A Estranha por ROBERSIM
CapÃtulo 14
Abigail
Quando vê os olhos de Sonia marejados de lagrimas, aquilo oprimiu seu coração. Me apaixonou por ela a algum tempo atrás, apesar de se conhecem a bastante tempo. Em um dia em que Leyla e Valeria haviam anunciado que iam morar juntas Sonia ficou desesperada, já desconfiava da paixão da amiga.
Depois de uma apresentação em uma boate, as meninas foram embora só ficando Sonia e eu, essa parecia estar desnorteada e eu resolveu ficar pra me certificar que nada acontecesse com ela. Sonia estava afim de esquecer da vida, começou a beber sem parar, dançava com todas que apareciam em sua frente. Eu Fazia de tudo pra livra-la das mãos das mais atiradas. Em determinada hora a vi passando ruim devido a quantidade de bebidas ingeridas, resolveu leva-la para o terraço da boate para que tomasse um ar, quando a sento em uma cadeira ela começa a chorar feito um bebê, aquilo doeu em meu coração. Vi ali uma pessoa diferente da qual estava acostumada.
Sonia sempre se fez de forte na presença dos amigos, naquele momento estava frágil, precisando de carinho.
-o que faço da minha vida, eu a amo tanto. Porque ela está fazendo isso comigo- se lamentava.
-vem cá- a puxo estreitando-a em meus braços, naquele momento senti uma leveza em minha alma, era tão bom tê-la ali, a viro olhando em seus olhos- a Leyla não tem culpa, ninguém tem. Não mandamos em nosso coração.
A puxei pra mim e a beijei, não sei se pela bebida ou por vontade de fugir de algo, ela intensificou o beijo. Aquele beijo me devorou a alma, explorava sua boca, sugava sua língua com vontade. A escuto gem*r quando minha boca devorava a sua, uma sensação de puro estase absorve meu corpo.
Retornei a mim, não poderia fazer isso com ela e muito menos comigo. Ela estava bebida e por cima sofrendo por minha amiga. Me senti mal ao termino do beijo.
-vamos vou te levar pra casa- fomos em silencio, a deixei em casa e quando nos encontramos novamente, foi como se nada tivesse acontecido, imaginei que ela havia esquecido devido estar porre.
-você não tem jeito mesmo, não é Sonia?!-retorno de meus pensamentos, me doía o coração de vê-la assim, mais precisava fazer alguma coisa para que ela despertasse e conseguisse finalmente enxergar, que os sentimentos de Leyla sempre seria de amizade.
-o que você quer Abigail-ela me olha tentando limpar as lagrimas que teimavam em escorrer por sua face.
-Sonia, porque você insisti nessa paixão por Leyla? -respirei para continuar- será que não entende que só vai criar uma situação chata no grupo. Não entendo, você diz ama-la mas nunca quis lutar por esse amor.
-talvez seja porque não tive a oportunidade.
-a quem está querendo enganar, e antes de você apresenta-la a Valeria, vocês são amigas a anos. Até mesmo quando ela morreu, em nenhum momento nesses dois anos você se declarou ou pelo menos deu a entender estar apaixonada.
-tinha medo de ser rejeitada-ela baixa os olhos- não quero perder sua amizade.
-e prefere sofre por amor, quer dizer nem sei mais se isso é amor ou mero capricho-vejo raiva em seu olhar ao fitar-me- quando se ama Abigail, não se tem medo de ser rejeita.
-voce não...
-Eu te amo- ela me olha espantada- sim amo a muito tempo, só não me declarei antes, não por medo da rejeição e sim por ver que você, não queria enxergar mais ninguém que não fosse a Leyla.
Já não aguentava mais me calar, precisava me fazer presente, antes que aquilo que sentia acabasse igual os sentimentos que ela dizia sentir por Leyla, pelo menos ia tentar.
-Mas não vou me fazer de coitadinha, e esperar que você me note. Vou seguir minha vida como sempre fiz.
Sai daquele quarto sem olhar pra trás disposta a tentar mesmo seguir em frente sem ela “Não há nenhum mal, que dure pra sempre” com esse pensamento segui disposta a esquecer aquele sentimento que cresceu por anos dentro de mim.
