ainda precisava da minha mesada. O senso de moda da minha mãe era impecável... quando se tratava dela, claro. No que dizia respeito a mim, era uma arte abstrata. Cada peça que ela escolhia parecia saída diretamente do guarda-roupa de uma adolescente dos anos 90 que não tinha superado a fase grunge – ou pior, um episódio experimental de moda de reality show.
- Se eu não gostar de nada, não te admires se aparecer no jantar com uma das tuas roupas – brinquei, oferecendo um sorriso que oscilava perigosamente entre súplica e desafio.
Sabia que ela jamais permitiria tal afronta ao seu bom gosto, o que significava que talvez – só talvez – houvesse uma pequena esperança de resgatar meu direito de me vestir como alguém que vive no século atual.
Ela riu, mas eu sabia que, no fundo, aquela noite seria mais uma daquelas ocasiões em que me sentiria deslocada, vestida como uma versão de mim mesma que não reconhecia. Enquanto o carro avançava pela estrada, olhei pela janela, tentando preparar-me mentalmente para o que estava por vir. A única coisa que me consolava era a possibilidade de Claire estar lá. Mas, mesmo assim, a incerteza do que iria acontecer entre nós deixava-me inquieta.
Assim que cheguei em casa, comi qualquer coisa rapidamente e subi direto para o meu quarto. Peguei no celular, agora sem o número inglês, e decidi que ele permaneceria desligado por mais algum tempo. Olhei ao redor e percebi que nada havia mudado – tudo estava exatamente como eu havia deixado. Deitei-me na cama, deixando o cansaço tomar conta de mim, e antes que percebesse, um bocejo escapou-me. Num instante, o sono venceu-me.
Quando acordei, um sobressalto percorreu o meu corpo ao notar que tinha dormido a tarde toda. Levantei-me meio atordoada, os movimentos preguiçosos, e ao olhar para o relógio, a urgência despertou-me por completo. Sem perder mais tempo, corri para o duche, tentando afastar a sonolência que ainda pairava sobre mim.
Eram 18h30 quando, ainda com a toalha enrolada no cabelo, decidi dar uma olhada no meu guarda-vestidos. Assim que abri as portas, torci o nariz. Passei os dedos pelos tecidos, analisando cada peça com crescente desagrado. A minha mãe e a sua obsessão por vestidos coloridos.... Tenho 18 anos para tudo, menos para me vestir como uma adulta. Na cabeça dela, continuo presa nos 9. Fechei a porta bruscamente, soltando um suspiro frustrado.
Caminhei até à cômoda na esperança de encontrar algo que me salvasse daquele desastre fashion, mas, para minha surpresa, as gavetas estavam completamente vazias. Revirei os olhos, pressionando os lábios com irritação, voltando-me de seguida para a minha mala, minha última esperança. Abri o zíper, comecei a revirar o conteúdo até encontrar algo aceitável: uma camisa branca e uma calça jeans preta.
Vesti-me rapidamente, encarei o espelho e soltei um suspiro de resignação. Pelo menos, era um look seguro. Arrumei o cabelo com os dedos, passei uma maquiagem leve respirando fundo, preparando-me para encarar o que quer que aquela noite me reservasse.
Assim que cheguei ao topo das escadas, um calor inquietante tomou conta de mim. As mãos ficaram úmidas, e senti a gola da camisa apertar ao redor do meu pescoço, como se o próprio tecido conspirasse contra mim. Fechei os olhos por um instante, tentando reunir coragem antes de descer. Respira. Não é um grande evento. Só um jantar... ou pelo menos deveria ser.
O primeiro passo pareceu ressoar alto demais, ecoando dentro da minha cabeça. A cada degrau, o meu coração acelerava, batendo contra o peito como se quisesse fugir dali antes de mim. Eu não sabia se a encontraria, mas a mera possibilidade fazia o ar pesar nos pulmões, dificultando a respiração. O tempo parecia ter entrado em câmera lenta, transformando aquela descida em uma tortura silenciosa.
