Leyla

Minha surpresa não foi o fato de Sonia estar apaixonada por mim, e sim pelo tempo. Sempre fomos amigas e ela em nenhum momento deixou transparecer esse sentimento.

-Sônia eu...

-Leyla eu sei que me tem como amiga, sempre soube, por isso me calei por todos esses anos. Mas pensei que com a morte da Valeria íamos ter uma chance- a vejo limpar os olhos, algumas lagrimas insistiam em cair-Gostava de verdade dela, mas era pra eu estar no lugar dela.

-porque não me falou isso...que me amava, antes de me envolver com ela.

-se tivesse te falado, ficaria comigo? - tai uma pergunta que não saberia responder nem agora, nem noutrora. Sempre a vi como amiga, não sentia nada mais que um carinho especial, não só por ela como com as outras meninas.

-Sonia sempre fomos amigas, não sei se alguma coisa teria mudado se tivesse me falado desde do início- teria que ir com calma, medir minhas palavras. Não queria magoa-la- não quero jamais perder sua amizade, não pela banda mais pela sua pessoa.

-sei disso Leyla, não se preocupe não vou atrapalhar seu relacionamento com a Nádia. Mas não me peça pra ser amiga dela, que não sou falsa.

-jamais te pediria isso!-Leyla observa Abigail deveria estar sendo uma barra pra ela, a muito havia notado que a amiga arrastava um caminhão por Sonia. Mais como Sonia, ficava calada talvez com medo de ser rejeitada.

-olha esquece o que falei ta bom, não quero jamais perder sua amizade assim como não quis perder a da valeria –Leyla achou melhor mesmo calar, não queria causar nenhum mal estar entre elas.

...

Nádia

Despois que me despediu de Leyla, resolvi tomar um banho pra esfriar o corpo que ainda clamava por ser saciado, apesar de ter se satisfeito, precisava sentir os toques dela em seu corpo.

Na manhã seguinte acorda por volta das 8:00 horas encontra o amigo tomando café, esse folheava uma revista, mas poderia apostar não se saber do que tratava, pois seu olhar focava em um único ponto.

-o que aconteceu Joao- pergunto pra ver se ele despertava daquela catatonia que se encontrava- Joao você está bem? - chamo outra vez, e nada do meu amigo nada de responder- Joao!

-que me deixar surdo sapata- meu amigo tomou um susto tão grande com meu grito, que jogou a revista pro alto.

-estou te chamando faz horas, e você estava com a cabeça onde?

-aqui mesmo, estava lendo uma matéria na revista que estava na minha mão- ele olha em direção onde a revista havia ido parar.

-o que está acontecendo com você, desde ontem percebi que está pensativo.

-ai amiga é o Otavio. Você Lembra que te falei na época em que nos separamos-puxo na memória, pois fazia algum tempo- nos separamos na época que a Leyla sofreu o acidente, voce lembra-balanço minha cabeça afirmando- pois é, na época ele ficou muito preocupado com a Irma. Afinal é a única família que tem, bom na época ele me pediu um tempo pois queria cuidar dela.

-tudo bem até entendo o lado dele. Mas porque não conversaram depois, já faz tanto tempo.

-ontem ele me chamou pra conversar-olho meu amigo que tinha um ar cansado, como se tivesse passado boa parte da noite acordado- ele quer retomar nossa relação.

-e isso é ruim?!

-bom, é que muitas coisas aconteceram nesse tempo que estivemos afastados- eu sabia que meu amigo tinha razão, não se retoma uma relação interrompida assim, de uma hora pra outra-eu sinceramente não sei o que fazer, está tudo tão confuso.

-porque não conversa com ele pra vocês irem com calma. Sei que já se conhecem afinal passaram algum tempo juntos, mas tentam preencher essa lacuna que ficou, quando resolveram se afastar-olho meu amigo que parecia em dúvida ainda- me responde uma coisa?

-o que?

-você ainda gosta dele? - sabia que Joao ainda gostava, tanto que durante o tempo de separação nunca mais o tinha visto em nenhum relacionamento sério.

-gosto sim Nádia, isso nunca neguei nem pra mim mesmo. Mas sofri muito quando ele se afastou e não quero passar por isso de novo.

-Joao deixa as coisas acontecerem, conversa com Otavio primeiro, antes de decidir qualquer coisa.

-vou fazer isso sim. Você vai a noite na boate, as meninas iram tocar de novo.

-a Leyla me chamou pra almoçar hoje- sabia que podia confiar no meu amigo- não sei se irei, tenho medo de estar atropelando as coisas.

-que atropelando, você sonha com ela a meses. E não vem me dizer o contrário, e pelo que sei vocês são solteiras, livres e desimpedidas, não tem porque não tentarem alguma coisa.

-talvez você tenha razão, vou conversar com ela e se acaso ela me convide, irei.

-assim é que se fala menina!

-mas tem uma coisa que me deixa inquieta-ele me olha como que pedisse pra eu continuar- é a tal de Sonia, sinto que aquela garota e apaixonada por ela.

