Capítulo 8
Mário chegou de viagem com as costas doendo, pois teve que voltar de ônibus por causa da falta de passagens aéreas para o horário que ele queria. Ligou dezoito vezes no celular de Juliana e não foi atendido. Ficou revoltado, mas desistiu de tentar. Pediu um táxi e foi para casa. Chegando lá, não encontrou a esposa e nem sequer um bilhete.
“Provavelmente deve estar cobrindo alguma aula de outro professor” – pensou
Tomou um banho, se vestiu as pressas e foi para a garagem pegar seu carro, pois ainda tinha reunião naquele dia. Nem se deu conta de que no outro quarto dormia uma Vitória morta de ressaca.
A loira acordou toda dolorida e sem sentir direito a língua. Pensou ter feito alguma errada com Juliana também, já que agora era uma ninfomaníaca desvairada. Pelo menos é isso o que ela pensava. Também tentou entrar em contato com Juliana, mas não conseguiu. Então se virou sozinha, fez um café da manhã com leite, café, frutas e depois foi tomar um banho.
Juliana... Ah, Juliana estava no outro hospital, o particular, esperando os novos exames do pai de Daniela, que estava andando de um lado para o outro de tanto nervosismo.
- Dani, você precisa se acalmar! – tentava chamar a atenção – Não pode passar por tanto estresse... Olha só... – ficou na frente da morena – Vamos almoçar juntas? Quando voltarmos eles provavelmente já terão os resultados.
- Eu não tenho fome, Ju.
As unhas de Daniela estavam todas comidas.
- Eu sei que não tem... – segurou a mão da outra – Mas precisa se alimentar. Vem, nós vamos e eu juro que te trago de volta em uma hora.
- Tá bom.
Dani não pode dizer não àquele toque tão carinhosa e a toda aquela gentileza de Juliana ao acompanha-la e ajudar na transferência do pai.
Foram a um restaurante perto dali, nenhuma das duas conhecia. Pediram uma comida caseira e sentaram-se. Juliana estava preocupada, pois tinha conversado com o cardiologista e ele havia dito que, embora o pai de Dani tivesse sido forte ao infarto, ele poderia ter outro a qualquer momento. Porém, ela não podia contar isso, precisava manter em sigilo.
- Bom, já podemos ir. – Daniela começou a se arrumar para levantar
- Não podemos não, calma. – Ju deu risada – Você mal engoliu a comida, Dani.
- É que estou com uma sensação ruim... – sua perna não parava de movimentar-se embaixo da mesa, mostrando uma ansiedade imensa.
- Ainda temos que comer a sobremesa... Olha que delícia aquela torta de morango!
Mais uma vez Daniela foi convencida e ficou mais um pouco no restaurante, mas logo quis ir embora e Juliana não teve como segurá-la.
Voltaram ao hospital às duas da tarde e o médico veio ao encontro com alguns papéis nas mãos.
- Boa tarde. Nós fizemos vários exames, inclusive descartamos qualquer possibilidade de doença cardíaca. Aparentemente seu pai sofreu um ataque cardíaco por alguma interação hereditária.
- Entendi, veio dos meus avós provavelmente... Mas e como ele vai ficar?
- O coração dele está bom. - continuou – Saudável. Mas não podemos prever um segundo infarto, pois os batimentos dele ainda estão irregulares. A predisposição genética é muito forte, ainda mais por ele ser fumante.
- Eu sei. – Dani colocou a mão na cabeça – Não sei o que vou fazer com esse cigarro maldito!
- Ele precisa parar urgentemente. – o médico afirmou – Por enquanto ele ficará conosco em observação.
- Mais quantos dias? – Dani se desesperou
- Não sabemos.
Juliana percebeu seu celular tocando e foi atender no canto da sala de espera.
- Oi Mário. – falou baixinho
- Onde você está, Juliana? Te liguei a manhã inteira!
- Nossa... – respondeu se dando conta de que não havia lembrado de busca-lo – Eu esqueci meu celular no carro, só peguei depois do almoço e nem tive tempo de olhar as chamadas perdidas!
Mário estava bufando do outro lado, a ruiva conseguia ouvir.
- Você está na escola? – ignorou o que a mulher havia dito
- Não...
O olhar de Juliana moveu-se para o local onde Daniela estava.
- Longa história, Mário. Me perdoe por ter esquecido, foi uma manhã corrida.
- Deve estar com suas amiguinhas malucas não é mesmo? A noite estou em casa e aí conversamos. – desligou
Juliana ficou incomodada com a ligação, não por causa da irritação do marido pelo seu esquecimento, mas por ter atrapalhado ela em ouvir o diagnóstico completo do médico.
Dani estava sentada ao lado da geladeira de água mineral, com o olhar perdido.
- Dani, desculpa, meu telefone tocou... – sentou-se ao lado da morena
- Não tem problema.
Dani esboçou um sorriso amarelo.
- Seu pai vai ficar aqui mais uns dias, não é mesmo? – perguntou com a voz terna
- Vai... Mas eu não sei o que fazer, cada dia aqui é uma nota preta!
- Não se preocupe com isso. – passou a mão em alguns fios de cabelo castanho de Dani – Eu estou arcando com tudo.
- Esse é o problema. Como vou te pagar? Eu sou sua empregada, Ju. – disse com os olhos cheios de lágrimas
- Não tem que me pagar. Veja isso como um presente!
- Isso não é certo...
Daniela não se sentia a vontade com aquela situação, pois estava mais interessada em Juliana a cada segundo que passava. Há pouco tempo atrás deu um beijo na boca da ruiva e agora ela estava ali, fingindo que nada aconteceu e ainda ajudando com uma quantidade absurda de dinheiro.