Só quando pisei no último degrau é que o burburinho da festa me atingiu com força, como um despertar brusco de um transe. Até então, estivera tão presa à ansiedade que nem sequer tinha percebido o barulho constante das conversas e das taças tilintando. O cheiro do buffet, o perfume carregado de estranhos, as risadas exageradas — tudo se misturava numa confusão irritante.
Varri a sala com o olhar, ignorando deliberadamente a decoração extravagante que minha mãe, sem dúvida, tinha idealizado como se fosse um evento de gala. Mas o que realmente importava era encontrar algo familiar, algo que justificasse todo aquele turbilhão dentro de mim. No entanto, os rostos eram desconhecidos, indiferentes, e a frustração cresceu como um nó na garganta.
E então, como se o universo decidisse me testar, senti o olhar dela antes mesmo de vê-la se aproximar.
— Filha! — A voz da minha mãe cortou meu devaneio como uma lâmina afiada.
Engoli em seco, reprimindo um gemido de frustração ao vê-la se aproximar.
— O que aconteceu com os vestidos que te comprei? — questionou minha mãe, lançando-me um olhar analítico enquanto enrugava o nariz, claramente desaprovando a minha escolha de roupa.
— Acho melhor não entrarmos nesse assunto... — murmurei, desviando o olhar. — Além disso, achei que isto seria um jantar, não um baile de gala.
— A equipa de catering está ali no canto — respondeu ela, com um sorriso afiado. — Sabes que o teu regresso é um excelente motivo para se organizar uma festa. Há muitas pessoas que eu gostaria que conhecesses.
Soltei um suspiro discreto, mas profundo.
— Mãe, eu não gosto de ser o centro das atenções, já devia saber disso...
— Filha, mesmo que não queiras, não tens como evitar. — Ela apertou levemente o meu braço e sorriu com um brilho orgulhoso nos olhos. — Tu és linda.
Senti o calor subir ao rosto, não tanto pelo elogio, mas porque, mais uma vez, era evidente que não tinha como escapar dali tão cedo.
Aproximamo-nos de um grupo de mulheres, e minha mãe, sempre impecável em suas apresentações, tratou de me introduzir formalmente. Cumprimentei-as educadamente, esforçando-me para parecer interessada, mas bastaram poucos minutos para que minha atenção começasse a escapar. O assunto que dominava a conversa era insuportavelmente monótono, daqueles que só se sustentam por pura etiqueta social.
Meus olhos começaram a vaguear pela sala, buscando uma distração, qualquer coisa que me livrasse daquela tortura. E, como se minha mãe tivesse um sexto sentido para piorar a situação, decidiu que aquele era o momento perfeito para iniciar seu papel de casamenteira. Uma a uma, foi apresentando-me a todos os rapazes solteiros que conhecia, cada um com um sorriso ensaiado e perguntas previsíveis.
Justamente quando eu já procurava uma desculpa para escapar, avistei Mari entrando na sala. Foi o meu momento de salvação. Sem hesitar, aproveitei a oportunidade e disparei em sua direção, abandonando um rapaz de óculos no meio de uma frase. Assim que cheguei ao lado dela, abracei-a, talvez com um entusiasmo um pouco exagerado, mas totalmente justificado pela minha necessidade de fuga.
— Mari, ainda bem que chegaste! — exclamei, forçando um entusiasmo exagerado apenas para despistar a minha mãe.
— Olá para ti também… — respondeu Mari, franzindo a testa, claramente desconfiada.
Aproveitei a oportunidade para analisá-la melhor. Ela estava diferente. Havia perdido peso e agora ostentava luzes no cabelo escuro, o que lhe dava um ar mais maduro.
— Como estás? Estás ótima! — comentei, genuinamente surpresa com a mudança.
— Estou bem… graças à Claire. — A animação em sua voz foi evidente, mas, no segundo seguinte, Mari pareceu se arrepender da própria confissão. Tentou disfarçar, mas já era tarde.
Claire. O nome ecoou na minha mente, e a curiosidade que eu vinha tentando conter cresceu instantaneamente.
— E tu? Como foi o voo? Correu tudo bem? — perguntou ela rapidamente, desviando a conversa.