...
Leyla
Depois da conversa que tive com Sonia, encontrar Nádia era um balsamo para minha alma. Quando ela surgiu naquele restaurante meu coração parou literalmente. Ela estava tão linda, aquela mulher possuía tudo na medida certa, me fazia suspirar por desvendar cada parte de seu corpo, de sua alma.
Nos cumprimentando, e fomos para o segundo pavimento do restaurante. A vista ali era divina, percebi que ela havia ficado maravilhada. Pedimos os pratos e um vinho, ficamos conversando, nos conhecendo. Ela me falou de sua família, principalmente de seu pai. Sua mãe havia morrido quando ela tinha 14 anos e com isso seu pai se distanciou, sempre com a desculpa que precisava trabalhar, ela sabia que sua responsabilidade era grande mais não justificava o distanciamento.
Queria estender o máximo possível nossa permanência juntas, mas sabia que teria que organizar as coisas pois tocaria a noite.
-hoje vamos tocar na boate, porque não aparece por lá? - torcia para que sua resposta fosse positiva. Se pudesse não se afastaria dela.
-o Joao havia me convidado- seu olhar era arteiro para meu lado- mas você me convidando é diferente, logico que irei.
Meu sorriso deve ter ido de orelha a orelha com aquela resposta, seguimos para o estacionamento, nos despedimos. Pois ela estava de carro também, combinamos de nos encontrar na boate.
Minha vontade era beija-la ardentemente, mas o local não permitia, então lhe dou um abraço e aspiro o perfume de seus cabelos.
-você me surpreendeu ontem- escuto sua voz próximo ao meu ouvido, me fazendo arrepiar toda. Ainda não havíamos tocado naquele assunto-amei, mas vou gostar mais quando poder te senti de novo.
Senti minha calcinha molhar na hora, nunca fui muito sensível, amava Valeria, mas as coisas pra esquentarem entre a gente demorava. Com aquela menina, me sentia em brasa só de sentir seu corpo colado ao meu. Dou-lhe um beijo no rosto próximo a sua boca.
-aguardo ansiosa por isso- a vi sorri e entrar em seu carro.
Segui para casa, tinha certeza que as meninas haviam ficado lá. Era assim mesmo, desde cedo elas costumavam passar o dia, até mesmo alguns dias em nossa casa. Meu irmão gostava muito delas e não se importava, pelo contrário, gostava de ter a casa sempre cheia
Como imaginei estavam as três e meu irmão na área da piscina, sou avaliada pelos quatros quando entro. Olho para Sonia que parecia estar mais tranquila, fiquei aliviada não queria causar qualquer tipo de constrangimento.
-boa tarde pessoas. Não fazem mais nada da vida não- chego brincando pra descontrair.
-fazer até que tem, mais quem mandou ter uma amiga com uma casa dessas e uma piscina enorme pra desfrutar...não quero outra vida-Abigail responde me fazendo rir.
-mas é muito abusada mesmo.
-abusada não, sou realista tendo tudo isso pra desfrutar-abre os braços apontando ao redor-vou marcar bobeira.
-poxa Abi pensei que gostasse de mim ao menos um pouquinho. Só está interessada nos meus bens- faço carinha de triste.
-não fica assim amiga, gosto um pouquinho de você também-faz uma carinha de pesar que ninguém aguenta. Abigail era assim mesmo, não deixava com que as coisas afetasse seu humor, por mais que tivesse sofrendo ou com raiva, procurava sempre usar o humor pra aliviar o estresse, como a mesma dizia.
-Liga não Leyla, entre os amigos sempre tem uma que é mais abusada- Leyla não quis demonstrar, mais se surpreendeu por Sonia entrar na brincadeira.
...
Sonia
Falar aquilo pra Leyla foi como tirar um peso a muito tempo guardado dentro de mim, por anos a amei em silencio, com medo de ser rejeitada. Queria encerar aquilo em seu coração.
