-- Lau, chamei a Estela para sair conosco, tudo bem para você – Elas almoçavam no restaurante do restaurante.

--Claro Val,não tem problema vou ligar para minha amiga segurar um dos camarotes para nos.

--Mas ela não quer ir para a que a Elis vai tocar, ela quer dá um tempo e está afundada no trabalho, quero ver se ela se distrai.

--Eu entendo, mas não sei não, encontrei com o Leo no mercado esses dias ele disse que nunca viu a Elis tão melancólica e triste, disse que a viu ate chorando sábado passado assim que chegou, fiquei impressionada.

--Sábado foi o dia que brigaram, será que ela está gostando da Estela?

--Não sei me surpreendi muito com ela, nunca a vi levando nenhuma mulher para sua casa, muito menos envolver a Fran, desde que a ex dela foi embora ela passou um tempão mal depois virou a cabeça e passou a pegar uma mulher por noite ela sempre teve aquele jeito gentil e galante que as mulheres se derretiam, eu nunca soube de garota nenhuma que ela dormiu com ela, levava para motéis e depois inventava alguma desculpa e com muito jeito convencia as mulheres que não dava para terem mais nada serio, com a Estela foi diferente ela não tocou no assunto comigo, desde que eu fiquei do lado da Suely quando ela ficou com a mulher dela depois de uma semana que elas se separaram, não achei certo pois éramos amigas dai nos afastamos um pouco.

-- Será que a loira fisgou o coração selvagem?

--Não sei te dizer, mas tudo indica que sim.

--Vamos ver no que vai dá só espero que a minha amiga sofra mais.

--Falando nela olha ela ali. – Apontou para a entrada do restaurante ela vinha com Geraldo.

--Oi gata o que acha de uma noite inesquecível comigo – Geraldo falou com a voz grossa para Valeria.

--Vamos fazer tricor ou você vai me dá aula de maquiagem, por que outra coisa dai não sai. – Apontou para as calças do rapaz.

--Sair ate sai, mas se você tivesse um peito bem peludo e uma coisa com uns quinze centímetros no meio da perna não é meu bem – Falou afeminado e as mulheres sorriram

--Senta conosco? – Laura perguntou para eles.

-- Sentamos sim – Estela sentou sorrindo.

--Então vamos sair hoje mesmo?

--O que acham de um barzinho? Tem alguns bem legai lá no marco zero

--Eu vou para onde vocês me levar – Geraldo falou chamando o Garçom

--Por mim está bom, só quero relaxar um pouco.

--Miga ainda acho que poderíamos ir a alguma balada e você pegar geral.

--Val não estou nem com pique e muito menos afim disso hoje.

--Então o barzinho será ótimo, lá alem de uma vista perfeita é um lugar bem legal.- Laura definiu

--Combinado, amigo da rodada ou vamos de Uber?

--Por mim de uber que estou querendo beber. – Val disse e todos concordaram, continuaram a conversar sobre várias coisas e logo voltaram ao trabalho.

--Chefinha já ligou novamente para dona Eduarda?

--Nossa foi bom me lembrar já tinha esquecido. – Pegou o celular e discou, perguntou se ela conhecia alguma construtora de confiança na cidade, essa logo informou e se prontificou de entrar em contato com um arquiteto amigo dela, se mostrou bem animada com o projeto e veria como iria ajudar.

--Valeu mesmo tia um beijo para todos ai. – Desligou o celular.

--Ge vou ver o Esdras, você comprou aqueles materiais que te pedir?

--Sim senhora, comprei e mandei entregar lá creio que chegou hoje de manha.

--Ótimo, agora queria um lugar para levar eles para um dia de lazer, eles me parecem tão triste, já basta viver na situação que vivem, um dia de diversão sempre é bom.

--Não sei, posso pesquisar, seria que dia? E tem alguma coisa especifica?

--Não sei também, teria que ver com a Cassia, não sei um lugar onde tivesse espaço, uma piscina criança adora água, sei lá quero que eles se divirtam.

--O único lugar com espaço e piscina que conheço aqui é a mansão. – Geraldo disse como se quem estivesse pensando

--Ótima ideia Ge, é por isso que não vivo sem você

--Espera, você vai colocar um monte de pestinhas naquele jardim lindo da mansão?

--Claro, não tem lugar melhor para eles terem um dia de lazer, veja para mim uma empresa responsável por festa infantil, quero brinquedos e muita comida, ainda hoje de digo o dia.