-não irei mentir pra você amiga, a muito tempo já tinha percebido, desde o tempo da Valeria.

-sera que ela vai ser um empecilho na minha relação com a Leyla-suspiro alto, estava vivenciando algo tao gostoso com Leyla. Não queria que nada atrapalhasse.

-acho que não amiga, a Leyla sempre tratou aquelas três como amigas, se há sentimento deve ser meramente da parte de Sonia.

Ficamos ainda algum tempo conversando sobre o assunto, meu amigo tinha toda a razão, se até aquele momento não havia acontecido nada entre elas, era porque não havia interesse por parte da Leyla.

Não ia deixar que aquilo estragasse o que estava sentindo. Estava ansiosa louca de desse o horário marcado com Leyla, ficou por ali mesmo ajudando o amigo com uns projeto que estava desenvolvendo, Joao trabalhava na área de engenharia civil e estava trabalhando no projeto de uma casa de um advogado amigo dele e precisava entregar ainda aquela semana.

Próximo do horário combinado com Leyla, tomo banho e coloco um short jeans com uma camisetinha de alça fina, como era domingo e o movimento não era tão intenso resolvi ir me arrumar mais à vontade, até porque o calor estava insuportável. Quando chego no local marcado fico fascinada com que vejo, Leyla já me esperava no local. Quando ela se levanta pra se mostrar presente, fiquei de queixo caído ela usava um vestido florido de alça colado até a cintura aperfeiçoando seu lindo corpo, com a saia rodada um pouca abaixo do joelho e uma sandália de saltinho combinando, se aquela mulher já era linda em um jeans surrado com estava na noite do show, imagina de vestido. Estava divina!

Me aproximo de onde estava, fico frente a frente aquela Deusa que se fazia presente constante em meus sonhos.

-Boa tarde-a escuto falar, com aquela voz rouca o que me remete automaticamente pra noite anterior, me sobe um calor que se aloja em minhas entranhas, como ela conseguia com apenas poucas palavras me fazer delirar por outras coisas.

-Boa tarde-respondo olhando diretamente em seus olhos, pude visualizar um brilho neles e deduzi que ela pensava o mesmo que eu, suas lembranças estava na noite anterior seu sorriso era pura malicia.

-vem, vamos sentar nos altos fiz uma reserva, a vista é maravilhoso- subimos para o segundo pavimento do restaurante, ela tinha razão a vista era maravilhosa. O Restaurante ficava próximo a um parque aquático, sua fauna era linda e de onde estava podia-se ver um riacho que de perto deveria ser uma maravilha-você nunca veio aqui?

-já ouvi falar muito desse lugar, mais ainda não tinha tido a oportunidade de conhecer-estava admirando o lugar, mas sabia que estava sendo observada por ela. Sabe aquela hora em que bate a insegurança de estar à frente da pessoa pela qual suspirava, pois é, aquela era minha hora. Não que fosse uma pessoa feia, mais também não era nenhuma modelo, pois era cheia em determinados locais. Mas eu tinha a consciência que chamava atenção, meu amigo dizia que tinha uma beleza rara e gostava de acreditar que sim. Mas aquela garota a minha frente era uma Deusa, chamava atenção por onde passava- é um lugar realmente maravilhoso.

-gosto de vim aqui quando estou com algum problema, quando estou querendo pensar...- ela me olha – ou em uma ótima companhia.

-você já veio aqui com alguém- na hora me arrependi de ter perguntado, mais o fato dela ter estado ali com mais alguém oprimiu seu peito.

-na verdade vim uma vez com a Valeria- a vejo olhar para onde se escutava o barulho de aguas- e depois que ela morreu, passei a vim, por que o lugar me transmite paz.

-que tal pedimos algo pra almoçar, meu estomago já está reclamando- ela rir. Na verdade nem estava com muita fome, quis mudar de assunto porque não a queria triste.

...

Abigail

Abigail estava possessa, não entendia como Sonia continuava a se fazer de coitadinha e por cima jogando a responsabilidade de seu amor sobre Leyla, logo agora que via a amiga tão bem depois de tanto tempo.

Quando viu o bate-boca logo após terem descido para um lanche, imaginou que ela não ia aguentar, desde que Nádia entrou na vida da amiga percebeu o descontrole de Sonia, não ia demorar muito que explodisse, várias vezes segurou as pontas com ela na época de Valeria, sinceramente já estava cansada daquilo, será que ela não percebia que a felicidade poderia ser encontrada, bastava que olhasse um pouco em outras direções.

Quando a vi subir para buscar suas coisas, aproveitei e fui atrás dela. Precisava dizer umas boas verdades pois se continuasse a dar uma de menininha dizendo “ninguém me ama, ninguém me que” iria acabar sozinha de verdade pois apesar de ama-la não estava mais disposta a esperar para que essa a visse realmente.

-você não tem jeito mesmo, não é Sonia?!-ela me olha assustada.

Fim do capítulo