— Sim, tranquilo. Só houve um pouco de turbulência, mas nada demais. — Respondi, tentando parecer despreocupada, mas a verdade era que agora só pensava em Claire.
Fingi um olhar casual pelo salão antes de perguntar:
— Mari… sabes se a Claire vem à festa?
Ela hesitou por um momento antes de me encarar com seriedade.
— Ela mandou-me mensagem há alguns minutos a dizer que estava a caminho. Até achei estranho ainda não ter chegado.
O coração deu um leve salto no peito.
— Sério? Ainda não a vi. — Murmurei, varrendo a sala com os olhos, sentindo a ansiedade se instalar.
Mari soltou um suspiro antes de me lançar um olhar cauteloso.
— Bia, acho melhor não falares com ela hoje.
Aquela frase soou como um aviso. E, pela expressão dela, eu sabia que havia um motivo real por trás daquela preocupação.
— Eu tenho de falar com ela. — Afirmei, determinada.
— Bia… — Mari começou, mas hesitou. Abriu a boca como se estivesse prestes a dizer algo importante, mas, por algum motivo, mudou de ideia e fechou-a novamente.
O gesto fez com que eu a olhasse com curiosidade, mas qualquer interesse no que ela poderia dizer desapareceu no instante em que avistei os pais de Claire entrando pela porta.
O ar pareceu ficar mais pesado. Um nervosismo latente se instalou dentro de mim enquanto meus olhos se fixavam na entrada, esperando — ou temendo — ver o rosto que eu tanto procurava.
Senti as minhas pernas tremerem, um calafrio percorrendo a minha espinha à medida que a inquietação tomava conta de mim. Os olhos vasculhavam além da silhueta dos pais de Claire, ansiosos, desesperados por encontrar o rosto que tanto aguardava. Mas nada.
O desânimo pesou no meu peito como uma pedra, e a esperança começou a esvair-se. Talvez ela realmente não venha… talvez eu tenha esperado por nada.
E então, no instante em que me convenci disso, lá estava ela.
Surgiu de repente, caminhando apressadamente pelo salão, parando ao lado da mãe com um gesto automático, quase distraído. O tempo pareceu congelar.
O ar abandonou os meus pulmões, e o coração bateu forte, tão forte que temi que todos à minha volta pudessem ouvi-lo. Foi como um choque elétrico direto no peito, uma onda de emoções atropelando-me sem piedade.
Dois anos. Dois anos de ausência, de silêncio, de dúvidas, de saudade. Mas ali, ao vê-la, era como se nada tivesse mudado. Como se não houvesse espaço ou tempo entre nós.
Por um momento, tudo à minha volta desapareceu. Só existia ela.
Sexy.
Foi o único pensamento que me atravessou a mente assim que a observei atentamente.
Claire tinha escolhido uma maquilhagem simples, mas o batom vermelho nos seus lábios carnudos era impossível de ignorar. Fazia um contraste perfeito com sua pele, realçando cada curva do seu sorriso. O cabelo castanho, longo e sedoso, estava jogado para o lado num penteado despretensioso, mas impecável, como se nem precisasse de esforço para ser naturalmente linda.
E então, havia o vestido. Branco, de linhas simples, sem exageros ou artifícios desnecessários, caindo-lhe pelo corpo com uma elegância quase cruel. Não precisava de brilhos, decotes ousados ou tecidos luxuosos—Claire sempre teve esse dom de roubar olhares sem ao menos tentar. A sensualidade dela não vinha do que vestia, mas da forma como existia dentro de qualquer peça.
Senti um calor subir pelo meu rosto. Sem me dar conta, um sorriso bobo já se formava nos meus lábios, como se o meu corpo estivesse um passo à frente da minha consciência, absorvendo a presença dela antes que eu pudesse sequer processar o que sentia.
Foi então que vi a minha mãe se aproximar do grupo, cumprimentando-os com a simpatia polida que lhe era característica. Trocaram algumas palavras formais e, depois de um breve momento, notei o olhar dela direcionando Claire na minha direção. O meu coração disparou.