--Eu nem vou falar nada, sei que não adianta mesmo.

-- Isso você está certo, te espero na mansão mais tarde. – Colocou a bolsa do lado e saiu para o abrigo, lá já ficou mais feliz por saber que a comida que mandou abasteceu uma dispensa que se encontrava vazia, ela pegou o garoto que grudou no pescoço da sua “dodora” e não soltou durante todo tempo que estava lá.

--Bem Cassia queria fazer um dia de lazer para eles o que acha?

--Como assim?

-- Eles ficam sempre aqui dentro meio que trancados, sei que alguns vão para a escola, o que acha de uma festinha para eles, isso se não tiver problemas.

--Não tem problemas qualquer diversão é sempre bem vinda, mas como faremos isso?

--Só me diga um dia do resto eu cuido.

--Qualquer dia, a escola estar de greve mesmo.

--Ótimo, deixa eu ligar para meu secretario – Pegou o celular e ligou para Geraldo. – Ge que dia minha agenda está mais folgada?

-- Essa semana?

--Sim essa semana

--Na quarta-feira, não tem nada de importante marcado .

--Ótimo, a festinha será na quarta-feira.

--Na mansão mesmo? Não desistiu da ideia?

--Não, pode acerta tudo para quarta-feira.

--Esta bem, eu tão normal arrumei uma chefa doida – Disse antes de desligar.

--Também te amo, beijo – Desligou o celular sorrindo – Pronto, pode ser na quarta-feira.

--Que bom onde vai ser?

--Lá em casa, vamos preparar uma festinha, pode chamar também o pessoal que trabalha seus filhos, só confirma a quantidade antes.

--Nossa as crianças vão ficar todas eufóricas, elas estão tão tristonhas de uns dias para cá e ainda será aniversario de dois irmãos eles são tão calados, tem uma psicóloga que é voluntaria ela disse que é porque eles estão ainda traumatizados, os pais deles foram assassinados.

--Eles viram?

--Não, mas como eles têm 9 anos já sabem o que se passa e sofrem.

--Nossa que triste, mas vamos dá um pouco de alegria a eles, mesmo sendo passageiro, mais vamos tentar.

--Você é um amor de pessoa Estela.

--Um mô – Esdras repetiu.

--Você que é um amor meu anjo. – Ela conversou um pouco mais, e foi para casa, sentia-se feliz por fazer isso, lembrava do asilo que as mães ajudavam, tinha boas lembranças ali e se sentia feliz por ajudar.

--Já está pronta?

--Já sim Ge só finalizando a maquiagem.- Saiu abriu a porta do quarto

--Nossa para quem não queria causar você está em desacordo.

--Ge, não fiz nada demais.

--Meu bem com essa pele e esse cabelo, não precisa de muito para ficar lindo, e esse short? Amei!

--Eu achei que ele está curto, mas como gostei dele resolvi usar.

--Arrasou, vamos ás meninas estão na sala esperando.

--Vamos lá- Foram para um dos barzinhos que ficam no armazéns do porto, ao lado do marco zero no Recife antigo,  conversa regada de muita bebida e risos, depois chegou algumas conhecidas de Laura que acabou convidado a sentar-se, uma delas não parava de puxar assunto com Estela que correspondia a conversa sem nenhuma segunda intenção.

--Eu estou adorando te conhecer, o que acha de depois daqui darmos uma esticadinha. – Assim que Estela iria negar a outra falou feliz

--Nossa olha só quem está entrando, não acredito foi coincidência? – Todos viraram para olhar quem era.

--Não, acho que todo mundo resolveu vim pra aqui – Laura disse olhando para Estela.

--Ai que bom, vou chamar ela – Levantou feliz sacudindo as mãos, logo Estela viu aquela que era dona dos seus pensamentos aproxima-se com seus olhos negros a olhando com intensidade.

--Boa noite meninas, Geraldo – Cumprimentou sem olhar para Estela.

--Boa noite, não quer sentar conosco gata – A mulher faltou agarrar Elis.

--Obrigada pelo convite, mas só vim resolver uma coisa aqui perto, só vou tomar uma cerveja e já vou. – Afastou-se da garota.

--Ai que saco, fiquei tão animada quando te vi.

--Desculpas, mas não vai dá – Ela falava sem tirar os olhos da loira. – Foi bom revê-las, ate mais. –Olhou para a Loira e foi para o balcão do bar e sentou no banco.