Só imaginava como seria dali em diante. Sabia que ela estava gostando da Nádia, havia tempos que a percebo diferente e quando vi aquela garota no dia da apresentação na boate, sobe no mesmo instante que era ela. Estava tão distraída com meus pensamentos que não escuto quando Abigail entra no quarto onde estou.
-você não tem jeito mesmo, não é Sonia?!-aquilo me assustou, nunca a tinha visto assim, parecia com raiva mas não estava disposta escutar sermões.
-o que você quer Abigail- fui um pouco rude, ela ainda me falou um monte de coisas, só não entendia o que ela esperava com aquilo. O que me surpreendeu foi quando a escuto se declarar pra mim.
-Eu te amo- senti meu coração acelerar com aquelas palavras, lembrei-me de algum tempo atrás em que pegara um porre na boate em que estava, no dia em que Leyla havia anunciado que moraria com Valeira, aquilo me desmoronou.
Bebi pra esquecer meu sofrimento, não queria saber de mais nada. Lembro-me de Abigail sempre a meu lado, me ajudando no momento em que me senti mal, das palavras de conforto e do beijo. No dia seguinte acordo com uma puta ressaca, puxei pela memória tudo que havia acontecido, lembrava de quase tudo, mas não conseguia tirar o beijo que Abi me dera, seu gosto, seus lábios macios.
Quando nos encontramos no dia seguinte para ensaiarmos, tentei encontrar em Abi algum vestígio de que aquilo realmente havia sido real, mas ela me tratou como se nada houvesse acontecido e julguei ser coisa da minha cabeça, alguma miragem estimulado pelo álcool.
-Mas não vou me fazer de coitadinha, e esperar que você me note. Vou seguir minha vida como sempre fiz.
Aquelas palavras de alguma forma mexeram comigo, me senti mal por saber que mesmo sem querer, havia a feito sofrer.
Fico ainda alguns minutos refletindo sobre aquilo que tinha tomado conhecimento. Quando desço a encontro conversando com Jack e Otavio, Leyla havia saído para o seu encontro. Me aproximo do grupo querendo não olhar diretamente para Abi, mas meus olhos me traem justamente quando ela me olha, nos encaramos por alguns segundos, percebi magoa em seus olhos e aquilo tirou minha paz.
-vamos tomar banho de piscina, Pedi para Graça preparar nosso almoço- Graça era a senhora que trabalhou a vida inteira na casa de Otavio, sempre esteve ao lado dos dois e foi de extrema ajuda no momento da perda de seus patrões e na morte de Valeria.
Como era de costume tínhamos roupas guardadas no quarto de hospedes, quando desço já encontro Abi dentro da piscina, ela não estava me dando a mínima. Conversei algum tempo com Jack e Otavio que estavam sentado à beira da piscina, antes de me direcionar para onde ela não encontrava, queria tirar uma dúvida que a muito me perseguia.
-se te preguntar uma coisa, você me responde com sinceridade- balança a cabeça em sinal de positivo-naquele dia na boate, nós nos beijamos?
-sim-Lembrei de seus lábios macios pressionando os meus, sua língua explorando cada canto de minha boca. Aquilo definitivamente mexeu comigo.
-porque no dia seguinte fez que nada havia acontecido- era uma pergunta que fiquei na dúvida por anos.
-por que no dia seguinte você agiu como se não lembrasse. Oque queria que fizesse? -sinceramente eu na situação dela havia reagido da mesma forma.
Otavio nos chamou para almoçar, achei até bom pois não sabia o que falar. Precisava pensar mais sobre aquilo.
A tarde vejo Leyla retorna de seu encontro, depois de nossa quase discursão parecia que havia tirado um peso de cima de mim. Não sei dizer se por causa da declaração de Abi, mas alguma coisa estava diferente.
A vi brincar com Abi. Era sempre assim as três sempre com suas brincadeiras, eu geralmente ficava de fora, não sei se por gostar de Leyla mas aquela vez foi diferente.
-Liga não Leyla, entre amigos os sempre tem uma que é mais abusada-percebi que todos, sem exceção me olharam espantados.
Fim do capítulo
boa tarde!
passando para postar mais um capitulo de A estranha
boa leitura
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