Os nossos olhos se encontraram, e por um segundo, tudo ao meu redor pareceu desaparecer. Eu queria correr até ela. Queria abraçá-la, enterrar o rosto em seu pescoço, sentir o perfume familiar que eu tinha aprendido a associar ao conforto. Queria dizer tudo o que ficou preso dentro de mim por aqueles dois anos.
Mas então, vi a frieza no seu olhar. E foi como um balde de água gelada sobre o fogo que ameaçava consumir-me. As minhas mãos, antes trêmulas de ansiedade, agora estavam frias. As palavras que se acumulavam dentro de mim transformaram-se em um nó apertado na garganta. Ela estava ali. Mas não da forma que eu queria. E aquele olhar distante foi o suficiente para me fazer perceber que reencontrá-la não seria tão simples quanto eu havia sonhado.
Claire caminhou na minha direção com passos firmes, o rosto erguido, o semblante fechado. Cada detalhe da sua postura exalava frieza e distanciamento. Mas foi ao olhar nos seus olhos que senti um baque no peito—o brilho que eu tanto conhecia e amava já não estava mais ali.
O desconforto se instalou dentro de mim de imediato, espalhando-se como um arrepio lento pela minha pele.
— Beatriz. — Sua voz era educada, cortês, perfeitamente controlada. Mas não passava disso.
O som do meu próprio nome saindo dos seus lábios naquele tom distante foi como um balde de água fria. Era estranho. Formal. Uma barreira invisível, mas sólida, que ela parecia determinada a manter entre nós.
E então, mantendo a pose impecável, Claire aproximou-se para me cumprimentar. A respiração prendeu-se no meu peito quando senti seu rosto encostar no meu. Cruzei os braços com força contra o corpo, como se isso pudesse impedir que minhas mãos tomassem vida própria e a segurassem ali, junto de mim.
Foi rápido, mas para mim, durou uma eternidade.
O toque leve dos seus lábios na minha bochecha enviou uma descarga elétrica pela minha espinha, um arrepio traiçoeiro que me fez estremecer. De repente, tudo ao meu redor desapareceu. As vozes, as risadas, o burburinho da festa… tudo se dissipou como fumaça.
Só existia Claire.
A proximidade do seu corpo, o perfume que eu conhecia tão bem, o calor fugaz do seu toque—tudo me atingiu como um choque, um lembrete cruel do quanto eu senti a sua falta. Mas assim como veio, aquele momento acabou. Ela afastou-se com a mesma naturalidade ensaiada, deixando-me ali, congelada, tentando processar o que acabara de acontecer.
E, pela primeira vez desde que a reencontrei, tive certeza de que aquela Claire diante de mim… não era mais a mesma.
Fim do capítulo
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line7
Em: 25/03/2017
Viajando nas emoções junto a perssonagem Bhia^^ até coloquei uma música para o reencontro das duas..kkk..se é pra ser um bad tem q ser com uma música bem romântica.
Ooiee..parabéns pela envolvente escrita, eu lhe desejo SUCESSO, abraço de urso até linda:)
Resposta do autor:
Eu tive que invocar o poder da musica para escrever o capitulo seguinte, não sei quanto tempo passei a olhar para a tela do computador ouvindo sempre as mesmas musicas rsrs
Fico muito contente que estejas a gostar do desenvolvimento da historia.
Beijos **
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lay colombo
Em: 24/03/2017
Prevejo a Claire dando uma parada de partir o coração na Bia, mas eu entendo o lado dela, afinal ela foi abandonada pela pessoa q ela mais confiava e sem receber nenhuma explicação pra essa ação. Enfim no final não adiantou nada pq a Bia tá aínda mais gamada nela kkkkk, ah o coração, como ele adora fazer a gente de trouxa.
Resposta do autor:
É mesmo o coração por vezes só nos prega partidas
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asuna Em: 18/03/2025 Autora da história
Fico tão feliz que tenhas gostado do reencontro! A tensão entre elas era inevitável depois de tanto tempo separadas e de tudo o que ficou por dizer.