--O que será que deu nela?  - A mulher que estava próximo a Estela perguntou .—Não sei, mas estou morrendo de saudade dela – Levantou e foi ate a mulher.

--Elas são o que? Estela perguntou um pouco mais baixo para só a mulher ao seu lado escutar

--Ela é louca pela a Elis, mas ela faz jogo duro, mas a minha amiga é insistente – Pegou na mão da loira que estava sobre a mesa. –E você vai fazer jogo duro?

--Apenas não estou muito de boa – Retirou a mão, Estela olhou para a mulher que voltou com uma cara feia.

--O que houve? – Laura perguntou

--Você acredita que ela me mandou vazar? Ela nunca falou assim, foi grosseira – A garota estava quase chorando.

--Deixa ela amiga, vai bebe que passa- A Estela apenas ficou olhando a mulher de costa bebendo.

--Não acha que já beberem demais? – Laura perguntou para as duas amigas

--Que nada – A que estava ao lado de Estela falou, após alguns minutos Estela viu Elis levantar e sair.

--Licença ao banheiro – Ela saiu, mas não foi para o banheiro, assim que chegou na porta do bar viu Elis com um cigarro na mão olhando para o mar.

--Não entendi o que veio fazer aqui, não me diga que não sabia que estávamos aqui que sei que é mentira – Estela disse de forma calma, não queria briga.

--O Leo, ela está ali com a Fran. – Olhou para o lado onde estava uma rodinha de jovens tinha alguns violões, Fran no colo de Leo.—Leo me ligou disse que eu me arrumasse e  viesse para cá que não iria me arrepender, porém ele estava errado.

--Por que você está falando isso?

--Por que quando ele me disse que você estava lá dentro não achei que seria dessa forma.

--Que forma Elis? –  A olhou já com raiva. – Me diz?

--Ocupada, com outra – Não a olhava.

--Ai me poupe Elis, não seria você que deveria está com ciúmes, droga joga essa porcaria – Pegou o cigarro da mão dela e jogou no chão.

--Eu não deveria, mas sabe de uma coisa, eu estou e com muito e não faço a menor ideia do que fazer com isso, divirta-se – Saiu andando para junto dos jovens, pegou Franciele no braço e saiu caminhando com a menina quase dormindo no seu ombro.

--Droga mulher o que esta acontecendo entre nós – Resmungou olhando para o mar.

--Como estamos? – Valeria perguntou encostando ao lado da amiga.

--Eu estou confusa e muito. – Disse sem nem olhar para a amiga.

--Estela isso não é mais que uma atração como você acha, não é?

--Eu não sei Val, eu não sei, só sei que não consigo parar de pensar nessa mulher, já tentei de tudo, mas não consigo para de pensar nela, nunca me sentir assim Val, nunca – Abaixou a cabeça

--Vamos para casa, descansar um pouco, vou avisar a Lau.

--Não precisa fica ai, sua namorada está lá dentro, vai lá fica com ela.

--Eu prefiro ir com você.

--Mas eu quero ficar sozinha, não se preocupe vou pensar melhor em tudo.

--Tudo bem, mas me liga para qualquer coisa escutou?

--Sim senhora, não avisa ao Ge agora, senão ele vai querer ir também, dá um beijo na Laura por mim e de língua – Deu um pequeno sorriso com a cara feia da amiga.

--Dou um beijo na mão dela e digo que foi você que mandou, não se preocupe. – Estela caminhou ate encontrar um taxi, foi direto para a mansão, lá apenas trocou de roupa e caiu na piscina, ficou um bom tempo ali nadando, quando o frio bateu ela tomou um banho quente e deitou, rolou por um longo tempo na cama, escutou o celular vibrar viu a mensagem que acabará de chegar.

“Desculpas pelo o que eu disse, sei que não tenho nenhum direito muito ao menos moral para te cobrar nada”

Estela leu, pensou em não responder, mas não o fez, pois não controlava-se quando se tratava de Elis.

“ Não entendi o por que você não tem moral”

“ Eu sei o que você pensa de mim Estela e não te culpo, entendo por tudo que você passou e infelizmente não posso apagar tudo que eu fiz”

“Tudo que fez? Passado não faz mais?”

“Não sei se consigo mais, boa noite fica bem”  - Estela entendeu que ela não queria falar mais e apenas deu boa noite.

--Do que você estava falando? – Jogou o celular no canto – Essa mulher está me deixando maluca – Resmungou mais um pouco e conseguiu dormir. 

Fim do capítulo