- Promete que vai deixar eu te pagar isso? Descontar no meu salário...
A ruiva não concordava com aquilo, mas não tinha saída.
- Se você prefere assim, tudo bem. Agora, vamos pra casa.
- Eu não sei se quero ir pra casa... – Dani começou a chorar
Juliana rapidamente abraçou Daniela, que pode sentir naquele abraço quente um carinho imenso que não sentia há tempos, de ninguém.
- Tudo vai ficar bem, Dani. Ele vai se recuperar.
Juliana não queria que Dani ficasse em casa sozinha, o tempo todo lamentando a falta do pai, então a convidou a passar uns dias em sua casa. O que não foi aceito de prontidão pela morena, que logo se opôs, achando um abuso.
- Porque um abuso? – Ju sorria incompreendida
- Porque você está fazendo mil coisas por mim! – Dani gesticulava com as mãos
- Você vai ficar em casa. Pronto e acabou! Abuso é você não aceitar ser cuidada, Daniela! Poxa vida... – encarou a morena, que estava com o olhar baixo – Vou passar na sua casa, pegamos algumas roupas e vamos pra minha.
E foi assim que Daniela foi convencida.
Chegaram na casa de Juliana por volta das cinco da tarde. Antes de subirem para o quarto, deram de cara com Vitória rodeada de pacotes de salgadinhos, bolachas recheadas e chocolates.
- Que isso, Vi? – Juliana começou a rir, acompanhada por Daniela, que tentou disfarçar
- Apareceu a margarida!
Vitória levantou-se do sofá sentindo sua coluna se retorcer.
- Desculpa sair sem avisar, Vi. Tive que ir resolver uns problemas.
Antes que continuassem a conversa, Dani interrompeu.
- Vou fazer algo pra gente jantar, ta?
- Não, Dani! Sobe no quarto e toma um banho. Você não está a trabalho hoje. – sorriu
- Tudo bem... Mas amanhã cedo volto aos afazeres.
- Combinado! – piscou, ainda sorrindo
Daniela subiu as escadas carregando a mala de roupa e acessórios particulares.
- Que isso Ju? Porque ela não fica no quarto da empregada?
Juliana, que acompanhava com os olhos Daniela subir as escadas, voltou-se para Vitória.
- Não precisa...
- Não precisa? Ju, o que está havendo? – Vitória perguntou com as mãos na cintura
- Nada. Porque estaria acontecendo alguma coisa? – Ju mexia no cabelo
- Eu vi seu olhar... Olhando pra ela. Onde você estava a tarde toda? Ou melhor, o dia todo?
Juliana ficou envergonhada. Pensou em mentir, mas não viu necessidade, já que Vitória era sua melhor amiga.
- O pai dela teve um ataque cardíaco. Eu fui acompanha-la no hospital.
- Vocês viraram amigas? – Vitória perguntou arqueando as sobrancelhas
- Sim, viramos. Ela é uma garota maravilhosa. – sentou-se no sofá
- Garota maravilhosa... Ta bom. Eu vou fingir que não percebi nada.
Vitória começou a pegar os papéis de alimentos pelo chão.
- Mas não é porque eu fiquei louca que você tem que ficar.
- Do que você está falando, Vitória?
Juliana sabia bem do que a amiga estava falando, mas porque não fazer um drama a respeito...
- Nada! – ficou séria – Eu vou pra casa, só estava esperando você chegar ou dar sinal de vida.
- E acabando com o meu depósito de TPM... – riu
- Ah, vai se ferrar! – jogou uma almofada na amiga
- Ei! – gritou – Alice apareceu?
- Não... – a loira ficou séria – E nem quero que apareça.
Vitória foi embora alguns kilos mais pesada. Juliana ficou pensando um pouco na vida e logo foi constatar se Daniela estava bem instalada
Ao chegar no quarto, a porta estava entreaberta e Daniela se trocava ao lado da cama. Vitória pensou em sair, mas ficou hipnotizada ao ver aquele cabelo ondulado jogado em cima daquele pele lisa e convidativa. Sentiu seu sex* esquentar e cruzou as pernas, negando a si mesma que aquilo estava acontecendo. Daniela retirava com calma o fecho do sutiã, de costas pra porta, deixando suas costas completamente nuas e a ruiva ainda mais excitada. Depois, Daniela virou-se de frente para pegar algo dentro da mochila, mostrando seus mamilos amarronzados e bicos duros por causa da exposição.
Juliana sentiu como se seu sex* fosse explodir. Ela podia sentir a pulsação em sua vagin* e aquilo era uma coisa muito, mas muito inesperada. Ainda boquiaberta, afastou-se da porta, mas permaneceu ali, estática.
Daniela desabotoou a calça, tirou e colocou em uma sacola de roupas sujas. Contudo, quando estava prestes a ir para o banheiro, notou uma sombra na porta e, com medo de ser seu patrão bisbilhotando, caminhou até lá, tapando os seios com a toalha que usaria. Ao chegar la, deu de cara com uma Juliana encostada na escada, ofegante e por alguns segundos, se entreolharam. Foram poucos segundos mesmo, porque logo Juliana foi correndo para seu próprio quarto.
Daniela ficou parada, sem saber como agir. Ela sentiu uma onda de felicidade dentro do peito, no meio de todo aquele turbilhão de tristeza que estava vivendo.
“Ela estava me olhando...” – pensou, enquanto voltou seu caminho para o banho
Fim do capítulo
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Dolly Loca
Em: 06/03/2017
Lindas. A Ju vai enlouquecer de tesão ainda!
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